'Se teu marido te agride, você pode fugir, mas não se o agressor é meu próprio filho':fruit slots brabet
- Sarah McDermott
- Da BBC News

Mãe relata abusos sofridos por parte do próprio filho e conta como é difícil evitar a situação
fruit slots brabet Em meados do ano, Aidan (nome fictício) decidiu que queria matar a cadela da família. Ele atraiu o animal para trás do sofáfruit slots brabetcasa com uma salsicha e colocou as mãos sobrefruit slots brabetfocinheira e ao redorfruit slots brabetseu pescoço. "A coisa mais maluca é que ele, na verdade, ama o cachorro e a mim mais do que qualquer outra pessoa", diz a mãefruit slots brabetAidan, Hazel (nome também fictício).
"Mas somos nós dois que ele justamente tem como alvo mais frequente, e às vezes ele machuca (a cadela) para ver como eu vou reagir."
Aidan dá chutes e bate, e antes costumava morder. Diz a Hazel que a odeia e quer que ela morra, e que vai conseguir uma arma para atirar nela. Já tentou empurrá-la da escada e descobriu pontos cegos na visão da mãe (que é deficiente visual),fruit slots brabetmodo que consegue atirar objetos na direção dela sem que ela perceba.
"É um comportamento abusivo,fruit slots brabetbullying", desabafa Hazel. "Sinto que estou numa relaçãofruit slots brabetviolência doméstica. Você diz que se o seu marido te bater, vai largá-lo, mas como vai fazer isso com seu filho? Você é ao mesmo tempo o protetor e a vítima da criança."
A maioria dos pais nunca teráfruit slots brabetse preocuparfruit slots brabetser atacada por uma criança violenta, mas, quando isso acontece, surge um dilema: ao mesmo tempofruit slots brabetque não podem deixar o filho à própria sorte, eles temem que buscar ajuda gere repercussões para o futuro da criança. Pesquisas indicam que esse problema é ocultado e mais comum do que se imagina.
No casofruit slots brabetHazel, todas as facas da casa ficam trancadas longe do alcancefruit slots brabetAidan desde que ele pegou uma delas e foi atrásfruit slots brabetum membro da família. Ele também já recorreu a outros objetos pontiagudos, como tesouras e cortadoresfruit slots brabetunha. "Tudo leva à violência", lamenta a mãe.
"Ele é interessadofruit slots brabetviolência e vê violênciafruit slots brabetqualquer situação. Não podemos assistir a programas infantis porque ele gostafruit slots brabetreencenar qualquer pedacinho que contenha violência."
Acessosfruit slots brabetviolência
Aidan foi adotado por Hazel e seu marido aos 4 anosfruit slots brabetidade, e ela diz que desde então convive com seus acessosfruit slots brabetviolência, embora achasse que fossem passar com o tempo.
Aos 5 anos, ele fez com que uma professora da escola fosse hospitalizada duas vezes — a primeira delas ao chutá-la no rosto, quando ela se agachou para pegar um objeto que ele havia jogado. A equipe da escola foi treinada para conter Aidanfruit slots brabetmodo seguro quando ele tinha acessosfruit slots brabetviolência, às vezes por quase uma hora.
Hazel lembra da primeira vez que o viu depoisfruit slots brabetuma dessas contenções. "Ele estava sentado num sofá suado, tremendo — foi terrível", conta. "Sentei e abracei meus joelhos,fruit slots brabetposição fetal."
Hazel se questiona hoje a respeito das técnicasfruit slots brabetcontenção usadas na escola, embora não saiba ao certo que outra maneira haveria para lidar com os acessosfruit slots brabetviolência do filho. "Deve ter sido traumatizante para ele, mas sei como ele era violento", afirma. "Eu via os hematomas nas assistentesfruit slots brabetprofessoras, e não sei que outro modo elas teriam para se manterem seguras."
A escola criou uma sala acolchoada que virou um espaço seguro para levar Aidan quando ele colocava a si mesmo ou outrosfruit slots brabetperigo.O problema é que "ele passou a ser levado para lá todos os dias", conta Hazel. "E ficava tão nervoso que quebrou o vidro reforçado da porta três vezes." Até que a escola disse que não dava mais contafruit slots brabetcuidarfruit slots brabetAidan.
Milharesfruit slots brabetcasos por ano
Em 2010, pesquisadores da Universidadefruit slots brabetOxford, no Reino Unido, fizeram a primeira análisefruit slots brabetque se tem conhecimento sobre dadosfruit slots brabetviolênciafruit slots brabetcrianças contra os pais no Reino Unido, e identificou 1,9 mil registrosfruit slots brabetLondres durante um períodofruit slots brabet12 meses.
A líder do projeto, Rachel Condry, que é professorafruit slots brabetCriminologia, estima que,fruit slots brabetterritório britânico, haja milharesfruit slots brabetcasos anualmente, a maioria dos quais nunca será registrado oficialmente. "É um problema oculto — muitos pais sentem que não podem levar o caso à polícia, ou não recebem nenhuma ajuda ou não encontram nenhum serviço (público adequado)", diz ela.
Condry conta ter ouvidofruit slots brabetmuitos pais que eles convivem por anos com a violência antesfruit slots brabetdenunciar o ocorrido a autoridades — e só fazem isso quando realmente se sentemfruit slots brabetperigo. "Eles ficam muito preocupados, e com razão, quanto a criminalizar seus filhos e quanto às consequências."
Até o estudofruit slots brabetCondry, havia poucas pesquisas sobre esse tipofruit slots brabetviolência — ou até mesmo consciência sobrefruit slots brabetexistência. "Não constavafruit slots brabetnenhum website, nenhuma política governamental — não havia menções a issofruit slots brabetlugar algum", diz.
"Mas quando eu falava com pessoas que atendem crianças e famíliasfruit slots brabettodos os tiposfruit slots brabetáreas (britânicas), essas pessoas me contavam se deparar com casos do tipo o tempo todo. Era um silêncio muito interessante."
"Eles (pais) sentem uma vergonha muito grande", diz Helen Bonnick, ex-assistente social que escreveu um livro sobre a violência entre filhos e pais. "Se você é um pai ou mãe, seu papel é criar a criança para se tornar um membro responsável da sociedade e um ser humano amoroso. Quando isso dá errado, as pessoas sentem que fracassaram. Não querem falar a respeito. E como ninguém fala a respeito, a pessoa sente ser a única vivendo aquilo."
Assim como o abuso doméstico e a violência conjugal, a violência praticada pelos filhos contra os pais afeta pessoasfruit slots brabettodas as classes sociais, ricos e pobres, e seria errado supor que acontece apenas quando há crianças que ficaramfruit slots brabetorfanatos.
Na verdade, Michelle John, da instituição Parental Education Growth Support, especializada na violênciafruit slots brabetfilhos contra os pais, diz quefruit slots brabetorganização ajuda mais famílias biológicas do que adotivas.
Assim como acontece na famíliafruit slots brabetHazel, é mais provável que as mães sejam os alvos. "As mulheres têm muito mais probabilidadefruit slots brabetserem vítimasfruit slots brabetviolência domésticafruit slots brabettodos os tipos, e esse é o caso aqui também", diz Rachel Condry. "Embora aconteça com os pais, a violênciafruit slots brabetfilhos contra mãe é a forma mais comum."

