Coronavírus: Os brasileiros que pesquisam vacina contra a covid-19 usando a BCG:plataformas de cassino

plataformas de cassino Existem hoje cercaplataformas de cassino140 projetosplataformas de cassinodesenvolvimentoplataformas de cassinovacinas contra a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre eles, uma iniciativaplataformas de cassinoum grupoplataformas de cassinopesquisadores brasileiros tem como base a vacina BCG contra a tuberculose, já testada e usada por bilhõesplataformas de cassinopessoasplataformas de cassinotodo o planeta.

A pesquisa é feitaplataformas de cassinoconjunto pelas universidades federaisplataformas de cassinoMinas Gerais (UFMG) eplataformas de cassinoSanta Catarina (UFSC), pelo Instituto Butantan,plataformas de cassinoSão Paulo, e pelo Instituto Nacionalplataformas de cassinoCiência e Tecnologiaplataformas de cassinoDoenças Tropicais (INCT-DT). O trabalho tem a colaboração da Universidadeplataformas de cassinoCambridge, no Reino Unido, e do Instituto Karolinska, na Suécia.

Em entrevista à BBC News Brasil, o coordenador do projeto, Sérgio Costa Oliveira, professor titularplataformas de cassinoimunologia da UFMG, explica que o objetivo do trabalho é desenvolver uma vacina dupla, que proteja tanto contra tuberculose como contra a covid-19.

"A ideia é fazer com que a bactéria usada para fazer a BCG (para a primeira doença) produza proteínas — antígenos, como chamamos — do vírus SARS-CoV-2 e com isso imunizar as pessoas contra ele", diz.

A tuberculose é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. A vacina contra ela é feita, no entanto, a partirplataformas de cassinooutra espécie, a Mycobacterium bovis, que, como o nome sugere, ataca bovinos.

"Mas as suas cepas mais virulentas também podem infectar o ser humano", diz Oliveira. "Para fazer o imunizante, ela é atenuada, enfraquecida." Então, ela passa a se chamar bacilo Calmette-Guérin, daí o seu famoso nome, BCG.

O projeto da vacina contra a covid-19 começouplataformas de cassinomarço, baseado nas pesquisas que o grupo realizava anteriormente com a BCG.

Oliveira diz que estudos recentes realizadosplataformas de cassinooutros países demonstraram que indivíduos que foram imunizados contra a tuberculose e que vieram a contrair a covid-19 não desenvolveram a forma mais grave da doença. "Isso sugere que a BCG pode ser utilizada no combate à covid-19, por meioplataformas de cassinouma vacina dupla como nós estamos pretendendo", explica.

Um artigo publicadoplataformas de cassinomaio na revista científica Nature Reviews Immunology aponta que "estudos ecológicos sugerem que países e regiões que obrigam a vacinação da BCG paraplataformas de cassinopopulação têm um númeroplataformas de cassinoinfecções e uma mortalidade reduzida da covid-19. Embora isso possa sugerir um efeito protetor da vacinação da BCG, tais estudos não proveem prova definitivaplataformas de cassinocausalidade".

O Brasil, por exemplo, tem uma alta coberturaplataformas de cassinovacinação pela BCG, e ao mesmo tempo é o 2º país com o maior númeroplataformas de cassinocasos e mortes por covid-19 no mundo - mas isso, segundo especialistas, pode ter relação com a baixa taxaplataformas de cassinoisolamento social, com as desigualdades sociais do país e com a dissonância entre as recomendaçõesplataformas de cassinosaúde feitas por diferentes entesplataformas de cassinogoverno.

Oliveira afirma que os pesquisadores irão clonar genes do novo coronavírus e irão introduzi-los no bacilo Calmette-Guérin, para que ele passe a produzir proteínas do agente causador da covid-19 e, assim, imunizar as pessoas quando elas forem vacinadas.

De acordo com ele, essa abordagem apresenta várias vantagens, dentre as quais duas se destacam.

"A primeira é que o imunizante usado hoje para controle da tuberculose é extremamente seguro", explica.

"Ele já vem sendo utilizado há décadasplataformas de cassinodiversos países e bilhõesplataformas de cassinoindivíduos já foram imunizados sem nenhum efeito colateral ou adverso. Então, a biossegurança dele é uma das grandes vantagens."

Aliado a isso, Oliveira lembra que a BCG está dentro do programaplataformas de cassinovacinação do Ministério da Saúde. "Isto é, nós, brasileiros, já a tomamos normalmente."

Embora o projeto tenha sido aprovado pelo Conselho Nacionalplataformas de cassinoDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a equipe ainda não recebeu os recursos.

