Por que os venezuelanos não estão protestando tanto quanto cidadãosfrif 2024outros países da América Latina:frif 2024

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A oposição venezuelana esperava que a renúnciafrif 2024Evo Morales como presidente da Bolívia efrif 2024saída do paísfrif 2024meio às acusaçõesfrif 2024fraude eleitoral e pressões da cúpula militar animassem seus seguidores a irfrif 2024novo às ruas contra Maduro, como aconteceu nos primeiros meses do ano. Na época, Guaidó se declarou presidente interino e foi reconhecido como tal pelos Estados Unidos e pela maioria dos países da União Europeia e da América Latina.
Mas os protestos deste sábado, como outros convocados ultimamente, estiveram longefrif 2024serem grandes, e a permanênciafrif 2024Maduro no poder não parece tão ameaçada quanto antes.

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Os venezuelanos, que fizeram grandes manifestações e tiveram semanasfrif 2024choques entre detratores do governo e suas forçasfrif 2024segurançafrif 20242013, 2014 e 2017, se abstêm agorafrif 2024participarfrif 2024protestos políticos, uma atitude que contrasta com a tensão crescentefrif 2024outros países da região.
A quedafrif 2024Evo Morales na Bolívia se soma às semanasfrif 2024contestação que o governofrif 2024Sebastián Piñera enfrenta no Chile e a uma iminente greve nacional na Colômbia.
Antes disso, o presidente do Equador, Lenín Moreno, teve que voltar atrás quanto à retiradafrif 2024um subsídio à gasolina que havia anunciado diante da resposta que encontrou das ruas.
Nesta semana, um grupo ligado a Guaidó invadiu a Embaixada da Venezuelafrif 2024Brasília, pouco antes do início da Cúpula dos Brics.
Mas, embora a Venezuela continue tendo com frequência pequenos protestos pela faltafrif 2024água, gás ou gasolina, as grandes mobilizações deixaramfrif 2024ser a tônica.

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Por que a tradicionalmente agitada Venezuela agora segue na contramão?
Negociações por paz
Sabana Grande, no centrofrif 2024Caracas, era uma das regiões por onde o protestofrif 2024oposição convocado por Guaidó deveria ter passado.
Umafrif 2024suas partidárias, a professora aposentada Zuleyma Castro, explica porque acredita que cada vez menos gente vai aos protestos.
"Os meses que foram gastos para negociar com o governo tiraram a força da mobilização", diz, na entradafrif 2024um centro comerical na qual há muito mais policiais que manifestantes.

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A oposição venezuelana havia interrompido a convocaçãofrif 2024protestos quando houve uma negociação do governo, com mediação da Noruega.
O processo fracassou, igual o celebrado na República Dominicana entre 2017 e 2018, reforçando os argumentos dos setores da ala mais dura da oposição, encabeçados por María Corina Machado e seu partido Vente Venezuela, que rechaçam qualquer negociação com o governo.
Marielena Martínez, outra cidadã que iria se manifestar na regiãofrif 2024Chacaíto, diz acreditar que o diálogo falho aflorou "divisões na oposição".
Por que a liderançafrif 2024Guaidó é questionada
Guaidó voltou a prometer este sábado que vai "manter os protestos até conseguir a liberdade".
Castro, a senhora que lhe apoia, diz continuar acreditando na liderança do dirigente. "Quem vamos colocarfrif 2024seu lugar?", ela pergunta.
Mas centrosfrif 2024pesquisas, como o Delphos, já detectam uma queda emfrif 2024credibilidade com a população.
Seu rival Maduro tampouco sai favorecido nas sondagens e nas marchas pró-governo. Muitos dos que frequentam os protestos costumam ser funcionários públicos ou pensionistas que recebem alguma compensação.