Estatisticamente, as mães são mais propensas a sofrer violência por parte dos filhos do que os pais
Agora, nenhuma escola local aceita Aidan — todas as unidades especializadas o rejeitaram ou o expulsaram. A mais próxima que o aceitou fica a meia horafruit slots brabetcarro e também não é capazfruit slots brabetatender às suas necessidades complexas. "Eles estão contendo ele, mas nada está sendo resolvido", diz Hazel. "O garoto ainda está lutando."
Academicamente, ele já está três ou quatro anos atrasadofruit slots brabetrelação às outras crianças da mesma idade, emborafruit slots brabetcaligrafia seja bonita. Hazel pagou por sessõesfruit slots brabettreinamento para aprender técnicas que ela pode usar para diminuir o comportamento violentofruit slots brabetAidan, para evitar ser ferida. Uma tática é segurar uma grande almofada do sofá para evitar que Aidan seja capazfruit slots brabetmachucá-la.
"Na primeira vez, ele pegou (a almofada) da minha mão e me atingiu com ela", lembra Hazel, "então pensei: 'Ok, preciso segurar com mais força'. Na segunda vez, funcionou muito bem — consegui colocá-la entre nós, e ele ficava socando e chutando, tentando contornar, mas não conseguia."
Hazel destaca que seu filho não é mau, mas age assim por causafruit slots brabettraumas que aconteceramfruit slots brabetseu passado — e não é culpa dele. "Mesmo que pareça que ele é um agressor, ele não é — ele não consegue evitar", diz ela. "Ele é, na verdade, um meninofruit slots brabetnatureza doce — é adorável e engraçado, e nós nos amamos."
Mas a tensão gerada por tudo isso a forçou a largar o emprego. Sua saúde piorou — ela teve herpes repetidamente e pneumonia maisfruit slots brabetuma vez no ano passado, e agora toma antidepressivos. Seu relacionamento com o marido também foi prejudicado.
"Quando percebemos que havia um problema e que as coisas estavam muito difíceis, basicamente sentimos que havíamos cometido um erro e não tínhamos conseguido lidar com isso", diz ela. "Mas dizer issofruit slots brabetvoz alta significa que você tem que fazer algo, então nenhumfruit slots brabetnós disse issofruit slots brabetvoz alta. Basicamente, não nos falamos por cercafruit slots brabetseis meses."

