'Como escola especial atrasou desenvolvimentopixbet 65meu filho com autismo':pixbet 65

Advogada Camilla Varella com o filho caçula, Luiz Antônio,pixbet 6512 anos

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Advogada Camilla Varella com o filho caçula, Luiz Antônio,pixbet 6512 anos; para ela, escola especial não ajudou filho com autismo

Um projetopixbet 65lei já foi apresentado no Senado para anular os efeitos do decretopixbet 65Bolsonaro.

Na PNEEpixbet 652008, a mais recente antes da assinada na semana passada, o principal foco era a matrículapixbet 65alunos com deficiênciaspixbet 65turmas regulares, com apoio complementar especializado quando necessário.

"Hoje, a preferência para crianças com deficiência sempre é a escola comum. Porém, isso pode mudar com a alteração do decreto, que é uma formapixbet 65autorizar a segregação dessas criançaspixbet 65salas ou escolas especiais", diz Luiza Correa, uma das coordenadoras do Instituto Rodrigo Mendes, que atua na busca por inserçãopixbet 65pessoas com deficiência no ensino regular.

Segundo o Censo Escolar 2019 do Instituto Nacionalpixbet 65Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), há 1.250.967 estudantes com deficiência na Educação Básica no Brasil. Desses, 87% estãopixbet 65escolas regulares epixbet 65classes comuns, enquanto 13% estãopixbet 65escolas ou classes especiais. Os dados representam um importante avanço na inclusão,pixbet 65comparação a anos anteriores.

Advogada Camilla Varella com o filho caçula, Luiz Antônio,pixbet 6512 anos

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Quando filho era menor, Camilla tentou colocá-lopixbet 65escola especial, mas ela relata que notou que o filho não evoluiu com a experiência

Após a publicação do decretopixbet 65Bolsonaro sobre o ensino especial, diversos pais foram às redes sociais para criticar a medida. Muitos usaram a hashtag "Escola especial não é inclusiva".

Apesar das críticas, o Ministério da Educação argumenta,pixbet 65nota à BBC News Brasil, que a PNEEpixbet 65Bolsonaro é positiva, pois tem o objetivopixbet 65ampliar a áreapixbet 65educação especial, por meiopixbet 65escolas e classes especiais, além das escolas regulares inclusivas.

A busca pela inclusão

Assim como outros pais, Camilla Varella também classificou a PNEEpixbet 65Bolsonaro como um retrocesso.

Por ter um filho com autismo moderado — transtorno caracterizado por uma desordem complexa do desenvolvimento cerebral —, Camilla vivenciou as dificuldades relacionadas à inclusão escolar.

Luiz Antônio, o filho caçula dela, foi diagnosticado com autismo aos dois anos e meio. Pouco depois, ele começou a estudarpixbet 65uma escola regularpixbet 65São Paulo (SP), cidadepixbet 65que a família mora.

A mãe considerava que ele pudesse se desenvolver na unidadepixbet 65ensino, por considerar que o contato com outras crianças da idade dele seria fundamental para o garoto, pois uma das características do autismo é a dificuldade na socialização e comunicação.

A advogada relata que após o filho passar cercapixbet 65um ano na escola, a diretora do local informou que o garoto estava "causando constrangimento",pixbet 65razãopixbet 65seu comportamento diferente das outras crianças. "Eu senti o preconceito na pele. Simplesmente o retirei daquela escola e procurei uma especial", conta Camilla.

Na escola especial, segundo a advogada, Luiz Antônio regrediu. "Foi muito ruim, porque ele não convivia com crianças com desenvolvimento considerado normal. O autismo dele ficou mais severo, porque ele pegava os mesmos comportamentos dos outros. Era uma unidadepixbet 65ensino pouco lúdica, focada mais nos tratamentos das crianças", detalha a mãe do garoto.

Ela conta que tirou o filho da escola depoispixbet 65quase dois anos, após uma festapixbet 65fimpixbet 65ano. "Durante uma apresentação, cada criança estava com um adulto por trás, até mesmo pra levantar o próprio braço. Pensei: como estão ensinando essas crianças a evoluir, se estão fazendo tudo por elas?", diz.

Bolsonaro assinou decreto sobre a Política Nacionalpixbet 65Educação Especial (PNEE), publicadapixbet 651ºpixbet 65outubro

Crédito, Carolina Antunes/PR

Legenda da foto, Bolsonaro assinou decreto sobre a Política Nacionalpixbet 65Educação Especial (PNEE), publicadapixbet 651ºpixbet 65outubro

No ano seguinte, Camilla buscou uma vaga para o garoto na mesma escolapixbet 65que a filha dela, dois anos mais velha que o irmão, estudava. "É uma escola regular. Decidi colocá-lo nela porque percebi que seria muito melhor para o meu filho", diz a advogada.

