A postagem que quase arruinou a vidaroleta paypaluma mulher — e o que ela revela dos perigos da internet:roleta paypal
Uma corretoraroleta paypalimóveis nos Estados Unidos teveroleta paypalvida viradaroleta paypalcabeça para baixo por causaroleta paypaluma postagem na internetroleta paypalque era denunciada como uma "destruidoraroleta paypallares" flagrada por uma cliente tendo relações sexuais com o marido desta.
O conteúdo do post tinha sido fabricado, mas causou grande estrago na vida da corretora, a polonesa-americana Monika Glennon,roleta paypalespecial na carreira profissional. Ela passou dois anos tentando retirar o conteúdo danoso da internet e descobrir quem estaria por trás da postagem.
A descoberta do autor, e, principalmente, das razões que o levaram a atacar Glennon, são chocantes e servemroleta paypalalerta para os perigos a que estamos sujeitos na internet, um lugarroleta paypalque pessoas não se veem, não se conhecem e muitas vezes fazem imagens umas das outras atravésroleta paypalalguns poucos comentários escritos.
A incrível históriaroleta paypalMonika Glennon, contadaroleta paypalum episódio do podcast Que História!, da BBC News Brasil, mostrou que esse é um mundoroleta paypalque qualquer pessoa com um ressentimento e um teclado pode destruir a vida.

Crédito, Rich Ortiz
roleta paypal Como ouvir o podcast
A primeira temporadaroleta paypal'Que História!' terá dez episódios, produzidos e apresentados por Thomas Pappon, que serão disponibilizados semanalmente nas principais plataformasroleta paypalpodcast, como Apple, Spotify, Overcast e Castbox.
Há várias plataformas e apps que oferecem assinaturas do podcast — o que permite que cada novo episódio seja baixado automaticamenteroleta paypalseu dispositivo ou computador assim que for disponibilizado (toda sexta-feira, às 06h00roleta paypalBrasília).
Há também apps leitoresroleta paypalcódigos RSS.
Alguns links para o 'Que História!'roleta paypalplataformasroleta paypalpodcast:
Para acessar feeds RSSroleta paypaldispositivos móveis, é preciso baixar um app leitorroleta paypalRSS; para acessá-losroleta paypaldesktop, é preciso instalar uma extensão para navegadores como Chrome ou Mozilla Firefox.
Ouça também o episódio #1, sobre o caso D.B Cooper.

Crédito, Rich Ortiz
'Você temroleta paypalver isso!'
Monika Glennon nasceu na Polônia. Fez faculdade nos Estados Unidos, gostou do país e resolveu ficar por mais um tempo. Acabou se casando com um militar americano. Teve dois filhos, hoje já adultos e trabalhando, e vive, já há maisroleta paypal12 anos,roleta paypalHuntsville, Alabama, onde sempre trabalhou como corretorroleta paypaluma imobiliária.
Levava uma vida tranquila, típicaroleta paypalclasse média alta. "Não éramos ricos, mas felizes", disse elaroleta paypaldepoimento ao programa Outlook da BBC.
Tudo ia bem, até uma fatídica manhãroleta paypalsetembroroleta paypal2015.
"Meu celular começou a tocar muito cedo", contou Glennon. "Era minha chefe, dizendo para eu olhar as mensagens que ela tinha me enviado, que alguém tinha escrito algo ruim sobre mim. Pensei que fosse uma crítica no site da empresa, eu já trabalhava havia vários anos como corretora e sabia que não era perfeita. Posso ter tido um dia ruim, algum cliente ficou insatisfeito e fez uma postagem me criticando."
"Minha chefe se referia a uma postagem no Facebook da imobiliária. Ela dizia: 'Você tem que ver isso!'."
A postagem no Facebook da imobiliária tinha um link para a páginaroleta paypalum site. "Comecei a ler, e acho que entreiroleta paypalestadoroleta paypalchoque. Não acreditava, era horrível! Era uma história contada por uma suposta cliente minha, para quem eu teria mostrado oito casas. Ela diz que ela e o marido estavam bem satisfeitos comigo. Mas teve um diaroleta paypalque ela queria ver uma casa, mas não podia, tinha uma reunião, e mandou o marido sozinho. Essa reunião teria sido canceladaroleta paypalúltima hora, e ela decidiu pegar o carro e acompanhar a visita."
"Ela diz (no post) que, quando chegou lá, olhou a parteroleta paypalbaixo, a sala, a cozinha, estava gostando muito da casa, mas quando subiu, deuroleta paypalcara comigo e com o marido dela tendo relações sexuais no chãoroleta paypalum quarto. Ela dá detalhes gráficos. Diz que pegou os dois pelados sobre um carpete branco, que tirou fotos, e que, mais tarde, graças a essas fotos, conseguiu um divórcio."