Quando há um problema?
O comportamentofruit slots brabetuma criança se torna problemático quando é controlador, ameaçador, intimidador ou perigoso. Alguns sinais a serem observados são:
- Você muda seu comportamento para evitar confrontos com seu filho;
- Você teme porfruit slots brabetsegurança ou pela segurançafruit slots brabetoutros membros da família;
- A criança está roubando ou danificando os pertencesfruit slots brabetoutros membros da família;
- A criança ameaça você ou outras pessoas;
- A criança ameaça se machucar ou se envolverfruit slots brabetcomportamentofruit slots brabetrisco — leve sempre as ameaçasfruit slots brabetautomutilação a sério;
- A criança é cruel com animaisfruit slots brabetestimação.

Alguns anos atrás, depoisfruit slots brabetrefletir muito, Hazel estava prestes a tomar uma atitude drástica. "Achava o efeito que isso tudo estava tendo na família como um todo muito angustiante, então tomei a decisãofruit slots brabetpegar Aidan e ir embora", diz ela.
O maridofruit slots brabetHazel a convenceu a não fazer isso, e, embora agora ela reconheça que provavelmente foi a decisão certa, não ameniza a culpa que sente pelas outras crianças da família. "É a infância deles que colocamosfruit slots brabetrisco", diz ela.
A famíliafruit slots brabetHazel deixoufruit slots brabetvisitar a casafruit slots brabetoutras pessoas muito antes da pandemiafruit slots brabetCovid-19. Eles não realizam ou vão a grandes eventos familiares. Hazel só vê os próprios pais quando Aidan está na escola, porque eles não conseguem lidar com a presença dele.
E ela não se encontra com seus amigos quando está com Aidan se alguma outra criança também estiver presente. Ela e o marido nunca saem à noite ou passam o fimfruit slots brabetsemana fora — não há ninguém com quem possam deixar Aidan e que seja capazfruit slots brabetcuidar dele. "É incrivelmente solitário", desabafa Hazel.
Mas ela encontrou grande confortofruit slots brabetuma comunidade onlinefruit slots brabetpais como ela,fruit slots brabetfórunsfruit slots brabetque as pessoas compartilham histórias e mecanismosfruit slots brabetenfrentamento e oferecem apoio moral. Descobrir tantas pessoas vivendo uma situação semelhante foi uma verdadeira surpresa. "Existem muitas, muitas famílias como a minha", diz ela.
Hazel mantém planilhas e está constantemente indo atrás das diferentes agências envolvidas com o passadofruit slots brabetAidan para descobrir quais decisões foram tomadas — ou não. Ela está sempre tentando encontrar a ajuda da qual ele precisa.
A grande esperança da família é colocar Aidanfruit slots brabetum internato que visa reabilitar completamente crianças como elefruit slots brabettrês anos, permitindo a elas voltar para casa, viver com suas famílias e frequentar escolas normais. "Eu realmente quero colocar elefruit slots brabetuma escola terapêutica, uma que realmente vá ajudá-lo", diz Hazel.
Mas os critériosfruit slots brabetadmissão são rígidos e complicados, então é um tiro no escuro. Se Aidan não for aceito, Hazel se preocupafruit slots brabetcomo as coisas podem acabar para ele. "Ele será um parceiro abusivo e terá problemas com a polícia", diz ela. "Ele vai perder o controle e entrarfruit slots brabetuma briga — vejo ele na prisão."
Por enquanto, ela continua tentando manter a situação sob controle. Quando Aidan está na escola, ela leva o cachorro para passear e pratica um poucofruit slots brabetmindfulness (atenção plena) para se preparar para o retorno dele.
Ele pode decidir revirar a casa, jogar o conteúdo da fruteira nela e pular do corrimão. Ou, se for uma noite tranquila, Aidan vai ouvir seus audiolivros — as mesmas histórias, repetidamente, seguindo as palavras nas páginas. E quando chegar a horafruit slots brabetdormir, as portas do andarfruit slots brabetbaixo estarão trancadas para que, se ele se levantar no meio da noite, não incomode o cachorro.
Ilustraçõesfruit slots brabetOwen Gent.

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