As razões pelas quais os mosquitos nos escolhem como vítimas há milharessaque na greenbetsanos:saque na greenbets

A maioria dos pesquisadores pensa que o apetite dos mosquitos por humanos não teria nenhum benefício especial para eles antes do desenvolvimentosaque na greenbetsculturas sedentárias há cercasaque na greenbets10 mil anos.

Uma vez assentadas, as populações humanas poderiam ter fornecido um recurso fácil, seguro e sempre disponível, ao contráriosaque na greenbetsoutros grupossaque na greenbetsanimais migratórios que só garantem sangue sazonalmente.

Os dados genômicos são consistentes com a hipótesesaque na greenbetsque grupossaque na greenbetsmosquitos especializadossaque na greenbetshumanos evoluíram dentro desse período. Porém, a questão é quais compensações fisiológicas, anatômicas, morfológicas e comportamentais levaram alguns mosquitos a escolherem picar humanos e não picar os animais domésticos que estiveram conosco muito antessaque na greenbetsnos tornarmos sedentários.

Mosquitos especializadossaque na greenbetshumanos não picam apenas pessoas, eles também tendem a se reproduzirsaque na greenbetshabitats feitos pelo homem. Eles colocam seus ovos na água e os humanos são os únicos animais que manipulam a água para extrair, canalizar e acumular para consumo doméstico.

Portanto, especula-se que a dependência reprodutiva dos mosquitos das fontessaque na greenbetságua humanas, principalmentesaque na greenbetsregiões áridas, também pode ter desempenhado um papel fundamental na especialização desses dípteros.

saque na greenbets Por que alguns mosquitos nos acham irresistíveis?

Para responder a essa pergunta, uma equipesaque na greenbetspesquisadores da Universidadesaque na greenbetsPrinceton, nos Estados Unidos, desenvolveu um projeto na África Subsaariana com base na coletasaque na greenbetsdesovasaque na greenbetsAedes aegypti. Foi uma boa escolha porque, alémsaque na greenbetsser um dos mais temíveis mosquitos especializadossaque na greenbetshumanos e responsáveis pelo zika, febre amarela e dengue, suas populações se dividemsaque na greenbetsduas subespécies.

A subespéciesaque na greenbetsaegypti prospera nos habitats urbanos tropicais das Américas e da Ásia, onde se especializousaque na greenbetspicar humanos a pontosaque na greenbets95% da nutrição das fêmeas, fortemente atraídas pelo odor do nosso corpo, vir do sangue humano.

Em contraste, as fêmeassaque na greenbetspopulações generalistas da subespécie formosus tendem a preferir o cheirosaque na greenbetsoutros vertebrados não humanossaque na greenbetscujo sangue se alimentam. Acredita-se que esse tiposaque na greenbetsmosquito tenha evoluídosaque na greenbetsancestrais generalistas africanos entre 5 mil e 10 mil anos atrás, possivelmente no norte do Senegal ou Angola.

Assim como com todos os mosquitos, as duas subespécies põem seus ovos na água, então os pesquisadores começaram colocando milharessaque na greenbetsovitrampas, pequenos copos cheiossaque na greenbetságua e folhas sujas que simulam as poçassaque na greenbetságua que constituem o habitat ideal para a desova.

Para obter amostras significativas dos diferentes ambientessaque na greenbetsque os mosquitos se reproduzem, as ovitrampas foram colocadas pertosaque na greenbetsgrandes centros populacionais (em cidadessaque na greenbetsaté maissaque na greenbets2 mil habitantes por km²) esaque na greenbetsáreas despovoadas cobertas por vegetação naturalsaque na greenbetsque os mosquitos raramente entramsaque na greenbetscontato com as pessoas. Eles também cobriram uma ampla gamasaque na greenbetsclimas,saque na greenbetshabitats semiáridos com chuvas sazonais a ecossistemas florestais com chuvas o ano todo.

No total, os ovos do mosquito foram coletadossaque na greenbets27 locais diferentes. Depoissaque na greenbetssecos, os ovos se comportam como sementes: podem permanecer dormentes por seis meses a um ano antes da eclosão. Isso permitiusaque na greenbetstransferência para Princeton, com o objetivosaque na greenbetscriar novas populaçõessaque na greenbetscondiçõessaque na greenbetslaboratório.

