Como um 'desprogramadoresporte betbrasilseitas' já salvou centenasesporte betbrasilpessoasesporte betbrasilgrupos perigosos:esporte betbrasil

Sob céu azul, mulher olha para bonecoesporte betbrasilpapelãoesporte betbrasilDavid Koresh

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Representação do líder da seita Ramo Davidiano, David Koresh; Rick Ross ajudou algunsesporte betbrasilseus seguidores a deixar o grupo nos anos 90

esporte betbrasil Enquanto seitas prometem uma nova vida para quem começar a segui-las, o americano Rick Alan Ross trabalha correndo contra o tempo para reverter o que chamaesporte betbrasil"lavagem cerebral" feita por grupos religiosos radicais ou que promovem o ódio.

Seu trabalho integral éesporte betbrasil"desprogramadoresporte betbrasilseitas", como é conhecido pela imprensa.

Atravésesporte betbrasilintervenções — ele já fez maisesporte betbrasil500 —, o americano ajuda pessoas a deixaremesporte betbrasilseguir grupos perigosos.

"Na essência, todos esses grupos são muito parecidos: um líder totalitário que se torna focoesporte betbrasiladoração; um processoesporte betbrasildoutrinação que resultaesporte betbrasilinfluências indevidas; e a exposiçãoesporte betbrasilpessoas ao risco, uma vez que o grupoesporte betbrasilfato se torna destrutivo", explica Ross à BBC.

Rick Alan Ross com sorriso contidoesporte betbrasilretrato no estúdio

Crédito, Arquivo pessoal/Rick Alan Ross

Legenda da foto, 'Alguns grupos já até compraram meu lixo para obter informações sobre mim', conta Ross

Hoje com 60 anosesporte betbrasilidade, ele convive há tempos com ameaças.

"Já fiquei sob proteção do FBI (polícia federal dos EUA) e do Departamentoesporte betbrasilJustiça, já fui perseguido por detetives particulares, processado judicialmente cinco vezes… Alguns grupos já até compraram meu lixo para obter informações sobre mim."

Os problemas trazidos por estes grupos, diz Ross, são mais amplos do que parece.

'Meu filho foi pego. Você pode ajudar?'

No último século, acontecimentos horríveis promovidos por seitas chegaram às manchetes.

Houve o famoso massacreesporte betbrasilJonestown, quando maisesporte betbrasil900 pessoas morreram por suicídios e assassinatosesporte betbrasiluma comunidade fundada pelo líder cristão Jim Jones, no anoesporte betbrasil1978; os assassinatos perpetrados por seguidores da "Família Manson"esporte betbrasil1969; e os crimesesporte betbrasiltráfico sexual da seita Nxivm, que levou seu líder a uma condenaçãoesporte betbrasil120 anosesporte betbrasilprisão.

Desenho mostra Keithesporte betbrasilperfilesporte betbrasiljulgamento

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Keith Raniere, líder da seita Nxivm, foi condenadoesporte betbrasiloutubro do ano passado

Ross desempenhou um papel nesse julgamento, testemunhando e expondo as táticas do grupoesporte betbrasiloutubro do ano passado.

"Olhamos para essas seitas e pensamos: eles são muito doidos. Mas não percebemos que dentro desses grupos, tudo o que está fora está sendo submetido à manipulação", disse Rossesporte betbrasilentrevista ao programaesporte betbrasilrádio da BBC Outlook.

Uma seita pode atingir o sensoesporte betbrasilrealidadeesporte betbrasiluma pessoa e forçá-la a construir um novo, criando uma ruptura entre o que o grupo diz ser real e o que realmente é real.

Ross passou por isso emesporte betbrasilvida pessoal, quando tinha cercaesporte betbrasil30 anosesporte betbrasilidade e foi visitar a avóesporte betbrasiluma casaesporte betbrasilrepouso no Estado do Arizona. Ela lhe contou que uma enfermeira estava tentando levá-la para um controverso grupo religioso que visava a conversãoesporte betbrasiljudeus.

"Fiquei muito chateado, senti que queria protegê-la. Procurei o diretor da casaesporte betbrasilrepouso, e uma investigação foi aberta. Descobriu-se que uma seita havia planejado secretamente que algunsesporte betbrasilseus membros trabalhassem no asilo, com o objetivoesporte betbrasilchegar aos idosos."

Ele então passou a trabalharesporte betbrasilum programa para apoiar prisioneiros judeus, que também eram alvosesporte betbrasilgrupos religiosos extremistas ouesporte betbrasilódio.

No começo, ele dividia a rotina com o comércioesporte betbrasilcarros antigosesporte betbrasilum ferro-velho. Depois, ele se tornou um "desprogramador"esporte betbrasiltempo integral.

