Como vírus podem ser armas poderosas para a cura do câncer:sportv ao vivo online

sportv ao vivo online Os vírus sempre foram encarados como grandes vilões da saúde — noção que se fortalece ainda mais durante uma pandemia como a que vivemos,sportv ao vivo onlineque o causador da covid esteve associado a 20 milhõessportv ao vivo onlinemortes até agora.

Mas, dentro da oncologia, especialidade da medicina que lida com o câncer, alguns desses agentes infecciosos passam a ser vistos cada vez mais como aliados: os vírus podem se tornar uma ferramenta valiosa para tratar uma sériesportv ao vivo onlinetumores, apontam especialistas.

Atualmente, diversos grupossportv ao vivo onlinepesquisa avaliam a possibilidadesportv ao vivo onlineusar os chamados vírus oncolíticos como uma maneirasportv ao vivo onlineatacar diretamente as células cancerosas ousportv ao vivo onlineincentivar uma resposta mais robusta do sistema imunológico contra essas unidades doentes.

O exemplo mais recente desse empreendimento científico é o CF33-hNIS Vaxinia, uma virusterapia desenvolvida pelo City of Hope, hospital localizado nos Estados Unidos, e pela farmacêutica australiana Imugene.

O produto traz agentes infecciosos da mesma família da varíola que foram modificadossportv ao vivo onlinelaboratório para atacar especificamente as células tumorais.

Em testes pré-clínicos, feitos com amostrassportv ao vivo onlinecélulas e cobaias, essa estratégia foi capazsportv ao vivo onlinereduzir diversos tipossportv ao vivo onlinetumores, como aqueles que aparecem no intestino grosso, nos pulmões, nas mamas, nos ovários e no pâncreas.

Resta saber se esse mesmo efeito acontecesportv ao vivo onlineseres humanos. No finalsportv ao vivo onlinemaio, os cientistas começaram os testes clínicos, que envolvem voluntários.

Na primeira fase dos estudos, que envolverá 100 pacientes, a meta é conferir se o produto, injetado diretamente no tumor ou aplicado por meiosportv ao vivo onlineinfusões na veia, é realmente seguro e não provoca efeitos colaterais.

Os resultados do experimento devem sairsportv ao vivo onlineaté 24 meses.

"Esperamos aproveitar a promessa da virologia e da imunoterapia para o tratamentosportv ao vivo onlineuma ampla variedadesportv ao vivo onlinecânceres que são mortais", antevê o cirurgião oncológico Yuman Fong, um dos criadores da virusterapia no City of Hope,sportv ao vivo onlinecomunicado à imprensa.

Ação dupla

Para entender como a virusterapia funciona na prática, precisamos antes saber como os vírus atuam na natureza.

Os vírus são patógenos extremamente simples, cuja única função se resume a invadir as célulassportv ao vivo onlineum ser vivo e "sequestrar" aquele maquinário biológico para criar novas cópiassportv ao vivo onlinesi mesmo.

Essas novas cópias, porsportv ao vivo onlinevez, vão repetir o processo enquanto durar a infecção.

Nesse ritosportv ao vivo onlineinvasão, sequestro e replicação, as células afetadas pelos vírus não resistem e morrem.

A partir da observação desse mecanismo viral, alguns cientistas começaram a especular: será que não é possível utilizar o mesmo princípio para atacar somente as células que formam o tumor?

Essa é a premissa básica da virusterapia: encontrar na natureza, ou desenvolversportv ao vivo onlinelaboratório, patógenos que mirem especificamente nas células cancerosas.

E, ao investir nesse tiposportv ao vivo onlinetratamento, é possível obter dois efeitos positivos diferentes.

"O primeiro deles é fazer com que o vírus invada a célula doente e a mate", explica o imunologista Martin Bonamino, pesquisador do Instituto Nacionalsportv ao vivo onlineCâncer (Inca).

"O segundo é que alguns desses vírus modificados carregam genes específicos que geram anticorpos e estimulam o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer o tumor e passar a atacá-lo", complementa o especialista, que também trabalha na Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).

