A cirurgia para reconstruir orelha dos arrependidos com furo grandespaceman cassinoalargador:spaceman cassino

Já na faculdade, com seus 20 anos, o furo na orelha já chegava a 20 milímetros, dois centímetros aproximadamente. Como o hábitospaceman cassinofazer o procedimento foraspaceman cassinoestúdios era frequente, uma vez tentou aumentar a abertura na orelha com a proteçãospaceman cassinoum alicate e provocou um acidente.

"Eu quase rasguei a orelha. Lembro que infeccionou e tive que colocar um alargadorspaceman cassinoferro", diz.

Mesmo diante desse imprevisto, ele não se incomodava e seguia com o acessório. Quando começou a trabalhar, acredita que perdeu algumas oportunidadesspaceman cassinoemprego por causa do tipo do brinco.

"Já perdi entrevistaspaceman cassinoemprego. Quando a gente é uma pessoa negra e ainda com alargador, era mais um ponto que tinha que passar. Depois consegui trabalhos, mas era a única pessoa com alargador."

Quando trabalhouspaceman cassinoum café na Europa, ele conta que os chefes mandavam tirar o alargador, para evitar acidentes ou até mesmo cair na comida e bebida dos clientes. Como a orelha já estava muito flácida há anos, ele começou a não gostar mais do alargador e acreditava que não condizia mais comspaceman cassinopersonalidade.

Foi então que ele cogitou fazer a cirurgia chamada loboplastia, que é a reconstrução do lóbulo da orelha. Ele não queria deixar os furos aparentes. "Se as pessoas já me olhavam com alargador, imagina sem. Eu sempre achei legal, mas não fazia mais partespaceman cassinoquem eu sou hoje", afirma.

De férias no Brasil,spaceman cassinodezembro do ano passado, o intérprete procurou um cirurgião plástico e realizou o procedimento cirúrgico, que durou duas horas e foi feito na própria clínica. Depois da técnica, ele seguiu as orientações do médico, para melhorar a cicatrização e recuperação total da orelha.

Como tem a pele negra, tinha maior riscospaceman cassinodesenvolver queloide e, por isso, precisava passar sempre filtro solar e pomadas. Agora, com quase um mês após a cirurgia, ele afirma que gostou muito do resultado. "Eu estou super feliz. É estranho porque você fica procurando ele na orelha e se sente um pouco estranho. Mas estou super satisfeito", diz.

'Comecei a alargar a orelha escondida da minha mãe'

Assim como Thiago, a tatuadora Heloisa Dassie,spaceman cassino36 anos, começou a alargar a orelha quando ainda estava no colégio. Ela sempre adorou tatuagem e achava incrível ter modificações pelo corpo.

"Comecei escondido da minha mãe. Fizspaceman cassinocasa mesmo, bem errado. Achava bonito e queria ter, mas não pensava no depois", afirma.

Heloisa conta que o hábitospaceman cassinoaumentar o lóbulo da orelha virava quase um vício. "Você começa a fazer, coloca joiasspaceman cassinoaço e o próprio peso do alargador faz com que o furo da orelha".

A tatuadora relembra que chegou a ter aproximadamente 24 milímetrosspaceman cassinofuro na orelha e quespaceman cassinomãe odiava que ela usasse o acessório. "Não tenho muitas fotos porque naquela época nem tinha celular com câmera direito, mas cheguei a ter dois centímetrosspaceman cassinodiâmetro, que já considerava grande. Alguns amigos tinham maisspaceman cassino40 milímetros, com a pele super fina e esticada. Corria o riscospaceman cassinoestourar."

Mesmo com a joia aparente, ela afirma que nunca perdeu oportunidadesspaceman cassinoemprego, justamente por trabalharspaceman cassinoambientes menos formais. Depoisspaceman cassinopouco maisspaceman cassino15 anos usando o alargador, Heloisa conta que se sentiu incomodada com o objeto na orelha. "A coisa começou a se popularizar demais. Foi ficando uma coisa esquisita e assim como modaspaceman cassinoroupa, eu perdi a vontadespaceman cassinousar o alargador", diz à BBC.

Ela tirou os alargadores por alguns anos e queria que os furos diminuíssem. Para esconder o buraco, sempre colocava os cabelos e sentia um poucospaceman cassinovergonha. Foi então que ela também optou pela cirurgia reparadora.

"Tiraram uma parte extra da minha orelha, ficou perfeita e não parecia que eu já tinha usado o alargador. Depoisspaceman cassinoum ano, consegui até furá-la para ter brinco e coloquei com a própria médica que fez a cirurgia."

