Os 4 avanços no tratamento que reduzem riscoaposta on line megasenamorte por covid-19:aposta on line megasena
- Laís Alegretti - @laisalegretti
- Da BBC News Brasilaposta on line megasenaLondres

Crédito, AFP
aposta on line megasena Em dez meses, o coronavírus infectou quase 34 milhõesaposta on line megasenapessoas e matou maisaposta on line megasena1 milhãoaposta on line megasenapessoasaposta on line megasenatodo o mundo. Mas o que a comunidade médica aprendeu sobre o tratamento dessa doença nesse período?
Embora ainda existam muitas dúvidas sobre o coronavírus, médicos que trabalham no enfrentamento da covid-19 dizem que o avançoaposta on line megasenarelação ao tratamento dos pacientes até aqui já reduz parte das mortes e internações, ao dar um caminho mais claroaposta on line megasenacomo efeitos da doença, como inflamações, podem ser combatidos.
Essa evolução está no aprimoramentoaposta on line megasenapráticas dentroaposta on line megasenahospitais, como mudar a posição dos pacientes para melhorar oxigenação (evitando até a intubaçãoaposta on line megasenaalguns deles), além do usoaposta on line megasenaremédios para combater efeitos da doençaaposta on line megasenacasos indicados, como a dexametasona (que combate uma reação desproporcional do sistema imunológico que mata alguns pacientes).
"Fomos literalmente aprendendo sobre a doença no curso do enfrentamento", diz Jaques Sztajnbok, chefe da Unidadeaposta on line megasenaTerapia Intensiva (UTI) do Institutoaposta on line megasenaInfectologia Emílio Ribas.
É por isso, ele diz, que um paciente internadoaposta on line megasenaagosto,aposta on line megasenaiguais condiçõesaposta on line megasenauma pessoa internadaaposta on line megasenamarço, tem agora "maiores chancesaposta on line megasenaser melhor tratado e sobreviver".
"Quando ele chegava láaposta on line megasenamarço, não havia qualquer protocolo baseadoaposta on line megasenaevidências que se mostrasse efetivo. E hoje temos evidências", diz Sztajnbok.
Se o debate público ficou centrado,aposta on line megasenamuitos momentos, na busca por um remédio milagroso e capazaposta on line megasenacombater o vírus, os médicos ouvidos pela BBC News Brasil apontam que, na verdade, os avanços no tratamentoaposta on line megasenapacientes com coronavírus estãoaposta on line megasenapráticas e medicamentos que já existiam e que tiveram seus usos adaptados para combater não o vírus, mas os efeitos dele no corpo.
A seguir, veja os principais avanços no tratamento da covid-19 apontados por médicos que atuam no Brasil:
1. Pacienteaposta on line megasenabruços
Quem acompanhou as notícias sobre o coronavírus nos últimos meses ouviu falar na técnicaaposta on line megasenavirar o pacienteaposta on line megasenabruços, a chamada pronação. Ela ganhou fama recentemente, mas é uma técnica antiga, que já era usada antes da chegada do coronavírus, para aumentar a quantidadeaposta on line megasenaoxigênio que entra nos pulmões.

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A pronação é uma técnica antiga mas eficaz para ajudar a combater doenças respiratórias graves.
No contextoaposta on line megasenauma UTI, Sztajnbok diz que se trataaposta on line megasenauma "estratégia salvadora". "Às vezes você não consegue oxigenar bem o pacienteaposta on line megasenacostas para o leito e, ao virá-lo para baixo, os índicesaposta on line megasenaoxigenação aumentam até 50%", afirma.
Ele diz que os pacientes ficam nessa posição,aposta on line megasenamédia, 16 horas. Mas que já teve casosaposta on line megasenaque precisou deixar pacientes por até 30 horas antesaposta on line megasenavoltar à posição inicial.
"Tive uma paciente com 145kg para a qual preciseiaposta on line megasena7 profissionais para pronar. Tive que brigar na UTI porque estavam dizendo que eu estava louco porque queria pronar aquela paciente", diz Sztajnbok. "Isso foi feitoaposta on line megasena5 a 7 vezes ao longo da internação na UTI."
