'Hasta la victoria, siempre'? A polêmica sobre o que quis dizer Che Guevara combwin paga mesmofrase mais famosa:bwin paga mesmo

bwin paga mesmo É uma das frases mais conhecidas da esquerda mundial e, talvez, até mais popular que o próprio Ernesto "Che" Guevara bwin paga mesmo (1928-1967).

Por maisbwin paga mesmomeio século, ela apareceubwin paga mesmocanções, murais, discursos, poemas, faixas, edifícios, obrasbwin paga mesmoarte, camisetas e até tatuagens.

Sua origem é amplamente conhecida:bwin paga mesmo3bwin paga mesmooutubrobwin paga mesmo1965, Fidel Castro leubwin paga mesmopúblico uma carta que Che lhe enviou pouco antesbwin paga mesmodeixar Havana, capitalbwin paga mesmoCuba.

A carta começa,bwin paga mesmomaneira nostálgica, lembrando a forma como ele conheceu Castro "na casabwin paga mesmoMaria Antonia" e,bwin paga mesmotom mais dramático, renunciando a todos os seus laços e posições no governo cubano.

É um preâmbulo para então anunciar que estava partindo para outras "terras do mundo" que solicitavam "seus modestos esforços".

A carta prossegue: Che diz que não pede nada parabwin paga mesmofamília, agradece a Castro por seus "ensinamentos" e "exemplo" e, depoisbwin paga mesmoseis páginas, chega ao desfecho.

"Eu teria muitas coisas para contar a você e ao nosso povo, mas sinto que são desnecessárias, as palavras não podem expressar o que eu gostaria; não vale a pena escrever mais borrões no papel", diz ele, para então encerrar com a célebre frase.

"Até à vitória" — a frase parece ser interrompida, porque o espaço à direita da folha acaba, e continua na linha a seguir, onde a primeira palavra escrita começa com uma letra maiúscula: "Sempre, Pátria ou Morte".

Na noitebwin paga mesmo3bwin paga mesmooutubrobwin paga mesmo1965, quando Castro chegou a esse ponto da carta, ele leu a frase diretamente. "Até à vitória, sempre. Pátria ou morte", disse, quase sem ênfase. "Abraço-te com todo o meu fervor revolucionário. Che."

Em seguida, vieram os aplausos, a comoção, a carta publicada incansavelmente, a frase transformadabwin paga mesmomantra socialista,bwin paga mesmoum verso sublime da propaganda da Revolução Cubana.

Foi por maisbwin paga mesmodois anos o último vestígiobwin paga mesmoGuevara, seu derradeiro sinal até aparecer morto na foto feitabwin paga mesmoLa Higuera, na Bolívia.

A essa altura,bwin paga mesmofrase já havia se tornado histórica. Mas, como com muitas coisas sobre a Cubabwin paga mesmoFidel Castro, alguns acreditam que seu significado original foi perdido ou alterado.

Diferentes versões e interpretações

Como explica o historiador cubano Sergio Guerra Vilaboy, por maisbwin paga mesmo55 anos, a cartabwin paga mesmodespedidabwin paga mesmoChe Guevara a Fidel Castro tem sido objeto das mais diferentes visões e interpretações.

"Fidel a tornou públicabwin paga mesmo1965, quando o Comitê Central (do Partido Comunistabwin paga mesmoCuba) estava sendo criado e ele tevebwin paga mesmodar uma explicação sobre por que Che, com todo o seu mérito, não estava ali e o governo não havia ainda se manifestado sobre isso", diz o professor da Universidadebwin paga mesmoHavana.

Segundo o especialista, Che Guevara havia deixadobwin paga mesmoser uma figura visível nos altos escalões cubanos havia algum tempo e, desde então, rumores e teorias se espalharam sobre seu destino oubwin paga mesmopossível quedabwin paga mesmodesgraça.

"Havia muitas históriasbwin paga mesmoque ele brigou com Fidel. E Fidel tevebwin paga mesmoacabar com esses rumores", diz Vilaboy.

No entanto, segundo o historiador,bwin paga mesmoalguma forma, a leitura da carta também fechou as portas para um possível retornobwin paga mesmoChe à vida públicabwin paga mesmoCuba.

"Che havia ido lutar no Congo, mas, no momentobwin paga mesmoque a carta foi lida, a guerrilha no Congo havia fracassado, e Che estava se retirandobwin paga mesmolá, mas foi dito que ele estava indo lutarbwin paga mesmooutros territórios", diz Vilaboy.

