'Tive que fazer um parto no meio do mar': Por dentrogreenbet fixed matchesum resgategreenbet fixed matchesrefugiados na Itália:greenbet fixed matches

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Crédito, BBC Brasil

Legenda da foto, Os 551 refugiados chegaram ao portogreenbet fixed matchesCatânia, na Sicília, depoisgreenbet fixed matchesquase sete horas debaixogreenbet fixed matcheschuva

O fatogreenbet fixed matchesserem dois barcos ao mesmo tempo, com centenasgreenbet fixed matchespessoas a bordo, tornou o resgate um dos mais arriscados e complexos já realizados pelo Aquarius,greenbet fixed matchesação no Mediterrâneo desde maio deste ano.

Neste episódio, foram salvas 551 pessoas, entre elas 120 mulheres e 202 crianças e adolescentes, sendo 147 não acompanhadas (sozinhas desde o início da jornada ou por terem perdido seus pais). Dezoito tinham menosgreenbet fixed matchescinco anosgreenbet fixed matchesidade, e havia também três bebês e nove mulheres grávidas.

Deserto e mar

A maioria dos resgatados vinha da Eritreia (392 pessoas), mas também havia refugiados da Somália, Síria, Mali, Níger, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Etiópia, Gana, Gâmbia, Senegal e Bangladesh.

"Agora que chegamos à Itália estamos seguros. Passamos horas no mar, achei que fosse morrer", desabafou um jovem eritreugreenbet fixed matches26 anos. Ele aguardava dentro do Aquarius agreenbet fixed matchesvezgreenbet fixed matchesdesembarcar, ao ladogreenbet fixed matchesquatros amigos que tinham feito a travessia do mar juntos. Antes disso, foram meses no deserto cruzando o Sudão e o Egito para chegar à Líbia e pegar um barco rumo à Europa.

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Legenda da foto, Guarda Costeira italiana improvisou passarelas para o desembarque dos refugiados

Outro rapazgreenbet fixed matches21 anosgreenbet fixed matchesGana celebrava a chegada à Europa. "É a primeira vezgreenbet fixed matchesquase um ano que me sintogreenbet fixed matchesnovo como um ser humano. Na Líbia me trataram pior do que um cachorro. Aqui eu vejo respeito", afirmou apontando para os suportesgreenbet fixed matchesmadeira sob o chão do porto que a Guarda Costeira tinha improvisado para cobrir as poçasgreenbet fixed matcheságua da chuva e os refugiados não molharem os pés.

Durante o desembarque, mulheres e crianças desciam do Aquarius primeiro, passavam por um rápido check-up médico, recebiam água e alimentos com a Cruz Vermelha e seguiam para o registro e coletagreenbet fixed matchesimpressões digitais com o governo italiano.

Dali, os doentes eram encaminhados para hospitais e os demais partiamgreenbet fixed matchesônibus para centrosgreenbet fixed matchesacolhida.

"Estamos vendo um número muito grandegreenbet fixed matchescrianças e mulheres fazendo essa jornadagreenbet fixed matchescircunstâncias incrivelmente perigosas. É realmente chocante", disse Goldberg. "Precisamosgreenbet fixed matchesuma responsabilidade global e não simplesmente deixar barcos humanitários resgatando pessoas no mar, porque ssa não é uma solução - não é possível resolver este problema no mar."

MSF

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Legenda da foto, O MSF vem realizando resgates desde o ano passado no Mediterrâneo

Desde o ano passado, o MSF realiza operaçõesgreenbet fixed matchesresgate no Mediterrâneo, com três navios. A organização humanitária defende que os países da Europa garantam rotas seguras para os refugiados.

Isso porque, incapazesgreenbet fixed matchesobter vistos ou pedir refúgiogreenbet fixed matchesseus paísesgreenbet fixed matchesorigem, milhares fogemgreenbet fixed matchesguerras e extrema pobreza, pagam atravessadores e arriscam suas vidas no margreenbet fixed matchesbuscagreenbet fixed matchesuma nova vida na Europa.

