Glifosato: Por que a Anvisa propõe manter liberada a venda do agrotóxico mais usado no Brasil:betmotion fora do ar

Homem aplicando agrotóxicobetmotion fora do arplanta

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Reavaliação da Anvisa sobre o glifosato começoubetmotion fora do ar2008

betmotion fora do ar Correção: uma versão anterior desta reportagem dizia que a Anvisa concluiu que o glifosato não causa câncer. O correto é que a agência concluiu que não há evidênciasbetmotion fora do arque a substância cause câncer. O texto foi atualizado às 18h20.

betmotion fora do ar A Agência Nacionalbetmotion fora do arVigilância Sanitária (Anvisa) anunciou hoje o resultado dabetmotion fora do arreavaliação toxicológica do glifosato, o agrotóxico mais usado do Brasil e no mundo. O parecer da área técnica ébetmotion fora do arque ele pode continuar sendo permitido no país, já que não há evidências científicasbetmotion fora do arque ele cause câncer, mutações ou má formaçãobetmotion fora do arfetos.

O órgão afirma que não foram encontrados riscosbetmotion fora do ardanos à saúde pela contaminação por ingestãobetmotion fora do arágua ou alimentos com o herbicida. No entanto, propõe algumas restrições à substância, como a proibição da venda para uso domésticobetmotion fora do arforma concentrada – já que o herbicida é tóxico se a pessoa for exposta a uma quantidade muito grandebetmotion fora do aruma vez.

A decisão final sobre a regulação do glifosato, no entanto, só será tomada após o períodobetmotion fora do arconsulta pública que a agência abrirá por 90 dias para que a sociedade possa se manifestar.

O glifosato é o principal ingrediente ativobetmotion fora do ardiversos agrotóxicos usadosbetmotion fora do arplantações e jardins. São 110 produtos com a substância comercializados no Brasil, produzidos por 29 empresas diferentes, segundo a agência. Em 2017, cercabetmotion fora do ar173 mil toneladasbetmotion fora do arprodutos com glifosato foram usadas no país.

A reavaliação toxicológica da substância vinha ocorrendo desde 2008. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (26) e a conclusão da Anvisa foi que não foram encontradas evidênciasbetmotion fora do arque a substância tenha "características mutagênicas, carcinogênicas" (que causam câncer) "ou teratogênicas" (que causam má formaçãobetmotion fora do arfetos).

Também não foram encontradas evidênciasbetmotion fora do arque o glifosato interfira na produçãobetmotion fora do arhormônios.

"Glifosato não se enquadrabetmotion fora do arcritériosbetmotion fora do arproibição. Nossa recomendação é para a manutenção da permissão da substância e pela adoçãobetmotion fora do armedidasbetmotion fora do armitigaçãobetmotion fora do arrisco", afirmou Daniel Roberto Coradi, da GGTOX, a áreabetmotion fora do aranálise toxicológica da Anvisa.

Para chegar a essa conclusão, os técnicos da agência analisaram estudos científicos, relatóriosbetmotion fora do arorganismos internacionais, dados oficiaisbetmotion fora do armonitoramentobetmotion fora do arágua ebetmotion fora do arintoxicações e estudos das empresas que registraram a substância.

Fazenda recebendo tratamento com agrotóxicos

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Regulamentação final sobre a substância vai sair após consulta pública

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A análise da Anvisa também atualizou recomendações sobre o uso do ingrediente e propôs restrições.

A propostabetmotion fora do arregulamentação diz que o ingrediente não deve mais ser comercializado na forma concentrada para uso domésticobetmotion fora do arjardins: a ideia é que ele seja vendido já diluído, na concentração recomendada. Isso porque a preparação do produtobetmotion fora do arambiente doméstico pode levar a irritação ocular, diz a GGTOX.

O órgão sugere limite para exposição diáriabetmotion fora do arno máximo 0,1 ml por kgbetmotion fora do arpeso corporal para o trabalhador que faz a aplicação – e que estábetmotion fora do arcontato com a substância diariamente. Para a populaçãobetmotion fora do argeral, o limite seriabetmotion fora do arde 0,5 ml por kgbetmotion fora do arpeso corporal.

Segundo a agência, não há riscobetmotion fora do arcontaminação pelo agrotóxico por meio da ingestãobetmotion fora do arágua ou alimentos. O órgão avaliou 22 mil amostrasbetmotion fora do arágua – cercabetmotion fora do ar26% continham traçosbetmotion fora do arglifosato e 0,03% das amostrasbetmotion fora do arcontinham glifosato acima do limite permitido.

De acordo com Coradi, do GGTOX, a concentração encontrada "é considerada baixa". Junto com os traços do herbicidabetmotion fora do aralimentos (arroz, manga e uva), o máximo a que a população pode estar exposta ébetmotion fora do ar4,37% da quantidade que poderia gerar intoxicação.

