Os desesperados métodos para aliviar a dor usados antes dos anestésicos:doubleu casino gratis

Crédito, Getty Images
Intitulada "Relatodoubleu casino gratisParisdoubleu casino gratisuma operação terrível", a carta foi uma das primeiras descriçõesdoubleu casino gratisprimeira pessoadoubleu casino gratisuma mastectomia. E uma das poucas descrições detalhadas do terrível tormento a que se submetiam as pessoas que eram operadas antes da invenção da anestesia.
Dubois havia advertido que ela iria "sofrer muito". E Burney sabia que teria que aguentar, "desafiando um terror que supera qualquer descrição, a dor mais torturante".
"Mas, quando o aço terrível penetrou no peito, cortando as veias, as artérias, a carne, os nervos" das suas entranhas, irrompeu "um grito que perdurou ininterruptamente durante todo o tempo da incisão (...)doubleu casino gratistão insuportável foi a agonia. (...) Senti a faca contra o esterno, raspando-o!"

Crédito, Getty Images
O depoimentodoubleu casino gratisBurney oferece uma visão profunda da dor física e psíquica vivenciada pelos pacientes que passavam por cirurgias. E ela sentiu as sequelas não só no corpo, mas também na mente.
"Passei não foram dias, nem semanas, mas meses sem poder falar deste assunto terrível sem praticamente voltar a vivê-lo!", ela escreveu.
Diante da perspectivadoubleu casino gratister partes do corpo cortadas enquanto estavam conscientes, os pacientes aguentavam qualquer doença, até chegar à beira da morte, sabendo que a dordoubleu casino gratisaliviá-la seria pior.
Os cirurgiões também enfrentavam momentosdoubleu casino gratisangústia profunda — e, até para os maiores especialistas do bisturi, as operações eram o último recurso.
Burney conta que Larrey "tinha lágrimas nos olhos" ao contemplar o procedimento e que, na única vezdoubleu casino gratisque falou, foi para dizer o quanto se compadecia da situação, ao observardoubleu casino gratispreocupação ao vê-la passar por tamanho sofrimento.
Dado tamanho horror, não édoubleu casino gratisse estranhar que as tentativasdoubleu casino gratisreduzir a dor por meio da inconsciência sejam tão antigas quanto a própria civilização.
Muitos dos processos eram inofensivos e ineficazes, enquanto outros eram simplesmente perigosos.
Um brinde e diversas poções

