De publicitária a balconista: A vida dos imigrantes brasileiros que decidiram recomeçarbet365 casino lIsrael:bet365 casino l

brasileirosbet365 casino lIsrael
Legenda da foto, Designer Bernardo Bromberg com outros brasileiros no depósito ABC

Nos últimos anos, cada vez mais brasileiros, a maioriabet365 casino lclasse média alta, vêm trocando o Brasil por Israel. Entre os motivos, estão a violência e a crise econômica.

Mas, uma sériebet365 casino lobstáculos faz com que a grande maioria, assim como Bromberg, tenha que aceitar empregosbet365 casino lmenor qualificação, tendobet365 casino lrecomeçar do zero.

"Antes da viagem, já sabia que teria dificuldadesbet365 casino lencontrar trabalho qualificado por não falar hebraico (a língua local)", diz Bromberg à BBC Brasil.

"Por isso, vim com a cabeça aberta. Afinal, tenho família e preciso trabalhar. Decidi que faria o que aparecesse", completa.

'Subempregos'

Desdebet365 casino lfundação,bet365 casino l1948, Israel vinha recebendo uma médiabet365 casino l150 a 200 imigrantes brasileiros por ano.

Mas um recorde foi registradobet365 casino l2016, quando o número chegou a 1 mil, e neste ano a marca deve ser superada.

Além disso, verificou-se também uma mudança no perfil do imigrante brasileiro.

No passado, jovens com menosbet365 casino l30 anos representavam a maior parte dos chamados "novos imigrantes" (conhecidos como "olim chadashim",bet365 casino lhebraico). Eles tinham origem judaica e defendiam a ideologia sionista - abet365 casino lque Israel é a casa dos 14 milhõesbet365 casino ljudeus do mundo.

Muitos optavam pela vida comunitáriabet365 casino lvilarejosbet365 casino leconomia compartilhada - os chamados kibutz.

Outros privilegiavam estudar nas universidades israelenses, pois imigrantesbet365 casino lascendência judaica recebem benefícios com base na chamada "Lei do Retorno" (segundo a qual judeus da Diáspora têm direitobet365 casino lreceber imediatamente cidadania israelense).

Bernardo Bromberg
Legenda da foto, Bromberg começou como etiquetador e hoje é gerentebet365 casino llogística

Já os mais recentes não se mudaram para Israel por motivação puramente religiosa ou sionista. Tampouco têm necessariamente origem judaica - são convertidos ou casados com judeus.

Todos os imigrantes, recentes ou não, recebem uma "cesta básica" que inclui universidade gratuita para jovens, auxílio financeirobet365 casino laté um ano, seguro saúde por seis meses e subsídios temporários para moradia, comprabet365 casino lcarro e financiamentobet365 casino limóveis.

Mas a ajuda nem sempre cobre o alto custobet365 casino lvida no país.

Neste sentido, se trabalhar como garçom ou telefonistabet365 casino ltelemarketing era, antes, uma opção temporária para os estudantes, se tornou uma necessidade para muitos dos imigrantesbet365 casino lmeia-idade e com crianças para sustentar.

Um ponto positivo, contudo, é a receptividade dos israelenses. Diferentementebet365 casino lmuitos países europeus, os novos imigrantes não são mal vistos pela sociedade - diante da noçãobet365 casino lque,bet365 casino lgeral, são judeus que "retornam" à Terra Prometida.

'Volta por cima'

Hoje, Bromberg é gerentebet365 casino llogística da empresabet365 casino limportação na qual começou como etiquetador.

Mas não se esqueceu das dificuldades do início e já empregou maisbet365 casino l70 conterrâneos recém-chegados, alguns à espera da validaçãobet365 casino lseus diplomas profissionais, outrosbet365 casino lbuscabet365 casino lpostos mais qualificados.

"Recebo pelo menos duas ou três ligações por semanabet365 casino lbrasileiros procurando trabalho. Quando não consigo trazer para a ABC, indico para a Superpharm (redebet365 casino ldrogarias) e para o Chetzi Chinam (redebet365 casino lsupermercados)", afirma.

A maior parte dos empregos disponíveis ébet365 casino loperadorbet365 casino ltelemarketing, caixabet365 casino lsupermercado ebet365 casino lfarmácias, faxineiro, professorbet365 casino lcreche, operáriobet365 casino lfábricas e segurança.

