Prosopagnosia: como é viver sem reconhecer a própria mãe:casa de apostas minimo 1 real

Crédito, Evie Prichard
casa de apostas minimo 1 real Quando você encontra uma pessoa conhecida, a maneira mais fácilcasa de apostas minimo 1 realreconhecê-la é pelo rosto - mas nem todo mundo consegue fazer isso.
casa de apostas minimo 1 real Estima-se que umacasa de apostas minimo 1 realcada 50 pessoas tenha prosopagnosia, ou "cegueira para feições", uma condição que pode afetar até 5 milhõescasa de apostas minimo 1 realpessoas no Brasil, por exemplo.
casa de apostas minimo 1 real A britânica Evie Prichard,casa de apostas minimo 1 real24 anos, tem essa desordem e conta como é a vida quando você luta para reconhecer amigos e família:
"Eu tinha 19 anos quando esbarrei com um desconhecidocasa de apostas minimo 1 realuma festa e perguntei se ele conhecia um ex-namorado com quem havia rompido meses antes.
Aquela camisa floral e o aroma do perfume CK One deveriam ter sido suficientes para me alertar sobre quem estava ali, mas por alguma razão esses sinais me fizeram pensar que aquele estranho era um amigo do meu ex, que talvez tivesse pegado emprestadocasa de apostas minimo 1 realcamisa e seu perfume.
Infelizmente, comocasa de apostas minimo 1 realvárias outras ocasiões, o instintocasa de apostas minimo 1 realdetetive que me acompanha nas interações sociais tinha me deixado na mão - o sujeito era meu ex.
Tudo o que ele tinha feito era cortado o cabelo e raspado a barba rala, mas como eu estavacasa de apostas minimo 1 realsalto alto nossa diferençacasa de apostas minimo 1 realaltura também não aparecia. Minha cegueira para feições significa que apostocasa de apostas minimo 1 realsinais como estilocasa de apostas minimo 1 realcabelo e altura para diferenciar as pessoas, e sem essas coisas eu fico totalmente à deriva.
Nesse sentido foi até um triunfo: certamente o ego dele deu uma desinflada. Mas também foi uma das várias ocasiõescasa de apostas minimo 1 realque minha cegueira para feições me fez passar por idiota.
Para mim, um rosto é como um sonho. É incrivelmente vívido no momento, mas se esvai segundos depois, até restarem apenas características desconectadas e uma vaga memóriacasa de apostas minimo 1 realcomo aquela face me fez sentir na hora.
Viver com um cérebro que não conta com essa função crucial pode ser muito desgastante, mas na maior parte do tempo é algo apenas inconveniente e - muito - constrangedor.

O que é prosopagnosia?

Crédito, SPL
- Prosopagnosia é uma condição neurológica onde a parte do cérebro que reconhece rostos não se desenvolve como deveria
- Pode impedir as pessoascasa de apostas minimo 1 realreconhecer parceiros, familiares, amigos e até a própria imagem
- Imaginava-se que fosse causada por lesão cerebral (prosopagnosia desenvolvida), mas agora um elo genético foi identificado (prosopagnosia congênita)
- A prosopagnosia desenvolvida é rara, mas umacasa de apostas minimo 1 realcada 50 pessoas pode ter a versão congênita da desordem
- Não há tratamento específico, mas existem treinamentos específicos para aprimorar a detecçãocasa de apostas minimo 1 realrostos
Fonte: NHS Choices: Prosopagnosia

Houve até uma vezcasa de apostas minimo 1 realque me vi no espelhocasa de apostas minimo 1 realum bar e realmente não me reconheci. Cheguei a ter alguns pensamentos bem críticos sobre minha própria cara suada antescasa de apostas minimo 1 realperceber que o alvo da minha crítica era eu mesma.
Outro dia, minha mãe, que tem cabelos enrolados, fez uma escova e eu passei direto por ela na rua.
Estudos mostraram que até 2% da população pode estar vivendo com prosopagnosia. Muitos nem percebem que possuem essa condição.
A gravidade da desordem vai da relativamente gerenciável até o 'desculpe, pensei que estava beijando meu marido'. A maior parte dos diagnósticos fica entre esses dois polos.
Minha prosopagnosia é severa, mas consigo reconhecer amigos próximoscasa de apostas minimo 1 realcircunstâncias normais, e tenho uma chancecasa de apostas minimo 1 real50%casa de apostas minimo 1 realmanter o reconhecimento após um cortecasa de apostas minimo 1 realcabelo ou trocacasa de apostas minimo 1 realóculos.

Crédito, Evie Prichard
A situação é pior para muitas pessoas. Ouvi históriascasa de apostas minimo 1 realgente que foi roubada por estranhos que se passaram por parentes ecasa de apostas minimo 1 realcrianças andando com homens desconhecidos.
Por sorte, nada disso aconteceu comigo quando era criança - sei do meu problema por toda a vida, então sempre fui cautelosa.
Para mim era quase impossível reconhecer meus colegas na escola, o que fazia do atocasa de apostas minimo 1 realfazer e manter amigos uma luta. Ainda lembrocasa de apostas minimo 1 realvagar chorando pelos corredores no primeiro dia do ginásio: tinha ido ao banheiro e não sabia para qual sala voltar porque não reconhecia a professora nem os alunos.
As pessoas costumam ficar perplexas quando conto sobre minha prosopagnosia. Na verdade já vi todo tipocasa de apostas minimo 1 realreação,casa de apostas minimo 1 realdescrença à fascinação e riso histérico. Um homem até me acusou - pelas minhas costas -casa de apostas minimo 1 realinventar a história para paquerá-lo.
Até recentemente pensava-se que a prosopagnosia era uma condição muito rara que resultavacasa de apostas minimo 1 realdano cerebral, mas ela é mais comum como desordem genética. E está na minha família - afetou minha mãe, minha avó e minha bisavó, embora minha irmã Rosa tenha aparentemente escapado da maldição.

