'Flurona': por que pegar gripe e covid ao mesmo tempo não é necessariamente mais grave:apostar na copa do mundo 2024

apostar na copa do mundo 2024 O anoapostar na copa do mundo 20242022 começou com uma notícia aparentemente preocupante: no dia 3apostar na copa do mundo 2024janeiro, Israel detectou o primeiro casoapostar na copa do mundo 2024um paciente com covid-19 e gripe ao mesmo tempo.

Nas redes sociais e na imprensa, o quadro logo foi apelidadoapostar na copa do mundo 2024"flurona" — junção dos termos flu, ou gripe,apostar na copa do mundo 2024inglês, e rona,apostar na copa do mundo 2024referência a "corona", ou coronavírus.

Logo após a descoberta, as agênciasapostar na copa do mundo 2024saúdeapostar na copa do mundo 2024vários outros países também anunciaram o diagnósticoapostar na copa do mundo 2024casos parecidos. No Brasil, os dois primeiros pacientes foram identificados na terça-feira (4/1), no Rioapostar na copa do mundo 2024Janeiro.

Embora o assunto chame a atenção, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicam que infecções por maisapostar na copa do mundo 2024um vírus são comuns na prática clínica e, por ora, não existem dados suficientes para afirmar que ter gripe e covid ao mesmo tempo leve a um quadroapostar na copa do mundo 2024maior gravidade ou com mais riscos à saúde.

"Para começoapostar na copa do mundo 2024conversa, esse nome flurona é péssimo e nem deveria ser usado. Não se trataapostar na copa do mundo 2024uma doença nova ouapostar na copa do mundo 2024um vírus diferente", critica o infectologista Alberto Chebabo, da Dasa.

"Pelo que se sabe até agora, estamos falandoapostar na copa do mundo 2024uma detecção conjuntaapostar na copa do mundo 2024dois vírus [o influenza, causador da gripe e o coronavírus, causador da covid] e não há evidênciasapostar na copa do mundo 2024que isso leve a um aumentoapostar na copa do mundo 2024casos graves", continua o médico, que também é diretor do Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rioapostar na copa do mundo 2024Janeiro (UFRJ).

"E vale ainda destacar que essa detecção conjunta não é nenhuma novidade. O mesmo acontece com outros vírus", completa.

Coinfecção ou codetecção?

A infectologista Carolina Santos Lázari, do Grupo Fleury, explica que há uma diferença importante entre detectar dois vírus num paciente e esses patógenos efetivamente causarem infecções simultâneas.

"Em doenças infecciosas que afetam o sistema respiratório, é comum que o paciente continue excretando o material genético do vírus algum tempo após a recuperação", diz.

A confusão pode acontecer porque parte desse material genético viral é detectado pelos examesapostar na copa do mundo 2024diagnóstico, como o RT-PCR.

Ou seja: alguns indivíduos podem estar com uma infecção ativa pelo coronavírus no momento do exame e ainda excretar o material genético do influenza, resquícioapostar na copa do mundo 2024uma gripe que já foi superada.

Essa situação é um exemplo clássicoapostar na copa do mundo 2024codetecção. O teste dá positivo para dois vírus no organismo, mas apenas um deles está causando problemaapostar na copa do mundo 2024verdade.

Mas também existe a coinfecção,apostar na copa do mundo 2024que dois patógenos diferentes estão agindoapostar na copa do mundo 2024forma simultânea e engatilham uma resposta imunológica e inflamatória no paciente.

"E frequentemente ocorre até uma interação entre esses dois agentes infecciosos,apostar na copa do mundo 2024que a presençaapostar na copa do mundo 2024um pode mudar o curso da doençaapostar na copa do mundo 2024outro", informa Lázari, que também atua no Hospital das Clínicasapostar na copa do mundo 2024São Paulo.

Como dito no início da reportagem, casosapostar na copa do mundo 2024coinfecçãoapostar na copa do mundo 2024geral não são uma coisa inédita na medicina. "É possível ter, por exemplo, hepatite B e C juntas. Ou HIV e tuberculose", cita a infectologista.

Os especialistas também lembram que, no caso específicoapostar na copa do mundo 2024infecções respiratórias, é comum detectar a presençaapostar na copa do mundo 2024maisapostar na copa do mundo 2024um patógenoapostar na copa do mundo 2024ação ao mesmo tempo, especialmenteapostar na copa do mundo 2024crianças com idade escolar que são acometidas pelo resfriado, quadro que pode ser provocado por vírus sincicial respiratório, rinovírus, bocavírus, parainfluenza…

"Já vimos situaçõesapostar na copa do mundo 2024que três vírus foram detectados. Mas sempre fica a dúvida se todos eles estão causando a infecção ou se apenas um está agindo e os outros estão só presentes ali", observa Chebabo.

Nesses casos mais recentesapostar na copa do mundo 2024"flurona", Lázari entende que tanto a codetecção quanto a coinfecção são possíveis.

"Em 2020 eapostar na copa do mundo 2024boa parteapostar na copa do mundo 20242021, o influenza tinha praticamente desaparecido. A partirapostar na copa do mundo 2024dezembro, houve uma retomada desse vírus", destaca.

"Os quadrosapostar na copa do mundo 2024coinfecção, portanto, se tornam mais frequentesapostar na copa do mundo 2024períodosapostar na copa do mundo 2024surtos, como esse que temos agora", destaca o médico patologista Helio Magarinos, diretor do laboratório Richet, no Rioapostar na copa do mundo 2024Janeiro.

