Ataqueprognosticos futebol apostasCampinas: uma visão da ciência sobre as origens da 'explosãoprognosticos futebol apostasviolência':prognosticos futebol apostas

Mais recentemente, outro roteiro parecido: extremistas islâmicos começaram a atacar, com armas ou veículos, grandes concentraçõesprognosticos futebol apostaspessoasprognosticos futebol apostascidades europeias, por exemplo.

Para alguns estudiosos, há elementos semelhantes no amok e na açãoprognosticos futebol apostasatiradores ou extremistasprognosticos futebol apostaspaíses ocidentais: uma explosãoprognosticos futebol apostasviolência homicida cega, cometidaprognosticos futebol apostaslocais públicos, onde a chanceprognosticos futebol apostasfazer vítimas é grande. E os perpetradores geralmente seguem matando aleatoriamente até que sejam interrompidos pela polícia ou cometam suicídio.

É possível notar também algumas semelhanças desse modoprognosticos futebol apostasagir com o casoprognosticos futebol apostasEuler Grandolpho, que na terça-feira matou cinco pessoas e feriu mais três na Catedral Metropolitanaprognosticos futebol apostasCampinas (SP), antesprognosticos futebol apostascometer suicídio. As motivações e detalhes do episódio, no entanto, ainda estão sendo investigados pela polícia.

É importante destacar que essa conexão entre amok e atiradores no Ocidente é uma linhaprognosticos futebol apostaspensamento, e não um consenso da comunidade acadêmica. Mas fomenta um debate sobre exclusão social, saúde mental e, por fim, uma possível "criseprognosticos futebol apostasmasculinidade" entre homens que têm dificuldadeprognosticos futebol apostasrealização e inserção plena na sociedade onde vivem.

Em buscaprognosticos futebol apostasum 'momentoprognosticos futebol apostasglória'

Diferentemente dos amoks originais,prognosticos futebol apostascaráter catártico, os atiradores da atualidade parecem nutrir a ideiaprognosticos futebol apostasque as matanças lhes proporcionarão o momentoprognosticos futebol apostasglória, triunfo e atenção midiática que não haviam conseguidoprognosticos futebol apostasvida até então, avalia o acadêmico brasileiro Gabriel Zacarias, professorprognosticos futebol apostasHistória na Unicamp e estudiosoprognosticos futebol apostascasos recentesprognosticos futebol apostasextremismo islâmico na França (abordados no livro No Espelho do Terror: Jihad e Espetáculo; ed. Elefante, 2018).

"A maior parte éprognosticos futebol apostaspessoas apontadas pelos conhecidos como introspectivos, que ninguém imaginava que poderia fazer uma coisa dessas (uma matança indiscriminada). São homens geralmente,prognosticos futebol apostasalguma forma, frustrados", explica Zacarias à BBC News Brasil.

Essas frustrações podem ser pelo fatoprognosticos futebol apostasnão terem desfrutadoprognosticos futebol apostaspopularidade, sucesso profissional ou integração à sociedade competitiva onde vivem, exemplifica.

"Os extremistas na França geralmente sãoprognosticos futebol apostasum estrato social mais baixo eprognosticos futebol apostasfamíliaprognosticos futebol apostasorigem imigrante, o que coloca o preconceitoprognosticos futebol apostasjogo naprognosticos futebol apostasdificuldadeprognosticos futebol apostasascensão social. (...) Parecem ter encontrado no terrorismo uma formaprognosticos futebol apostasdar um sentido mais nobre a uma vida que já estava fora da norma", explica. "Quem comete um atentado sabe que vai ser apresentadoprognosticos futebol apostasuma determinada maneira na imprensa, nos telejornais, nas redes sociais jihadistas. Vai ter um momentoprognosticos futebol apostas'triunfo'", explica.

"O que nos leva ao caráter espetacular desses fenômenos: a maioria (dos extremistas) produziu vídeos com armas, mensagens ou até filmagensprognosticos futebol apostasseus próprios ataques. Eles já tinham a percepçãoprognosticos futebol apostasque seria um momentoprognosticos futebol apostasgrande repercussão midiática eprognosticos futebol apostasque eles, até então fracassados (dentroprognosticos futebol apostassuas comunidades), teriam seu reconhecimento."

Claro que frustraçõesprognosticos futebol apostassi não bastam para explicar uma matança indiscriminada - todos, afinal, temos momentosprognosticos futebol apostasfrustração, e pouquíssimosprognosticos futebol apostasnós transformamos issoprognosticos futebol apostasviolência extrema. No casoprognosticos futebol apostasextremistas islâmicos, é preciso levarprognosticos futebol apostasconta também componentes étnicos, religiosos e geopolíticos. No caso dos atiradoresprognosticos futebol apostasescolas, porém, há pesquisadores nos EUA que acreditam que existe no país uma "criseprognosticos futebol apostasmasculinidade": jovens do sexo masculino que se sentem desconectados da sociedade e encontram na culturaprognosticos futebol apostasvalorização das armasprognosticos futebol apostasfogo uma formaprognosticos futebol apostasexpressar que são "durões".

