A globalização e o comércio global estão sob ameaça?:pixbet loterj

Trump

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Legenda da foto, Para Trump, a saída dos EUA do bloco TPP, que reúne 12 países, será boa para os trabalhadores americanos

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump, que assumiu o cargo no dia 20pixbet loterjjaneiro, ameaçou impor tarifas acimapixbet loterj45% para produtos chineses, acusando o país asiáticopixbet loterj"estuprar economicamente" os EUA.

Um crítico ferrenho da China, o acadêmico Peter Navarro, tornou-se chefe do recém-criado Conselho Nacionalpixbet loterjComércio. Uma das primeiras resoluçõespixbet loterjTrump ao chegar à Casa Branca foi a retirada dos Estados Unidos das negociações sobre a Parceria Transpacífico (TPP, na siglapixbet loterjinglês), que visa estreitar laços econômicos entre 12 nações.

O futuro do livre comércio parece bastante sombrio. Mas o que estaria por trás da raiva que ameaça décadaspixbet loterjrelativo consenso sobre a globalização?

Declínio da produção nos EUA

O setor produtivo nos EUA perdeu 6 milhõespixbet loterjpostospixbet loterjtrabalho entre 1999 e 2011, segundo estatísticas do governo americano.

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Legenda da foto, A substituiçãopixbet loterjtrabalhadores por máquinas inflencia o crescimento do desemprego nos EUA

Alguns estudos mostram que este declínio dos EUA teria se refletidopixbet loterjganhos para a China.

Mas as importações chinesas só explicam 44% da queda no númeropixbet loterjempregos no setor produtivo americano entre 1990 e 2007,pixbet loterjacordo com dados do Institutopixbet loterjEstudos sobre Trabalho, que ficapixbet loterjBonn, na Alemanha.

Nesta conta, também tiveram um papel importante a automaçãopixbet loterjpostospixbet loterjtrabalho e a busca por processos mais eficientes nas empresas.

"Todos os países sofrem perdas com o desenvolvimento tecnológico - sejam operadorespixbet loterjtelefonia ou caixaspixbet loterjbanco", diz Gary Hufbauer, especialistapixbet loterjnegócios do Peterson Institute for International Economics.

"O problema nos EUA é que não oferecemos apoio suficiente com seguridade social ou com reciclagem profissional àqueles que perderam seus postos", afirma.

Protecionismo

O desconforto e a raiva que surgem desta situação encontram eco na retórica protecionistapixbet loterjpolíticos como Trump.

"Não houve crescimento da renda familiar na Europa, nos EUA e no Japão na última década. As pessoas não estão felizes e, se for preciso culpar alguém, vão culpar os estrangeiros", aponta Hufbauer.

Contêineres no porto

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Legenda da foto, Comércio global cresceu menospixbet loterjdois por centopixbet loterj2016

Desde a crise financeirapixbet loterj2008, o avanço da oposição política à globalização coincide com - e contribui para - um períodopixbet loterjquedas no comércio mundial.

Entre 1986 e 2008, o comércio mundial cresceu cercapixbet loterj6,5% ao anopixbet loterjmédia, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC).

No entanto, Entre 2012 e 2015, esta taxa desalecerou para uma médiapixbet loterj3,2% anuais, e a previsão é que o comércio global tenha crescido apenas 1,7%pixbet loterj2016.

Tais baixas significam o mais longo períodopixbet loterjrelativa estagnação comercial desde a Segunda Guerra Mundial. Na tentativapixbet loterjisolar indústrias e empresas "dentropixbet loterjcasa", políticos investempixbet loterjtarifas e restrições a importaçõespixbet loterjoutros países.

"Governos mundo afora quase duplicaram seus recursospixbet loterjrestrições comerciais nos últimos dois anos", diz o professor Simon Evenett, especialistapixbet loterjcomércio da Universidadepixbet loterjSt Gallen, na Suíça.

"O crescimento nas tentativaspixbet loterjremediar problemas econômicos a partirpixbet loterjsanções a países vizinhos, como no governo Trump ou no Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia), sugere que pressões populistas tendem a exacerbar medidas protecionistas", diz.