Escolher um cirurgião especializado fez com que o resultado fosse o melhor possível. "Tem muita gente que faz com profissional que não é capacitado. É preciso ter técnicas para não deixar a orelha pontuda, por exemplo. Minha orelha ficou boa graças a um bom profissional", destaca.

Tanto Heloisa quanto Thiago afirmam que hoje não colocariam mais o acessório, devido aos riscos e dificuldadespaceman cassinofechar os furos. "Hoje não colocaria já que seispaceman cassinotodo o trabalho que deu. Eu até acho bonito, mas não combina mais comigo", diz a tatuadora.

"Eu acredito que esses tiposspaceman cassinoacessórios que podem deixar cicatrizes permanentes devem ser pensados e repensados. Não me arrependospaceman cassinoforma algumaspaceman cassinoter colocado alargadores. Naquela época, foi divertido. Tenho lembranças positivas, histórias engraçadas a respeito deles. Só que hoje, eu já não conseguia me ver mais usando tal acessório", diz Thiago.

Quais são os riscosspaceman cassinousar alargador?

O usospaceman cassinoalargadores pode aumentar as chancesspaceman cassinodesenvolver problemas sérios na orelha. Entre eles está o rompimento e infecção no local. Além disso, o uso da joia eleva o riscospaceman cassinonecrose e deformidade definitiva do lóbulo. Entre os problemas menos graves estão inchaço e vermelhidão.

Quando a pessoa alcança um alargamento grande, o tecido dessa região não volta mais ao normal. "Não retorna sozinhospaceman cassinohipótese alguma. O tecido aumentaspaceman cassinotamanho e o alargador expande o lóbulo", destaca Juarez Avelar, cirurgião plástico da Sociedade Brasileiraspaceman cassinoCirurgia Plástica e especialistaspaceman cassinocirurgiasspaceman cassinoorelha.

Caio Soares, otorrinolaringologista do Hospital IPO (Instituto Paranaensespaceman cassinoOtorrinolaringologia),spaceman cassinoCuritiba, afirma que furos com maisspaceman cassinodois milímetrosspaceman cassinoabertura não se reconstituem. "O defeito é definitivo."

Os médicos ainda reforçam que não é recomendado realizar qualquer procedimentospaceman cassinocasa, tanto para abrir o lóbulo quanto para fechá-lo. Deve-se sempre fazerspaceman cassinolocais apropriados e que tenham autorização para a realizar a técnica.

Loboplastia: como funciona a cirurgia para reconstrução da orelha

Como o furo da orelha não volta depoisspaceman cassinomuitos milímetros aberto, o recomendado é realizar uma cirurgiaspaceman cassinoreconstrução do lóbulo, também conhecido como loboplastia. "O mais comum dessas cirurgias são pacientes que tiveram rasgos provocados por brincos. Aproximadamente 75% das pessoas é por causa disso", diz Soares, que também é especialistaspaceman cassinootoplastia.

Contudo, o procedimento também é muito utilizado para reconstruir a orelha no casospaceman cassinoalargadores, mordidas provocadas por animais ou outros acidentes. "É bom frisar que a cirurgia nunca vai deixar a orelha como antes", destaca o otorrinolaringologista.

A técnica funciona para refazer a região com um tecido já existente e,spaceman cassinoalguns casos, é necessário fazer enxerto. "Pode ficar feio. O tecido traumatizado nem sempre cicatriza bem", reforça Avelar.

Antes da cirurgia, os especialistas recomendam que o paciente fique sem usar o alargador por cercaspaceman cassinotrês semanas e não provoque mais traumas na região.

Para realização da loboplastia, é feito uma anestesia local, sedação e o procedimento é realizadospaceman cassinoambiente hospitalar. Dependendo da deformidade da orelha, também pode ser feitospaceman cassinonível ambulatorial, como clínicas.

Depoisspaceman cassinotécnica, o paciente precisa ter cuidados como secagem dos pontos, usospaceman cassinoremédios e evitar a todo custo colocar objetos que pesem na orelha. "É uma cirurgia delicada, que requer muitos cuidados", afirma o cirurgião plástico.

No casospaceman cassinopeles negras e orientais, Avelar destaca ainda que é necessário ter mais atenção devido ao alto riscospaceman cassinodesenvolver queloide no lóbulo. Para evitar o efeito colateral, é recomendado o usospaceman cassinocorticoides e medicações específicas.

Caso a pessoa queira colocar brinco, o furo até pode ser feito, mas depoisspaceman cassinomaisspaceman cassinotrês meses, até completar toda a cicatrização da região.

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