E ela sobreviveu? "Essa paciente não só teve alta como saiu andando do hospital."
Alémaposta on line megasenaefetiva, a medida também é trabalhosa, segundo os médicos, já que exige vários profissionais para virarem a pessoa, no caso dos pacientes intubados. Em um contextoaposta on line megasenadoença infecciosa, essa aproximaçãoaposta on line megasenatantos profissionais se torna ainda mais delicada.
Um avanço importante no tratamento da covid-19 é a pronação mesmo antes da intubação do paciente.
Márcio Sommer Bittencourt, que é médico do centroaposta on line megasenapesquisa clínica e epidemiológica do Hospital Universitário da Universidadeaposta on line megasenaSão Paulo (USP), diz: "Aprendemos que dá para pronar sem intubar, e que muitos pacientes ficam bem nessas circunstâncias, que talvez não precisasse intubar tanto".
E vai além: "Isso inclusive faz com que muita da nossa correria por respiradores, como ocorreuaposta on line megasenaalguns lugares, talvez não tivesse sido tão necessária".
Sztajnbok, que publicou numa revista eletrônica um relatoaposta on line megasenacasoaposta on line megasenadois pacientes não-intubados que foram pronados, também destacou a importância da técnica.
"Como tivemos risco potencialaposta on line megasenaescassezaposta on line megasenaequipamento eaposta on line megasenauma sobrecarga enormeaposta on line megasenapaciente, começamos a pronar pacientes sem intubar, no caso daqueles que tinham condição respiratória melhor. Fazemos isso antesaposta on line megasenaintubaraposta on line megasenacara - que era uma recomendação inicial", diz. "Conseguimos evitar que alguns pacientes fossem intubados. Hoje isso já é prática mais recorrente."
Para os pacientes que precisamaposta on line megasenarespiradores, outro ponto destacado pelos médicos está na operação do equipamento. Sztajnbok lembra que, se a programação não for correta, "pode levar inclusive à morte do paciente".
"Existe o que chamamosaposta on line megasenaventilação mecânica protetora. São várias variáveis que você tem que saber dirigir. E não adianta dar um Porsche se ele só dirigia Fusca até então, porque ele vai bater o Porsche na primeira esquina."

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Entender a complexidade da covid,aposta on line megasenavezaposta on line megasenapensar no vírus como sendo exclusivamente um causadoraposta on line megasenapneumonia, foi um passo importante.
2. Extensão da doença e ajuda médica
O próprio entendimento da extensão da doença no corpo do paciente mudou, como explica o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdadeaposta on line megasenaMedicina da Universidadeaposta on line megasenaSão Paulo (USP).
"Isso foi um baile que o vírus nos deu. Quando sai o primeiro relato da China, parece que é mais uma gripe, tipo H1N1, (contra a qual) sabemos como atuar. Quando chega à Itália, começamos a conversar com médicos Italianos e saem os primeiros artigos da China. E aí é que se fala: ´peraí, é algo diferente´. Então vimos que o vírus atua no sistema circulatório", diz. "E isso é parte da catástrofe da mortalidade alta que estamos vendo."
Entender a complexidade da covid,aposta on line megasenavezaposta on line megasenapensar no vírus como sendo exclusivamente um causadoraposta on line megasenapneumonia, foi um passo importante para entender outras áreas que devem ser focoaposta on line megasenaatenção eaposta on line megasenatratamento, se necessário, como problemas cardíacos e renais causados pela doença.
Outra importante mudança foi sobre a recomendaçãoaposta on line megasenaquando procurar ajuda médica, como aponta Bittencourt.
"Uma coisa que mudouaposta on line megasenamarço, com a China, e nós demoramos para incorporar, é a ideiaaposta on line megasenaque o cuidado do paciente deve ser precoce. Não esse besteirol do governo daquiaposta on line megasenaque deve ser tratado com remédio precoce, mas a ideiaaposta on line megasenaque o paciente deve ser avaliado precocemente para avaliar a gravidade e eventualmente internado para medidasaposta on line megasenasuporteaposta on line megasenaforma precoce", diz. "É uma coisa que no começo muita gente não recomendava, e agora é recomendado".
