'Aprendendo a aprender': 3 técnicas indicadas por cientistas para qualquer pessoa melhorar nos estudos:bet aff
- Paula Adamo Idoeta - @paulaidoeta
- Da BBC News Brasilbet affSão Paulo

Crédito, Getty Images
Neurociência nos dá pistasbet affcomo o cérebro absorve melhor a informação, o que pode nos tornar melhores aprendizes
bet aff A volta às aulas bet aff às vezes é encarada com desânimo por muitos alunos, diante das dificuldadesbet affaprender conteúdos difíceis ou se preparar para exames importantes, como o Enem.
Mas será que há jeitos mais eficientesbet affestudar ebet affaprender, diferentes daqueles a que recorremos sempre?
Um livro recém-lançado no Brasil coloca issobet affdiscussão. Aprendendo a Aprender para Crianças e Adolescentes - Como se Dar Bem na Escola (editora Best Seller) foi feito por três pesquisadores: a PhD Barbara Oakley, professorabet affEngenharia na Universidade e Oakland (EUA) e pesquisadorabet affpsicologia cognitiva, o PhD Terrence Sejnowski, especialistabet affneurociência e neurobiologia computacional, e Alistair McConville, diretorbet affaprendizagem e inovaçãobet affuma escola britânica.
Oakley é a criadorabet affum curso online gratuitobet affmesmo nome ("Aprendendo a aprender") que foi um dos mais populares da plataforma Courserabet aff2018, com maisbet aff1,7 milhãobet affpessoas inscritas. A pesquisadora ensina a tirar melhor proveito da forma como o cérebro registra informações, com basebet affevidências científicas.
A experiência vem dela própria: como má alunabet affmatemática e ciências na escola, Oakley se dedicou a aprender essas disciplinas mais tarde na vida porque percebeu que com elas poderia melhorar suas perspectivas profissionais. O caminho para isso, diz, foi se tornar uma "boa aprendiz" e "mudar seu cérebro".
A seguir, a BBC News Brasil seleciona técnicas sugeridas por ela e os demais pesquisadores do livro, que podem ser úteis para alunosbet affqualquer idade — ebet affqualquer tipobet affestudo.
1. Empacoubet affum exercício?
Nosso cérebro, diz Oakley, trabalhabet affdois jeitos diferentes, que se complementam no aprendizado: o modo focado (quando estamos prestando atenção a um exercício, a um filme ou ao professor, por exemplo) e o modo difuso (quando o cérebro está relaxado).

Crédito, Getty Images
Se você empacarbet affum exercício ou atividade, dê tempo a seu cérebro - seja com uma pausabet affcinco a dez minutos, seja alternando entre exercícios
"Acontece que o cérebro precisa alternar entre o modo difuso e o focado para aprenderbet affforma efetiva", explica a cientista. Ou seja, relaxar a mente muitas vezes permite encontrar soluções para problemas — é o motivo pelo qual às vezes temos boas ideias durante caminhadas ou depoisbet affuma boa noitebet affsono, quando o cérebro entra no modo difuso.
Então, se você empacarbet affum exercício ou atividade, mesmo tendo entendido a explicação inicial (o que é fundamental para seguir adiante), Oakley diz que é preciso dar ao cérebro a chancebet affsair do modo focado e entrar no difuso, seja com uma pausabet affcinco a dez minutos para fazer outra coisa, seja alternando entre exercícios.
"Quando você estiver empacadobet affum exercíciobet affmatemática, o melhor a fazer é mudar o foco e estudar um poucobet affgeografia. Assim, você conseguirá avançar quando voltar à matemática", sugere Oakley.
"Se você sempre fica empacadobet affuma disciplina, comece por ela quando for estudar. Assim, consegue alternar com outras tarefas ao longo do dia (e dá ao cérebro a chancebet affalternar). Não deixe o mais difícil para o fim, pois você já estará cansado e sem tempo para a aprendizagem difusa."
A propósito, enquanto Oakley defende a alternânciabet affatividades para manter o cérebro eficiente, ela é contra o multitasking — fazer muitas coisas ao mesmo tempo, por exemplo, ficar no WhatsApp enquanto estuda. "É um erro. Só conseguimos focarbet affuma coisa por vez", diz ela. "Quando mudamos o focobet affatenção, perdemos energia mental e nosso desempenho piora."
2. Costuma deixar estudos e tarefas para a última hora?
A estratégia que os especialistas sugerem para evitar a procrastinação requer um despertador (ou qualquer outro tipobet afftemporizador) e uma "recompensa":
- Desligue todas as distrações (celular, TV etc.) e marque o temporizador para 25 minutos. Concentre-se na tarefa o máximo que puder, sem alternar com outra. Não pare para comer e rejeite interrupções;