"Comecei a receber mensagensesporte betbrasilfamílias dizendo: 'Olha, não sei o que fazer. Meu filho, minha filha está envolvida neste grupo. Você pode ajudar?'."

"Ao ladoesporte betbrasilum psicólogo, passei a conversar com essas pessoas."

"As famílias ficavam muito aliviadas, porque muitos desses grupos eram perigosos. Alguns deles abusavamesporte betbrasilcrianças, alguns eram violentos. Muitos levaram as pessoas ao sofrimento psicológico e ao afastamento da família."

A técnica da 'desprogramação'

Dedo mexe bonecosesporte betbrasilpapel ligados por barbante

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, São necessárias muitas horas, às vezes dias, para convencer uma vítimaesporte betbrasilseitaesporte betbrasilque ela está sendo manipulada

Segundo Ross,esporte betbrasiltécnica "sempre seguiu o mesmo processo básico, mas foi se tornando cada vez mais sofisticada".

"Trata-seesporte betbrasilvoltar ao processoesporte betbrasilrecrutamento e examiná-lo: quais técnicas foram usadas para recrutar uma pessoa? Eles foram enganosos? Prenderam a vítima no grupo,esporte betbrasilalguma forma?"

Para criar um sentimentoesporte betbrasilpertencimento exclusivo, seitas podem empregar da pressão coletiva à hipnose, além da privaçãoesporte betbrasilcomida e do contato físico. Para descobrir estas estratégias, porém, é preciso que o "desprogramador" converse com a vítima por muitas horas.

Também ajuda pesquisar muito sobre a seitaesporte betbrasilquestão e seus termos — para que Ross consiga conversar com seus seguidores na "mesma língua".

A primeira intervenção costuma aconteceresporte betbrasilsurpresa, para evitar que a seita sabote o trabalho.

"A pessoa poderia ir até o grupo e contar: 'Minha família quer conversar comigo sobre meu envolvimento neste grupo. O que vocês acham que devo fazer?'. O grupo diria: 'Não vá.'"

Entretanto, Ross reconhece que a intervenção surpresa muitas vezes não leva a boas reações — e sim à raiva e à tristeza, com a pessoa sentindo-se "encurralada".

"A família vai falar à pessoaesporte betbrasilsuas preocupações. Explicarei o motivoesporte betbrasilestar ali. É um diálogo que normalmente dura dois ou três dias", diz o "desprogramador", que estimaesporte betbrasiltaxaesporte betbrasilsucesso entre sete e 10.

"Ou seja, ao final da intervenção, cercaesporte betbrasil70% das pessoas dirão: 'vou dar um tempo do grupo'."

Ameaçasesporte betbrasilmorte

Rick Ross sentadoesporte betbrasilsalaesporte betbrasilcasa, dando entrevista

Crédito, Starz Entertainment

Legenda da foto, Ross já foi acusadoesporte betbrasilrestringir as liberdades religiosas

Em meados dos anos 1980, o trabalhoesporte betbrasilRoss começou a ganhar espaço na imprensa.

Conforme isso aconteceu, ele se tornou também cada vez mais visado pelos mesmos grupos que tentava combater.

"Fui chamado, sabe,esporte betbrasilSatanás... e palavras que não vou repetir. Existem grupos que realmente têm ressentimento e me odeiam."

"Mas simplesmente percebi que o fato desses grupos não gostaremesporte betbrasilmim era uma evidênciaesporte betbrasilque estava tendo algum impacto. Eles estavam preocupados com a perdaesporte betbrasilseguidores, porque frequentemente a desprogramação teria um efeito cascata."

A primeira ameaçaesporte betbrasilmorte que o americano recebeu foiesporte betbrasil1988, quando denunciou na TV o líderesporte betbrasiluma seita. Desde então, foram várias outras.

"Diria que não há um mêsesporte betbrasilque não receba alguma ameaça por e-mail, ou que o Departamentoesporte betbrasilJustiça não me envie um aviso sobre um grupo ter me colocado naesporte betbrasillistaesporte betbrasilalvos."

Ross também já recebeu duras críticas, como aesporte betbrasilodiar as religiões ouesporte betbrasilalguma forma tentar, com seu trabalho, restringir a liberdade religiosa.

Suas técnicasesporte betbrasildesprogramação também já foram acusadasesporte betbrasilmodificar comportamentosesporte betbrasilforma forçada, ouesporte betbrasilserem uma "lavagem cerebral"esporte betbrasilsi mesmas.

Ross responde que só atua contra grupos que representem algum tipoesporte betbrasilperigo para seus seguidores.