"Isso deve tê-lo influenciado, porque o comprometia a não reaparecer publicamente. Isso o forçou a prosseguir para outra etapa da luta", acrescenta.

De qualquer forma, observa Vilaboy, Guevara tinha ido ao Congobwin paga mesmoforma temporária até que melhores condições fossem criadas na América Latina, que seria seu destino definitivo e no qual havia apostado desde a juventude.

'Até à vitória, sempre'

A carta veio a público entre dois silêncios constrangedores: durante muito tempo, nada se soube sobre Che Guevara antesbwin paga mesmoela ser lida e nada se soube por dois anos e uma semana depois,bwin paga mesmo9bwin paga mesmooutubrobwin paga mesmo1967, quando as fotos do seu corpo foram recebidas como duro um golpe pelos movimentos revolucionários da América Latina.

"Em Cuba, depois que Che sumiu, houve dois momentos: a carta e o anúnciobwin paga mesmosua morte", diz Vilaboy.

No entanto, sabe-se que, após a derrota da guerrilha no Congo, antesbwin paga mesmoviajar para a então Tchecoslováquia ebwin paga mesmolá para Havana, para seguir para a Bolívia, Che Guevara viajou para a Tanzânia, onde se encontrou combwin paga mesmoúltima mulher, Aleida March.

Foi nesse encontro,bwin paga mesmoacordo com Marchbwin paga mesmosuas memórias, que Che Guevara lhe disse "o quanto ele se arrependiabwin paga mesmoseu erro"bwin paga mesmopontuação na carta que enviou a Fidel Castro.

E,bwin paga mesmoacordo com o testemunho da viúva, a forma como a frase entrou para a história não foi realmente o que Che Guevara queria dizer com ela.

"Nunca esquecerei o quão claro ele foi ao expressarbwin paga mesmoconvicçãobwin paga mesmoque, onde quer que fosse lutar depois do Congo, mesmo lá, seu gritobwin paga mesmoguerra seria sempre obwin paga mesmosua revolução, a Revolução Cubana: 'até à vitória, sempre pátria ou morte'", escreveu March.

Ela afirma que a maneira como Castro leu a carta e como ela foi transcrita posteriormente estava distante do significado e do contexto pretendidos por Che Guevara.

"Determinada a compartilhar alguns detalhes que deixaram uma marca profundabwin paga mesmomim, não consigo pararbwin paga mesmopensar nisso e transmitir a vocês a força com que ele expressou o que realmente quis dizer e o quanto se arrependeubwin paga mesmoseu erro ao colocar a vírgula onde não deveria", escreveu ela.

"O que queria dizer era que,bwin paga mesmoqualquer circunstânciabwin paga mesmoque se encontrasse, sempre atenderia ao chamadobwin paga mesmo'pátria ou morte!'."

Em seu livro Apuntesbwin paga mesmoun viajero mexicano (notasbwin paga mesmoum viajante mexicano,bwin paga mesmotradução livre), o pesquisador Raúl Rojas Soriano diz que a história da frase mostra "a importância que Che atribuía aos sinais ortográficos".

O sociólogo, que entrevistou Marchbwin paga mesmoHavana, concorda que foi um "descuido" dele ao colocar suas palavras no papel.

"Por um descuido ao escrevê-lo, Che não colocou um sinalbwin paga mesmopontuação onde deveria e como desejava. A frase,bwin paga mesmoacordo com Che, deveria ser escrita assim: 'Até à vitória, sempre Pátria ou Morte'", diz Soriano.

No entanto, nem todos concordam com esse pontobwin paga mesmovista. Jon Lee Anderson, o único biógrafobwin paga mesmoChe Guevara que teve acesso aos arquivos da família, não acredita que houve um erro na vírgula ou no sentido da frase.

"Olhei para as imagens da cartabwin paga mesmodespedida original e também ouvi novamente a gravação da vozbwin paga mesmoFidel lendo-abwin paga mesmopúblico e toda a frase está lá'', diz Anderson.

"Se você olhar a carta, verá que há um grande espaço entre as duas frases e a vírgula. Difícil cometer esse erro sem perceber. Che era muito articulado no que dizia e escrevia."

Para o biógrafo, a frase foi uma tentativabwin paga mesmoChe Guevarabwin paga mesmomostrarbwin paga mesmosintonia com as idéiasbwin paga mesmoCastro. "Na frase, entende-se que Che compartilha com Fidel uma ideologia e um desejobwin paga mesmofuturo — a revolução socialistabwin paga mesmonível continental — e o slogan é um clamor para que as próximas batalhas fossem bem-sucedidas."

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