A avaliação precoce e, consequentemente, a possível internação precoce é importante no combate à doença porque as medidas para combater os efeitos começam e são adequadamente acompanhadas pela equipe médica mais cedo.
No Brasil, o Ministério da Saúde anunciouaposta on line megasenajulho a alteração do protocolo médico para pessoas que sentirem sintomas leves da doença, passando a orientar que esses pacientes procurem um médico. Antes, a indicação era buscar ajuda profissional apenasaposta on line megasenacasoaposta on line megasenasintomas mais graves.
3. Medicamentos
Se a cloroquina foi o remédio mais discutido no primeiro semestreaposta on line megasena2020, nenhum avanço veio dela. Pelo contrário, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem: o debateaposta on line megasenatorno desse remédio tirou atenção e recursosaposta on line megasenadiscussões e pesquisas mais importantes.
"Essa discussão faz mais mal do que as pessoas conseguem imaginar. O efeito colateralaposta on line megasenauma medicação não é só o mal que faz diretamente no corpo da pessoa. O primeiro efeito colateral é econômico,aposta on line megasenaalocaçãoaposta on line megasenarecurso escasso: nosso tempo como médico e pesquisador é escasso. Nosso recursoaposta on line megasenaatendimento é escasso. O malefício é gastar recurso (tempo e dinheiro) com coisa que comprovadamente não funciona", diz Bittencourt.
"E tem outro efeito colateral que é dar falsa sensaçãoaposta on line megasenasegurança. Se você fala que se ela tomar cloroquina vai ficar tudo bem, as pessoas deixamaposta on line megasenase proteger. Se consigo te explicar o risco verdadeiro, você pode se cuidar."
A importância dos medicamentos pesquisados até aqui estáaposta on line megasenacombater os efeitos da doença, e não o vírusaposta on line megasenasi. O único antiviral que apresentou resultados positivos até agora foi o remdesivir, produzido nos Estados Unidos e criado inicialmente pra combater o ebola.
Ainda assim, especialistas dizem que não há estudos que comprovam um efeito muito significativo, e apontam que, alémaposta on line megasenacaro, não é produzido no Brasil. Um tratamento à baseaposta on line megasenaremdesivir utiliza seis doses,aposta on line megasenamédia, e custará oficialmente quase US$ 3.200 (cercaaposta on line megasenaR$ 17 mil).
Após a publicaçãoaposta on line megasenaum estudo que envolveu 1.063 pacientes com quadro moderado a críticoaposta on line megasenadiferentes países, um editorial do New England Journal of Medicine classificou os resultados como "relativamente modestos". O principal deles foi uma diminuição no tempo para recuperação dos doentes,aposta on line megasena11 dias entre aqueles que receberam o remdesivir na veia e 15 o placebo. Também foi constatado menor percentualaposta on line megasenamortalidade entre aqueles que receberam o remdesivir (7,1%) do que os que tomaram o placebo (11,9%), mas essa diferença não é considerada estatisticamente relevante.
O grande destaque é o corticoide dexametasona, que reduz a mortalidadeaposta on line megasenapacientesaposta on line megasenacovid-19aposta on line megasenaventilação mecânica, e que só deve ser usada com acompanhamento médico.
Em junho, pesquisadores da Universidade Oxford, no Reino Unido, anunciaram o resultadoaposta on line megasenaum estudo que mostrou que as taxasaposta on line megasenamortalidade dos pacientes graves e submetidos à ventilação mecânica que tomaram o medicamento foram reduzidasaposta on line megasenaum terço. A mortalidade dos que não estavamaposta on line megasenarespiradores, mas recebiam oxigênio suplementar foi reduzidaaposta on line megasenaum quinto. E não houve benefícios para pacientes que não precisavamaposta on line megasenaajuda para respirar.
O ensaio faz parte do estudo clínico randômico Recovery, que investiga seis potenciais tratamentos contra a covidaposta on line megasenamaisaposta on line megasena11 mil pacientes.