Crédito, dem10/Getty
"Ela termina o texto dando os meus contatos e fazendo um alerta dirigido a mulheres: para que não me contratem nunca como corretora, porque eu seria 'inimiga das mulheres decentes'. E colocou minha foto na postagem, a foto que usava profissionalmente. Era uma história totalmente fabricada. Eu fiquei petrificada. Quase desmaiei."
'Comecei a andar armada'
O texto tinha sido publicado originalmente num site chamado shesahomewrecker.com ("ela é uma destruidoraroleta paypallares.com",roleta paypaltradução livre)roleta paypalque são postadas denúncias sobre mulheres que supostamente seduziram maridos alheios. Um internauta chamado Ryan Baxter, provavelmente um nome falso, tinha enviado o link para esse texto a todos os contatosroleta paypalGlennon no Facebook, para o marido dela e também para os dois filhos.
"Acordei meu marido mostrei a postagem para ele. Ele ficou furioso. Mas ele nunca duvidouroleta paypalmim, me conhece bem. 'Ela não tem tempo para isso', ele dizia", conta Glennon.
"Meus amigos também,roleta paypalmomento algum, pensaram que aquilo poderia ser verdade. E mesmo sabendo que não era verdade, eu comecei a questionar minha sanidade, a me perguntar se teria sido possívelroleta paypaleu ter apagado algo da minha memória. Engraçado como a mente viaja. E fiquei com muita raiva. Como pode uma pessoa fazer uma coisa dessas?"
Glennon não conseguia imaginar quem, entre seu clientes ou conhecidos, poderia estar por trás da história falsa no site e da repostagem dela no Facebook. Ela vasculhou seus emails, tentou encontrar algum pontoroleta paypalconflito, que indicasse talvez um rancorroleta paypalalgum cliente. Chegou a pensar que talvez fosse um golpe baixoroleta paypalempresas competidoras ouroleta paypalalguma pessoa invejosa.
Ela achava que a verdade logo viria à tona e que poderia seguir comroleta paypalvida. Mas Glennon subestimou a forçaroleta paypaluma história falsa espalhada pela internet.

Crédito, City of Huntsville
"Por mais moderna que seja a cidaderoleta paypalHuntsville, ela fica no 'Bible Belt' (o chamado 'cinturão da Bíblia', como é conhecida a região no sudeste dos EUA que engloba vários Estadosroleta paypalque evangélicos conservadores exercem grande influência sobre a sociedade). Adultério? Não pode! Meus clientes começaram a sumir. Os únicos telefonemas que recebia eramroleta paypalhomens sinistros que ficavam respirando alto no telefone. Eles ligavam porque meus dados ainda estavam na internet. Eu não queria tirar os contatos, meu trabalho depende da internet.
A história começou a circular e a ser compartilhada. Segundo Glennon, apareceram versões ainda mais explícitas. "Tentei tirar essas postagens, mas sempre que solicitava isso a algum site, não acontecia nada. E mais homens ligavam me convidando pra sair. Eu estava com muito medo. Pusemos sistemasroleta paypalvigilância na casa. E eu comecei a andar armada."
'Nazista disfarçada'
Glennon contratou advogados que entraram na Justiça para tentar retirar as postagens da internet e rastrear o autor da postagem original. Demorou um ano, quando os advogados, após várias intimações judiciais, chegaram a um nome: Mollie Rosenblum.
"Era uma total desconhecida, moravaroleta paypalAthens, Alabama, 45 minutos da minha casa", explica Glennon. "Eu só descobri a conexão dela comigo mais tarde. Em 2014, uma estaçãoroleta paypalTV local fez uma reportagem sobre uma adolescente que tinha visitado Auschwitz e tirado selfies sorrindo, o que causou polêmica, muita gente considerou isso uma grande faltaroleta paypalrespeito. Eu vi essa reportagem no site da TV. Era uma meninaroleta paypal18 anos, o pai dela era fanático pela Segunda Guerra, eles sonhavamroleta paypalvisitar o camporoleta paypalconcentraçãoroleta paypalAuschwitz juntos. Mas o pai morreuroleta paypalcâncer, e essa menina foi sozinha, realizar o sonho dos dois. Foi quando tirou essa selfie."
"Havia duras críticas a ela nos comentários, chamando elaroleta paypalnazista. Eu resolvi comentar, escrevi que, aos 18 anos, muitos cometem erros, e que não havia necessidaderoleta paypalxingá-la desse jeito. Mollie Rosenblum, que é judia, também estava participando da discussão, e ficou ofendida com meu comentário. Ela fez uma pesquisa sobre mim na internet, eroleta paypalquestãoroleta paypalpoucas horas, escreveu a história falsa e postou no site shesahomewrecker.com."
Os advogados também descobriram quem era a pessoa que distribuiu a postagemroleta paypalRosenblum entre os amigos e contatosroleta paypalGlennon no Facebook, usando o nomeroleta paypalRyan Baxter. Era uma mulherroleta paypal20 e poucos anos, Hannah Lupian, que vive na Califórnia, e que nunca teve ligação alguma com as duas mulheres. Ela frequentava o site shesahomewrecker.com e aparentemente gostavaroleta paypaldistribuir os textos a parentes e conhecidos das pessoas denunciadas ali.
Os advogados entraramroleta paypalcontato com Mollie Rosenblum. Ela admitiu ter escrito a postagem original e pediu desculpas, mas disse que, se fosse processada, iria a público nas redes sociais para dar explicar as razões que a levaram a criar a história falsa. De fato, alguns meses depois, ela postou no Facebook que tinha inventado a história do adultérioroleta paypalGlennon, mas que tinha feito isso por que esta seria uma antissemita, uma "neonazista disfarçada".