Crédito, Evie Prichard
Foi apenas neste século que pesquisadores começaram a perceber exatamente quantas pessoas estavam vivendocasa de apostas minimo 1 realsilêncio com essa condição. Pessoas que, como eu, tiveram prosopagnosia por todas suas vidas, e acabaram aprendendo a esconder muito bem suas deficiências.
Como uma pessoa cega que reconhece parentes pelos passos, portadorescasa de apostas minimo 1 realprosopagnosia são forçados a desenvolver maneiras incomunscasa de apostas minimo 1 realdescobrir com quem estão conversando. De sinais óbvios como cabelo e voz até postura, jeitocasa de apostas minimo 1 realandar e sobrancelhas, confiamoscasa de apostas minimo 1 realdezenascasa de apostas minimo 1 realtáticas para enfrentar o cotidiano.
E se tudo isso falhar, somos ótimos blefadores. Quando encontro alguém que possa conhecer, eu geralmente projeto o nívelcasa de apostas minimo 1 realamizade que seria aceitável para amigoscasa de apostas minimo 1 realinfância ou estranhos completos. É uma linha bem tênue.
Mas ainda tenho uma vocação especial para me fazercasa de apostas minimo 1 realidiota. Uma vez estava sendo filmada para um documentário e duas meninas que conhecia bem do colégio ficaram por quase 20 minutos ao ladocasa de apostas minimo 1 realminha mesacasa de apostas minimo 1 realum bar quase vazio sem que eu tivesse a menor ideiacasa de apostas minimo 1 realquem eram.
Uma delas me vendeu uma cerveja, e embora eu tenha a olhado nos olhos e sorrido enquanto pegava o troco, eu ainda não consegui reconhecê-la.
No mês passado, no festivalcasa de apostas minimo 1 realmúsicacasa de apostas minimo 1 realGlastonbury, eu estava acampando com amigos e um montecasa de apostas minimo 1 realamigos deles, a maioria desconhecida para mim. Durante o festival, pessoas se juntaram a nós e eu não tinha a menor ideia se eram as mesmas pessoas com quem havia passado os dias anteriores bebendo e conversando.
Pior foi quando eu e minha irmã entramos na área VIP numa tarde - aparentemente havia todo tipocasa de apostas minimo 1 realcelebridade por ali, mas eu não fazia ideia quem eram.
Embora eu possa - e faço isso - brincar com minha condição, é sempre cansativo ficar batalhando para descobrir a identidadecasa de apostas minimo 1 realalguém a cada encontro. Como universitáriacasa de apostas minimo 1 realuma cidade pequena, eu deveria reconhecer dezenascasa de apostas minimo 1 realpessoas por dia, mas acabo ofendendo muitas delas também.
Sou uma pessoa sociável por natureza. Mas depoiscasa de apostas minimo 1 realalguns dos meus melhores amigos reconhecerem que me achavam fria no começo porque eu os ignorava sempre, ficou mais e mais difícil para mim querer conhecer pessoas novas.

Crédito, Evie Prichard
No final, o jornalismo estudantil me salvou. Falar sobre prosopagnosiacasa de apostas minimo 1 realuma coluna me permitiu ser 'aquela menina com cegueira para feições'. Embora não seja o nicho dos sonhoscasa de apostas minimo 1 realmuitas pessoas, foi a maneira mais eficientecasa de apostas minimo 1 realexplicar às pessoas que eventualmente magoava a razãocasa de apostas minimo 1 realtratá-las como estranhos.
Ironicamente, à medida que passei a ser um rosto reconhecido no campus, ficou mais aceitável para mim falharcasa de apostas minimo 1 realreconhecer os outros.
Rostos são parte importante da identidade. Não ser reconhecido pode ser terrível - é como ser ignorado e alguém dizer que você não importa.
Mas nada se compara à dorcasa de apostas minimo 1 realsaber que está magoando as pessoas constantemente, fazendo com que se sintam subestimadas e ignoradas, mesmo não tendo ideiacasa de apostas minimo 1 realque está fazendo isso naquele momento.
Alienar-secasa de apostas minimo 1 realum mundocasa de apostas minimo 1 realrostos é estranho, mas me conforto ao pensar que artigos como esse podem contribuir para que as pessoas perdoem a mim e a outros como eu.

Faça o teste
Os pesquisadores Richard Cook e Punit Shah e as universidades City University London e King's College London criaram um questionáriocasa de apostas minimo 1 real20 perguntas para ajudar a medir a gravidade da "cegueira para feições".
Cada pergunta vale 5 pontos e a pontuação máxima do teste écasa de apostas minimo 1 real100 pontos. Mas a versão resumida que publicamos abaixo tem um totalcasa de apostas minimo 1 real50 pontos.
O teste serve apenascasa de apostas minimo 1 realguia e não pode dizercasa de apostas minimo 1 realforma segura se você tem a desordem.