Crédito, Getty Images
A ingestãodoubleu casino gratisetanol para induzir uma espéciedoubleu casino gratisdesapego da dor era uma das práticas mais comuns. Os médicos embriagavam os pacientes até que eles não se importassem mais com as dores que sentiam.
O álcool também servia frequentemente como solventedoubleu casino gratispoções sedativas, que místicos e curandeirosdoubleu casino gratistodo o mundo preparavam com plantas capazesdoubleu casino gratisalterar a mente.
Um dos exemplos mais antigos chama-se máfèisàn — uma misturadoubleu casino gratisextratosdoubleu casino gratiservas criada pelo cirurgião chinês Hua Tuo, do século 2. Segundo o Livro do Han Posterior, que descreve a história chinesa daquele período, ele foi o primeiro médico a realizar uma cirurgia com anestesia, 1,6 mil anos antes da prática ser adotada na Europa.
A receita exata se perdeu, mas acredita-se que o lendário sedativo contivesse cannabis ou acônito (Aconitum napellus), uma planta venenosa que pode ser fatal.
Alguns dos ingredientesdoubleu casino gratisoutras poções sedativas também possuem essa mesma característica, como a beladona, uma das plantas mais tóxicas do hemisfério norte que foi usada por séculosdoubleu casino gratistratamentos medicinais, ou a cicuta, o veneno oficial da Grécia antiga que matou Sócrates.
A cicuta era um dos ingredientes do sedativo inglês dwale, que também continha:
- Ópio: provavelmente, o mais eficaz analgésico conhecido, mas que é forte causadordoubleu casino gratisdependência;
- Bílisdoubleu casino gratisjavali: o usodoubleu casino gratisingredientes animais nessas receitas não era comum, mas a bílis era muitas vezes misturada com gordura para ajudar na emulsificação e absorção dos ingredientes;
- Nabo-do-diabo: esta planta contém substâncias que podem causar problemasdoubleu casino gratissaúdedoubleu casino gratisseres humanos — provavelmente substituía a mandrágora, que era a erva mais usada nas receitas do Mediterrâneo, peladoubleu casino gratiscapacidadedoubleu casino gratisproduzir sonolência e alucinações;
- Meimendro: como a mandrágora, esta planta é capazdoubleu casino gratisinduzir inconsciência profunda e duradoura, tendo sido amplamente usada na Europa, na Ásia e no mundo islâmico;
- Alface: o suco seco da alface silvestre, chamadodoubleu casino gratisLactucarium, foi associado por séculos a uma ação sedativa suave, embora haja pouca ou nenhuma evidência científica que justifique isso;
- Vinagre: usado por muito tempo para reanimar as pessoas inconscientes e para despertar o paciente após a operação.
O dwale é um exemplo das poções que começaram a ser padronizadas na Idade Médiadoubleu casino gratistorno desse grupo específicodoubleu casino gratisplantas. No século 15, uma misturadoubleu casino gratisópio, mandrágora e meimendro era o sedativo preferido para procedimentos cirúrgicos, como amputações. E os sedativos mudaram muito pouco daquela época até o século 19.
Mas essas poções não eram o único método usado para causar inconsciência.
Golpes, pressões e hipnose
Tomar poções que,doubleu casino gratismãos incautas, poderiam envenenar o paciente não era muito aconselhável. Permitir levar um forte golpe na cabeça tampouco não era a opção mais atraente. Mas se recorria a esta medida quando todo o resto falhava ou não estava disponível, para deixar os pacientes que precisavamdoubleu casino gratiscirurgia inconscientes. Era uma medida misericordiosa, mas suas consequências podiam incluir até mesmo um traumatismo craniano.

Crédito, Getty Images
Outra técnica usada era a aplicaçãodoubleu casino gratispressão nos nervos para causar dormência nas extremidades, ou nas artérias do pescoço.
Os gregos antigos chamaram essas artériasdoubleu casino gratis"carótidas" — nome derivado da palavra grega para torpor ou atordoamento. Essa denominação pode indicar que, naquela época, talvez já se soubesse que comprimi-las provoca inconsciência.

Crédito, Getty Images
A pressão nos nervos foi utilizadadoubleu casino gratis1784 pelo cirurgião britânico John Hunter para amputar um membro e, segundo o Colégio Realdoubleu casino gratisAnestesistas do Reino Unido, o paciente não sentiu dor.
Já a pressão sobre as artérias não era muito comum, por uma razão muito simples: a obstrução do fluxodoubleu casino gratissangue para o cérebro colocava a vida do pacientedoubleu casino gratisrisco.
A hipnose — conhecida como "mesmerismo" ou "magnetismo animal" no final do século 18 — era menos perigosa e poderia ser eficaz, mas apenasdoubleu casino gratisindivíduos suscetíveis.
Rapidez
Diante deste panorama, o melhor que se poderia esperar era estar nas mãosdoubleu casino gratiscirurgiões como Robert Liston. Suas operações no University College Hospitaldoubleu casino gratisLondres no início da décadadoubleu casino gratis1840 eram conhecidas pela velocidade, intensidade e sucesso.
A chancedoubleu casino gratismorrer por uma amputação realizada por Liston eradoubleu casino gratis1 a cada 6 (muito melhor que um cirurgião médio da era vitoriana) — e, do primeiro corte até a queda do membro amputadodoubleu casino gratisuma caixadoubleu casino gratisserragem, a cirurgia levava apenas 25 segundos.