Crédito, kentoh/Getty
"Achei que fosse ter um ataque do coração", contou Glennon. "Já tinham se passado dois anos, eu estavaroleta paypalsaco cheio disso tudo e resolvi entrarroleta paypalcontato com ela. Os meus advogados disseram, 'Você tá louca? Não faça isso!'. Mas foi o que fiz. Convidei ela para um encontro num restauranteroleta paypalAthens, a cidade dela, e ela topou."
'Uma pessoa bem articulada'
No dia do encontro, o maridoroleta paypalGlennon ficou esperando do outro lado da rua, armado, "para qualquer coisa".
"Entrei no restaurante, Mollie estava sentada. Ela começou na defensiva. Perguntou se eu era polonesa. Disse que sim, e ela respondeu 'ah, então você é neonazista'. Eu disse: 'Absolutamente não!'. E comecei a explicar que tinha nascido na Polônia comunista, como era minha família. Ela fez várias perguntas, e respondi a todas elas."
"Depois ela me falou dela, que lê muito, que estuda História. É uma pessoa muito bem articulada. Passamos quatro horas conversando. No final, ela disse que deveria ter me contatado no Facebook, tentado me conhecer antesroleta paypalreagir como reagiu. Ela pediu desculpas, prometeu que tentaria retirar a postagem original e que faria comentários nas páginas que tinham postado a história, dizendo que era mentira e pedindo desculpas. Eu a perdoei, para me sentir melhor e seguirroleta paypalfrente."
Monika Glennon eroleta paypalfamília gastaram maisroleta paypalUS$ 100 mil com advogados e levaram dois anos para que o caso fosse resolvido e julgado. Mollie Rosenblum e Hannah Lupian foram condenadas por difamação e violaçãoroleta paypaldireitos autorais — por causa do uso não autorizado da fotoroleta paypalGlennon — e ordenadas a arcar com os custos do julgamento e uma indenização, um totalroleta paypalUS$ 290 mil.
Até meados deste ano, Glennon não foi ressarcidaroleta paypalum tostão sequer, porque as duas mulheres não têm dinheiro.
Para Glennon, entretanto, foi um alívio saber que a postagem que tanto estrago fez na vida dela "não veioroleta paypaluma pessoa conhecida".
Ela segue tocando a vida, mas quer tirar um proveito positivo da difícil experiência que teve. "Resolvi contar minha história, para que as pessoas saibam dos perigos da internet."

Crédito, Rich Ortiz
roleta paypal Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube roleta paypal ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosroleta paypalautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaroleta paypalusoroleta paypalcookies e os termosroleta paypalprivacidade do Google YouTube antesroleta paypalconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueroleta paypal"aceitar e continuar".
Finalroleta paypalYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosroleta paypalautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaroleta paypalusoroleta paypalcookies e os termosroleta paypalprivacidade do Google YouTube antesroleta paypalconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueroleta paypal"aceitar e continuar".
Finalroleta paypalYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosroleta paypalautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaroleta paypalusoroleta paypalcookies e os termosroleta paypalprivacidade do Google YouTube antesroleta paypalconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueroleta paypal"aceitar e continuar".
Finalroleta paypalYouTube post, 3





