8 perguntas para entender motivojet bet casinoataque à Síria e origem do conflito:jet bet casino

Menino põe máscarajet bet casinooxigêniojet bet casinorecém-nascido após suposto ataquejet bet casinoDoumajet bet casinojaneirojet bet casino2018

Crédito, AFP

Legenda da foto, Governo sírio vem sendo acusadojet bet casinousojet bet casinoarmas químicas contra rebeldes

jet bet casino Um levante pacífico contra o presidente da Síria que teve início há sete anos transformou-sejet bet casinouma guerra civil que já deixou maisjet bet casino400 mil mortos, devastou cidades e envolveu outros países.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) calcula que maisjet bet casino5 milhões já deixaram o país – o maior exôdo da história recente.

Em 13jet bet casinoabril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o país havia iniciado na madrugada anterior uma sériejet bet casinoataques aéreos na Síriajet bet casinocoordenação com a França e o Reino Unido.

A operação é uma resposta às evidênciasjet bet casinoum ataque químico na cidade síriajet bet casinoDouma, na semana passada. EUA e aliados denunciam que o ataque foi protagonizado pelo regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, que porjet bet casinovez nega tal participação.

Segundo o Pentágono, foram atingidos um centrojet bet casinopesquisas científicasjet bet casinoDamasco, que seria ligado à produção armas químicas e biológicas, um localjet bet casinoarmazenamentojet bet casinoarmas químicas a oestejet bet casinoHoms e outro armazém que também funcionava como importante postojet bet casinocomando, na mesma região.

Entenda, a seguir, os últimos acontecimentos, a origem do conflito e suas consequências até agora.

1. Como a guerra começou?

Síriosjet bet casinoconflito

Crédito, AFP

Mesmo antes do conflito começar, muitos sírios reclamavam dos altos índicesjet bet casinodesemprego, corrupção e faltajet bet casinoliberdade política sob o presidente Bashar al-Assad, que sucedeu seu pai, Hafez, apósjet bet casinomorte,jet bet casino2000.

Em marçojet bet casino2011, protestos pró-democracia eclodiram na cidadejet bet casinoDeraa, ao sul do país, inspirados pelos levantes da Primavera Árabejet bet casinopaíses vizinhos.

Quando as forçasjet bet casinosegurança sírias abriram fogo contra os ativistas - matando vários deles -, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saídajet bet casinoAssad.

A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a determinação dos manifestantes. No fimjet bet casinojulhojet bet casino2011, centenasjet bet casinomilhares saíram às ruasjet bet casinotodo o país exigindo a saídajet bet casinoAssad.

Apoiadores da oposição pegaramjet bet casinoarmas, primeiro para defender a si mesmos e depois para expulsar forçasjet bet casinosegurança das áreas onde viviam. Assad prometeu acabar com o que chamoujet bet casino"terrorismo apoiado por estrangeiros".

Seguiu-se uma rápida escaladajet bet casinoviolência, e o país mergulhoujet bet casinouma guerra civil.

Grupos rebeldes se reuniramjet bet casinocentenasjet bet casinobrigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle das cidades e vilarejos.

Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo.

O conflito já havia, então, se transformadojet bet casinomais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornosjet bet casinoguerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauítas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.

Isto arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão.

2. Quantas pessoas já morreram?

Criança síria ferida

Crédito, Getty Images

O Observatório Síriojet bet casinoDireitos Humanos, uma ONG britânica que monitora o conflito com basejet bet casinouma redejet bet casinofontes locais, registrou 353.900 mortes até marçojet bet casino2018, incluindo 106 mil civis.

Os dados não incluem 56.900 pessoas que estão desaparecidas e consideradas mortas. O grupo também estima que 100 mil mortes não foram documentadas.

O enviado da ONU para a Síria, Steffanjet bet casinoMistura, estimou que a guerra já matou 400 mil pessoas.

Já o Centro Sírio para Pesquisajet bet casinoPolíticas, outro grupojet bet casinoestudos, calcula que o conflito já tenha causado a mortejet bet casinomaisjet bet casino470 mil pessoas.

Gráfico

Enquanto isso, o Centrojet bet casinoDocumentaçãojet bet casinoViolações, que recorre a ativistas na Síria, registrou o que avalia ser violações às leisjet bet casinodireitos humanos internacionais, inclusive ataques contra civis.

Foram documentadas 185.980 mortes relacionadas ao conflito, entre elas asjet bet casino119.200 civis, até fevereirojet bet casino2018.

Gráficos

3. Quem está lutando contra quem?

Crianças sírias

Crédito, AFP

A rebelião armada evoluiu significativamente desde suas origens.

Há um númerojet bet casinomembros da oposição moderada secular lutando contra as forçasjet bet casinoAssad. O Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria, faz parte da oposição.

