'Leaving Neverland': após novas denúnciaswatson cbetpedofilia, devemos pararwatson cbetouvir Michael Jackson?:watson cbet

O cantor Michael Jackson

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Michael Jackson enfrentou um julgamentowatson cbet2005 por acusaçõeswatson cbetabuso sexual

watson cbet Lançado recentemente nos EUA, o documentário 'Leaving Neverland' (Deixando Neverland watson cbet ,watson cbettradução livre) traz o depoimentowatson cbetdois homens que dizem ter sofrido abuso sexual por Michael Jackson (1958-2009) quando eram pequenos.

Wade Robson,watson cbet36 anos, e James Safechuck,watson cbet40 anos, deram detalhes chocantes sobre centenaswatson cbetabusos que teriam sofrido quando tinham entre sete e dez anos.

As denúncias afetaram fortemente a reputação (já problemática) do astro do pop, com estaçõeswatson cbetrádio parandowatson cbettocar suas músicas, ex-fãs publicamente deletando músicaswatson cbetseus celulares e o aprofundamento da discussão sobre predadores que se escondem por traz do sucesso na indústria do entretenimento.

Em meio às repercussões do documentário do diretor Dan Reed, surgiu novamente a mesma questão levantadawatson cbetcasos anterioreswatson cbetartistas denúnciados por crimes e atos antiéticos: até que ponto é possível separar o autorwatson cbetsua obra? Afinal, devemos continuar ouvindo Michael Jackson?

'Um lugar alucinante'

O filme,watson cbetquatro horas, girawatson cbettornowatson cbeteventos que segundo as vítimas aconteceram no ranchowatson cbetMichael Jackson, Neverland - nomeadowatson cbetreferência à Terra do Nunca, local fictício das históriaswatson cbetPeter Pan.

Era um "lugar surreal" que deixava os meninos e suas famílias "embasbacados", disse Reed ao podcast da BBC Beyond Today.

As famílias ficavam "completamente alucinadas com o brilhantismowatson cbetJackson, seu status. Ele era esse homem incrivelmente famoso e rico, sabe? Um tipowatson cbetsuperstar que não existe mais", disse Reed.

Vista aéreawatson cbetedifício no ranchowatson cbetMichael Jackson

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O rancho Neverland, na Califórnia, tinha um parquewatson cbetdiversões e um zoológico

Os homens deram descrições perturbadoraswatson cbetabusos e contam como o artista os envolveuwatson cbetuma manipulação emocional para ter relações sexuais com eles – durante sete anos com Wade e durante quatro com Robson.

Robson afirmou à BBC que Jackson fez com que ele acreditasse que ambos se amavam. "É assim que demonstramos nosso amor", lhe dizia o cantor, segundo Robson.

"E logo depois, ele falava: 'Se alguém descobrir o que estamos fazendo, você e eu vamos passar o restowatson cbetnossas vidas na cadeia e nossas vidas serão destruídas'."

Michael já havia sofrido denúnciaswatson cbetpedofilia por décadas, mas nunca foi condenado. Em 1994, ele faz um acordo para encerrar um processo na Justiça civil. E um jugalmentowatson cbet2005 o inocentou das acusaçõeswatson cbetoutro casowatson cbetabuso sexual por faltawatson cbetprovas.

Wade tinha 22 anos na época do julgamento, e deu um testemunho importante emwatson cbetdefesa, dizendo que o cantor havia dormido na mesma cama que ele, mas nunca o havia tocadowatson cbetforma imprópria.

O diretor do filme, Dan Reed, afirmou ao Beyond Today que,watson cbet2005, Wade ainda não tinha conseguido lidar com a experiência que passou e, por razões pessoais, não queria "se sentir responsável" por mandar um homem que ele ainda amava para a cadeia.

Feitiço desfeito

"Só quando Wade teve seu próprio filho, cinco anos depois, que ele repentinamente percebeu que as coisas que Michael fazia com ele quando era criança eram repulsivas", disse o diretor.

"Foi o iníciowatson cbetum despertar."

Leaving Neverland tevewatson cbetestreia no festivalwatson cbetcinemawatson cbetSundance, nos EUA, e foi um dos filmes mais esperados. Wade e Safechuck foram aplaudidoswatson cbetpé ao entrar no cinema depoiswatson cbetuma sessão para um evento com o diretor e o público.

No Brasil, o filme vai ao ar no canal a cabo HBOwatson cbetduas partes: a primeira no sábado, 16watson cbetmarço, e a segunda no dia seguinte, a partirwatson cbetquando também ficará disponível na plataformawatson cbetstreaming do canal, a HBO Go.

Sobre o filme, o jornal americano The New York Times disse: "Michael Jackson lança um feitiço. 'Leaving Neverland' o desfaz.".

Michael Jackson e Wade Robson

Crédito, Channel 4

Legenda da foto, No documentário 'Leaving Neverland', Robson (na foto com Michael Jackson) conta que começou a sofrer abusos feitos aos sete anos

A família e os herdeiros do cantor disseram que as acusações são uma "tentativa patéticawatson cbetconseguir dinheiro fácil com o nomewatson cbetMichael Jackson" e entraram com um processo contra os produtores da HBO.

Mas desde que o filme foi lançado no mundo todo, estaçõeswatson cbetrádio no Canadá, na Australia, na Irlanda e na Holanda anunciaram que não iriam mais trocar as músicas do artista.

A BBC precisou esclarecer publicamente que "não faz banimentowatson cbetartistas", depois que foi noticiado que as rádios da BBC tinham retirados as cançõeswatson cbetJacksonwatson cbetsuas playlists.