"A pandemiaapostar na copa do mundo 2024covid-19 não acabou e estamosapostar na copa do mundo 2024meio a uma epidemiaapostar na copa do mundo 2024influenzaapostar na copa do mundo 2024várias cidades brasileiras", complementa.

É mais grave?

Com poucos dias desde que os primeiros casos da "flurona" foram diagnosticados, ainda é cedo para ter certeza sobre o impacto da infecçãoapostar na copa do mundo 2024dose dupla na saúde dos pacientes.

Também não se sabe se o quadro está relacionado a sintomas diferentes ou a um maior riscoapostar na copa do mundo 2024hospitalização e morte.

"Será que pegar os dois vírus pode ser mais perigoso para algum grupo específico, como idosos, crianças ou indivíduos com a imunidade comprometida? Ainda não temos essa resposta", diz Lázari.

"É claro que estamos falandoapostar na copa do mundo 2024influenza e coronavírus, dois vírus que já são mais patogênicos. O fatoapostar na copa do mundo 2024eles estarem juntos gera um certo receio", continua a médica.

"Mas isso não é suficiente para a gente concluir que esse quadro levaria a um pior desfecho", conclui.

Chebabo concorda. "Até agora, não temos nenhum dado que demonstre um aumento na gravidade."

Como se proteger?

Se, por um lado, existem várias perguntas sem resposta sobre o real significado da infecção simultânea por coronavírus e influenza, por outro, há muita certeza a respeito dos métodos mais efetivos para prevenir essas doenças, independentementeapostar na copa do mundo 2024elas aparecerem juntas ou separadas.

Manter o distanciamento físico, usar máscarasapostar na copa do mundo 2024boa qualidade, lavar as mãos frequentemente e preferir encontros ao ar livre ouapostar na copa do mundo 2024locais com boa circulaçãoapostar na copa do mundo 2024ar são atitudes que diminuem o riscoapostar na copa do mundo 2024pegar covid e gripe, indicam os especialistas.

Não dá pra se esquecer também das vacinas. No caso do coronavírus, é primordial complementar o esquema preconizado com duas ou três doses.

Já no caso da gripe, algumas cidades estão oferecendo atualmente o imunizante para toda a população (ou alguns grupos específicos) nos postosapostar na copa do mundo 2024saúde.

"Se você não se vacinou contra a gripeapostar na copa do mundo 20242021 e há disponibilidade na região onde você mora, sempre vale a pena tomar a dose", recomenda Lázari.

"O subtipo do vírus influenza que estáapostar na copa do mundo 2024circulação no Brasil agora é H3N2 Darwin, enquanto a vacina oferecida no ano passado confere uma proteção contra o H3N2 Hong Kong", continua.

"A vacina, portanto, pode surtir um efeito menor. Mesmo assim, ter uma proteção parcial ainda é melhor do que não ter proteção nenhuma", raciocina a infectologista.

Estou com sintomas. O que fazer?

Se você apresenta sinais típicosapostar na copa do mundo 2024uma infecção respiratória, como tosse, coriza, febre, dor, diarreia e perdaapostar na copa do mundo 2024olfato ou paladar, é importante ficarapostar na copa do mundo 2024isolamento (para não transmitir os vírus adiante) e buscar o diagnóstico.

Magarinos conta que os laboratórios possuem a tecnologia para fazer a detecção dos casos simultâneosapostar na copa do mundo 2024covid e gripe.

"É possível fazer essa avaliação tanto pelo RT-PCR quanto pelos testesapostar na copa do mundo 2024antígeno", diz.

"A indicaçãoapostar na copa do mundo 2024um ouapostar na copa do mundo 2024outro vai depender da disponibilidade, da avaliação do profissionalapostar na copa do mundo 2024saúde eapostar na copa do mundo 2024quantos dias se passaram desde o início dos sintomas", lista o médico.

Entenda a diferença entre esses métodos e quando eles devem ser feitos nessa reportagem publicada pela BBC News Brasil.

Em algumas situações, é possível fazer o chamado painel viral,apostar na copa do mundo 2024que um único exame avalia a presençaapostar na copa do mundo 2024influenza, coronavírus e vários outros patógenos.

A ampliação na oferta desses exames mais amplos, inclusive, tende a aumentar a detecçãoapostar na copa do mundo 2024"flurona" eapostar na copa do mundo 2024outros "encontros" virais num mesmo indivíduo — por estarmos num momentoapostar na copa do mundo 2024alta circulaçãoapostar na copa do mundo 2024vírus respiratórios, quanto mais eles forem procurados, mais casos serão identificados.

Outra possibilidade é testar separadamente para essas duas doenças e comparar os laudos. Se um resultado der positivo para coronavírus e o outro aparecer negativo para influenza, por exemplo, o indivíduo pegou covid, mas está livre da gripe.

Agora, se uma ou essas duas doenças forem diagnosticadasapostar na copa do mundo 2024fato, a recomendação é seguirapostar na copa do mundo 2024isolamento pelos dez dias seguintes, avisar os contatos próximos, monitorar os sintomas e ir ao hospital caso os incômodos piorem ou demorem a passar.

"No caso específico do influenza, há a possibilidadeapostar na copa do mundo 2024fazer um tratamento com o antiviral oseltamivir, desde que exista uma recomendação e uma prescrição médica para isso", aponta Lázari.

Já contra o coronavírus, não existem antivirais aprovados e disponíveis no Brasil.

Você pode saber mais sobre as orientações básicas para quem está com sintomasapostar na copa do mundo 2024infecções respiratórias nesta outra reportagem da BBC.

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