O estudantepoker 6 maxmedicina que morreupoker 6 maxsarampo:poker 6 max
- Tim Whewell, Kateryna Shypko e Diana Kuryshko
- BBC World Service

Crédito, Oksana Butenko
Serhiy Butenko morreu subitamente aos 18 anos vítimapoker 6 maxuma doença completamente evitável
poker 6 max Até recentemente, as autoridadespoker 6 maxsaúde pública acreditavam ter praticamente eliminado o sarampo da Europa. Mas agora, os casos da doença potencialmente mortal estão aumentando devido a uma forte queda nas taxaspoker 6 maxvacinação.
O país mais atingido é a Ucrânia, que sofre a pior epidemiapoker 6 maxsarampo do mundo, com maispoker 6 max100 mil casos desde 2017.
No outonopoker 6 max2017, Oksana Butenko se despediu do filho adolescente, Serhiy, quando ele saiupoker 6 maxcasa para estudar medicina na universidade.
Dezoito meses depois,poker 6 maxfevereiro deste ano, ela levou o corpo do filhopoker 6 maxvolta para casa, no oeste da Ucrânia,poker 6 maxum caixão.
O jovem que planejava dedicar a vida a curar doenças morreu subitamente aos 18 anos, vítimapoker 6 maxuma doença que as autoridadespoker 6 maxsaúde dizem ser completamente evitável - o sarampo, que até alguns anos acreditava-se estar praticamente erradicado na Europa.

Crédito, Oksana Butenko
Serhiy Butenko morreupoker 6 maxpneumonia provocada por sarampo

"Ele era um menino brilhante", diz Oksana, do ladopoker 6 maxfora da pequena igrejapoker 6 maxcúpula prateada onde o velório do filho foi realizado.
"Ele era a coisa mais preciosa da minha vida. O sonho dele era ser médico, ele vivia para isso."
"Eu não sei por que isso aconteceu. Lembro da minha infância, todo mundo pegou sarampo, mas todo mundo se recuperou."
O sarampo é uma doença altamente contagiosa da qual a maioria das pessoas se recupera após algumas semanaspoker 6 maxfebre e erupção cutânea desagradável. Mas,poker 6 maxalguns casos - um ou doispoker 6 maxcada mil -, pode levar a complicações fatais, mais comumente pneumonia.
Serhiy morreupoker 6 maxpneumonia provocada por sarampo após vários dias internado no Centropoker 6 maxTerapia Intensiva (CTI), com a infecção consumindo seus pulmões, incapazpoker 6 maxrespirar sem ventilação artificial.
Ele foi uma das 39 pessoas que morrerampoker 6 maxsarampo na Ucrânia desde o início do surto atual,poker 6 max2017.
O sarampo está avançandopoker 6 maxtoda a Europa - o númeropoker 6 maxnovos casos triplicou no ano passado, chegando a 82.596. A maioria deles está concentrado na Ucrânia, onde 53.218 pessoas contraíram a doença.
O Brasil vinhapoker 6 maxuma sequênciapoker 6 maxzero casospoker 6 max2015, 2016 e 2017 -poker 6 max2016, inclusive, ganhou um certificado da Organização Mundial da Saúde (OMS)poker 6 maxeliminação do sarampo.
Mas, então, veio 2018: 10.262 casos. No boletim mais recente do Ministério da Saúde, divulgadopoker 6 maxjunho, o Ministério da Saúde confirmou que houve 123 casos no país neste ano - mostrando uma tendênciapoker 6 maxqueda acentuadapoker 6 maxrelação ao ano anterior.