É possível 'cancelar' Michael Jackson?

Scott Bryan, um dos apresentadores do podcast da BBC Must Watch, foi um dos jornalistas que estavam na estreia do filme no Reino Unido. Ele disse que, depois do filme, apagou todas as músicaswatson cbetMichael Jackson que tinhawatson cbetseu telefone.

Bryan diz que, tendo crescido nos anos 1980, "era difícil não ser fãwatson cbetMichael Jackson", mas que recentemente ouvir ao cantor tem feito ele se sentir desconfortável.

Michel Jackson durante a turnê 'bad'

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Michael Jackson morreuwatson cbet2009, aos 50 anos

"Depoiswatson cbetalguns dias eu estava com meu laptopwatson cbetum café, trabalhando, e por coincidência começou a tocar Michael Jackson", conta ele. "Eu tivewatson cbetcolocar o fonewatson cbetouvido e começar a escutar outra música, porque simplesmente não consegui me concentrar."

Lucy Jones, colunista do jornal britânico Independent, diz que uma "uma ondawatson cbetmudança progressista" contra predadores sexuais tornou difícil ignorar as acusações contra Jackson.

"Relatoswatson cbetabusos parecem muito diferentes depois da campanha #MeToo, contra abusos sexuaiswatson cbetHollywood, e revelaçõeswatson cbetpedofiliawatson cbetinstituições como a Igreja Católica. Nossos olhos foram abertos e tenho mais consciência", escreveu Jones.

Separação do artista e da obra?

No entanto, há muitos que acreditam que é impossível e até indesejável simplesmente banir o cantor ou fingir que seu trabalho nunca existiu – e não só os fãs irredutíveis que ainda acreditam nawatson cbetinocência.

Catherine Strong, da Universidade RMIT, da Austrália, compara o banimento do trabalho do artista com colocar "um pequeno band-aid sobre uma enorme ferida aberta."

Em um texto no site The Conversation, ela defende que a sociedade lide com o problemawatson cbetfrente. A ideia não é separar o artista da obra, mas discutir o problema ao invéswatson cbetsimplesmente deixar as obraswatson cbetlado.

"O abuso sexual na indústria da música é um problema sistêmico, contínuo, que não vai ser resolvido apenas apagando o legado musical", diz ela.

Até porque separar o autorwatson cbetsua obra é uma tarefa complicada quandowatson cbetvida está entrelaçada com seu trabalho. Videoclipeswatson cbetmúsicas como "Smooth Criminal" e "Black or White" abrem com imagenswatson cbetcrianças. A música "Scream",watson cbet1995, é sobre o "sofrimento"watson cbetJackson com o processo civil por abuso sexual que ele sofreuwatson cbet1993, na qual ele se coloca como uma vítimawatson cbetuma acusação injusta.

Para Wesley Morris, crítico do jornal New York Times, o problema no casowatson cbetJackson é o desejo que surge das denúnciaswatson cbetse obter algum tipowatson cbetjustiça.

"Em outros casos do #MeToo, sempre houve um caminho muito claro a ser seguido. Alguém tem que ser demitido, alguém tem que ir pra cadeia, e isso tem acontecido. Alguém consegue 'justiça'", diz ele no podcast The Daily. "Mas isso não pode acontecer aqui. Michael Jackson está morto. O que poderia mudar?"

"Isso é uma tragédia. Não é uma saída satisfatória. Não acho que o jeito certowatson cbetlidar com isso é cobrindo os ouvidos quando você ouve uma música do Michael Jackson", diz ele.

Para Catherine Strong, é possível manter Jackson no rádio. "Mas nunca tocá-lo sem lembrar aos ouvintes das coisas das quais ele é acusado. Façamos o mesmo com outros artistas acusados e culpadoswatson cbetcrimes", diz ela.

Michael Jackson no tribunalwatson cbet2002, durante um julgamento sobre cancelamentoswatson cbetshows

Crédito, LOS ANGELES TIMES/Getty

Legenda da foto, Michael Jackson sempre negou acusaçõeswatson cbetabuso sexualwatson cbetmenores

O diretor do filme, Dan Reed, disse à BBC que os tempos mudaram e que agora estamos menos dispostos a fechar os olhos para problemas do tipo.

"Agora, há um sentimentowatson cbetque quando alguém diz que sofreu um abuso sexual – quer seja uma mulher, uma criança ou um homem – a primeira reação não deve ser ignorar a pessoas, mas ouvir o que ela tem a dizer", disse Reed.

Mas o diretor não defende "reações viscerais" contra o cantor.

"Todo mundo com quem eu conversei que assistiu ao filme disse algo como 'Não acho que consigo ouvir mais as músicawatson cbetMichael Jackson'. Mas eu não acreditowatson cbetbanir músicas ouwatson cbetqueimar livros. Há uma espéciewatson cbetreação visceral agora, mas eu acho que precisamos crescer e ser capazeswatson cbetouvir awatson cbetmúsica – e ao mesmo tempo perceber que ele era um predador pedófilo."

Línea

watson cbet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube watson cbet ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoswatson cbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticawatson cbetusowatson cbetcookies e os termoswatson cbetprivacidade do Google YouTube anteswatson cbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquewatson cbet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdowatson cbetterceiros pode conter publicidade

Finalwatson cbetYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoswatson cbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticawatson cbetusowatson cbetcookies e os termoswatson cbetprivacidade do Google YouTube anteswatson cbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquewatson cbet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdowatson cbetterceiros pode conter publicidade

Finalwatson cbetYouTube post, 2