Bittencourt alerta que o medicamento "não é para qualquer caso", mas que, para quem está na indicação, "o benefício é substancial". "É a única medicação que realmente tem documentação clara, indiscutível,aposta on line megasenabenefício", diz.
Sztajnbok destaca também o usoaposta on line megasenaanticoagulantes na terapia intensiva. "Antes da covid, a gente já usavaaposta on line megasenadoses preventivas, para pacientes acamados. E nos pacientes com covid às vezes não era suficiente para evitar fenômenos trombóticos, aí passamos a doses mais altas nesses pacientes, e isso teve impacto inicialaposta on line megasenamortalidade. Já foi um divisoraposta on line megasenaáguas."
Ele reflete que, até agora, os remédios que mais fizeram diferença na vida dos pacientes são baratos e aos quais os hospitais já tinham acesso. "O curioso é que isso não gera tanto impacto. Todo mundo quer uma droga que mate o vírus, como se isso fosse o principal", diz.
"A ação direta do vírus pode ter potencial lesivo, mas a inflamação à qual ele se associa e os fenômenos trombóticos têm um impacto na mortalidade muito grande e, para um e para outro, encontramos caminhos terapêuticos que modulam muito bem essa resposta. E isso realmente teve impacto na mortalidade. O desfecho do vírus é o sistema imunológico do organismo que tem feitoaposta on line megasenaliçãoaposta on line megasenacasa, enquanto a gente mantém o paciente vivo."

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Bittencourt, sobre vacina: 'do pontoaposta on line megasenavistaaposta on line megasenasaúde pública, confiar num recurso não disponível é uma má estratégia'.
4. A equipe
Assim como os outros médicos entrevistados, Lotufo destaca a importância da quantidade e da qualidade dos profissionaisaposta on line megasenasaúde como fator essencial no combate à covid-19.
"O que aconteceuaposta on line megasenamarço pra cá é que houve uma melhoria da qualidade. É a famosa curvaaposta on line megasenaaprendizado. Aconteceaposta on line megasenatodos os lugares e o determinante dela nunca é o medicamento, na maior parte das vezes. É quando as equipes se afinam, se acertam. O tratamentoaposta on line megasenapacientes críticos, ele é mais determinante da qualidade e quantidadeaposta on line megasenapessoal. Claro que precisa ter bons equipamentos, mas o ventilador não ventila sozinho. É isso que aconteceu. Tivemos melhoria dessa qualidade."

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'Falta as pessoas entenderem que uma doença epidêmica desse jeito é uma doença da comunidade, não é uma doençaaposta on line megasenapessoas', diz Bittencourt.
Novas pesquisas sobre o tratamento do coronavírus continuam sendo divulgadas todos os dias, com novas possibilidades. E, embora haja diretrizes para o tratamento da doença, os médicos têm autonomia para indicar o procedimento adequado ao paciente. O que o médico não pode é, segundo o Códigoaposta on line megasenaÉtica Médica, "deixaraposta on line megasenausar todos os meios disponíveisaposta on line megasenapromoçãoaposta on line megasenasaúde eaposta on line megasenaprevenção, diagnóstico e tratamentoaposta on line megasenadoenças, cientificamente reconhecidos e a seu alcance,aposta on line megasenafavor do paciente".
No momentoaposta on line megasenaque todo mundo deposita as expectativas numa vacina contra a covid-19, Bittencourt lembra que, do pontoaposta on line megasenavistaaposta on line megasenasaúde pública, confiar num recurso não disponível é uma má estratégia. "Não tem como deixaraposta on line megasenatomar atitudes hoje por algo que pode acontecer no futuro."
"Falta as pessoas entenderem que uma doença epidêmica desse jeito é uma doença da comunidade, não é uma doençaaposta on line megasenapessoas. Ou a gente aprende isso, ou não acaba", diz.
"O problema é nosso, no sentido mais amplo possível. Ou a gente age junto, ou erra junto, ou morre junto. Quem tem mais recursos sempre tem mais acessos, mas tem muita gente mais rica e mais educada morrendo também. Se a gente age como indivíduo, que acha que é mais importante do que o grupo, não tem como dar certo."

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