Quem é a famíliapoker star pcbilionários acusadapoker star pcse beneficiar da crisepoker star pcdrogas nos EUA:poker star pc

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Uma crisepoker star pcsaúde que levou os Estados Unidos a declarar, na semana passada, uma emergênciapoker star pcsaúde pública que tem deixado mais mortos que a guerra do Vietnã e do Afeganistão juntos, sem que um tiro fosse disparado.
O começo da fortuna
Tudo começa no final do século 19, quando Arthur, Mortimer e Raymon Sackler, três irmãos psiquiatras do Brooklyn, fundarampoker star pcGreenwich Village,poker star pcNova York, uma pequena empresapoker star pcmedicamentos.
Viram nela uma possibilidadepoker star pcum negócio familiar e,poker star pc1950, compraram, com os lucros, a Purdue Pharma, uma farmacêutica que, no início, gerava recursos com a vendapoker star pcremovedorespoker star pccerapoker star pcouvido, laxantes e o antissépticopoker star pccor laranja iodopovidona, usadopoker star pccirurgias.
Mas a entradapoker star pcdinheiro da produçãopoker star pcanalgésicos na décadapoker star pc1980 catapultou o negócio dos Sackler. Pouco menospoker star pcum século depoispoker star pcsua fundação, a empresa era um gigante farmacêutico mundial e havia transferidopoker star pcsede para Stamford,poker star pcConnecticut.

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No entanto, o grande êxito comercial veiopoker star pc1995, quando lançaram no mercado o OxyContin, um medicamento para a dor, com basepoker star pcopioides, que era quase três vezes mais forte que a poderosa morfina.
"O OxyContin é um analgésico que se sintetiza a partir da tebaína, uma substância presente no ópio. Ou seja, é da família da heroína", explica à BBC Mundo o médico Brandon Marshall, professorpoker star pcepidemiologia da Universidadepoker star pcBrown,poker star pcRhode Island.
Além da capacidadepoker star pcneutralizar a dor, esse remédio tem um potencial perigosamente altopoker star pcgerar dependência, ressalta Marshall.
"Antes do surgimento do OxyContin, era muito raro os médicos prescreverem opiodes para combater a dor, mas foi tão grande a campanhapoker star pcmarketing realizada pela Pardue Pharma que o OxyContin se converteu num êxitopoker star pcvenda", diz Marshall.
As autoridades dos Estados Unidos aprovaram o medicamento naquele mesmo ano,poker star pc1995, e jápoker star pc2001 as vendas alcançaram US$ 1,6 bilhão, superior às vendas do Viagra, e representavam cercapoker star pc80% da receita da empresa dos Sackler.

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Uma investigação realizada por Marshall e publicada no American Journal of Public Healthindica que, desde a aprovação do OxyContin, várias farmacêuticas se engajarampoker star pcaçõespoker star pcmarketing e "subornos" para convencer os médicos a prescrever opioides.
Vários especialistas consultados pelas publicações New Yorker e Enquire também argumentam que a campanha levada a cabo pela Pardue Pharma contribuiu para que a prescrição desse tipopoker star pcmedicamento fosse menos rigorosa, aumentando o númeropoker star pcdependentes entre a população.
Sópoker star pc2012, médicos prescreveram maispoker star pc282 milhõespoker star pcreceitaspoker star pcanalgésicos opioides, incluindo OxyContin, Vicodin e Percocet, uma quantidade que equivale a quase um frasco para cada habitante dos Estados Unidos.
De acordo com pesquisapoker star pcMarshall, entre agostopoker star pc2013 e dezembropoker star pc2015, várias empresas farmacêuticas, entre elas a Pardue Pharma, pagaram maispoker star pcUS$ 46 milhões a 68 mil médicospoker star pctodo o país por meiopoker star pcrefeições, viagens e honorários para os incitar a receitar opioides.
A fortuna dos Sacklers se multiplicou e,poker star pc2016, elas foram classificadas entre as famílias mais ricas dos Estados Unidos, com uma fortunapoker star pcascensão, segundo cálculos da revista Forbes,poker star pcUS$ 13 bilhões.
Mas à medida que o consumo desses medicamentos aumentava nos EUA - e a fortuna dos Sackers disparava -, o usopoker star pcopioides causava uma catastrófica epidemia com uma magnitudepoker star pcmortes sem precedentes.
Epidemia
Segundo Marshall, a história dos Sakler está atrelada à origem da atual crisepoker star pcopioides. Uma situação que saiu tanto do controle que o presidente Donald Trump precisou declarar emergênciapoker star pcsaúde pública.
Dados fornecidos pela Agênciapoker star pcInvestigação e Qualidadepoker star pcAssistência Médica dos Estados Unidos indicam que, no ano passado, maispoker star pc60 mil pessoas morreram no país por overdosepoker star pcopiáceos (substâncias derivadas do ópio).
Em 2014, cercapoker star pc1,3 milhãopoker star pcpessoas foram tratadas por esse motivopoker star pcclínicas e emergênciapoker star pchospitais. Não foi o OxyContin, porém, a droga mais usada naquele ano, mas sim, a heroína e o fentanilo, uma drogapoker star pcprodução caseira 50 vezes mais poderosa quer a primeira.
"Mas o OxyContin está na basepoker star pctudo", assegura Marshall.