Mas essas opções nem sempre são bem recebidas.

brasileirosbet365 casino lIsrael
Legenda da foto, Bernardo passou a ajudar outros brasileiros a conseguirem empregobet365 casino lIsrael (crédito: BBC Brasil)

"A frase que mais escuto é 'estou disposto a tudo'. Mas, na hora H, eles hesitam", diz Gládis Berezowsky,bet365 casino l60 anos, há 15 trabalhando com imigrantes brasileirosbet365 casino lIsrael.

"Muitos dizem: 'mas eu não vim para Israel para fazer faxina ou ser caixabet365 casino lsupermercado!'."

Segundo Gládis, que fundou recentemente uma ONGbet365 casino lajuda aos imigrantes brasileiros, a Organização Olim do Brasil - Aliá e Klita (Imigração e Integração), os brasileiros que chegam com ilusões são os que mais se decepcionam.

Cercabet365 casino l15% dos imigrantes acabam voltando ao Brasil, taxa semelhante àbet365 casino loutros países.

A necessidadebet365 casino lrecomeçar do zero é um dos motivos mais citados.

"A palavra 'subemprego' virou quase um tabu. Mas não é vergonha alguma trabalharbet365 casino lpostos mais simples. Para imigrar, os valores devem mudar", opina Gládis.

"As pessoas se esquecerambet365 casino lque, há um séculos, muitosbet365 casino lseus antepassados chegaram sem nada ao Brasil e foram crescendo ao poucos. Você pode, hoje, ser faxineiro e, com o tempo, se tornar um gerente ou até um sóciobet365 casino lempresa. Basta ser uma pessoa com ambição, com vontadebet365 casino lvencer e boa atitude", acrescenta.

Obstáculos

O maior obstáculo dos olim brasileirosbet365 casino lIsrael é o idioma.

É o caso da publicitária Daniela Mosseri Nehmad,bet365 casino l39 anos, que chegou a Israel há pouco maisbet365 casino lum ano com dois filhos e o marido, que é fotógrafo.

Se, no Brasil, ela trabalhavabet365 casino lagênciasbet365 casino lpropaganda e marketing, no novo país começou como funcionáriabet365 casino lum berçário.

Mas, como a dona do berçário também era brasileira e só falava com elabet365 casino lportuguês, acabou decidindo deixar o trabalho para aprender hebraico "na marra".

"A língua é um grande problema. Quero voltar ao ambiente corporativo assim que der, mas não dá para ficar sem trabalhar", conta Nehmad, que conseguiu trabalho como caixa numa filial da Superpharm.

Daniela Mosseri Nehmad
Legenda da foto, Publicitária Daniela Mosseri Nehmad com a família quando chegou a Israel; seu primeiro emprego foibet365 casino lfuncionáriabet365 casino luma creche

"No Brasil, eu não trabalhariabet365 casino luma farmácia, pois lá isso é visto como um subemprego. Mas não tenho preconceitos e acho que todo trabalho é digno. Viverbet365 casino lum novo país é uma mudança radical. Tudo o que já conquistei profissionalmente ficou para trás. Mas não vim para cá por motivos profissionais", explica.

A opinião é compartilhada por muitos imigrantes brasileiros, que dizem buscar qualidadebet365 casino lvida e segurançabet365 casino lIsrael.

Outro obstáculo para os olim do Brasil é a revalidaçãobet365 casino ldiplomas profissionais.

O processo pode levar anos. Mas isso não parece desmotivar o engenheiro civil Allan Ciobotariu,bet365 casino l33 anos, que se mudou para Israelbet365 casino labril deste ano com a esposa e os três filhos.

Enquanto aguarda a revalidação do diplomabet365 casino lengenheiro, ele trabalha atendendo clientesbet365 casino luma lavanderia.

"Antesbet365 casino lvir, eu já sabia que não conseguiria me encaixar no mercadobet365 casino ltrabalho imediatamente. Mudarbet365 casino lpaís é uma oportunidade para me reinventar", relata Allan, que, paralelamente, faz curso intensivobet365 casino lhebraico ebet365 casino lprogramação e se prepara para frequentar o Gvahim, um programabet365 casino lajuda a pessoas graduadas e experientes que buscam posiçõesbet365 casino lmaior qualidade no mercado local.