O pequeno país sul-americano que tem o maior índicecasa de apostas na europasuicídios do mundo:casa de apostas na europa

Segundo OMS, 44,2casa de apostas na europacada 100 mil pessoas se matam na Guiana; jovens são as principais vítimas.

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Localizada no litoral norte da América do Sul, a Guiana é um país pequeno com uma população diversificadacasa de apostas na europapouco maiscasa de apostas na europa750 mil habitantes. Mas também possui a maior taxa proporcionalcasa de apostas na europasuicídio do mundo.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 44,2casa de apostas na europacada 100 mil pessoas se matam na ex-colônia britânica (no Brasil, esse índice écasa de apostas na europa5,8 pessoas por 100 mil habitantes).

Como uma prisão: assim é a Unidade Psiquiátrica do hospital da capital, Georgetown

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Estigma

"Ninguém sabe o número exatocasa de apostas na europasuicídios", ressalva à BBC William Adu-Krow, representante da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e da OMS na Guiana.

"Além disso, acredito que esse número seja subestimado. Por causa do estigma que envolve o suicídio, o paciente que tenta tirar a própria vida não diz que tomou veneno, por exemplo, mas, quando chega ao hospital, fala que se sentiu mal e não consegue respirar."

Bibi Ahamad: "O suicídio é um grande tabu na Guiana"

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Na ausênciacasa de apostas na europaum centro toxicológico no país, a obtençãocasa de apostas na europadados confiáveis é ainda mais difícil.

"O suicídio é um grande tabu aqui", diz Bibi Ahamad, vice-presidente da filial guianense da ONG La Voz del Caribe, com sedecasa de apostas na europaNova York.

A ONG usa redes sociais e programascasa de apostas na europamensagem como o WhatsApp para se comunicar com pessoas que entramcasa de apostas na europacontatocasa de apostas na europabuscacasa de apostas na europaconselhos e apoio psicológico.

"O númerocasa de apostas na europatentativascasa de apostas na europasuicídio é muito, muito alto. Por exemplo, falei com uma adolescente que havia tentado se matar seis vezes, mas ninguém lhe ofereceu ajuda, ninguém prestou atenção no caso dela", explica Ahamad.

Autoridades guianenses reconheceram como "vergonhosa" atenção dada à saúde mental da população

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Razões

Um dos casos mais famosos no país foi o do comediante Kirk "Chow Pow" Jardine, que sobreviveu a uma tentativacasa de apostas na europasuicídio.

"Fui viciadocasa de apostas na europadrogas por 21 anos e perdi o interesse na vidacasa de apostas na europadeterminado momento", disse ele à BBC. "Pensei que todos os meus problemas tinham ficado maiores do que eu".

Mas Jardine procurou ajuda e se submeteu a um processocasa de apostas na europareabilitação, dando a volta por cima.

"Hoje sou o principal comediante da Guiana. Ecasa de apostas na europavezcasa de apostas na europalágrimas, faço as pessoas sorrirem", diz.

Mas ele é um dos poucos que têm sorte. Com poucos estudos disponíveis, estabelecer as razões por trás da alta taxacasa de apostas na europasuicídio é difícil.

Um levantamento feito com sobreviventescasa de apostas na europasuicídio no hospital públicocasa de apostas na europaGeorgetown, capital do país, constatou que os principais fatores são geralmente desavenças familiares, problemascasa de apostas na europarelacionamento e violência doméstica.

Outros mencionam a pressão dos colegas, o preconceito contra a comunidade LGBT, a pobreza, a desigualdade no acesso à educação e à saúde, e até mesmo a glorificação do suicídiocasa de apostas na europafilmes e novelas da Índia, o chamado "efeitocasa de apostas na europaBollywood" (maiscasa de apostas na europa65% dos casos ocorrem dentro da comunidadecasa de apostas na europaimigrantes indianos).

"No ano passado, nós (na Voz del Caribe) nos concentramos principalmentecasa de apostas na europaaçõescasa de apostas na europasensibilização para os sinaiscasa de apostas na europaalerta, mitos e desinformação", diz Ahamad.

"Mas decidimos focarcasa de apostas na europaquestões como alcoolismo e dependênciacasa de apostas na europadrogas, estupro, incesto e gravidez na adolescência".

'Manicômio'

Porém, o sistemacasa de apostas na europasaúde mental na Guiana é, segundo a OMS, "fragmentado, pobrecasa de apostas na europarecursos e não está integrado à rede globalcasa de apostas na europacuidadoscasa de apostas na europasaúde."

Sistemacasa de apostas na europaSaúde Pública não oferece apoio a suicidas potenciais

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A Guiana possui apenas cinco psiquiatras e um hospital psiquiátrico, que está localizadocasa de apostas na europaEast Berbice-Corentyne, a região com a maior taxacasa de apostas na europasuicídio no país.

Fundado pelo governo britânicocasa de apostas na europa1867 inicialmente como um "hospício", o Hospital Psiquiátrico Nacional enfrenta escassezcasa de apostas na europarecursos. O ministrocasa de apostas na europaSaúde Pública, George Norton, que é médico, descreveu o estado do hospital como "vergonhoso" depoiscasa de apostas na europavisitá-lo no ano passado.

