As polêmicas medidas da China para reduzir númerobetano applecesarianas -betano applemultas a fechamentobetano applehospitais:betano apple

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Embora a taxa no país continue crescendo, o ritmo do aumento está decrescendo e, segundo pesquisadores, o país caminha para reverter a alta nos procedimentos do tipo.
A forma como isso tem sido feito, no entanto, gera preocupações.
Parte do sucesso se deve a uma melhora nos cuidados com a gravidez e com o parto e a uma "cultura do bem estar" entre a classe média urbana chinesa. No entanto, outro fator chave é a punição para hospitais com cesáreas demais, o que alguns críticos afirmam que tem gerado violência contra mulheres: muitas delas não têm realmente a liberdade para escolher como dar à luz.

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Um estudo da Universidade da Pensilvânia feitobetano apple2016 pela pesquisadora Eileen Wang apontou casosbetano appleviolência obstétrica que visavam a impedir que as mães escolhessem essa formabetano appleparto.
"Por que você diz isso agora quando está tendo contrações? Você já tem 4 cmbetano appledilatação. Uma cesárea seria ruim para você e para o bebê. Não pode fazer uma", disse uma enfermeira a uma mãe que implorava por uma cesárea, segundo o estudo.
Poder estatal
Mas qual o problema no alto númerobetano applecesáreas?
Em muitas ocasiões, é um procedimento que salva vidas – se um bebê está numa posição ruim no útero ou o trabalhobetano appleparto não está indo como esperado, por exemplo.
Mas também tem muitos riscos e, como qualquer outra cirurgiabetano applegrande porte, precisabetano appleum tempo para recuperação.
"Cesarianas causam uma recuperação mais complicada para a mãe e provocam cicatrizes no útero, o que está associado a sangramentos, crescimento anormal da placenta, gravidez ectópica (quando o bebê se forma fora do útero), natimortos e partos antes da hora nas gestações seguintes", afirma Jane Sandall, professora da áreabetano applesaúde da mulher na faculdade King's College,betano appleLondres.
Por isso, a OMS aconselha que a cesária esteja disponível para os casosbetano appleque há necessidade, mas que não seja feita a não ser por necessidades médicas.

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A tendênciabetano appleaumento na China se reverteubetano applepraticamente uma geração. Para tentar entender como isso foi possível, pesquisadores observaram os efeitosbetano applevários tiposbetano applemudanças sociais, desde o aumento da cultura do bem-estar até o impacto da política do filho único.
Um fator se destacou como sendo decisivo: o poder do Estado.
A burocracia estatal Chinesa entroubetano appleaçãobetano apple2001, quando a Comissão Nacionalbetano appleSaúde e Planificação Familiar determinou que reduzir a taxabetano applecesáreas – que erabetano apple46% na época, segundo a OMS – era um prioridade nacionalbetano appleseu planobetano appleaçãobetano apple10 anos.
Desde então, aulasbetano appleparto natural e amamentação são obrigatórias para médicos e pessoas que trabalham com parto.
Mas a estratégia que fez grande diferença na china foi quando os hospitais passaram a ser considerados diretamente responsáveis por suas taxasbetano applecesáreas.
"Os hospitais são comparados uns com os outros e recebem multas se não alcançam seus objetivos", diz Liangkun Ma, obstetra-chefebetano appleum dos principais hospitaisbetano applePequim.
Outras sanções incluem a diminuiçãobetano applesubsídios estatais ao hospital e,betano appleúltima instância, a anulação das licençasbetano applefuncionamento. Em 2012, os hospitais com as taxasbetano applecesárea mais altas da Provínciabetano appleHubei receberam um comunicado do governobetano appleque seriam fechados e "reformados".
Segundo Ana Pilar Betrán, médica da OMS que estuda intervenções para reduzir cesáreas no mundo todo, não há nenhum outro país onde os provedoresbetano applesaúde sejam penalizados por taxas altasbetano applecesáreas.

