'Insanidade': Copa América no Brasil pode agravar terceira onda e 'caldeirão'roleta com multiplicadorvariantes:roleta com multiplicador

Cartaz penduradoroleta com multiplicadorportãoroleta com multiplicadorestádio dizroleta com multiplicadorespanhol: 'La coparoleta com multiplicadorsangre'

Crédito, REUTERS/Nathalia Angarita

Legenda da foto, Cartazroleta com multiplicadorfrente a estádio El Campin,roleta com multiplicadorBogotá, protesta contra planoroleta com multiplicadorrealização do evento na Colômbia: 'La coparoleta com multiplicadorsangre' ('A coparoleta com multiplicadorsangue')

"No que dependerroleta com multiplicadormim eroleta com multiplicadortodos os ministros, inclusive o da Saúde, haverá [a Copa América no Brasil]. O protocolo é o mesmo da [Copa] Libertadores e da Sulamericana", justificou. 

"TV Globo, [vocês] perderam. E abram o olho para 2022", completou o presidente, fazendo alusão à renovação da concessão públicaroleta com multiplicadortransmissão da emissora carioca, que vence no ano que vem.

Epidemiologistas entrevistados pela BBC News Brasil definiram como "crime", "insanidade" e "paranoia" caso o país leve adiante a possibilidaderoleta com multiplicadorpromover o campeonato no país.

O anúncioroleta com multiplicadorque o Brasil havia sido escolhido como sede da competição foi feito na manhãroleta com multiplicadorsegunda-feira (31/5) pela Conmebol (Confederação Sul-Americanaroleta com multiplicadorFutebol).

Apesar disso, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, disse que ainda não há confirmaçãoroleta com multiplicadorque o país vá sediar a Copa América. Segundo ele, a decisão será anunciada nesta terça-feira (1/6).

Antonio Augusto Moura da Silva, professor do Departamentoroleta com multiplicadorSaúde Pública da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), diz que hoje o Brasil não tem condiçõesroleta com multiplicadorreceber nenhum evento. Segundo ele, a chegadaroleta com multiplicadorturistas ao país pode causar um colapso no sistemaroleta com multiplicadorsaúde já saturado por conta da quantidaderoleta com multiplicadorpacientes internados com covid-19.

"Estamos enfrentando uma segunda onda que não arrefeceu ainda. A taxaroleta com multiplicadortransmissão também está muito elevada e estamos numa situaçãoroleta com multiplicadordescontrole. Além disso, a taxaroleta com multiplicadorimunização está muito baixa, com apenas 10,4% da população vacinada com a segunda dose da vacina contra a covid", explica.

O Brasil registrou nesta segunda-feira (31/5) 860 mortes por covid-19, e o totalroleta com multiplicadoróbitos no país chegou a 462.791, segundo boletim do Conselho Nacionalroleta com multiplicadorSecretáriosroleta com multiplicadorSaúde (Conass). A soma oficialroleta com multiplicadorcasos da doença já chega a 16.545.554, sendo 30.434 deles nas últimas 24h.

A média diáriaroleta com multiplicadormortes nos últimos sete dias ficouroleta com multiplicador1.848. Mesmo com tantos casos, o país aceitou a proposta da Conmebol para sediar o evento esportivo.

Já a Argentina anunciouroleta com multiplicadordesistência, após registrar uma altaroleta com multiplicadorcasosroleta com multiplicadorcovid nas últimas semanas. A Colômbia também rejeitou a proposta por enfrentar uma ondaroleta com multiplicadorprotestos contra o governo. A competição seria realizadaroleta com multiplicadorconjunto pelos dois países.

Apesarroleta com multiplicadora Conmebol ter afirmado que a Copa América 2021 será sediada no Brasil, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou na noite desta segunda-feira (31/5) que a realização do evento no país ainda estároleta com multiplicadornegociação.

"Ainda não tem nada certo, estamos no meio do processo", disse Ramos,roleta com multiplicadorentrevista coletiva. "Mas não vamos nos furtar a uma demanda, caso seja possívelroleta com multiplicadoratender."

Ramos garantiu que se ocorrer no Brasil, o evento não terá público e todos atletas serão vacinados.

Moura da Silva, da UFMA, diz que o governo brasileiro será irresponsável caso aceite sediar a competição, pois há um grande riscoroleta com multiplicadoraumentar a circulação do vírus no território nacional.