Logo que chegou na escola nova, Luiz Antônio teve dificuldades para se integrar. Alguns alunos tiveram medo do garoto, principalmente quando ele demonstrava estresse. "Não foi um processo fácil. Foi muito doloroso. Mas deu certo. Todo mundo acaba crescendo com isso, o meu filho e as outras crianças", diz a advogada.

Ela comenta que após as dificuldades iniciais, o garoto ficou completamente integrado à turma. "Essa inclusão não é apenas jogar o aluno na escola. É todo um processo. O professor também precisa entender o potencial do estudante para poder ajudá-lo. Isso leva tempo", comenta.

"Hoje, quando ele está nervoso, os colegas entendem. Isso faz com que esses outros alunos tenham mais empatia", relata a advogada.

Na salapixbet 65aula, uma professora passa atividades adaptadas a Luiz Antônio. "Enquanto os amigos estão no quinto ano, ele, que é alfabetizado, está aprendendo a contar. Mas ele fica na mesma classe. Os colegas até o parabenizam quando ele progride e sempre torcem por ele", diz a mãe.

"O meu filho evoluiu muito na escola. Mas também tivemospixbet 65contratar um psicopedagogo para dar reforço a ele. Uma das coisas mais importantes, na escola, é saber que ele está convivendo com outras crianças e fazendo amigos", diz a mãe.

O garoto, que tem dificuldades para falar, costuma expressar felicidade quando está perto dos colegaspixbet 65classe.

A advogada comemora o fatopixbet 65o garoto já ter feito, nos últimos anos, quatro viagens junto com a escola, sem a presença da mãe. "No futuro, o meu filho vai ter que se virar e tentar ser independente, porque eu não sou eterna", diz.

Para Camilla, o caso do filho comprova a importância do ensino inclusivo. Ele sempre estudoupixbet 65escolas particulares. A mãe, que atua na área da defesapixbet 65pessoas com deficiência, afirma que a inclusão é fundamental no ensino público ou privado.

"O que percebo é que sepixbet 65escolas especiais, no ensino público ou privado, o aluno vai conviver com crianças com algum tipopixbet 65deficiência. Isso pode fazer com que ela recrie os comportamentos delas e tenha dificuldades para evoluir. Já nas escolas regulares, ela vai conviver com diversas crianças e vai ter uma capacidade maiorpixbet 65sociabilizar e terá mais independência", diz.

"Nas escolas públicas, não é possível, ao menos até então, recusar matrículaspixbet 65alunos com alguma deficiência. Por isso, os professores são obrigados,pixbet 65alguma forma, a fazer a inclusão. Não é uma inclusão perfeita, mas é possível que com o tempo haja melhorias nessa área", acrescenta a advogada.

Segundo Camilla, uma medida como o decretopixbet 65Bolsonaro pode desestimular os avanços no ensino regular para acolher as crianças com deficiência.

Repúdio à medida

Para diversas entidades, a PNEEpixbet 65Bolsonaro representa um grave ataque ao ensino inclusivo no Brasil. Um dos temores, apontam especialistas, é que muitas escolas deixempixbet 65aceitar crianças com deficiência sob o argumentopixbet 65que as unidades especiais podem dar um melhor apoio.

Luiza Correa classifica a política do presidente como um retrocessopixbet 65avanços conquistados por meio da Constituição Federal e da Lei Brasileirapixbet 65inclusão da pessoa com deficiência,pixbet 65julhopixbet 652015. "A política anterior (de 2008) não eliminou as escolas especiais existentes, mas cada vez mais os pais buscam matrículas nas escolas regulares. Várias pesquisas demonstram que a inclusão é muito melhor pedagogicamente", declara.

"Na educação inclusiva, o estudante consegue evoluir bastante. Esse tipopixbet 65educação foca na competência e capacidade dos estudantes e acredita que todos os alunos aprendem", acrescenta.

A PNEEpixbet 65Bolsonaro foi repudiada pela comunidade científica vinculada aos grupospixbet 65inclusãopixbet 65pessoas com deficiência da Associação Brasileirapixbet 65Saúde Coletiva (Abrasco), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Observatóriopixbet 65Educação Especial e Inclusão Educacional (ObEE) e da AcolheDown.