A Ucrânia teve um aumento no númeropoker 6 maxcasospoker 6 maxsarampo nos últimos dois anos
"Temos essa tempestade perfeita que aconteceu nos últimos 40 anos e culminou no problema que temos agora", diz a ministra da saúde do país, Ulana Suprun. Ela está se referindo ao declínio drástico na proporçãopoker 6 maxpessoas que estão protegidas contra o sarampo pela vacinação.
Até aproximadamente 2001, diz ela, a Ucrânia importava cepaspoker 6 maxvírus da vacina contra sarampo da Rússia que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou posteriormente ser ineficaz.
Como resultado, "cercapoker 6 max44% dos casospoker 6 maxsarampo na Ucrânia sãopoker 6 maxadultos - que achavam que haviam sido vacinados, mas a vacina não era eficaz".
Houve um problema com a cadeiapoker 6 maxrefrigeração - a vacina precisa ser mantida na condição térmica adequada para permanecer eficaz.
Em meio ao colapso econômico que se seguiu à dissolução da União Soviéticapoker 6 max1991, com hospitais mal equipados e fornecimentopoker 6 maxenergia incerto, a vacina nem sempre foi mantida na temperatura correta.

Oles Pohranychny: a desconfiança da vacinação reflete um mal-estar mais amplo na sociedade
Mas há um problema ainda maior do pontopoker 6 maxvista psicológico. Com o passar dos anos, cada vez mais gente se recusou a tomar vacina e a imunizar os filhos.
"É uma questãopoker 6 maxconfiança", diz Oles Pohranychny, diretorpoker 6 maxuma escola primária particular na cidadepoker 6 maxLviv, na Ucrânia.
Dois anos após a epidemia, apenas metadepoker 6 maxseus alunos eram vacinados contra o sarampo.
"A vacina é algo que eu tomo, e acredito que vai me proteger contra algo. Agora nossa escola tem filhospoker 6 maxpais que nasceram na décadapoker 6 max1990, quando ninguém acreditavapoker 6 maxnada. Nempoker 6 maxuns ao outros, nem na medicina, nem no Estado."
"Em toda a antiga União Soviética, houve um períodopoker 6 maxtransiçãopoker 6 maxuma sociedade paternalista para uma sociedadepoker 6 maxque você é responsável por si mesmo - mas você não sabe como ser responsável por si mesmo. Todo mundopoker 6 maxvolta estava mentindo - é o que as pessoas pensavam nos anos 1990."
"Você tinha que ter o punho cerrado e não confiarpoker 6 maxninguém. Caso contrário, você era um perdedor. A confiança era para os perdedores", acrescenta.
Suprun, ministra da Saúde, responsabiliza a imprensa e os políticos por incentivar o clima antivacinação, principalmente após um incidente amplamente divulgadopoker 6 max2008, quando um estudante chamado Anton Tishchenko morreu pouco depoispoker 6 maxser imunizado contra o sarampo - apesarpoker 6 maxo relatório médico ter mostrado quepoker 6 maxmorte não estava relacionada à vacina.

Na esteira dessa tragédia, as taxaspoker 6 maxvacinação caíram tão drasticamente que,poker 6 max2016, apenas 31% da população estava imunizada pela MMR, vacina que protege contra sarampo, caxumba e rubéola - o nível mais baixopoker 6 maximunização no mundo, menor até do que na África, como Suprun destacou.
A OMS recomenda que 95% das crianças sejam imunizadas com a vacina MMR para atingir o nívelpoker 6 maximunidadepoker 6 maxrebanho,poker 6 maxque todas as crianças - vacinadas e não vacinadas - estão protegidas contra sarampo, caxumba e rubéola.

