A vida secreta no Estado Islâmico revelada por fotoslive chat 7upbetcartãolive chat 7upbetmemória:live chat 7upbet

Nos últimos três meses, eles conquistaram um enorme avanço sobre o sul da cidade. Estamos perto do vilarejolive chat 7upbetAl-Buseif.

Mais adiante, se continuarmos andando, encontraremos o aeroporto e as primeiras casas do oestelive chat 7upbetMosul.

Mas antes, nas margens do rio Tigre, encontramos os corposlive chat 7upbettrês combatentes do grupo extremista.

Um deles chama minha atenção: está enterrado sob uma montanhalive chat 7upbetescombros do que antes foi um bunker e parece mais um menino do que um homem.

Isso confirma o que temos visto nos últimos meses: quanto mais as forças iraquianas se aproximamlive chat 7upbetMosul, mais corpos são encontrados.

Os soldados iraquianos primeiro limpam a área para descartar a presençalive chat 7upbetcombatentes próximos. Depois começam a examinar um dos corpos.

Em um dos bolsos encontram uma pequena quantidadelive chat 7upbetdinheiro sírio que não vale muito. Mas do outro lado encontram algo muito valioso: um cartãolive chat 7upbetmemórialive chat 7upbetum telefone.

As fotos armazenadas ali nos permitiram conhecer fragmentos da vida dos combatentes do Estado Islâmico que encontramos mortos à beira do Tigre.

Quem era esse jovem combatente e que segredos da organização extremista teria guardado nesse cartão?

Radicalização

Ao examinar as fotos, o que mais chama a atenção é a evolução desse jovem:live chat 7upbetfotos luminosas com membroslive chat 7upbetsua família até outras mais escuraslive chat 7upbetque podemos vê-lo acompanhadolive chat 7upbetoutros combatentes.

De abraçar uma menina até segurar um rifle Kalashnikov.

Um oficial iraquiano me dirá mais adiante que os jovens das fotos pertencem ao grupolive chat 7upbetapoio armado Nínive, uma espécielive chat 7upbetcomando que opera como suporte das atividades militares principais.

Há outra fotolive chat 7upbetque o jovem aparece como se estivesse dormindo.

Mas há uma que desperta minha curiosidadelive chat 7upbetparticular: é uma foto do mesmo homem um pouco mais velho e com o cabelo mais longo. Ele olha diretamente para a câmera, mas o que chama atenção são suas mãos, cobertas por um parlive chat 7upbetluvas.

Debaixo da roupa ele veste um colete-bomba. E as luvas escondem o dispositivo com o qual ele pode ativar o explosivo.

Ele está disfarçadolive chat 7upbetmaneira que o possível alvo não possa reconhecer a ameaça e sorri agasalhado com uma jaqueta bege.

Há muitas outras fotos - juntolive chat 7upbetseus colegas combatentes e outros soldados mais antigos - que evidenciam o nível da guerra que estão lutando.

Mas há muito mais informações que só soubemos quando estávamos a pontolive chat 7upbetabandonar a pequena fazenda na qual havíamos nos refugiado naqueles dias.

Estratégiaslive chat 7upbetguerra

Há dois tiposlive chat 7upbetmomentos na cobertura da batalha por Mosul: oslive chat 7upbethipervigilância durante os combates e as poucas horaslive chat 7upbetdescanso.

Apesarlive chat 7upbetter passado quase duas semanas no mesmo lugar, não me dou contalive chat 7upbetalgo fundamental por causa do cansaço: ao revisar com atenção algumas das fotos do jovem combatente, percebo que esse quarto foi o lugarlive chat 7upbetque ele esteve durante algum tempo.

Essa fazenda abandonada também foi seu quartel. E o cenáriolive chat 7upbetmuitas dessas fotos.

Então começo a buscar entre os escombros alguma coisa abandonada, algo que permita que eu me aproximelive chat 7upbetsua identidade.

No rastreamento por documentos do Estado Islâmico com dataslive chat 7upbetdezembrolive chat 7upbet2016 há ordens precisas sobre a estratégia para rechaçar um iminente ataque do Exército do Iraque.

Depoislive chat 7upbetum tempo,live chat 7upbetmeio à ansiedadelive chat 7upbetirmos para Irbil e entre um montelive chat 7upbetlixo cobertolive chat 7upbetpoeira, encontro um caderno com um nomelive chat 7upbetinglês escrito a mão: "Abu Ali Al Moslaue".

Era esse o jovem das fotos do cartãolive chat 7upbetmemória?

A caligrafia é cuidadosa e, pelo que leio, o registrolive chat 7upbetnotas é meticuloso.

Noto que Abu estava aprendendo a disparar morteiros.

Dá para ver que ele é um bom aluno. Nas notas, é possível ver também algumas coordenadas escritas sobre possíveis alvos que ele conseguiu achar via Google Maps.

E dá para ver como, com a ajudalive chat 7upbetum compasso, ele calculou a possível trajetória curva do projétil disparado a partir do morteiro.

O comandante

Outro caderno que revela mais informações:live chat 7upbetprincípio só podemos ler alguns poemas mal escritos, mas, na medidalive chat 7upbetque avanço pelas páginas, percebo que este é o cadernolive chat 7upbetanotações do comandantelive chat 7upbetoutro pelotãolive chat 7upbetcombatentes que estava instalado aqui.