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A única nação com uma política parecida é Portugal, mas o sistema funciona ao contrário: os hospitais são recompensados por terem taxas mais baixas.
Betrán afirma que estabelecer objetivos ambiciosos e punir os hospitais é um caminho perigoso.
"Uma taxa pura e simples não diz se as mulheres que precisambetano applecesárea estão tendo acesso a ela", afirma.
Mesmobetano applepaíses onde as taxasbetano applecesáreas são altas, há mulheres morrendo por não terem acesso à cirurgia. No Peru, por exemplo, onde metade das mulheres ricas fazem parto por cesárea, apenas 5% das mulheres pobres conseguem fazer o procedimento – segundo a OMS, a taxabetano applecesáreas necessárias por motivos médicos costuma ser entre 10% e 15% dos partos.
Além disso, estudos apontam que as políticas chinesas tiraram das mães o poderbetano appledecidir como dar à luz.
"Uma parte dessa política é exclusiva do governo chinês e é algo que preocuparia muito no Ocidente: ela permite que os médicos decidam o que fazer mesmo contra a vontade da mulheres", afirma Carine Ronsmans, coautorabetano appleum estudo publicadobetano apple2018 na revista científica British Medical Journal.
Em um caso que foi muito divulgado pela imprensa chinesa no ano passado, uma grávida, Ma Rongrong, se jogou pela janela do hospital depois que a instituição se negou a realizar uma cesárea. Recentemente, um homem foi detido por atacar um profissonalbetano applesaúde que se negava a fazer uma cesárea embetano applemulher.
O auge da cultura do bem-estar
Mas nem tudo está ligado ao climabetano applemedo e punições. As mulheres da classe médica chinesas também têm seu papel nessa mudança, incentivadas pelo Estado a tomar decisões positivas.
A chinesa Daisy Lan diz que assim que ficou sabendo que estava grávida pela primeira vez, se informou muito e concluiu que um parto natural era melhor para ela e para seu bebê.
Suas amigas que já tinham filhos, no entanto, tinham tomado uma decisão diferente.
"Algumas fizeram cesáreas porque tinham medo da dor do parto. Mas as coisas são diferentes agora", diz Lan.

Crédito, Daisy Lan
"As mães chinesas querem uma qualidadebetano applevida melhor, e isso significa uma vida mais saudável e maior conscientização do que é bom para elas", diz Liangkun Ma.
"É esse mesmo desejobetano appleviverbetano applemaneira mais saudável que leva os pais a buscar ativamente mais informações sobre o parto e aumenta a conscientização sobre os riscos da cesárea."
De acordo com um estudo entre maisbetano apple100 milhõesbetano applenascimentos na China publicadobetano apple2017 na revista científica Journal of the American Medical Association, as mães estão evitando o bisturi principalmente nas grandes cidades.
Nas regiões rurais, acontece o contrário: a melhora nas instalações hospitalares e preços mais acessíveis estão levando a um aumentobetano applecirurgias no parto.
Masbetano applealgumas regiões mais pobres a taxa permanece tão baixa que há a preocupação sobre a faltabetano appleacesso a cuidados médicos durante o parto para mulheres que necessitam do procedimento.
A população chinesa foi controlada pelo Estado durante anos, e faz pouco tempo que o país aboliu a política do filho único. No entanto, ainda não há evidências científicas sobre o efeito dessa enorme mudança social na questão do parto.
Índices e realidade
Para Ana Pilar Beltrán, da OMS, a preocupação concentrada na taxabetano applecesárea desvia a atenção do principal objetivo, que é prover o melhor cuidado possível para mãe e bebê.
Os países escandivanos que mantêm consistentemente baixas taxasbetano applecesárea têm esse resultado porque se preocupambetano appleprover um cuidadobetano applequalidade, não por políticas específicas para reduzir índices, diz Beltrán.
Muitos argumentam que a verdadeira chave para controlar a crescente taxabetano applecesáreas é convencer as mães que tenham um parto natural.
"É preciso ter cuidado para não perder a perspectiva", diz Beltrán.
"O que acontece quando uma mulher necessita ou quer uma cesárea por motivos psicológicos e, neste ambientebetano appleobsessão com índices, não disponibilizam o procedimento?"

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Daisy Lan não foi forçada a ter um parto natural, no entanto, diz que realmente nunca teve uma opção.
"Minhas amigas me parabenizaram pela escolha do parto natural. Mas (a verdade é que) elas tiveram opção. Agora é diferente", diz.

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