Por que a Alemanha decidiu investir 42 bilhõesentrar betnacionaleurosentrar betnacionaluniversidades:entrar betnacional

Professor auxilia alunos universitáriosentrar betnacionaluma biblioteca

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Legenda da foto, Ao formar novos pesquisadores e mãoentrar betnacionalobra qualificada, as universidades também são vistas na Alemanha como fundamentais para impulsionar o país no cenário internacional

Neste ano, a importância do ensino superior para o país cresceu também no âmbito orçamentário, com a aprovação recenteentrar betnacionalum pacto que estabelece regras para o financiamento do ensino superior entre 2021 e 2030.

Segundo Alt, a medida garante repasses a longo prazo e cobre lacunas no financiamento do ensino superior gratuito que costumavam ser preenchidas com recursos vindosentrar betnacionalprogramas especiais temporários.

"Nos últimos dez anos, o númeroentrar betnacionalalunos que entram anualmente no ensino superior na Alemanha passouentrar betnacional370 mil para 500 mil. Esse já é um motivo para precisarmosentrar betnacionalmais investimentos".

Mas "as universidades não serão mais recompensadas por apenas aumentarem o númeroentrar betnacionalvagas", afirma Alt.

Para o presidente da associaçãoentrar betnacionalreitores, um dos grandes diferenciais do pacto é inclusãoentrar betnacionalcritérios como númeroentrar betnacionalcalouros,entrar betnacionalegressos eentrar betnacionalconclusõesentrar betnacionalcurso no prazo previsto para a distribuição dos recursos, priorizando assim a qualidade do ensino. Com verba garantida a longo prazo, universidades poderão, por exemplo, contratar mais professores.

Do total estabelecido no pacto, 41,5 bilhõesentrar betnacionaleuros (cercaentrar betnacionalR$ 183 bilhões) serão destinados ao ensino superior, com recursos vindos metade do governo federal e outra metadeentrar betnacionalEstados. Já os 120 bilhõesentrar betnacionaleuros restantes serão aplicadosentrar betnacionalcentrosentrar betnacionalpesquisa não universitários. O total desse valor corresponde,entrar betnacionalmédia, a 2 bilhõesentrar betnacionaleuros a mais por anoentrar betnacionalrelação ao investidoentrar betnacional2019.

Segundo dadosentrar betnacional2017, a Alemanha possui 428 instituiçõesentrar betnacionalensino superior, com maisentrar betnacional2,8 milhõesentrar betnacionalestudantes matriculados. Estima-se que seisentrar betnacionalcada dez jovens alemães entrarão numa universidade. Em 2016, 31% dos alemães entre 25 e 34 anos possuíam curso superior completo.

Em comparação com a Alemanha, o Brasil possui menos universidades (197), porém, mais estudantes matriculados (8 milhões), segundo dados do MECentrar betnacional2016. No país, no entanto, apenas 15% da população entre 25 e 64 anos possuiu ensino superior completo.

De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Alemanha investiu 1,2%entrar betnacionalseu PIB,entrar betnacional2015, no ensino superior. Esse investimento é bem menor ao todo gasto com educação básica, que chegou a 3% do PIB. No Brasil, o cenário foi parecido, o investimentoentrar betnacionalensino básico foientrar betnacional4,2% do PIB e 1,2% no ensino superior.

Segundo os dados mais recentes do Banco Mundialentrar betnacional2015, a Alemanha gastou 4,8% dos seus 3,38 trilhõesentrar betnacionaldólaresentrar betnacionalProduto Interno Bruto (PIB)entrar betnacionaleducação. Deste total, 26% foram destinados ao ensino superior. Já o Brasil gastou 6,2% do PIBentrar betnacional1,8 trilhãoentrar betnacionaldólares, sendo 21,5% do total destinado ao ensino superior.