Máscaraspixbet loterjDonald Trump

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Legenda da foto, Máscaraspixbet loterjDonald Trump feitas uma fábrica japonesa têm grande procura; mas a saída dos EUA do acordo TPP afetará o comércio entre os dois países

A estagnação no crescimento dos países aumentou a pressão sobre políticos. "Governos mundo afora estão ativando políticas protecionistas muitas vezes disfarçadaspixbet loterjpolíticas industriais", diz Evenett.

Ele afirma que isso normalmente envolve ofertaspixbet loterjsubsídios governamentais a companhias locais e novas barreiras para a importação.

Ao mesmo tempo, enquando o protecionismo pode parecer sedutor para políticos acuados por trabalhadores insatisfeitos, ele muitas vezes pode acabar aumentando preços finais para consumidores.

Por exemplo, houve gritariapixbet loterj2012 quando pneus baratos vindos da China invadiram o mercado americano, colocando a viabilidade da produção domésticapixbet loterjquestão.

O então presidente Barack Obama respondeu com medidas punitivas para fazer com que a China "jogassepixbet loterjacordo com as regras".

As medidas foram bem recebidas nos EUA, mas um estudo do Peterson Institute identificou contradições. Segundo o levantamento, as novas regras impostas por Obama resultarampixbet loterjgastos US$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 3,3 bilhões) maiorespixbet loterjpneus para os consumidores americanos.

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Legenda da foto, Acadêmicos dizem que impacto da China sobre mercadopixbet loterjtrabalho nos EUA foi menor que o propagado por políticos

Ainda segundo o estudo, cada postopixbet loterjtrabalho salvo pelas medidas custou US$ 900 mil (ou R$ 2,8 milhões) - e bem pouco dessa quantia chegou aos bolsos dos consumidores.

Futuro do livre comérciopixbet loterjcheque

Com os benefícios econômicos e sociais do livre comérciopixbet loterjxeque, defensores da globalização tentam lançar um contra-ataque. O Banco Mundial, por exemplo, publicou recentemente um estudo sobre paísespixbet loterjdesenvolvimento, mostrando que os salários médiospixbet loterjpessoas que vivem na base da pirâmide econômica cresceram entre 2008 e 2013, apesar dos impactos da crise financeira.

"Há uma percepção nos países ricos e entre as elitespixbet loterjque há problemas com a globalização", diz o economista Branko Milanovic, cujo trabalho sobre a desigualdadepixbet loterjrenda direcionou boa parte deste debate.

Mas as soluções não são óbvias, oupixbet loterjrealização simples.

"A maioria dos benefícios da globalização foi desfrutado por um grupo relativamente pequeno dentropixbet loterjcada país. A questão não é se existem benefícios da globalização - eles claramente existem. A pergunta é sobre quem os está aproveitando", diz Andrew Lang, da London School of Economics.

Bolapixbet loterjnatal decorada como globo terrestre
Legenda da foto, Globalização se transformoupixbet loterjvilã desde a crisepixbet loterj2008

Parte do descontentamento pode se dissipar se o crescimento econômico enfim superar a estagnação, aumentando salários pelo mundo.

"Para ajudar a solucionar estes problemas, é preciso que a economia mundial cresça. Governos precisam se comprometer com estímulos fiscais para que suas economias caminhem novamente", diz Gary Hufbauer.

Branko Milanovic ressalta o sucessopixbet loterjgovernantes anteriorespixbet loterjreverter economias fragilizadas.

"Não é impossível encaminhar estas questões", diz. "Margareth Thatcher e Ronald Reagan conseguiram transformações efetivaspixbet loterjperíodos relativamente curtos - um mandato presidencialpixbet loterjquatro anos deveria ser suficiente para começar a fazer a diferença."

O professor Evenett é mais pessimista: "Eu estimo que o platô global nas relações comerciais continuepixbet loterj2017. E a estimativa foi feita antespixbet loterjDonald Trump concretizar as medidas protecionistas que tem ameaçado fazer."