Há também uma pequena unidade psiquiátrica no Hospital Públicocasa de apostas na europaGeorgetown, que não estácasa de apostas na europamelhor situação.

Jovens vulneráveis

A dimensão da crise é significativa, principalmente entre os jovens.

Segundo o Ministério da Saúde Púbica, entre 2006 e 2008, o suicídio foi a principal causacasa de apostas na europamorte entre os guianenses com idade entre 15 e 24 anos.

"Acredito que uma das razões é que eles não têm com quem falar sobre seus problemas", diz à BBC Mundo, o serviçocasa de apostas na europaespanhol da BBC, Daniel Ali, estudantecasa de apostas na europamedicina que coordena oficinascasa de apostas na europaprevençãocasa de apostas na europasuicídiocasa de apostas na europaescolas junto a professores e alunos. O trabalho é desenvolvidocasa de apostas na europacolaboração com a ONG Give Foundation Guyana.

"Eles têm muita dificuldadecasa de apostas na europaconfiarcasa de apostas na europaalguém. Eles têm medocasa de apostas na europaque a primeira coisa que vão ouvir é 'por que você está tentando fazer isso consigo mesmo?'. Eles temem o estigma e a discriminação", afirma.

"O outro problema é a questão da confidencialidade. Eles se preocupam que suas vidas privadas se tornem público".

Imprensa

Com frequência, a imprensa da Guiana é acusadacasa de apostas na europaser excessivamente dramática e insensível emcasa de apostas na europacobertura sobre o suicídio e outras doença mentais.

"Todos os dias a imprensa relata suicídioscasa de apostas na europadetalhes e o que as vítimas fizeram antescasa de apostas na europatirarem a própria vida", conta à BBC Mundo Jorge Balseiro, psiquiatra do Hospital Públicocasa de apostas na europaGeorgetown.

Em novembro do ano passado, quando as autoridades descobriram corposcasa de apostas na europaum casal após um aparente pacto suicida, vários meioscasa de apostas na europacomunicação publicaram fotos da cena, nas proximidadescasa de apostas na europauma praia.

Balseiro defende que o jornalismo mude a cobertura dos casoscasa de apostas na europasuicídio

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Balseiro diz esperar que a imprensa possa ajudar a prevenir suicídios promovendo um jornalismo mais responsável na Guiana, seguindo uma normativa recente da OPAS.

No entanto, mais do que um maior compromisso dos meioscasa de apostas na europacomunicação, o governo espera concretizar dois planos: a Estratégia 2015-2020casa de apostas na europaSaúde Mental e o Plano Nacionalcasa de apostas na europaPrevenção do Suicídio.

"A ideia é trazer a questão da saúde mentalcasa de apostas na europadentro das instituições centrais para a comunidade e divulgar cuidados primárioscasa de apostas na europasaúde", diz à BBC Mundo Leslyn Holder, uma das coordenadoras do novo Departamentocasa de apostas na europaSaúde Mental, criado há apenas um mês.

Os planos também incluem uma melhor formaçãocasa de apostas na europamédicos e enfermeiros, e ter mais funcionários dedicados exclusivamente à questão da saúde mental e suicídiocasa de apostas na europaum maior númerocasa de apostas na europainstituições.

"Estamos começando do zero", disse Holder, "o que não é necessariamente uma coisa ruim."

Dúvidas

No entanto, a tarefa não será fácil.

"Durante muito tempo, o nosso silêncio criou um ambiente no qual o governo anunciava planos grandiosos para enfrentar a crisecasa de apostas na europasaúde mental na Guiana e nada saía do papel", dizcasa de apostas na europaseu blog Anthony Autar, advogado especializadocasa de apostas na europadireitoscasa de apostas na europapessoas que sofremcasa de apostas na europatranstornos mentais.

Uma das medidas práticas que têm sido tomadas é a criaçãocasa de apostas na europauma linha telefônica exclusiva para potenciais suicidas.

O serviço, que funciona 24 horas por dia, é gerido pela Polícia Nacional, que afirma ter tido uma "taxacasa de apostas na europasucessocasa de apostas na europa100%"casa de apostas na europarespostas e encaminhamentos a especialistas.

Leslyn Holder, da recém-criada Secretariacasa de apostas na europaSaúde Mental: "Estamos começando do zero"

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Crime

O problema é que o suicídio ainda é "uma ofensa criminal na Guiana", assinala à BBC Mundo a sargento da polícia Sherry Mason.

"Mas entendemos que não podemos criminalizar a pessoa que tenta tirar a própria vida. Em contrapartida, precisamos estender-lhe a mão".

A atual miss Guiana, Lisa Punch, quecasa de apostas na europa2012 fundou a ONG Prevention (POTS, na siglacasa de apostas na europaInglês), voltada para adolescentes suicidas, fez campanha para aumentar o númerocasa de apostas na europaconselheiros nas escolas.

"O governo está enviando conselheiros para várias escolas, mas não o suficiente. (...) Seria melhor que cada escola tivesse um", defende ela. "Os jovens precisamcasa de apostas na europaalguémcasa de apostas na europaquem possam confiar, com quem possam conversar, alguém que diga que tudo está bem, que algumas crises podem ser parte do processocasa de apostas na europaenvelhecimento, porque às vezes você acha que é a única pessoa que passa por algo do tipo."