Crédito, Getty Images
Estudobet affúltima hora não dá ao cérebro a chancebet affconsolidar o aprendizado - e a tendência é você esquecer tudo o que estudou
- Depois dos 25 minutos, dê a si mesmo uma recompensa (como assistir a um vídeo engraçado, ouvir uma música, brincar com o cachorro etc.) por cinco ou dez minutos. O anseio pela recompensa vai ajudar o cérebro a manter o foco nos 25 minutosbet affestudo. Isso vai colocá-lobet affmodo difuso e o ajudará a descansar, para então retomar o aprendizado com mais eficiência.
A sugestão é fazer esse procedimento quantas vezes forem úteis ao longo do dia para manter a motivação.
Explicar a um amigo ou escrever pontos-chave do aprendizado também ajudam o cérebro a guardar informações.
Mas talvez você se pergunte: para que estudar na segunda-feira se a prova é só na sexta? Oakley explica que deixar tudo para a última hora atrapalha o cérebro na horabet affaprender.
Aprender, na prática, consistebet affcriar novas (ou mais fortes) correntes cerebrais. Quanto mais nos dedicamos a coisas novas, mais criamos correntes no cérebro. Quanto mais praticamos essas coisas e acrescentamos complexidade ao aprendizado, mais fortes e compridas ficam essas correntes.
Se você deixa o estudo para a última hora, não dá tempo para o seu cérebro fortalecer as correntes cerebrais — ou seja, para aprenderbet afffato. O cérebro precisa, inclusive,bet affnoitesbet affsono para "ensaiar o que aprendeu durante o dia".
"Tempo e treino trabalham juntos para ajudá-lo a consolidar as ideias no seu cérebro. Se o tempo é curto, você não consegue criar novas estruturas no cérebro e ainda perde energia preocupando-se com isso", agrega Oakley.
"Quando aprendemos algo novo, precisamos revisar logo, antes que as espinhas dendríticas e as conexões sinápticas (termos técnicos que se referem à atividadebet affnossos neurônios durante a aprendizagem) comecem a desaparecer. Se elas desaparecerem, temosbet affcomeçar o processobet affaprendizagem todo novamente."
3. Esquece facilmente o que leu e aprendeu?
É comum a gente entender o conteúdobet affaula, mas esquecê-lo quando vai estudá-lobet affcasa. Ou sublinhar o textobet affum livro, mas mesmo assim não guardar na cabeça o que está escrito nele.
É que quando não praticamos o conteúdo, não focamos profundamente ou não damos tempo para ele ser assimilado, as conexões entre os neurônios do cérebro relacionadas àquele conhecimento podem facilmente desaparecer.