"Quando aumenta a circulaçãoroleta com multiplicadorpessoas, a tendência é aumentar a taxaroleta com multiplicadorcontaminação. Um evento desse ainda pode representar uma ameaçaroleta com multiplicadorentrada da variante indiana. O que precisamos ter é um controleroleta com multiplicadorfronteira mais rígido. Sem isso, corremos o riscoroleta com multiplicadoraumentar a circulação do vírus e, consequentemente, o númeroroleta com multiplicadoróbitos", alerta.

Cadeirasroleta com multiplicadorarquibancada fechadas, com faixaroleta com multiplicadorinterdição na frente delas

Crédito, Getty Images/Sergiy Trofimov Photography

Legenda da foto, Ministro disse que evento no Brasil não teria público, mas mesmo assim especialistas criticamroleta com multiplicadorrealizaçãoroleta com multiplicadormeio à pandemia

Alémroleta com multiplicadorMoura da Silva, outros epidemiologistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem que a maior preocupaçãoroleta com multiplicadorum evento como esse é aumentar a transmissão do coronavírus. Isso ocorre porque quanto mais pessoas se encontram e se aglomeram, mais rápido o vírus se espalha.

Segundo o infectologista Marcos Boulos, a realizaçãoroleta com multiplicadorum evento como esse ainda contribui para que a população do país sinta uma sensaçãoroleta com multiplicadornormalidade.

"Qualquer sinalização nesse sentido vai contra o que está acontecendo no mundo, ainda mais num país que estároleta com multiplicadorfranco crescimento da pandemia. Esse evento pode trazer pessoas infectadas com cepas que não temos aqui e causar um problema maior", afirma.

Boulos diz que não vê nenhuma base técnica ou sanitária para que o país aceite um evento desse porteroleta com multiplicadormeio a uma pandemia.

"Isso não pode existir do pontoroleta com multiplicadorvista sanitário e só pode partir do presidente da República. É um absurdo ainda maior se tiver público. Se isso acontecer, tem que prender todo mundo. É uma loucura total. Só o jogo já não dá para entender. Se tiver torcida, é um crime", lembra.

O infectologista acrescenta que o país não terá condiçõesroleta com multiplicadoratender mais pessoas nos hospitais, caso o torneio cause um aumento do númeroroleta com multiplicadorinfectados.

"Quando você faz um jogoroleta com multiplicadorfutebol, as pessoas se reúnem para verroleta com multiplicadorfamília ou com os amigos e criam uma situaçãoroleta com multiplicadoraglomeração. Muitos também querem ir para a porta do estádio ver o time chegar, acompanhar os treinos. Mesmo sem gente nos estádios é ruim", completa.

Aumento da transmissão

Hospitalroleta com multiplicadorcampanha montadoroleta com multiplicadorBelém

Crédito, Tarso Sarraf/AFP via Getty Images

Legenda da foto, Hospitalroleta com multiplicadorcampanha montadoroleta com multiplicadorBelém

Na opiniãoroleta com multiplicadorMoura da Silva, o Brasil já passa por um momentoroleta com multiplicadorpreocupação por conta das variantes registradas no território, como a P.1 e a variante indiana. A entradaroleta com multiplicadoruma grande quantidaderoleta com multiplicadorpessoasroleta com multiplicadoroutros países no território nacional pode trazer novas cepas para o país.

"Várias cidades já registram uma taxaroleta com multiplicadorocupação das UTIsroleta com multiplicadormaisroleta com multiplicador80%. O esperado eraroleta com multiplicadorque os governos restringissem os eventos, e não aceitassem mais. Agora, a possibilidaderoleta com multiplicadorhaver jogos com público é uma completa paranoia", afirma.

Segundo ele, eventos como esses são aprovados pelo governo porque têm forte apelo popular. Ele diz acreditar que muitos brasileiros se acostumaram com as mortes e não se chocam mais com um alto númeroroleta com multiplicadoróbitos diários causados pela covid-19.

"Antes, a população se chocava com 500 mortes por dia. Depois com 4 mil. Hoje, não se choca com 2 mil pessoas morrendo e eventos como esses são aceitos com mais facilidade. Mas trata-seroleta com multiplicadoruma decisão que não tem nenhum fundamento sanitário. Se tivesse, era para não aceitar, como fez a Argentina e a Colômbia. Essa foi uma decisão política e econômica", reforça.

O epidemiologista explica que a situação do Brasil é levemente menos grave que a dos vizinhos Argentina e Colômbia, que negaram a Copa América. Mas isso não justifica abrir as fronteiras e permitir que o país corra um risco tão alto.