No entanto o glifosato pode causar intoxicação aguda – quando alguém entrabetmotion fora do arcontato com uma quantidade muito grande do herbicidabetmotion fora do aruma vez. Nesse caso quem está mais sob riscos são os trabalhadores que aplicam a substância.

A Anvisa afirma que é preciso melhorar a capacitaçãobetmotion fora do arquem aplica a substância para evitar que isso não aconteça. Segundo o órgão, maisbetmotion fora do ar60% dos trabalhadores que aplicam os agrotóxicos não completaram ensino fundamental.

"Há muitos desafios para que o trabalhador entenda o risco. Cursos padrão podem ter limitação para atingir os afetados", diz Coradi, da GGTOX.

Reavaliações

Comercializado para agricultores desde 1974, nos últimos anos o glifosato passou por diversas reavaliçõesbetmotion fora do aragências ambientais ebetmotion fora do arsaúde ao redor do mundo, mas não foi proibidobetmotion fora do arnenhum país.

Até pouco tempo atrás, a substância era considerada um dos agrotóxicos menos problemáticos, explica o agrônomo Luiz Claudio Meirelles, pesquisador da Escola Nacionalbetmotion fora do arSaúde Pública da Fiocruz.

Ele age inibindo o funcionamentobetmotion fora do aruma enzima usada pelas plantas invasoras para realizar fotossíntese. Os animais não possuem essa enzima, então,betmotion fora do artese, não deveriam ser afetados pela substância.

Homens borrifando pesticidabetmotion fora do arpomarbetmotion fora do armaçãs

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Agências levambetmotion fora do arconsideração a literatura científica disponível para fazerbetmotion fora do aranálise

Essa suposta segurança, aliada ao desenvolvimento da soja geneticamente modificada resistente aos efeitos do glifosato, fez com que ele se espalhasse rapidamente pelo mundo e se tornasse amplamente usado.

No entanto,betmotion fora do ar2015, a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (Iarc), parte da Organização Mundialbetmotion fora do arSaúde, concluiu com basebetmotion fora do arcentenasbetmotion fora do arpesquisas que o glifosato era "provavelmente cancerígeno" para humanos.

A EPA (agênciabetmotion fora do arproteção ambiental americana) discorda dessa avaliação e afirma que o glifosato é seguro quando usado corretamente. A Comissão Europeia também autorizou o uso do glifosato no continente até 2022, quando voltará a fazer uma avaliação. A avaliação da Anvisa estábetmotion fora do aracordo com as agências americana e europeia.

A diferença entre as análises existe pois as instituições usam metodologias diferentes, explica Letícia Rodrigues, especialistabetmotion fora do artoxicologia, regulação e vigilância sanitária, e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela afirma que há muitos critérios diferentes para determinar quais estudos são levadosbetmotion fora do arconsideração para que cada instituição chegue a uma conclusão.

Na França, o presidente Emmanuel Macron havia prometido acabar com o uso do glifosato até 2021, mas voltou atrásbetmotion fora do arjaneiro deste ano após protestosbetmotion fora do arfazendeiros e agricultores. "Não é mais viável, vai matar nossa agricultura", ressaltou Macron.

Contra o glifosato

Apesar da análise das agênciasbetmotion fora do arregulação, uma parte da comunidade científica é contra a continuação do uso do glifosato – posição compartilhada por ativistasbetmotion fora do ardefesa do meio ambiente.

"Se você olha como algumas substâncias foram tratadas historicamente, percebe semelhanças. O DDT (pesticida muito usado na segunda metade do século passado), por exemplo. Quando começou a se descobrir seus efeitos cancerígenos, quem tinha interesse econômico fezbetmotion fora do artudo para negar", afirma Meirelles, da Fiocruz.

"Mas a ciência independente foi avançando, comprovando que os malefícios eram verdadeiros, e não havia mais como negar. Hoje, o DDT é proibido mundialmente. O glifosato é o DDTbetmotion fora do arhoje, vai passar pelo mesmo processo."

Segundo ativistas, há outras questões além dos possíveis problemasbetmotion fora do arsaúde a serem levadasbetmotion fora do arconsideração, como danos ambientais.

Um novo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences expôs as abelhas a níveis da substância encontradosbetmotion fora do arjardins e plantações e descobriu que, quando ingerido pelas abelhas, o glifosato afeta o micribioma intestinal dos insetos e diminuiubetmotion fora do arcapacidadebetmotion fora do arcombater infecções.

A Anvisa não avalia efeitos ambientais da substância, como por exemplo possíveis efeitos na saúde das abelhas. Esse tipobetmotion fora do aranálise é feito pela Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).

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