Feito isso, os pesquisadores instigaram os insetos com cheirossaque na greenbetshumanos e cobaias. O experimento consistiusaque na greenbetsconstruir o que poderíamos chamarsaque na greenbetsolfatômetro: uma grande caixasaque na greenbetsplástico cheiasaque na greenbetsmosquitos, com dois tubos removíveis.

Enquanto uma cobaia foi colocadasaque na greenbetsum dos tubos, um dos pesquisadores inseriu seu braço por várias horas no outro. Ambas as iscas olfativas eram protegidassaque na greenbetspicadas diretas por filtros que impediam a passagemsaque na greenbetsinsetos.

Poucos minutos após a colocação dos tubos com suas respectivas iscas, os mosquitos entraram por um ou outro tubo. Depoissaque na greenbetsum tempo, os tubos foram removidos para contar quantos escolheram um ou outro.

Os resultados revelaram que os mosquitossaque na greenbetsáreas densamente povoadas gostavam mais dos odores humanos. A descoberta mais reveladora estava relacionada ao clima: os mosquitos que vinhamsaque na greenbetslugares que tiveram uma estação chuvosa seguidasaque na greenbetsuma longa estação quente e seca preferiram os humanos.

Água parada: a incubadora ideal

O motivo dessa resposta pode estar relacionado ao ciclosaque na greenbetsvida dos mosquitos. O Aedes aegypti põe seus ovos logo acima da superfície da águasaque na greenbetsburacossaque na greenbetsárvores, cavidades e fissuras na rocha, ousaque na greenbetsrecipientes artificiais.

Se os ovos forem mantidos úmidos, eles podem eclodir imediatamente. No entanto, os ovos postos no final do períodosaque na greenbetschuvassaque na greenbetsáreas selvagens devem entrarsaque na greenbetsdormência para sobreviver à estação seca até que a chuva volte, um desafio quando a estação da seca é prolongada e quente.

A água parada, fator crítico para as larvas, é difícilsaque na greenbetsser encontrada nesses ambientes extremamente áridos, mas abundasaque na greenbetstorno das populações humanas que a coletam parasaque na greenbetssubsistência, fornecendo aos mosquitos uma incubadora para o desenvolvimentosaque na greenbetssuas larvas.

Isso sugere duas coisas.

Por um lado, embora as estações longas e quentes e secas fossem o principal fator seletivo, as populaçõessaque na greenbetsmosquitossaque na greenbetsregiões áridas evoluíram para picar humanos e aproveitarsaque na greenbetsdependência da água armazenada para a desova.

Em segundo lugar, quando a larva passa para o estágio adulto e precisa sugar o sangue para se alimentar, o sangue disponível mais próximo é osaque na greenbetshumanos, com a vantagem adicionalsaque na greenbetsque suas novas vítimas não têm as peles duras e difíceissaque na greenbetsperfurarsaque na greenbetsoutros vertebrados, incluindo os domésticos.

As análises genômicas também revelaram que os mosquitos especializadossaque na greenbetshumanos diferem geneticamente dos mosquitos generalistas, e que essa preferência se desenvolveusaque na greenbetsum único local indeterminado, espalhando-se pela África ao passo que o clima seco crescia no continente.

Então, nos dias da escravidão, o tráficosaque na greenbetsescravos espalhou doenças como a malária para outras áreas tropicais.

Embora a pesquisa publicada na revista científica Current Biology tenha focado na origem e na história evolutiva dos mosquitos, quando associada aos dados climáticos do IPCC (Painel intergovernamentalsaque na greenbetsmudanças climáticas) e da população da ONU, os resultados sugerem que, como consequência do aquecimento global e da crescente urbanização,saque na greenbetsum futuro próximo haverá mais mosquitos transmitindo doenças humanas ao redor do mundo.

*Manuel Peinado Lorca é professor do Departamentosaque na greenbetsCiências da Vida da Universidadesaque na greenbetsAlcalá, na Espanha, e pesquisador do Instituto Franklinsaque na greenbetsEstudos Norte-Americanos. Seu artigo original foi publicado no site The Conversation, que você pode ler aqui