O que diz a ciência sobre uso da vacinaesportes da sorte entrarOxford por idosos:esportes da sorte entrar

A BBC News Brasil conversou com Jorge Kalil, diretor do Laboratórioesportes da sorte entrarImunologia do Instituto do Coração (Incor), e Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileiraesportes da sorte entrarImunizações (SBIm), e esclarece as dúvidas sobre a aplicação da vacinaesportes da sorte entrarOxfordesportes da sorte entraridosos a seguir.

O que disse a OMS?

O Grupo Consultivo Estratégicoesportes da sorte entrarEspecialistas (Sage, na siglaesportes da sorte entraringlês) da OMS recomendou a aplicação da vacinaesportes da sorte entrarOxford para pessoas acimaesportes da sorte entrar18 anos, "sem um limite máximoesportes da sorte entraridade".

A decisão foi tomada mesmo que ainda esteja sendo investigada a taxaesportes da sorte entrareficácia específica para pessoas com maisesportes da sorte entrar65 anos — os estudos clínicos apontaram que o imunizante tem uma eficácia globalesportes da sorte entrar82% após a aplicação da segunda dose, quando consideradas todas as faixas etárias acimaesportes da sorte entrar18 anos.

Alejandro Cravioto, presidente do comitêesportes da sorte entrarespecialistas da OMS, disse que a urgência criada pela pandemia é muito grande para aguardar por estes resultados.

A prioridade neste momento é impedir que as pessoas desenvolvam formas graves da doença e morram, e a vacinaesportes da sorte entrarOxford demonstrou ser capazesportes da sorte entrarfazer isso, explicou ele.

"Esperar várias semanas para ter mais informações e só então fazer uma recomendação, quando já temos dados suficientes não seria apropriado", argumentou Cravioto.

A vacinaesportes da sorte entrarOxford é barataesportes da sorte entrarfabricar, pode ser produzidaesportes da sorte entrarmassa e pode ser armazenadaesportes da sorte entrarum refrigerador comum, o que facilita a imunizaçãoesportes da sorte entrarmuitos países.

A OMS também recomendouesportes da sorte entraraplicaçãoesportes da sorte entrarpaíses que enfrentam novas variantes do coronavírus — como é o caso do Brasil —, contras as quais as vacinas atuais podem ser menos eficazes.

Dados preliminaresesportes da sorte entrartestes feitos na África do Sul, onde foi detectada uma das novas cepas, apontaram que a vacinaesportes da sorte entrarOxford oferece uma "proteção mínima" contra casos leves e moderadosesportes da sorte entrarjovens.

A diretoraesportes da sorte entrarimunização da OMS, Katherine O'Brien, disse que o estudo sul-africano foi "inconclusivo" e que é "plausível" considerar que a vacina previne formas graves da covid-19.

"Mesmo que a eficácia caia para um índice tão baixo quanto 10%, ainda a coisa certa a fazer é imunizar os idosos por causa do maior riscoesportes da sorte entrarter uma forma grave da doença eesportes da sorte entrarmortalidade nessa faixa etária", disse O'Brien.

Por que alguns países não recomendam a vacinaesportes da sorte entrarOxford para idosos?

Alemanha, Áustria, França, Itália e, mais recentemente, Portugal afirmaram que não indicam a aplicação do imunizanteesportes da sorte entrarpessoas com maisesportes da sorte entrar65 anos, porque até o momento não se sabeesportes da sorte entrareficácia nesta faixa etária.

Isso ocorreu porque não havia um número suficienteesportes da sorte entraridosos nos estudos feitos para esta vacina para haver uma conclusão confiável a respeito.

"Outro fator relevante é que na Europa, eles têm acesso a outras vacinas, como a da Pfizer, que se mostrou eficaz para idosos", diz o imunologista Jorge Kalil.

Como estes países compraram imunizantesesportes da sorte entrartrês, quatro ou mais fornecedores, eles têm algumas opções à mão.

Podem assim estabeleceresportes da sorte entrarseus planos que um imunizante que tenha eficácia comprovadaesportes da sorte entraridosos seja aplicado neste grupo enquanto outros são reservados para pessoasesportes da sorte entraroutras idades.

"Fazer isso é legítimo e defensável. O que nenhum país faria seria deixaresportes da sorte entrarvacinar seus idosos", diz o médico Renato Kfouri.

Não ter dadosesportes da sorte entrareficácia significa que a vacina não funciona para idosos?

De forma alguma. Na verdade, as duas primeiras fases dos estudos clínicos deste imunizante apontam que ele é seguro para idosos e gera uma resposta do sistema imunológico tão boa quantoesportes da sorte entraroutras faixas etárias.

"Foram estes resultados que permitiram liberar o uso no Brasil e a própria OMS recomendar para todas as idades. Isso é muito comumesportes da sorte entrarvacinologia: apontar que se a taxaesportes da sorte entraranticorpos é suficiente para proteger pessoasesportes da sorte entraruma certa idade, também deve ser para pessoasesportes da sorte entraroutra idade", diz Kfouri.

Enquanto isso, um estudo está sendo feito nos Estados Unidos com 30 mil pessoas, e há entre elas um número substancialesportes da sorte entrarparticipantes com maisesportes da sorte entrar65 anos.

Isso provavelmente permitirá saber com mais precisão qual é a eficácia da vacinaesportes da sorte entrarOxfordesportes da sorte entraridosos.

Mas e se um estudo concluir que a vacina é menos eficazesportes da sorte entrarquem tem maisesportes da sorte entrar65 anos?

Isso não seria nenhuma surpresa, porque é comum que uma vacina não produza uma resposta imunológica tão boaesportes da sorte entrarpessoas mais velhas quanto nas mais novas.

Isso ocorre, por exemplo, com as vacinas contra a gripe e hepatite B, diz Kalil. Mesmo a vacina da Pfizer, que teveesportes da sorte entrareficáciaesportes da sorte entraridosos comprovada, apresentou uma taxa um pouco menor neste grupo.

"O sistema imuneesportes da sorte entraridosos envelhece como todo o resto do corpo e por isso não responde tão bem", explica o imunologista do Incor.

Esse fenômeno é conhecido como imunossenescência e ajuda a explicar porque a covid-19 é mais letalesportes da sorte entraridososesportes da sorte entrarquem tem mais idade.

Então os idosos devem usar a vacinaesportes da sorte entrarOxford?

Não há dúvidas quanto a isso. "Tem que tomar. Uma vacina sempre funcionaesportes da sorte entraralguma forma, sempre estimula o sistema imune", diz Kalil.

Ser imunizado ensina nosso corpo a se defenderesportes da sorte entraruma ameaça e, mesmo que não impeça que uma pessoa fique doente, diminui muito as chancesesportes da sorte entraralguém ficar gravemente doente e morrer.

Isso vale especialmente para os idosos — não é à toa que eles estão sendo priorizados mundo afora nos programasesportes da sorte entrarimunização.

"Os idosos foram desproporcionalmente acometidos, respondem por dois terços das hospitalizações e dos óbitos e, por isso, precisam receber a vacina primeiro", diz Kfouri.

Os dois especialistas lembram ainda que, até o momento, também não se sabe a eficácia exataesportes da sorte entraridosos da CoronaVac, a única outra vacina aprovada para uso no Brasil. Sabe-se apenas que ela funciona.

Por isso, a recomendação continua a ser a mesma: evitar aglomerações, usar máscara e, quando possível, se vacinar — seja qual for a vacina que estiver disponível.

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