Ele lembra que o Brasil registra 8,6 mortes por milhãoroleta com multiplicadorhabitantes, enquanto a Argentina tem 9,9 óbitos por milhão e a Colômbia, 10,8. Por outro lado, os casos vêm crescendo e que isso deve se refletir num aumento do númeroroleta com multiplicadormortos nas próximas semanas, acrescenta.

"Nossa situação hoje é um pouco melhor que os demais, mas já tivemos uma taxaroleta com multiplicador14 óbitos por milhão e que pode voltar numa terceira onda. Argentina e Colômbia estão numa subida. Mas nada justifica um evento como esse por aqui porque a taxaroleta com multiplicadorcontaminação está alta e os casos estão subindo", diz.

Para Moura da Silva, o cenário mais catastrófico seria permitir a presençaroleta com multiplicadorpúblico nos estádios, mesmo que fosse apenas na final e com público limitado.

"Fazer jogos com participaçãoroleta com multiplicadortorcida é uma insanidade. É a mesma coisa que colocar as pessoas num matadouro. Para um técnico, a respostaroleta com multiplicadorque esse campeonato não deveria ocorrer é óbvia. Mas nossos políticos não se importam com a morte das pessoas", diz.

Bola dominada por jogador

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O próprio contato entre jogadoresroleta com multiplicadorfutebol e a equipe é preocupante, dizem especialistas

O epidemiologista e professor do Departamentoroleta com multiplicadorSaúde Pública da Universidade Federalroleta com multiplicadorSanta Catarina (UFSC) Lucio Botelho concorda e diz que casos recentes demonstram que há uma grande taxaroleta com multiplicadorcontaminação entre os jogadoresroleta com multiplicadorfutebol. E que a circulação desses atletas e comissão técnica pelos aeroportos do país colocaroleta com multiplicadorrisco toda a população.

"É um absurdo,roleta com multiplicadorletras garrafais. Nós já temos hoje os campeonatos regionais e o Brasileiro rolando como se nada tivesse acontecendo. Um exemplo da alta contaminação entre jogadores foi o River Plate entrarroleta com multiplicadorcampo com 11, sem reservas, e com um jogadorroleta com multiplicadorlinha improvisado como goleiro porque o resto estava com covid", afirma.

Ele ainda lembra o casoroleta com multiplicadorum jogador do Avaí, que foi retiradoroleta com multiplicadorcampo no intervaloroleta com multiplicadoruma partida da Série B do Campeonato Brasileiro após testar positivo para covid.

"Isso demonstra que não há nenhuma segurança garantida nos protocolos adotados. Porém, há uma força política da economia para que esses campeonatos ocorram. É irresponsabilidade e contrassenso deixar a Copa América acontecer aqui. Isso é dito por um apaixonado por futebol", diz o epidemiologista.

A Conmebol disse ter recebido uma doaçãoroleta com multiplicador50 mil dosesroleta com multiplicadorvacinas produzidas pela Sinovac, a mesma do Instituto Butantan, e afirmou que distribuirá 5 mil doses para cada federação. Isso, segundo a organização, garantirá que as equipesroleta com multiplicadortodos os países estejam vacinadas.

Mas Botelho argumenta que essa medida não alivia nem justifica a promoçãoroleta com multiplicadorum campeonatoroleta com multiplicadorfutebolroleta com multiplicadorum país onde milharesroleta com multiplicadorpessoas morrem diariamente e há filasroleta com multiplicadorespera por um leitoroleta com multiplicadorUTI.

"Isso é uma loucura. É inconsequenteroleta com multiplicadortodos os aspectos. Talvez a minha análise tenha que ser política. Éroleta com multiplicadornovo algo para fazer a história do pão e circo. Não tem sentido dois países recusarem um evento desses e o Brasil chamar para cá. A vacina não anda e estamos trazendo mais riscos ao país", afirma.

Questionado sobre o que poderia ser feito para amenizar os danos ao país, caso o Brasil aceite sediar o evento, Botelho afirma não ter nenhuma sugestão.

"Temos que evitar que as pessoas se infectem. A gente tem que ser coerente e não fazer a Copa América. A mídia tem uma parcela importante nisso tudo porque briga para manter a Olimpíada e precisa manter os compromissos políticos. A Copa América foi paga pelos patrocinadores e a Conmebol não vai abrir mão. Vai fazer, nem que seja no México ou no Catar. É algo que beneficia a economia, mas deveria se tratarroleta com multiplicadorquestões sanitárias.

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