Eleições na Bolívia: o paradoxal sucesso das multinacionais na 'economia plural'free all bet365Evo Morales :free all bet365

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Foi assim que a Bolívia se tornou o primeiro país da América Latinafree all bet365que a rede abriu e fechou as portas.
Agora, 17 anos depois, muita coisa mudou na Bolívia. Houve uma virada ideológica no país, que passoufree all bet365presidentes alinhados às demandas do mercado a um que,free all bet365seus discursos, fustiga sem piedade o capital internacional e as multinacionais.
Ele também enviou uma mensagem clara ao mundofree all bet365seu primeiro anofree all bet365mandato, decretando a nacionalização do setorfree all bet365petróleo e gás.
O paradoxo é que, segundo analistas e investidores, hoje o McDonald's faria sucesso sem problemasfree all bet365terras bolivianas, assim como centenasfree all bet365outras franquias e empresas internacionais que desembarcaram no país na última década.
A Bolívia socialistafree all bet365Evo Morales — que busca o quarto mandato presidencial nas eleiçõesfree all bet36520free all bet365outubro — tornou-se um terreno fértil para alimentos, roupas e eletrodomésticos estrangeiros, assim como para multinacionaisfree all bet365setores como petróleo, mineração ou agronegócio.

Uma décadafree all bet365atraso
Estima-se que a Bolívia tenha chegado à era do consumo global com pelo menos uma décadafree all bet365atraso.
Entre o fim do século passado e o início do atual, quase não se via shoppings no país, tampouco redes internacionaisfree all bet365lanchonetes e restaurantes, que já se multiplicavam por muitas cidades latino-americanas.
Apenas um punhadofree all bet365multinacionais se arriscou a investirfree all bet365uma Bolíviafree all bet365crise e pobre. Em 2002, segundo o Banco Mundial, 63% da população viviam abaixo da linha da pobreza —free all bet3652018 esse percentual foi reduzido para 35%.
Além disso, enquanto o investimento estrangeiro direto no país giravafree all bet365tornofree all bet365US$ 250 milhõesfree all bet3652005, chegou a alcançar US$ 1,7 bilhão nos últimos anos, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).

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"Essa mudança tão grande nos favoreceu muito", explica o analistafree all bet365mercado Alfredo Troche, ex-presidente da Câmara Bolivianafree all bet365Franquias.
Troche explica à BBC News Mundo, serviçofree all bet365espanhol da BBC, que, na última década, maisfree all bet365300 redes internacionais decidiram entrar na Bolívia, principalmente nas áreasfree all bet365alimentação, moda, entretenimento e serviços, sem contar com os investimentos multimilionários feitos por empresasfree all bet365petróleo e mineração vindas do exterior.
"Antes o mercado era muito pequeno, nada atraente, mas desde 2010 as marcas começaram a entrar com muito mais força, sobretudo por causa da abertura dos shoppings", diz Troche.

O analista destaca que "os indicadores macroeconômicos favoráveis e o crescimento sustentado são um bom sinal para os investimentos estrangeiros" — e esse foi um dos fatores determinantes.
Segundo ele, o crescimento da receita das redes internacionais no país éfree all bet365cercafree all bet36511% ao ano.
Santa Cruzfree all bet365la Sierra, cidade boliviana com maior população e onde está localizada a maioria das indústrias nacionais e estrangeiras, é a principal anfitriã das franquias e empresas multinacionaisfree all bet365petróleo e da indústria agrícola.
É seguida por La Paz, a sede dos Poderes do país.
Socialismo para uns, capitalismo para outros
Samuel Doria Medina foi o segundo colocado nas eleições presidenciaisfree all bet3652014 —free all bet365bancada no Congresso é a mais numerosa da oposição.
Além disso, ele é o empresário que levou o Burger King para a Bolívia no início do século e manteve a franquia funcionando durante os anosfree all bet365recessão no país. Agora, possui operações nas áreasfree all bet365turismo e alimentação.
Em entrevista à BBC News Mundo, o político argumenta que a ascensão das multinacionais na Bolívia pode ser explicada porque Morales governa com "capitalismo para seus amigos e socialismo para seus inimigos".
"Morales tenta atrair investimento estrangeiro para tentar substituir com ele o investimento público, e é por isso que ele tem um discurso duplo que está totalmente longe da realidade", diz Doria Medina.

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Segundo ele, o presidente boliviano "diz uma coisa e faz outra" ao bater no capitalismo internacional e, ao mesmo tempo, ser amigofree all bet365grandes capitalistas.
"Há contradições muito grandes. Setores como o dos produtoresfree all bet365coca, que não pagam impostos, têm licença para praticar um capitalismo selvagem impulsionado pelo governo. O mesmo se aplica aos grandes empresários do agronegócio que também são muito próximosfree all bet365Evo Morales", acrescenta.
Doria Medina ressalta que a Bolívia é um país com insegurança jurídica e baixa incidênciafree all bet365separação dos Poderes, o que dificulta as condições para investir, a menos que "se faça parte do esquema do capitalismofree all bet365amigos", onde estão localizadas empresas muito poderosasfree all bet365diferentes áreas.
Paradoxalmente, acrescenta o entrevistado, são os bolivianos que têm agora mais dificuldadefree all bet365realizar empreendimentos econômicos devido à burocracia e às políticas tributárias.
"Há muitas empresas multinacionaisfree all bet365petróleo que receberam muitos favores e obtiveram condições muito favoráveis graças ao governo, apesarfree all bet365o discurso oficial falarfree all bet365uma nacionalização do petróleo", conclui.