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A desmobilização afeta os dois grupos.
Robinson Paternina foi a duas marchas convocadas por Guaidó no começo do ano, mas neste sábado a BBC Mundo o encontrou fazendo filafrif 2024uma lojafrif 2024bebidas na regiãofrif 2024Bello Monte. "Antes havia um riofrif 2024pessoas nas marchas, mas agora já não há, porque não há líderes", ele diz.
No começo do ano, Guaidó atacou o chavismo com açõesfrif 2024impacto, como a tentativa da entrada da chamada "ajuda humanitária" no dia 23frif 2024fevereiro ou o levante militar frustradofrif 202430frif 2024abril. Agora, ele diz que "não há data mágica".
Mas o país tem uma história cheiafrif 2024golpes militares e caudilhos que o governaramfrif 2024maneira autoritária, o que dificulta transmitir essa mensagem nas ruas.
Paternina pede dirigentes que "façam o que tiverem que fazer, que digam que vamos matá-los ou que nos matem".
"Como na Bolívia", conclui.
Influência da política internacional
Nestes dias, as alusões à Bolívia são frequentes.
Na horafrif 2024que Guaidó encerravafrif 2024marchafrif 2024frente à Embaixada boliviana, os seguidores do governo escutavam na outra ponta da cidade a Diosdado Cabello, um dos mais poderososo dirigentes chavistas, clamar contra "o golpefrif 2024Estado" que derrubou Evo Morales.

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Protestos da oposição e contra-protestos do governo são uma constante na história recente da Venezuela.
Mas há cada vez menos gente nelas.
Josefina, hoje aposentada do setorfrif 2024turismo, era assídua nas concentrações do chavismo. Ela perdeu esse costume.
"A gente marcha e marcha e no final tudo fica igual", conta, enquanto procura a barracafrif 2024frutas com o melhor preçofrif 2024um mercado da avenida Baralt, não tão distante do Paláciofrif 2024Miraflores. Ela, como tantos outros, se queixafrif 2024quão dura a vida no país ficou, golpeado por uma grave crise econômica.
O efeitofrif 2024contágio da Bolívia por qual a oposição esperava não se produziu, ao menos por enquanto.
Se Morales renunciou quando o alto comando militar e policialfrif 2024seu país pressionaram para que o fizesse, na Venezuela, salvo esporádicas deserções, as Forças Armadas continuam do lado do governo.
Geoff Ramsey, analista do centrofrif 2024análise Washington Office of Latin America, observa que "Maduro construiu muitos laços com os militares e mostrou muito mais habilidade para controlá-los que Morales".
A não concretização das ameaças dos Estados Unidos contra Nicolás Maduro foi outra das razões que desinflaram a oposição.

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Washington repitiu muitas vezes que "todas as opções estão sobre a mesa" para derrubar Maduro, o que pareceu abrir a porta para uma intervenção militar na Venezuela.
Mas o passar dos meses deixou claro que o governofrif 2024Donald Trump não vai ir além da imposiçãofrif 2024sanções e da pressão diplomática contra o mandatário chavista.
Embora tenha agravado seus problemas econômicos e dificultado ainda mais a vida da população, nada disso serviu para derrubar o governo.
Como a repressão e a crise impactam a população
Na noite anterior à mobilização convocada para este sábado, encapuzados com grandes armas irromperamfrif 2024um escritório do partidofrif 2024Guaidófrif 2024Caracas. Segundo quem estavam ali, apontaram armas aos presentes, roubaram seus pertences e causaram danos.
Foi o último exemplo da intimidação e violência que sofrem com frequência os seguidores da oposição.
Quandofrif 2024fevereiro Guaidó mobilizou seus seguidores até a fronteira com a Colômbia para apoiar a entrada dos insumos doados por aliados internacionais, grupos motorizados armados dispararam na região onde estavam ativistas, sem que a Guarda Nacional, amplamente espalhada ali, fizesse algo para impedir.

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Um informe da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, reportou múltiplos casosfrif 2024uso excessivo da força contra os manifestantes por parte das forçasfrif 2024segurança.
Em uma visita a Caracas, Bachelet disse também que os seguidores do governo haviam sido objetofrif 2024agressões nos protestos..
O perigo intrínsecofrif 2024se manifestar também contribuiu para dissuadir muitosfrif 2024participarem.
"Com as marchas não se ganha nada, e além disso se expõe a socos", diz Josefina, que prefere não ter o sobrenome divulgado.
São muitos os venezuelanos que, nesses duros momentos, veem outras batalhas como prioridade.
"Antes eu podia me permitir, mas agora não posso perder um diafrif 2024trabalho para ir a um protesto", comenta Robinson Paternina.
Josefina concorda: "Minha marcha todos os dias é para encontrar água e gás, que não chegam na minha casa. Não posso perder tempo com outras coisas."

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