"Em muitas oportunidades, governos deixampixbet 65implementar políticaspixbet 65Estado que se fazem sentir na vida das pessoas. Mas o presente decreto ao invéspixbet 65contribuir no aperfeiçoamentopixbet 65um marco legal, por um lado desconstrói os avanços obtidos, e, por outro, induz a sociedade a caminharpixbet 65direção à negação dos direitos, postulando o segregacionismo", diz trecho da notapixbet 65repúdio da comunidade científica que atua com os grupospixbet 65inclusão.

"O referido decreto compõe o cenáriopixbet 65esfacelamento do legado dos direitos atualmente vivenciado no Brasil que se expressa no franco desmonte das políticas sociais mediante negação dos investimentos necessários àpixbet 65implementação, estabelecendo cisões profundas com as conquistas democráticas da população brasileira", acrescenta a nota.

Tambémpixbet 65nota, a Universidade Federalpixbet 65São Paulo (Unifesp) criticou a PNEEpixbet 65Bolsonaro. "Não se tratapixbet 65uma nova política, pois voltamos ao passado. A escolarizaçãopixbet 65pessoas com deficiência volta a ter como foco o trabalho especializado. Trata-se da descaraterizaçãopixbet 65uma política nacional que garante direitos. São direitos que têm como pontopixbet 65partida a Constituição Federalpixbet 651988, aindapixbet 65vigor e são assegurados e promovidos pela Lei Brasileirapixbet 65Inclusão", diz trecho do comunicado da instituiçãopixbet 65ensino.

Outras diversas entidades ligadas a pessoas com deficiência também repudiaram a PNEEpixbet 65Bolsonaro.

Decreto assinado pelo presidente

Crédito, Isac Nóbrega/PR

Legenda da foto, Decreto assinado por presidente se tornou alvopixbet 65críticaspixbet 65diversas entidades que atuam na área do ensino inclusivo

Para especialistas, um dos riscos é que o governo federal utilize recursos na educação especialpixbet 65detrimento do ensino inclusivo, que, segundo estudiosos, precisapixbet 65mais investimentos para acolher os alunos e para aperfeiçoar o modopixbet 65inclusão.

"Os recursos brasileiros destinados à Educação precisam ser encaminhados para a escola regular para a inclusão. Qualquer recurso dividido entre escola especial e regular não consegue melhorar a inclusão", diz Luiza Correa.

Segundo o Ministério da Educação, a decisão sobre aderir à PNEE cabe a cada Estado e município. Para aqueles que adotarem a iniciativa, deverão ser oferecidos diferentes tipospixbet 65apoio, como a instalaçãopixbet 65salaspixbet 65recursos multifuncionais ou específicas, cursospixbet 65formação inicial ou continuada a professores e aprimoramentopixbet 65Centrospixbet 65Serviçopixbet 65Atendimento Educacional Especializado.

De acordo com a pasta, as escolas e salas especiais pelo Brasil devem aumentar os númerospixbet 65alunos com deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento que não se beneficiaram das escolas comuns e evadirampixbet 65anos anteriores.

Um dos pontos da PNEEpixbet 65Bolsonaro diz que as famílias devem participar do processo para definir se o estudante será levado para uma unidadepixbet 65educação especial. Conforme a medida assinada pelo presidente, os parentes devem considerar "o impedimentopixbet 65longo prazo e as barreiras a serem eliminadas ou minimizadas para que ele (o estudante) tenha as melhores condiçõespixbet 65participação na sociedade,pixbet 65igualdadepixbet 65condições com as demais pessoas".

Um dos temores, segundo especialistas, é que familiares acreditem que haverá maiores investimentos no ensino especial e decidam retirar os estudantes com deficiênciapixbet 65salas regulares.

Deputados federais da oposição protocolaram projetos para sustar a política, sob o argumentopixbet 65que se tratapixbet 65uma medida que promove a exclusão no ambiente escolar.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentou um projetopixbet 65decreto legislativo no Senado, também para sustar os efeitos do decretopixbet 65Bolsonaro. O parlamentar, que teve o apoio da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), classificou a PNEEpixbet 65Bolsonaro como uma medida que fere a Constituição e outras leispixbet 65educação inclusiva.

Apesar dos diversos posicionamentos contrários à medida, o Ministério da Educação considera a PNEE um importante avanço para o ensino inclusivo no país.

"Um dos princípios fundamentais é o direito do estudante e da família na escolha da alternativa mais adequada para a educação do público-alvo desta Política", diz nota da pasta. Segundo o ministério, o principal objetivo do decreto é garantir a esses alunos "uma formação integral".

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