Mas há também uma grande quantidadejet bet casinoradicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico (EI) e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda. Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.

Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados têm procurado controlar o fluxojet bet casinoarmas por medojet bet casinoque acabem indo parar nas mãosjet bet casinogrupos jihadistas.

Legenda do vídeo, 'Pelo menos no céu ele vai ter comida': o drama das crianças síriasjet bet casinomeio aos bombadeios

4. Qual é o envolvimento das potências internacionais?

Combatentes na Síria

Crédito, Reuters

Os principais apoiadores do governo são a Rússia e o Irã, enquanto os Estados Unidos, a Turquia e a Arábia Saudita apoiam os rebeldes.

Na era Obama, os Estados Unidos culpavam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no conflito e exigiam que ele deixasse o poder como pré-condição para a paz.

Trump, porjet bet casinovez, dizia que derrubar o presidente sírio não era uma prioridade, mas sim derrotar o Estado Islâmico - e que Assad era um aliado nessa batalha. Após o aparente ataque químico ocorridojet bet casinoabril, porém, seu discurso mudou.

Os Estados Unidos, Reino Unido, França e outros países ocidentais forneceram variados grausjet bet casinoapoio para o que consideram ser rebeldes "moderados".

Uma coalizão global liderada por eles também realiza ataques contra militantes do Estado Islâmico na Síria desde 2014 e ajudou uma aliança entre milícias árabes e curdas chamada Forças Democráticas Sírias (FDS) a assumir o controlejet bet casinoterritórios antes dominados por jihadistas.

Já a Rússia apoia a permanênciajet bet casinoAssad no poder, o que é crucial para defender os interessesjet bet casinoMoscou no país. O país já tinha bases militares na Síria e lançou uma campanha militar aéreajet bet casinoapoio a Assadjet bet casino2015 que foi crucial para virar o andamento da guerra a favor do governo.

Os militares russos dizem que os ataques têm como alvo "terroristas", mas ativistas afirmam que regularmente morrem rebeldes e civis.

A intervenção russa possibilitou vitórias significativas das forçasjet bet casinoAssad. A maior delas foi a retomada da cidadejet bet casinoAleppo, um dos principais redutos dos gruposjet bet casinooposição,jet bet casinodezembrojet bet casino2016.

O Irã,jet bet casinomaioria xiita, é o aliado mais próximojet bet casinoBashar al-Assad. A Síria é o principal pontojet bet casinotrânsitojet bet casinoarmamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou milharesjet bet casinocombatentes para apoiar as forças sírias.

Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhõesjet bet casinodólares para fortalecer as forças sírias, provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.

A Turquia apoia há tempos os rebeldes, mas concentrou esforçosjet bet casinousá-los para conter a milícia curda que domina a FDS, acusando-ajet bet casinoser uma extensãojet bet casinoum grupo rebelde curdo banido do território turco.

A Arábia Saudita foi um elemento-chave para conter a influência iraniana e também armou e financiou os rebeldes.

Ao mesmo tempo, Israel tem se preocupado muito com o enviojet bet casinoarmas iranianas para o Hezbollah na Síria e tem realizado ataques aéreos para interromper isso.

5. Qual é o impacto da guerra?

Menina síria

Crédito, AFP

Alémjet bet casinocausar centenasjet bet casinomilharesjet bet casinomortes, a guerra incapacitou 1,5 milhõesjet bet casinopessoas, entre ela 86 mil que perderam membros do corpo.

Ao menos 6,1 milhõesjet bet casinosírios tiveramjet bet casinodeixar suas casas para buscar abrigojet bet casinoalguma outra parte do país, enquanto outros 5,6 milhões se refugiaram no exterior.

Gráficos

Líbano, Jordânia e Turquia, onde 92% destes sírios refugiados vivem hoje, têm enfrentado dificuldades para lidar com um dos maiores êxodos da história recente.

A ONU estima que 13,1 milhõesjet bet casinopessoas necessitarãojet bet casinoalgum tipojet bet casinoajuda humanitária na Síriajet bet casino2018.

Os dois lados do conflito pioraram essa situação ao se recusar a permitir o acessojet bet casinoagências com fins humanitários a quem precisajet bet casinoauxílio. Quase 3 milhõesjet bet casinopessoas vivemjet bet casinoáreas alvosjet bet casinocerco ejet bet casinodifícil acesso.

Gráficos

Os sírios também têm acesso limitado a serviçosjet bet casinosaúde.

A organização Médicos por Direitos Humanos registrou 492 ataques a 330 instalações médicas até dezembrojet bet casino2017, o que resultoujet bet casino847 profissionaisjet bet casinosaúde mortos.

Gráficos

Grande parte do patrimônio cultural da Síria também foi destruído. Todos os seis locais considerados pela Unesco como patrimônio da humanidade sofreram danos significativos.