Soldados ucranianos fazem fila para serem vacinados
Suprun diz que mesmo atualmente ela luta contra uma ondapoker 6 maxdesinformação.
"Nós temos políticos tentando obter votos dizendo que você não precisa ser vacinado, que é tudo uma grande trama dos governos ocidentais para tentar controlar a mente das nossas crianças, que a vacina é um grande plano das empresas farmacêuticas para entrar e fazer muito dinheiro na Ucrânia. Infelizmente, mesmo com 39 mortes, é difícil convencer as pessoaspoker 6 maxque este é um problema real."
A mortepoker 6 maxSerhiy Butenko abalou, no entanto, seus colegas na Vinnitsa Medical University, na região central da Ucrânia.
"Houve uma sensaçãopoker 6 maxvazio", diz Oleh Yefymenko, chefe do conselho estudantil. "Muita gente conhecia ele, realmentepoker 6 maxhistória mexeu com todo mundo."
O histórico médico mostra que Serhiy havia sido vacinado quando tinha um ano e seis anospoker 6 maxidade, conforme recomendam as autoridadespoker 6 maxsaúde. Mas a imunização não foi suficiente para protegê-lo, porque ele pegou o vírus do sarampo logo após adoecer com outra doença viral - mononucleose, também conhecida como febre do beijo.
"A mononucleose enfraqueceu o sistema imunológico dele,poker 6 maxmodo que não era capazpoker 6 maxcombater adequadamente o vírus do sarampo", explica a médica Alexandra Popovich, que supervisionou o tratamentopoker 6 maxSerhiypoker 6 maxseus últimos dias.
É possível que ele estivesse mais protegido se tivesse tomado um reforço recente da vacina.
Mas a lição mais importante a ser tirada da tragédia, diz Popovich, é que Serhiy não teria morrido se não tivesse sido exposto ao sarampo, se o nível da imunidadepoker 6 maxrebanho na população estivesse alto o suficiente.
Após a mortepoker 6 maxSerhiy, muitos colegas dele correram para se vacinar, conta o líder estudantil Oleg Yeminenko.

Oleh Yefymenko diz que a mortepoker 6 maxSerhiy chocou outros alunos da universidade
Mas como estudantespoker 6 maxmedicina, futuros médicos, não tinham pensado nisso antes? Na ocasião, o país já estava enfrentando surtopoker 6 maxsarampo havia aproximadamente dois anos.
A diretoria da universidade afirmou à BBC que realizou uma grande campanha no ano passado para incentivar os alunos a se vacinarem, alcançando uma taxapoker 6 maximunizaçãopoker 6 maxmaispoker 6 max98%.
Segundo a instituição, os estudantes aprendem sobre vacinação "do pontopoker 6 maxvista da medicina baseadapoker 6 maxevidências, estudando imunologia, dados estatísticos, contraindicações e consequências".
Mas Kateryna Bulavinova, do Unicef, agência da ONU para as crianças, que tem ajudado o governo ucraniano na luta contra o sarampo, diz que a mortepoker 6 maxSerhiy Butenko mostrou que os reitores das universidades não estão fazendo o suficiente,poker 6 maxuma maneira geral, para proteger os estudantes.
"Na minha opinião pessoal, esta é uma situação horrível porque era evitável", afirma.
"Para mim, é um grande mistério, porque é o terceiro anopoker 6 maxsurto na Ucrânia com estatísticas significativaspoker 6 maxpessoas que pegaram sarampo. Mas ainda assim os reitorespoker 6 maxtodas as universidadespoker 6 maxmedicina não se posicionaram no que diz respeito à proteção dos estudantes."
"A principal questão époker 6 maxrelação aos próprios profissionaispoker 6 maxsaúde. Temos cada vez mais jovens médicos que não têm ideia sobre imunização, ou duvidam da imunização, ou são contra a imunização".
Ulana Suprun, ministra da saúde, também acredita que os próprios médicos são os principais propagadorespoker 6 maxdúvidaspoker 6 maxrelação às vacinas.

Alguns médicos na Ucrânia aprendem que não vacinar é benéfico para as crianças no longo prazo
Ela diz que alguns estudantespoker 6 maxmedicina aprendem que as vacinas não são necessárias. A justificativa é baseada na crençapoker 6 maxque é melhor para uma criança contrair a doença, porque estaria imunizada assim pelo resto da vida.
"Quando você tem acadêmicos nesse nível ensinando aos novos médicos que eles não precisam vacinar as crianças, isso realmente gera confusão", diz Suprun.
"Temos professores que acreditam que a vacinação contra o sarampo durante a temporada da gripe,poker 6 maxoutubro a maio, por exemplo, é um procedimento perigoso, porque causará imunossupressão. Isso é um mito, é uma informação falsa. É perigoso para o país", afirma Fedir Lapiy, consultorpoker 6 maximunização do governo.
Suprun diz que não é possível acabar com a desinformação por parte dos profissionaispoker 6 maxsaúde e acadêmicos da área médica porque as universidades são independentes e atualmente não há meiospoker 6 maxretirar as qualificações profissionais. Mas um sistema para conceder licença a médicos, que tornará isso possível, está sendo introduzido agora.