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"Agora sabemos que as agressivas estratégiaspoker star pcmarketing implementadas pela Purdue Pharma (e outras empresas) para promover o tratamentopoker star pcdores crônicas com opioides receitados e as táticas que minimizaram as informações sobre riscopoker star pcdependência foram o fator chave da crise atual", assegura.
De acordo com especialistas, estes medicamentos estão na base do surtopoker star pcdependência e a epidemiapoker star pcopiáceos vivida hoje pelos Estados Unidos.
Organizações como a Médicos para a Prescrição Responsávelpoker star pcOpioides e meiospoker star pccomunicação americanos têm assinalado nos últimos anos o envolvimento da família Sackler na atual emergênciapoker star pcsaúde pública dos Estados Unidos.
Todos asseguram que a flexibilização na prescriçãopoker star pcopioides, ocorrida partir das campanhas realizadas pela farmacêutica, aumentou o consumo deste tipopoker star pcproduto nos Estados Unidos.
A Purdue Pharma se declarou culpadapoker star pcenganar o público sobre o riscopoker star pcvíciopoker star pcOxyContin,poker star pc2007, e foi obrigada a pagar uma multapoker star pcmaispoker star pcUS$ 600 milhões, um dos maiores acordos farmacêuticos da história dos Estados Unidos.
No entanto,poker star pcum comunicado enviado à BBC Mundo, a empresa alegou que as propagandaspoker star pcseus produtos são feitaspoker star pccumprimento com as regras da Administraçãopoker star pcAlimentos e Medicamenos (FDA) - agência dos Estados Unidos que controla a vendapoker star pcmedicamentos.
"Compartilhamos a inquietude sobre a crisepoker star pcopiáceos e temos tomado medidas significativas para ajudar a abordá-la, que incluem a limitação significativa da propagandapoker star pcnossos produtos aprovados pela FDA", diz o texto.
Na página da farmacêutica na internet, não há informações sobre seus fundadores e, entre os membros diretores, não aparecem mencionados integrantes da família que, por maispoker star pc60 anos, gere a empresa.

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Os novos herdeiros
Enquanto a empresa farmacêutica está na mira dos meiospoker star pccomunicação norte-americanos, a família por trás dela vive na discriçãopoker star pcsua fortuna, com aparições esporádicas para um ou outro atopoker star pcfilantropia.
De acordo com a revista Enquire, diferentementepoker star pcoutras famílias milionárias, os Sackler souberam separar o sobrenome das razõespoker star pcsua fortuna. "Os Fords, Hewletts, Packards, Johnsons: todas essas famílias puseram os próprios nomes dos produtos, porque tinham orgulho deles", comentou ao Enquire Keith Humphreys, professorpoker star pcpsiquiatria da Faculdadepoker star pcMedicina da Universidadepoker star pcStanford.
A família Sackler é atualmente formada por 20 membros descendentes dos três irmãos fundadores da empresa farmacêutica, que já morreram - Arthur, o principal fundador do "império", morreupoker star pc1987, Mortimer,poker star pc2010, e Raymond, no início deste ano.
Os descendentes mais visíveis nos últimos anos tem sido Elizabeth, filhapoker star pcArthur, que integrante da diretoria do Museu do Brooklyn, e os filhospoker star pcRaymon, Ricard e Jonathan, que dirigem um corpopoker star pcprofessores no centropoker star pcinvestigações sobre câncer da Universidadepoker star pcYale.
Outros oito membros da família formam parte da diretoria da Pardue Pharma, segundo a imprensa norte-americana. Ilene, Kathe, Marissa, Mortimer e Richard Sackler integram vários conselhos da família, a maioriapoker star pcnatureza filantrópica.
De acordo com a publicação Inside Philanthropy, o clã "mantém um discreto perfil público, não mantém sites na internet e não emprega profissionais formalmente".

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Em 2015, a Fundação Arthur M. Sackler transferiu maispoker star pcUS$ 1,1 milhão a várias instituições, a totalidadepoker star pcdoações para o campo da arte, segundo informam declaraçõespoker star pcimposto consultadas pela BBC Mundo.
A fundação ainda banca projetos filantrópicos na Universidadepoker star pcTel Aviv, na Universidadepoker star pcLeiden, na Holanda, no Museu Britânico e na Faculdadepoker star pcMedicina Clínica da Universidadepoker star pcCambridge.
Contudo, apesar das doações a iniciativas médicas, uma investigação do The Daily Caller assegura que a família nunca apoiou nenhum projeto para financiar na cura do víciopoker star pcopioides, que a empresa farmacêutica dos Sackler ajudou a difundir.
Em um discurso na semana passada, para declarar emergênciapoker star pcsaúde pública, Trump também não mencionou a responsabilidade das farmacêuticas na crise atual dos opioides.
"Apesar dos riscos conhecidos associados à prescriçãopoker star pcopioides, algumas empresas farmacêuticas continuam comercializando amplamente estes produtos. Estas práticaspoker star pcvenda são, no mínimo, um lastro importante para abordar o tema da epidemia atual", afirma Marshall.