Essa ação dupla pode ser potencializada ainda mais com o usosportv ao vivo onlineoutros remédiossportv ao vivo onlineconjunto. Uma possibilidade é combinar os vírus oncolíticos com a imunoterapia, um tiposportv ao vivo onlinetratamento que estimula o sistema imune a identificar e combater o câncer.

Mas como é possível garantir que esses vírus terapêuticos só vão infectar as células tumorais e pouparão as unidades saudáveis do organismo? É aí que entramsportv ao vivo onlinecena a biotecnologia e a engenharia genética.

"A ideia é encontrar patógenos que têm uma afinidade com as células cancerosas e atuem especificamente nelas", contextualiza o oncologista clínico Vladmir Cordeirosportv ao vivo onlineLima, do A.C. Camargo Cancer Center,sportv ao vivo onlineSão Paulo.

A primeira proposta bem-sucedidasportv ao vivo onlinevirusterapia contra o câncer foi o T-VEC, um remédio aprovado pela agência regulatória dos Estados Unidossportv ao vivo online2015 (ele não está disponível no Brasil até o momento).

Trata-sesportv ao vivo onlineum recurso terapêutico indicado para casossportv ao vivo onlinemelanoma, um tiposportv ao vivo onlinecâncersportv ao vivo onlinepele que costuma ser agressivo.

De lá para cá, vários outros estudos nessa área foram iniciados. Alguns deles, inclusive, estãosportv ao vivo onlineandamento no Brasil.

Dois grupossportv ao vivo onlinepesquisa diferentes, um na Universidadesportv ao vivo onlineSão Paulo (USP) e outro da Universidade Estadualsportv ao vivo onlineCampinas (Unicamp), por exemplo, estão estudando se o vírus zika pode ser utilizado como tratamento para alguns tipossportv ao vivo onlinecâncer que afetam o sistema nervoso central.

A ideia surgiu a partir da observaçãosportv ao vivo onlineque esse patógeno, por trássportv ao vivo onlineum grave problemasportv ao vivo onlinesaúde pública no país desde 2015, tem uma "preferência" por atacar as células que constituem o cérebro e os nervos — isso, aliás, explica o fatosportv ao vivo onlineele estar por trás da microcefalia nos bebês durante a gestação.

Os primeiros resultados, obtidossportv ao vivo online2018 a partirsportv ao vivo onlineexperimentos com cobaias, foram encorajadores: o zikasportv ao vivo onlinefato reduziu o tamanho dos tumores no sistema nervoso numa parcela significativa dos animais.

Procurada pela BBC News Brasil, a geneticista Mayana Zatz, que lidera as pesquisas com o zika na USP, diz que as investigações sobre o potencial vírus oncolítico seguemsportv ao vivo onlineandamento.

"Estamos trabalhandosportv ao vivo onlinevárias frentes. Buscamos, por exemplo, diferentes estratégias para conseguir um zika modificadosportv ao vivo onlinelaboratório", explica.

A ideia é que essas alterações genéticas feitas no vírus "original" permitam intensificar a resposta ao tratamento, para obter resultados ainda superiores.

"Também estamos injetando o vírus ainda não modificadosportv ao vivo onlinecães diagnosticados com tumores cerebrais e acompanhando a evolução clínica e neurológica dos casos", completa a pesquisadora, que coordena o Centrosportv ao vivo onlineEstudossportv ao vivo onlineGenoma Humano e Células-Tronco da USP.

Enquanto o conhecimento na área avança aos poucos, Bonamino ressalta a importância da pesquisa científica básica para que inovações como os vírus oncolíticos possam virar realidade.

"Esses tratamentos são resultadosportv ao vivo onlinemuitos anossportv ao vivo onlineestudo, que permitiram desvendar os mecanismos básicos dos vírus e criar as técnicassportv ao vivo onlineengenharia genética", aponta.

Cordeirosportv ao vivo onlineLima, porsportv ao vivo onlinevez, entende que a virusterapia pode se tornar, no futuro, uma ferramenta auxiliar no tratamentosportv ao vivo onlinemuitos tumores.

"Há um grande potencial para que ela seja combinada e integrada com outras estratégias, como uma maneirasportv ao vivo onlineaumentar o espectrosportv ao vivo onlinepacientes que se beneficiamsportv ao vivo onlinetratamentos contra o câncer", conclui o médico.

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