Crianças correm para entrarentrar betnacionalum edifício, onde está escrito 'Grundschule' (escola primária,entrar betnacionalalemão)

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Legenda da foto, Em 2015, Alemanha investiu 1,2%entrar betnacionalseu PIB,entrar betnacional2015, no ensino superior., menos que o destinado com educação básica, 3% do PIB

A Alemanha gastaentrar betnacionalmédia 10,7 mil dólares (cercaentrar betnacional43,1 mil reais) por ano por aluno do ensino básico, segundo dados da OECD. Já com estudantes do ensino superior esse valor vai para 17,1 mil dólares (68,4 mil reais). O Brasil investeentrar betnacionalmédia pouco mais da metade do que a Alemanha por aluno do ensino básico, apenas 5,6 mil dólares. No ensino superior, também é investido menos (11,7 mil dólares por estudante), mas a discrepância é menor.

A taxaentrar betnacionalempregabilidadeentrar betnacionaljovens entre 25 e 34 anos com diploma no ensino superior na Alemanha chega a 87% e entre aqueles com curso técnico alcança 86%. A diferença do diploma, porém, apareceentrar betnacionalrelação aos salários, que costuma ser 58% maior entre aqueles com curso superior.

De acordo com um panorama do sistemaentrar betnacionaleducação alemãentrar betnacional2018, coordenado pelo Institutoentrar betnacionalAlemão para Pesquisa sobre Pedagogia Internacional, as universidades têm um papelentrar betnacionaldestaque na formaçãoentrar betnacionalfuncionários públicos, principalmente para o setor da educação. Atualmente, o setor público,entrar betnacionalgeral, emprega quase um terço dos formados. Mas o grande empregador continua sendo o setor privado, que absorve 50% dos estudantes que terminam o curso superior.

Na vanguarda

Saíramentrar betnacionaluniversidades alemães as descobertas, por exemplo, do bacilo da tuberculose, do raio-x, da ligação entre o vírus HPV e o câncerentrar betnacionalcolo do útero, da tecnologia para o disco rígido, além da teoria crítica. Mas não só isso, nelas são formados professores, médicos, pesquisadores das mais diversas áreas, artistas e uma grande variedadeentrar betnacionalprofissionais que são fundamentais para o funcionamento da sociedade.

De acordo com Alt, as universidades são fundamentais para o desenvolvimento dinâmico e contínuo do conhecimentoentrar betnacionaltodas áreas, alémentrar betnacionaltrazerem da inovação, por meio da pesquisa, e estimularem a criaçãoentrar betnacionalempresas a partirentrar betnacionalestudos geradosentrar betnacionalseu âmbito. "Nelas são formadas pessoas que buscam soluções e podem resolver problemas", acrescentou.

Barbara M. Kehm, coordenadora do projetoentrar betnacionalpesquisa Futuro das Ciências Humanas, desenvolvido na Universidade Leibnizentrar betnacionalHannover, ressalta o papel das universidades para a produção e mediaçãoentrar betnacionalconhecimentoentrar betnacionaltodas as áreas. "Sem isso não há desenvolvimento e progresso numa sociedade", afirma.

Muito do conhecimento produzido no âmbito acadêmico é aplicado posteriormente na indústria, gerando desenvolvimento e contribuindo para o país se tornasse uma das maiores economias do mundo. Em 2018, a Alemanha ficouentrar betnacionalterceiro lugar no Índiceentrar betnacionalCompetitividade Global, do Fórum Econômico Mundial, somando 82,2, numa escalaentrar betnacionalzero a 100.

Neste mesmo ranking, a Alemanha liderou no quesito inovação, alcançando 87,5 pontos, no geral. O Fórum Econômico Mundial destaca no relatório a inovação como o motor para o crescimento da produtividade e lembra que esse processo tem com umentrar betnacionalseus pilares o desenvolvimentoentrar betnacionalideias.

No estudo, o país é elogiado pelos investimentosentrar betnacionalpesquisa, pela qualidade dos institutosentrar betnacionalpesquisa e pela interação entre aqueles que produzem conhecimento e empresas. A Alemanha fez 99,1 pontos na subdivisão pesquisa e desenvolvimento do quesito inovação.

"O forte desempenho da competitividade global da Alemanha é também explicado por fundamentos muito sólidos, como um ambiente macroeconômico estável e uma população saudável, instruída e altamente qualificada", acrescenta o texto.