Seu nome é Abu Hashem e,live chat 7upbetacordo com suas anotações, ele comandava oito homens e dois veículos que compunham uma unidade da brigada móvellive chat 7upbetdefesa aérea do EI.

Em suas notas, descobre-se um chefe que exercelive chat 7upbetliderança com rigor. Ele tenta dividir os membroslive chat 7upbetsua unidadelive chat 7upbetpequenos gruposlive chat 7upbettrês, o que os obriga a estar juntos na maior parte do tempo.

Logo percebolive chat 7upbetdureza. Em uma ordem escrita, ele manda um grupo seguir uma patrulha e sentencia: "Aqueles que desobedecerem serão castigados. Talvez Alá os recompense com alguma benevolência".

Temos que deixar o refúgio. Tomo os cadernos e os levo comigo.

Devo sair não apenaslive chat 7upbetMosul, mas do Iraque. Mas primeiro saio à rua, deparo-me com os corpos desses combatentes duas semanas depois, irreconhecíveis pelas dentadas dos animais e bicadas dos pássaros.

Levo essa imagem na cabeça.

A testemunha

Volto a Mosul dois meses depois,live chat 7upbetmeadoslive chat 7upbetabril, e começo a perguntar sobre o jovem da foto a seus companheiros.

O Exército iraquiano conseguiu avançar sobre o oeste da cidade e agora o combate parece mais a seu favor. Os dias refugiados na precariedade daquela fazenda abandonada parecem serlive chat 7upbetoutro século.

Quando me encontro com um deles, um dos comandantes da brigada das forças especiais do Iraque me conduz até um setorlive chat 7upbetseu novo refúgio, localizadolive chat 7upbetum bairro residencial perto da linhalive chat 7upbetfrente do combate.

Ali está um militante do Estado Islâmico cobertolive chat 7upbetsangue, com evidênciaslive chat 7upbetter apanhado fortemente.

Mas não sei quem pode tê-lo deixado assim: se foram os soldados iraquianos ou moradoreslive chat 7upbetMosul como vingança.

Os soldados levam o homem ferido e então entra outro jovem, com a aparêncialive chat 7upbetum soldado foralive chat 7upbetserviço, a quem vamos chamarlive chat 7upbetIbrahim.

Ibrahim lutou pelo EI por dois anos. Mas agora é um agente duplo que também dá informação às forçaslive chat 7upbetsegurança iraquianas.

"Esse não sabelive chat 7upbetnada", disse o comandante anteslive chat 7upbetme deixar falar com ele.

Peguei as fotos que havia guardado na minha última viagem e lhe mostrei para que me ajudasse a identificá-lo.

Era difícil. Primeiro porque a maioria dos combatentes se conhecem por nomeslive chat 7upbetguerra.

Em segundo lugar, um fator fundamental a ser levadolive chat 7upbetconsideração: os combatentes das fotos eram muito jovens.

"Quando o Estado Islâmico chegou, eles eram garotos. Nós não os reconhecemos como homens", disse Ibrahim.

Livroslive chat 7upbetoração

As pistas sobrelive chat 7upbetidentidade eram vagas. Fui até a fábricalive chat 7upbetmorteiros que as coordenadas indicavam nos cadernos.

Mas os trabalhadores, que agora produzem tanques, não quiseram dar detalhes, com medolive chat 7upbetrepresálias do EI.

Mesmo que houvessem saídolive chat 7upbetMosul, me disseram, não teriam ido muito longe.

Então a última pista estava nos livroslive chat 7upbetoração que havia encontrado na mesma fazenda e levado comigo.

Todos esses livros tinham o selolive chat 7upbetuma mesquita localizada no lestelive chat 7upbetMosul. Além disso, estavam assinados por um imã que havia escrito dedicatórias aos jovens combatentes.

Quando cheguei, fui recebido pelo mulá Fares. Ele me explicou que o imã que assinou os livroslive chat 7upbetoração havia se juntado ao Estado Islâmico. Ele o estava substituindo.

Então lhe mostrei as fotos e finalmente consegui o reconhecimentolive chat 7upbetcada um dos jovens.

Ele me confirmou que eles pertenciam ao Nínive e que eram frequentadores assíduos da mesquita desde pequenos.

Então ficou olhando para uma das imagens.

"O poder está com a pessoa que tem uma arma, mesmo se for pequena e jovem. Como os jovens que assassinaram homens grandes e fortes dos nossos bairros. Como um imã que estava aqui antes, que foi baleado por meninos", disse Fares.

Está claro que o Estado Islâmico tinha bastante apoiolive chat 7upbetMosul, mas esse apoio acabou quando o grupo começou a recrutar e armar adolescentes. Pegando os mais jovens e os sacrificando porlive chat 7upbetcausa.

Em Mosul, o EI está pertolive chat 7upbetser derrotado.

Os corpos desses jovens na beira do rio já não estão mais lá - foram devorados por animais. Não há nem sequer rastros. Mas seu legadolive chat 7upbetdestruição e incerteza permanece: estende-se para alémlive chat 7upbetMosul e da corrente que movimenta o rio Tigre.