"Estou focado no comportamento, não na crença. As pessoas podem acreditaresporte betbrasiltodos os tiposesporte betbrasilcoisas com as quais não concordaria, mas se não fizerem mal, se não machucarem as crianças, se não tiverem um comportamento destrutivo, elas nunca estarão no meu radar."

Desprogramações involuntárias

A principal polêmicaesporte betbrasiltorno do trabalhoesporte betbrasilRoss diz respeito à desprogramação involuntária — quando a vítima não consente o processo, que pode envolver restrições físicas.

Isso é legalizado nos EUA para menores, sob supervisão dos pais ou responsáveis. Mas para adultos, a questão é mais complicada.

Dos maisesporte betbrasil500 casos que Ross já atendeu, ele diz que cercaesporte betbrasildez foram desprogramações involuntárias.

"(Nesses caso) A família decidiu que era a última alternativa para salvar alguém que amava. Podia ser uma escolha controversa no sentidoesporte betbrasilque não é certo forçar alguém contraesporte betbrasilvontade. Mas, dadas as opções, eles (parentes) viam isso como um mal menor. E estava disposto a trabalhar com eles."

"Às vezes, era questãoesporte betbrasilvida ou morte. Por exemplo, tive um casoesporte betbrasilque uma pessoa precisava tomar insulina, e o grupo dizia para ela parar."

Sua última intervenção involuntária, e também a mais famosa, foi aesporte betbrasilJason Scottesporte betbrasil1991.

A mãeesporte betbrasilJason havia se envolvido e depois se desentendido com uma seita, desejando sair, junto com seus três filhos adolescentes.

"Ela estava terrivelmente angustiada. Umesporte betbrasilseus filhos havia sido abusado sexualmente, o que a levou a querer deixar o grupo. E ela sabia que Jason estava prometidoesporte betbrasilum casamento arranjado com uma mulher do grupo."

Ross foi contratado. Ele conseguiu desprogramar os dois filhos mais novos, mas Jason, com 18 anos, recusou. Ele lutou contra os seguranças queesporte betbrasilmãe havia contratado e acabou sendo levado à força para um esconderijo.

Lá, Ross conversou com o jovem e com outros membros da família por cercaesporte betbrasilcinco dias. No final, Jason parecia ter mudado.

Destroçosesporte betbrasilpavilhãoesporte betbrasilfotoesporte betbrasilpreto e branco

Crédito, New York Times Co./Neal Boenzi/Getty Images

Legenda da foto, Destroçosesporte betbrasilpavilhãoesporte betbrasilJonestown, onde centenasesporte betbrasilpessoas morreram no final dos anos 1970

Mas não: ele fugiu, voltou à seita e denunciou Ross à polícia, que foi detido e acusadoesporte betbrasilexecutar uma prisão ilegal. Ele foi absolvido, mas o caso não parou aí.

Em 1995, Jason processou Ross, dizendo ter sido vítimaesporte betbrasiltratamento depreciativo, intimidação, violência e vigilância constante durante a intervenção.

A Justiça considerou Ross responsável por uma conspiração que privou Jasonesporte betbrasilseus direitos civis e liberdades religiosas. Foi determinado que ele pagasse maisesporte betbrasilUS$ 2 milhõesesporte betbrasildanos.

"Declarei falência. Foi um momento muito difícil da minha vida", lembra o americano.

Masesporte betbrasiluma nova reviravolta, Jason acabou se reconciliando com seus irmãos e a mãe e fez um acordo com Ross, que agora precisaria pagar apenas US$ 5 mil, e não mais US$ 2 milhões. Jason pediu também ajuda para desprogramar a esposa, que ainda frequentava o grupo.

"Isso é o que costuma aconteceresporte betbrasiluma reprogramação falha. A pessoa recebe muitas informações e pode não agir imediatamente, mas talvez o faça mais tarde. Jason basicamente deixou o grupo por muitos dos motivos que nós discutimos na intervenção."

Este caso, entretanto, o fez questionar algumasesporte betbrasilsuas práticas.

"Independentemente das circunstâncias, decidi nunca mais fazer uma desprogramação involuntáriaesporte betbrasilum adulto", diz ele.

Algunsesporte betbrasilseus casos mais bem-sucedidos, poresporte betbrasilvez, levaram a relações longas.

"Algumas pessoas mantêm contato, me enviam cartõesesporte betbrasilNatal, me convidam para casamentos. Agradeço muito. Uma mulher que ajudei a sairesporte betbrasilum grupo que esterilizava seus membros, quando teve seu primeiro filho, me mandou uma foto do bebê."

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