Fedir Lapiy diz que alguns acadêmicos estão espalhando mitos sobre a vacinação
Ela diz que muitos dos problemas que levaram à epidemia estão sendo superados. As vacinas são obtidas pelo Unicef, que ajudou o governo a visitar hospitais e clínicas para garantir a manutenção da cadeiapoker 6 maxrefrigeração.
"As vacinas que foram dadas no último ano ou nos últimos dois anos, sabemos que funcionam", diz ela. "Vacinamos no ano passado maispoker 6 max900 mil pessoas e não tivemos nenhuma morte ou complicações sérias decorrentes da vacina."
As brigadaspoker 6 maxvacinação itinerantes percorreram as regiões mais atingidas pela epidemia para imunizar as crianças que não tinham sido vacinadas. A vacinação gratuita também está disponível para todos os adultos agora.
No ano passado, 90% das criançaspoker 6 maxum ano e seis anos foram vacinadas contra o sarampo. Mas ainda resta uma enorme quantidadepoker 6 maxcrianças e adultos que não foram vacinados no momento certo nos anos anteriores.
E o Unicef estima que até 30% dos certificadospoker 6 maxvacinação podem ser falsificados.
"Quando os pais são informados que é necessário vacinar os filhos para que frequentem a escola, eles vão aos médicos e, infelizmente, compram certificadospoker 6 maxvacinação", explica Suprun.
Na regiãopoker 6 maxLviv, a mais atingida, ela conta que "quando fomos ao departamentopoker 6 maxsaúde (regional) e perguntamos quantas crianças precisariam ser vacinadas, nos disseram quepoker 6 maxacordo com os registros eram 22 mil".
"Mas quando fomos às escolas, e verificamos quais registros eram verdadeiros, descobrimos que 50 mil crianças precisavam ser vacinadas, porque 28 mil tinham certificadospoker 6 maxvacinação falsos."

A ativista Veronika Sidorenko não vacinou os filhos
Por lei, as crianças ucranianas têm que ser vacinadas contra certas doenças, incluindo sarampo, para frequentar escolas públicas. Mas a legislação nem sempre é respeitada, e também é contestada por alguns pais, incluindo Veronika Sidorenko, fundadorapoker 6 maxum movimento chamado "Vacinação - Liberdadepoker 6 maxEscolha" (em tradução livre).
Os três filhos dela não são vacinados.
"Quando comparei o riscopoker 6 maxcontrair a doença, contra a qual nós vacinamos, e o risco das consequências da imunização, decidi não vacinar", diz ela.
De acordo com a OMS, o riscopoker 6 maxsofrer uma reação alérgica grave ao vírus do sarampo époker 6 maxumpoker 6 maxcada um milhão. Mas Veronika desconfia das estatísticas da OMS. Ela acha que a campanha pela vacinação universal é impulsionadapoker 6 maxparte pelo lobby da indústria farmacêutica.
"Se tivéssemos pesquisaspoker 6 maxlarga escala - digamos mil crianças não-vacinadas e mil vacinadas, e pudéssemos traçar suas vidas até os 50 anos - poderíamos afirmar que [a vacinação previne surtospoker 6 maxsarampo]. Mas nós não temos isso e ninguém vai fazer isso, então acredito que não podemos dizer com certeza."
Quando questionada sobre o fatopoker 6 maxque suas escolhas estão colocando outras criançaspoker 6 maxperigo, ela diz não acreditarpoker 6 maximunidade coletiva.
Enquanto isso, a epidemia na Ucrânia continua a se alastrar, com quase tantos casos novos registrados nos últimos seis meses quantopoker 6 maxtodo o ano passado. A 39ª vítimapoker 6 maxcomplicações decorrentes do sarampo morreu neste mês.
"Esta é a era dos iPhones epoker 6 maxtodos os tipospoker 6 maxtecnologiapoker 6 maxponta", diz Kateryna Bulavinova, do Unicef.
"Ter um número tão altopoker 6 maxpessoas morrendopoker 6 maxuma doença completamente evitável é horrível."

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