Professorentrar betnacionallousaentrar betnacionalmatemática

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Legenda da foto, 'Quem aprende a pensarentrar betnacionalmétodos, a resolver problemas, se comunicar, tomar decisões e produzir rapidamente entendimento a partirentrar betnacionalinformações, pode atuar com sucessoentrar betnacionalvários setores', diz Peter-André Alt

O desenvolvimento econômicoentrar betnacionalum país não depende somenteentrar betnacionalsua economia, mas também está ligado aos seus índices sociais. Kehm acrescenta que na Alemanha as pesquisas contribuem para buscar soluções, não são somente tecnológicas ou para questões ligadas à saúde, mas também para lidar com problemas gerais do país ao focarentrar betnacionaltemas como proteção ambiental, religião, família e instituições sociais.

As universidades públicas são financiadas pelo Estado e não há cobrançaentrar betnacionalmensalidades, algo que a pesquisadora Kehm considera uma vantagem para atrair estudantes estrangeiros, que no futuroentrar betnacionalseus países poderão estreitar as relações com a Alemanha, alémentrar betnacionalgarantirentrar betnacionalum tratamento igualitário a todos, independente da renda familiar.

"A Constituição alemã estabelece o direito à educação gratuita. Além disso, a gratuidade significa um sistema mais justo e melhores chances para todos", acrescenta Kehm.

As universidades e a história alemã

As primeiras universidades alemães surgiram ainda na Idade Média, no final do século 14 e início do 15. Fundadaentrar betnacional1386, a Universidadeentrar betnacionalHeidelberg é a mais antiga do país. Por volta dos anos 1700, havia cerca 40 instituiçõesentrar betnacionalensino superiorentrar betnacionalterritório alemão, atendendo a cercaentrar betnacional8 mil estudantes.

"A Alemanha surgiu como Estado-nação no final do século 19 e as universidades sempre foram consideradas um motor fundamental para o desenvolvimento do Estado e da sociedade", destaca Kehm.

Foi então no século 19, com a fundação da Universidadeentrar betnacionalBerlim,entrar betnacional1810 por Wilhelm von Humboldt, que foram lançadas as bases deste setor que se perpetuaram até os tempos atuais. Os princípios que deveriam reger aquela universidade eram a unidade da pesquisa e ensino, a educação pela ciência, a liberdade da ciência diante interessesentrar betnacionalexploração política ou social e a unidade da ciência sob o teto da universidade, além da independência universitária para solucionar questões internas e acadêmicas e seu financiamento estatal.

Humboldt criou, desta maneira, um marco para transformar a Alemanha numa nação da ciência no século 19 e desenvolveu um modeloentrar betnacionalensino superior que foi exportado e adaptadoentrar betnacionaldiversos países europeus e nos Estados Unidos. Neste período, o númeroentrar betnacionaluniversitários aumentou continuamente. No entanto, as universidades continuavam sendo instituiçõesentrar betnacionalformação exclusiva da elite.

Com a ascensãoentrar betnacionalAdolf Hitler ao poder, as universidades acabaram sucumbindo ao regime nazista entre 1933 e 1945 e à ideologia da extrema direita, obrigando muitos alunos e professores brilhantes, como Hannah Arendt e Albert Einstein, a abandoná-las. A fugaentrar betnacionalcérebros, principalmente para os Estados Unidos, levou o país a perder a posiçãoentrar betnacionalliderança no campo científico que havia conquistado ao longo do século anterior.

Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma expansão do ensino superior e a recuperação dos princípios perdidos durante o regime nazista. Neste período, houve também a popularização das universidades que passaram a receber estudantesentrar betnacionalvárias classes sociais.

No decorrer da história, apesarentrar betnacionalos investimentos no ensino superior variarementrar betnacionaldecorrênciaentrar betnacionalconjunturas econômicas, sempre houve um consenso sobre a importância destes setor. Segundo Alt, após a Reunificação alemã na décadaentrar betnacional1990, houve um períodoentrar betnacionalgrandes cortes pois as universidades da antiga Alemanha Oriental foram integradas neste sistema, mas nos últimos dez anos a situação melhorou bastante.

"Na Alemanha, temos uma consciência geralentrar betnacionalque as universidades são importantes para prosperidade econômica, para o potencial futuro do país, não somente para produção industrial e técnica, mas também para a memória coletiva cultural e para a compreensão da história e sociedade", destaca Alt, que foi reitor da Universidade Livreentrar betnacionalBerlim entre 2010 e 2018.

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