Relatório da OIM publicado na semana passada também denunciou o Mediterrâneo como a rotagreenbet fixed matchesmigração mais letal no mundo hoje, registrando 78% do total mundialgreenbet fixed matchesmigrantes mortos e desaparecidos. A fronteira do México com os EUA, por exemplo, registra 4%.

Em comparação com 2015, o primeiro semestregreenbet fixed matches2016 viu um saltogreenbet fixed matches67% nas mortes e desaparecimentos no Mediterrâneo, a maior parte na região central, entre a Líbia e a Itália (2.726 pessoas).

Um dos motivos por trás desse aumento seriam as táticas cada vez mais perigosas sendo usadas por traficantesgreenbet fixed matchespessoas, como lotar barcosgreenbet fixed matchesborrachas sem segurança e lançar vários barcos ao mesmo tempo no mar para despistar a polícia líbia.

Apenas nesta terça-feira, a Guarda Costeira italiana salvou 6,5 mil pessoas no margreenbet fixed matches40 operaçõesgreenbet fixed matchesresgate. É o número mais altogreenbet fixed matchespessoas já resgatadasgreenbet fixed matchesum dia.

Entre a vida e a morte

Em operaçõesgreenbet fixed matchesemergência como esses resgates no Mediterrâneo, cada minuto pode fazer a diferença para salvar a vidagreenbet fixed matchesrefugiados à deriva no mar.

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Legenda da foto, Muitas mulheres e crianças estão fazendo a travessia do Mediterrâneo para fugir para a Europa

"No finalgreenbet fixed matchesjulho, recebemos um pedidogreenbet fixed matchessocorro, mas estávamos a 2 horas do local. Quando chegamos vimos que uma tragédia tinha acontecido. O piso do barcogreenbet fixed matchesborracha havia quebrado e água do mar começou a entrar misturada com gasolina que tinha vazadogreenbet fixed matchesum contêiner aberto. Isso criou uma mistura que intoxicou muita gente no barco", contou Goldberg.

"Como o barco estava lotado, as pessoas começaram a se jogar uma sob as outras, literalmente lutando para sobreviver, e o resultado foi que 22 delas se afogaram no fundo do barco,sendo 21 mulheres. Quando chegamos, resgatamos os 250 sobreviventes que estavam extremamente traumatizados e recuperamos todos os corpos".

Apenas 1 dos 22 corpos pôde ser identificado porque era da esposagreenbet fixed matchesum homem que tinha sido resgatado com vida. Todas as outras 20 mulheres nunca foram identificadas e suas famílias provavelmente nunca irão conhecer seu trágico destino.

"Aquele momento para mim foi o mais difícil que vivi a bordo até agora. Foi trágico e devastador ver pessoas jovens e saudáveis mortas desta maneira", disse Goldberg.

O momento mais feliz, por outro lado, foi quando ele fez um parto a bordo. "Era meadosgreenbet fixed matchesmaio. Uma mulher foi resgatada e estava com nove mesesgreenbet fixed matchesgravidez. Pouco depois ela entrougreenbet fixed matchestrabalhogreenbet fixed matchesparto e teve o bebê dentro do nosso navio. Foi um momento muito emocionante que trouxe muito otimismo para todos a bordo", afirmou Goldberg.

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Legenda da foto, MSF conduz os refugiados para fora do naviogreenbet fixed matchesresgate

"Às vezes você conhece pessoas extraordinárias a bordo, às vezes bebês nascem a bordo, são experiências incríveis", acrescentou.

Do ladogreenbet fixed matchesfora, na popa do Aquarius, um gruposgreenbet fixed matches20 eritreus cantava, batendo palmas e dançando. Eles ainda esperavam para desembarcar, depoisgreenbet fixed matcheshorasgreenbet fixed matchespé sob a tempestade. Mas a chuva tinha parado e ao fundo agora se via um horizonte cobertogreenbet fixed matchesigrejas, palácios e domos italianos.