Crédito, Wellcome Collection
Sem analgésicos disponíveis, a destreza dos cirurgiões reduzia o trauma quase inimaginável causado pela cirurgia. Mas também limitava a variedadedoubleu casino gratisprocedimentos possíveis.
As operações mais complicadas exigiam anestesia, não só para evitar as dores, mas também,doubleu casino gratisalgumas partes do corpo, para relaxar os músculos e ter acesso aos órgãos internos.
Finalmente!
Até que,doubleu casino gratismeados do século 19, surgiu o primeiro agente sedativo com sucesso comprovado: o éter dietílico.
A substância havia sido sintetizada originalmente (por meio da ação do ácido sulfúrico sobre o etanol) no século 13. Há relatos daquela épocadoubleu casino gratisque o éter dietílico produzia alívio da dor e perdadoubleu casino gratisconsciência, mas ele só foi aplicado clinicamente 600 anos depois.
O clorofórmio também entroudoubleu casino gratiscena, e esses dois compostos ofereceram aos cirurgiões mais tempo para operar — portanto,doubleu casino gratisforma mais meticulosa.
Mas, na décadadoubleu casino gratis1850, houve debates acalorados sobre os riscos e benefícios da anestesia. Havia dúvidas se a dor seria necessária para o sucesso da cirurgia.
Durante a Guerra da Crimeia (1853-1856), o médico-chefe do exército britânico proibiu especificamente o usodoubleu casino gratisclorofórmiodoubleu casino gratiscirurgias no campodoubleu casino gratisbatalha.
Um cirurgião militar comentou que preferia ouvir "os fortes gritos" dos soldados enquanto passavam pelo localdoubleu casino gratiscirurgia. Ele afirmava que era um sinaldoubleu casino gratisque eles estavam lutando para sobreviver.
"A dor era considerada uma função vital, pois eles pensavam que era um estimulante para que o corpo suportasse o estresse da cirurgia", diz Stephanie Snow, historiadoradoubleu casino gratismedicina da Universidadedoubleu casino gratisManchester, no Reino Unido, e autoradoubleu casino gratislivros sobre a história da anestesia.

Crédito, Getty Images
Mas,doubleu casino gratis1860, a anestesia eradoubleu casino gratisuso comum. Ela reduzia a chancedoubleu casino gratisos pacientes recusarem a cirurgia, e os cirurgiões tinham mais tempo para realizar os procedimentos e tentar operações novas e mais sofisticadas.
No início do século 20, foram utilizados os primeiros anestésicos locais, com basedoubleu casino gratiscocaína, e começaram a surgir os primeiros profissionais anestesistas.
Mas o éter e o clorofórmio, às vezes usados combinados, continuavam sendo os únicos anestésicos gerais (embora o clorofórmio tenha deixadodoubleu casino gratisser usado na décadadoubleu casino gratis1930).
Foi necessária uma guerra mundial para que fossem desenvolvidas as drogas e os gases utilizados hojedoubleu casino gratisdia nos centros cirúrgicos — que devemdoubleu casino gratisexistência ao desenvolvimento das armas nucleares.
"As bombas nucleares exigiam hexafluoretodoubleu casino gratisurânio, e o avanço repentino da químicadoubleu casino gratisfluoretação durante a Segunda Guerra Mundial permitiu a produçãodoubleu casino gratisanestésicos muito eficazes, não inflamáveis e mais seguros", explica William Harrop-Griffiths, presidente da Juntadoubleu casino gratisPesquisa e Qualidade Clínica do Colégio Realdoubleu casino gratisAnestesistas do Reino Unido.
Por isso, Harrop-Griffiths afirma que "de algo que matou dezenasdoubleu casino gratismilhares [de pessoas], surgiram drogas que salvaram centenasdoubleu casino gratismilhares".
- Este texto foi publicadodoubleu casino gratishttp://roberthost1.accountsupport.com/geral-63480144