Os benefícios
As multinacionais dos setoresfree all bet365petróleo e mineração, por exemplo, são as grandes beneficiárias da exploração dos recursos naturais bolivianos, afirmam especialistas do Centrofree all bet365Estudos para o Desenvolvimento Laboral e Agrário (Cedla), com sedefree all bet365La Paz.
"O ciclofree all bet365preços altos das matérias-primas incentivou a exploração acelerada e,free all bet365muitos casos, excessivafree all bet365petróleo e minerais. O resultado foi o aumento absoluto dos lucros das transnacionais e, na ausênciafree all bet365exploração obrigatória (de novos veios ou campos), a perigosa redução das reservas (da Bolívia)", afirmou o analista Carlos Arze à BBC News Mundo.
O especialista ressalta que os privilégios concedidos às empresasfree all bet365petróleo vão desde incentivos à produção e reconhecimento dos custos, à "aberturafree all bet365áreas protegidas e parques nacionais à exploraçãofree all bet365hidrocarbonetos (petróleo e gás)".

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Segundo dados do Cedla, as multinacionais controlam 80% da produçãofree all bet365petróleo e gás da Bolívia e, depoisfree all bet365terem explorado as reservas todos esses anos, não investiram na prospecção ou desenvolvimentofree all bet365novos campos.
"Nos quase 14 anosfree all bet365governo, nenhum novo campo importante foi descoberto", diz Arze.
No caso da mineração, o especialista destaca que o caso mais ilustrativo é o da multinacional San Cristóbal, que administra a mina que produz a maior quantidade dos principais minerais metálicos para exportação.
"Ela paga ao Estado menosfree all bet36510% do valorfree all bet365suas exportações na formafree all bet365royalties e impostos", diz o pesquisador do Cedla.
'O segredo do sucesso boliviano'
Para o governofree all bet365Evo Morales, o "segredofree all bet365seu crescimento econômico e social" se deve ao que eles chamamfree all bet365Modelo Econômico Social Comunitário Produtivo.
É o que afirma o ministro da Economia, Luis Arce Catacora, considerado um dos arquitetos do chamado "milagre boliviano" que colocou a economia do país entre as que mais cresceram na América Latina nos últimos anos.
Arce Catacora não concorda com aqueles que apontam as multinacionais como as grandes beneficiárias da exploração dos recursos naturais.
Segundo ele, a nacionalização dos hidrocarbonetos foi um dos três pilares da transformação econômica da Bolívia, juntamente com a redistribuiçãofree all bet365renda e a participação ativa do Estado na economia.
"A nacionalização determinou que os recursos anteriormente enviados ao exterior, remetidos pelas empresas multinacionais que operavamfree all bet365nosso país, permaneçam para beneficiar os bolivianos", diz Arce Catacora.

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O ministro argumenta que os bônus e a política redistributiva iniciada no governo Evo Morales são a razão pela qual a Bolívia expandiufree all bet365capacidadefree all bet365consumo.
"(Os bônus) tiveram um efeito dinamizador sobre a demanda interna, que beneficiou não apenas os consumidores bolivianos, mas também os setores empresariaisfree all bet365grande, médio e pequeno porte, inclusive microempresas, que viram suas vendas aumentarem comofree all bet365nenhum outro período da história do país", conclui.
Um país que gasta
Arce Catacora não menciona, mas o analistafree all bet365mercado Alfredo Troche reconhece que o aumento da capacidadefree all bet365gastos na Bolívia não só beneficiou a indústria nacional, como também a transnacional.
"As pessoas mudaram. Por exemplo, como há distâncias cada vez maiores e menos tempo, na hora do almoço elas preferem comer um frango frito ou um hambúrguerfree all bet365vezfree all bet365ir para suas casas. É por isso que as franquias continuam a crescer", diz ele.

Mas não se trata apenasfree all bet365comida. O relativamente novo consumismo boliviano já colocoufree all bet365alerta os produtores locais, que veem a preferência por produtos estrangeiros ficar cada vez maior.
A Confederação Nacional das Médias e Pequenas Empresas da Bolívia se preocupa com isso há alguns anos.
"Existe uma culturafree all bet365consumir o que vemfree all bet365fora, eles buscam produtosfree all bet365marca e não qualidade", afirmou a entidade, que está preocupada com a queda nas vendas devido à chegada maciçafree all bet365mercadorias do exterior.
Esse receio já levou o governo a estabelecer que um percentual do bônus que os trabalhadores recebem no Natal e no fim do ano deve ser gastofree all bet365produtos nacionais.
Uma medida que mostra que, entre as muitas mudanças (boas, regulares ou ruins) que ocorreram nos três mandatosfree all bet365Evo Morales, estão os hábitosfree all bet365gasto e consumo dos bolivianos.
Portanto, na opiniãofree all bet365Alfredo Troche, se o McDonald's quer voltar para a Bolívia, este é o momento.

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