Crédito, Getty Images
Olhou a soluçãobet affum exercíciobet affmatemática e acha que entendeu o conceito? Então pratique-o. Apenas ler a solução não vai consolidar o entendimento no seu cérebro
"Não se engane: quando você apenas lê suas anotações, a informação não entra na cabeça", diz a autora.
Para isso, Oakley ensina uma técnica chamadabet aff"recordar ativamente", que significa trazer ideias-chavebet affvolta à mente.
Funciona assim: leia com calma o texto e anote, na margem oubet affoutro papel, uma ou outra ideia que você achar crucial no texto. Agora, o mais importante: depoisbet affler alguns trechos, tire os olhos do livro e veja se consegue lembrar, sem olhar, as ideias-chave que anotou. Repita-as nabet affmente oubet affvoz alta.
Depois, tente lembrar a mesma informaçãobet affhorários e lugares diferente — outra forma interessantebet afffixar a informação na nossa cabeça.
"Pesquisas mostram que recordar ativamente durante estudos garante resultados melhores na prova", diz o livro. Isso porque "a técnica não apenas coloca a informação na memória, como constrói o entendimento".
Dicas finais:
- Antesbet affdormir, faça anotações ou repense sobre o que aprendeu no dia. "Isso abastece seus sonhos ebet affaprendizagem", diz o livro;
- Olhou a soluçãobet affum exercíciobet affmatemática e acha que entendeu o conceito? Então pratique-o. Apenas ler a solução não vai consolidar o entendimento no seu cérebro;
- Não estude com a TV ligada. O som captura parte dabet affatenção, mesmo que você não esteja efetivamente prestando atenção na tela. A mesma ideia vale para o celular, que "rouba" as correntes cerebrais que deveriam estar focando nos estudos;
- Dormir bem (constantemente, e não só no fimbet affsemana) ajuda a consolidar o que você já aprendeu e a abrir espaço para aprendizados novos;

Crédito, Getty Images
É durante o sono que o cérebro consolida o que aprendemos durante o dia
- Exercício físico faz novos neurônios crescerem, alémbet affproporcionar momentos ótimos para estimular o modo difuso do cérebro, essencial ao aprendizado;
- Comida saudável e nutritiva, como frutas e vegetais, melhora a capacidade do cérebrobet affaprender e recordar.
Barbara Oakley diz que sempre tivemos interessebet affmelhorar nosso aprendizado — a diferença é que agora conseguimos usar a neurociência a nosso favor.
"Durante séculos, tivemos pouco conhecimento sobre como o cérebro realmente aprende", diz a pesquisadora por e-mail à BBC News Brasil. "Com a neurociência moderna, isso mudou. Por exemplo, podemos ver o que está acontecendo no cérebro, (mostrando que) reler e sublinhar são tão ineficientes se comparados com técnicas ativas, como relembrar, que promovem crescimento neural. Quando você entende como seu cérebro trabalha durante o aprendizado, é muito mais fácil usá-lobet affmodo mais eficiente e evitar técnicas que não funcionem."
Mas ela lembra que isso não dispensa um esforço individual.
"Como o bom aprendizado é geralmente mais difícil, nossa tendência às vezes é cair nas 'ilusõesbet affaprendizado',bet afffazer as coisas do jeito fácil. Por exemplo, reler a páginabet affum livro e achar que pegamos as ideias principais, mas não pegamos. Ou olhar a soluçãobet affum exercício e achar que entendemos como resolvê-lo, mas não entendemos. (...) Se você souber como usar seu cérebro com mais eficiência, vai economizar muito tempo, evitar muita frustração e expandir seus horizontesbet affaprendizado — até mesmo para matérias para as quais você acha que não tem aptidão."

bet aff Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube bet aff ? Inscreva-se no nosso canal!
Conteúdo não disponível
Veja maisbet affYouTubeA BBC não se responsabiliza pelo conteúdobet affsites externos.Finalbet affYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbet affautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabet affusobet affcookies e os termosbet affprivacidade do Google YouTube antesbet affconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebet aff"aceitar e continuar".
Finalbet affYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbet affautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabet affusobet affcookies e os termosbet affprivacidade do Google YouTube antesbet affconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebet aff"aceitar e continuar".
Finalbet affYouTube post, 3