"Nós estamos tocando o trabalho com outras verbas, porque sabemos da importância dessa pesquisa", conta Oliveira.

"O que esperamos é que o governo possa ajudar com mais financiamentos para desenvolvimento desse projeto e outros semelhantes,plataformas de cassinocolegas na áreaplataformas de cassinovacinas. Além disso, se o imunizante mostrar efeito positivo e induzir resposta imuneplataformas de cassinoanimais, vamos buscar parcerias com empresas privadas, como indústrias farmacêuticas, para podermos seguir com o projeto para a etapaplataformas de cassinotestesplataformas de cassinoseres humanos."

Segundo Oliveira, a expectativa do grupo éplataformas de cassinoque a nova vacina não seja cara, porque é feitaplataformas de cassinocima da plataforma da BCG já existente, apenas com algumas modificações.

"Não seria uma alteração muito complexa no sistemaplataformas de cassinoprodução", diz.

"Por isso, vislumbramos uma vacina com custo reduzido, que possa atingir as diversas populações tanto do Brasil comoplataformas de cassinooutros países, e que possa também ser facilmente incorporada ao planoplataformas de cassinovacinação anual do Ministério da Saúde."

A BCG hoje é produzida pela Fundação Ataulfoplataformas de cassinoPaiva, no Rioplataformas de cassinoJaneiro, que éplataformas de cassinodireito privado sem fins lucrativos eplataformas de cassinocaráter filantrópico. Conforme mostrou a BBC News Brasilplataformas de cassinojunho, porém, a produçãoplataformas de cassinovacinas pela fundação tem passado por sucessivas interrupções devido a interdições sanitárias e problemasplataformas de cassinogestão, causando nos últimos anos desabastecimento da BCG e falta da oncoBCG no país, esta usada no tratamento para câncerplataformas de cassinobexiga.

"Obviamente se essa vacina BCG-Covid-19 realmente se mostrar efetiva poderá ser produzida lá e tambémplataformas de cassinooutras instituições, como o Instituto Butantan e mesmoplataformas de cassinolaboratórios privados", afirma Oliveira.

"Vai depender do financiamentoplataformas de cassinoparte da pesquisa por laboratórios privados, para chegar até o ensaio clínico, pois realmente custa muito dinheiro testá-lasplataformas de cassinoseres humanos." A previsão do grupo é que os testesplataformas de cassinoanimais comecem ainda neste ano, e com humanosplataformas de cassino2021.

Em relação a quem irá receber a vacina, Oliveira lembra que atualmente a BCG é preconizada pelo Ministério da Saúdeplataformas de cassinocriançasplataformas de cassinoaté 5 anos.

"Em relação, à dupla, tuberculose-covid-19, vamos estudar doses, melhor tipoplataformas de cassinoresposta imunológica e outras questões para ver como é que ela pode ser utilizada. Isso só vai ser definido mais pra frente, caso ela tenha sucesso", adianta.

Quanto à distribuição para outros países no mundo e a logística que isso envolve, Oliveira diz que esta é uma resposta que o grupo ainda não tem. "Isso é uma questão bem mais à frente e nós só vamos começar a ter essa preocupação quando tivermos realmente dados mais sólidos eplataformas de cassinoeficiência pelo menos nos ensaios pré-clínicosplataformas de cassinoanimaisplataformas de cassinolaboratório", explica.

Das cerca 140 vacinas que vêm sendo desenvolvidas no mundo, Oliveira diz acreditar que as mais promissoras e que devem ficar prontas mais rápido são a da Universidade Oxford, no Reino Unido, e uma da China.

"Essas duas estão mais à frente, porque já estãoplataformas de cassinofase três (testeplataformas de cassinohumanos)", afirma.

"A da Universidade Oxford utiliza como vetor vivo o vírus do adenovírus,plataformas de cassinochimpanzé, expressando antígenos do vírus da covid-19. A da China é com um vírus da covid-19 inativado, ou seja, morto, da mesma forma que é utilizado, por exemplo, para aplataformas de cassinoInfluenza, que a gente toma normalmente (a vacina da gripe), que também usa um vírus inativado."

A comparação entre essas vacinas e a do grupo brasileiro, diz Oliveira, só vai ser possível depois que a pesquisa chegar aos testesplataformas de cassinoeficáciaplataformas de cassinohumanos.

"Eu acho que haverá vacinas complementares, uma vai estimular mais resposta humoral (um tipoplataformas de cassinoimunidade), outra mais celular, outra vai ter efeito imunológico mais duradouro. Mas essa avaliação só poderá ser feita quando tivermos os dados desses ensaios clínicosplataformas de cassinomãos."

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