Bairros inteiros foram arrasadosjet bet casinotodo o país.

6. Como o país está dividido?

Criança síria

Crédito, Reuters

O governo reassumiu o controle das maiores cidades sírias, mas grandes partes do país ainda estão sob o comandojet bet casinogrupos rebeldes e da FDS.

O principal redutojet bet casinooposição é a provínciajet bet casinoIdlib, no nordeste do país, onde vivem maisjet bet casino2,6 milhõesjet bet casinopessoas.

Gráfico

Apesarjet bet casinodesignada como uma zona onde não deveria haver hostilidades, Idlib é alvojet bet casinouma ofensiva do governo, que diz estar combatendo jihadistas ligados à Al-Qaeda.

Ataques por terra também estãojet bet casinocursojet bet casinoGhouta Oriental. Seus 393 mil residentes estão sob o cerco do governo desde 2013 e enfrentam intensos bombardeios, assim como uma grave faltajet bet casinocomida ejet bet casinosuprimentos médicos.

Enquanto isso, a FDS controla a maioria do território a leste do rio Eufrates, incluindo a cidadejet bet casinoRaqqa. Até 2017, esta era a capital do "califado" que o Estado Islâmico disse ter instaurado, mas, agora, o grupo controla apenas alguns bolsões na Síria.

7. Por que a guerra está durando tanto?

Guerra na Síria

Crédito, AFP

Um fator chave é a intervençãojet bet casinopotências regionais e internacionais.

Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síriajet bet casinocampo para uma guerra indireta.

A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcialjet bet casinorelação às questões religiosas).

As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou atrocidadesjet bet casinoambas as partes, não apenas causando a perdajet bet casinovidas, mas a destruiçãojet bet casinocomunidades, afastando a esperançajet bet casinouma solução pacífica.

Os presidentes da Síria, Bashar al-Assad, e Rússia, Vladimir Putin

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Campanha aérea da Rússiajet bet casinoPutin (à dir.) tem beneficiado forçasjet bet casinoAssad (à esq.)

A escaladajet bet casinoterror causada por grupos jihadistas como o EI - que aproveitou a fragilidade do país para tomar o controlejet bet casinovastas partesjet bet casinoterritório no norte e leste - acrescentou outra dimensão ao conflito.

Não há qualquer sinaljet bet casinoque o conflito chegará ao fimjet bet casinobreve, mas todos os lados envolvidos concordam que uma solução política é necessária.

O Conselhojet bet casinoSegurança da ONU pediu a implementaçãojet bet casinoum governojet bet casinotransição "formado com basejet bet casinoconsentimento mútuo". Mas nove rodadasjet bet casinoconversasjet bet casinopaz mediadas pela ONU desde 2014 obtiveram poucos progressos.

Assad parece cada vez menos disposto a negociar com a oposição. Rebeldes ainda insistem que ele renuncie como partejet bet casinoqualquer acordo.

8. Por que EUA, França e Reino Unido se uniramjet bet casinonovo ataque a alvosjet bet casinoAssad?

Os ataques realizados por Estados Unidos, França e Reino Unido contra a Síria foram uma resposta às evidênciasjet bet casinousojet bet casinoarmas químicas pelo governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Os sintomas observados nas vítimas na cidadejet bet casinoDouma, um reduto rebelde na periferia da capital da Síria, Damasco, indicam possível usojet bet casinoagentes neurotóxicos como o cloro e o gás sarin, que teriam provocado a morte de, pelo menos, 40 pessoas.

No último sábado, imagens chocantesjet bet casinoadultos e crianças sofrendo sintomas do que parecia ser um ataque químico correram o mundo.

"Ordenei as forças armadas dos Estados Unidos a lançar ataques precisosjet bet casinoalvos associados com instalaçõesjet bet casinoarmas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad", disse Trump,jet bet casinopronunciamento na Casa Branca.

Armas químicas são proibidas por acordos internacionais. Seu uso motivou o ataquejet bet casinoamericanos e aliados contra três alvos - instalações químicas, segundo o Pentágono -jet bet casinoDamasco ejet bet casinoHoms.

A Síria e a Rússia dizem que a acusação é uma farsa e negam o usojet bet casinotais agentes.

Não é a primeira vez que Assad é acusadojet bet casinousar armas químicas. Em 2017, 86 pessoas – 27 delas crianças – foram mortasjet bet casinoum incidente com usojet bet casinoarmas químicasjet bet casinoKhan Sheikhoun, na provínciajet bet casinoIdlib,jet bet casinoacordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Tanto a Organização Mundial da Saúde quanto a instituiçãojet bet casinocaridade médica Médicos Sem Fronteiras disseram na época que as vítimas apresentavam sintomas consistentesjet bet casinoexposição a agentes que afetam o sistema nervoso.