"Todos os atiradoresprognosticos futebol apostasescola e terroristas domésticos que analiseiprognosticos futebol apostasmeu livro exibiam raiva masculina, uma tentativaprognosticos futebol apostasresolver uma criseprognosticos futebol apostasmasculinidade por meioprognosticos futebol apostasum comportamento violento e demonstravam fetiche por armas", escreveuprognosticos futebol apostas2008 o pesquisador Douglas Kellner, da Universidade da Califórniaprognosticos futebol apostasLos Angeles, autor do livro Guys and Guns Amok.

Kellner estava se dirigindo à imprensa poucos dias após o atirador Steven Kazmierczak ter invadido a Universidade Northern Illinois e matado cinco pessoas,prognosticos futebol apostas14prognosticos futebol apostasfevereiro daquele ano.

"Tantoprognosticos futebol apostasmassacresprognosticos futebol apostasescolas quantoprognosticos futebol apostasatosprognosticos futebol apostasterrorismo doméstico, os perpetradores usam armas e/ou cometem violência para resolver crisesprognosticos futebol apostasmasculinidade e se constituírem como 'durões', 'homensprognosticos futebol apostasverdade'. Também usam a imprensa para criar espetáculosprognosticos futebol apostasterror e firmar-se como celebridades", escreveu Kellnerprognosticos futebol apostasartigo posterior.

Para o pesquisador, "em cada caso, os homens sofriamprognosticos futebol apostasproblemasprognosticos futebol apostassocialização, alienação e busca por identidadeprognosticos futebol apostasuma cultura que valoriza armas e militarismo como símbolos poderososprognosticos futebol apostasmasculinidade".

O peso da depressão

Há, por fim, um forte componenteprognosticos futebol apostassaúde mentalprognosticos futebol apostasparte dos casos.

Em 1999, mesmo ano do massacre na escola americanaprognosticos futebol apostasColumbine, um artigo publicado no periódico Journal of Clinic Psychiatry traçava paralelos entre o comportamento observado no amok eprognosticos futebol apostas"sociedades modernas industrializadas", nessas últimas talvez estimulado por problemas como psicopatia, paranoia, esquizofrenia, distúrbiosprognosticos futebol apostaspersonalidade eprognosticos futebol apostastemperamento e manifestações suicidas ou homicidas, carregadasprognosticos futebol apostasraiva, desamparo ou sentimentoprognosticos futebol apostasvingança.

De volta ao casoprognosticos futebol apostasEuler Gandolpho,prognosticos futebol apostasCampinas, as informações preliminares obtidas pela imprensa e relatosprognosticos futebol apostasseu diário mencionados pela polícia sugerem um quadroprognosticos futebol apostasdepressão associado a pensamentos paranoicosprognosticos futebol apostasperseguição.

"Como é virtualmente impossível impedir um ataque amok sem arriscar a própria vida, a prevenção é o único métodoprognosticos futebol apostasevitar o dano causado", defende o artigo, sugerindo aumentar a redeprognosticos futebol apostasamparo a indivíduos com históricoprognosticos futebol apostascomportamento violento ou ameaças, que estejam sob estresse (seja financeiro ou pela perdaprognosticos futebol apostasum ente querido ouprognosticos futebol apostasum emprego) e tenham problemasprognosticos futebol apostassaúde mental.

Mas esse é apenas um aspecto da complexa questão.

Para Gabriel Zacarias, é difícil propor soluções sem antes refletir para além das motivações imediatas dos perpetradoresprognosticos futebol apostasmassacres e para as contradições da sociedade ocidental atual - que estimula a concorrência aguerrida e a busca (principalmente masculina) por um idealprognosticos futebol apostassucesso nem sempre fácilprognosticos futebol apostasser alcançado.

"Existe um problema mais profundoprognosticos futebol apostascrise do sujeito: do pontoprognosticos futebol apostasvista clínico, se manifesta na enorme epidemiaprognosticos futebol apostasdepressão que vemos. (Mas também) é concorrencial: da busca por triunfar aniquilando os concorrentes, que é como estruturamos nosso mercadoprognosticos futebol apostastrabalho atual", diz.

"Os indivíduos frustrados não sabem contra quem se vingar e vingam-se contra alvos aleatórios. Daí mais uma vez que as justificativas simbólicas que canalizam o ódio e o ressentimento são extremamente perigosas. Se for dito que a culpaprognosticos futebol apostastodos os males éprognosticos futebol apostasum certo sujeito social, o tipo se torna alvo potencial dos atiradores. Os EUA atuais exemplificam bem isso. A ascensão da extrema direita eprognosticos futebol apostasdiscursos racistas, homofóbicos, anti-intelectuais e antissemitas tem redirecionado a açãoprognosticos futebol apostasatiradores, caso dos ataquesprognosticos futebol apostassinagogas e boates. Há razões para se esperar fenômeno semelhante por aqui."

O americano Kellner, porprognosticos futebol apostasvez, defende controles mais rígidos para o porteprognosticos futebol apostasarmas nos EUA, mas também "a projeçãoprognosticos futebol apostasimagens novas e mais construtivasprognosticos futebol apostasmasculinidade", menos associadas à violência e a agressividade.

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