Coronavírus: A vida sob quarentena dos brasileiros que deixarão epicentro do surto na China:cbet komanda

Dos quase 70 brasileiros que vivemcbet komandaWuhan, cercacbet komandametade conseguiu sair antes da proibição à entrada e saídacbet komandapessoas.

Aqueles que ficaram, incluindo sete crianças, passaram a lidar com uma espéciecbet komandacidade-fantasma enquanto cobravam o governo brasileiro um resgatecbet komandaquem quisesse sair dali — maiscbet komandadez pessoas preferiram ficar.

Uns decidiram deixar o país, mesmo se sentindo seguros, principalmente para acalmar os parentes brasileiros. Outros temiam acabar infectados. Havia aqueles que não conseguiram mais lidar com os obstáculos logísticos e psicológicos do isolamento. Outros que não viam sentido continuar sob uma quarentena sem um fim à vista.

Ao longo do tempo, a rotinacbet komandaestudantes, professores e famílias, na maioria, se transformou completamente. Apenas alguns mercados e farmácias continuaram abertos, e cada saída à rua é repletacbet komandamáscaras, higiene reforçada e agilidade.

"Como muitas outras pessoas, corri ao supermercado e estoquei uma boa quantidadecbet komandacomida no diacbet komandaque a cidade entroucbet komandaquarentena", relatou Alvarenga, 28, professor paulistano que ensina na Universidadecbet komandaHubei há um ano e meio.

Ele contou que no início ficava "especialmente ansioso com a imprevisibilidade da situação", mas passou a ficar mais tranquilo à medida que as notícias sobre o surto foram surgindo — a maioria dos brasileiros ouvidos pela reportagem elogiou medidas e transparência do governo chinês, apesar das revelaçõescbet komandaque autoridades do país tentaram abafar o surto.

"Eu me sinto seguro porque estou seguindo as recomendações das autoridades chinesas, tenho ficado dentrocbet komandacasa e não me falta alimento nem comida, a universidade também está semprecbet komandacontato conosco e nos fornece máscaras caso precisemos sair", afirmou o estudante Heros Martines,cbet komanda23 anos.

Resgatecbet komandabrasileiros

Desde que a quarentena foi decretada, foi crescente a pressãocbet komandacidadãos estrangeiroscbet komandaWuhan para deixarem a cidade. Após diascbet komandanegociação, países como Estados Unidos, Japão e Austrália montaram operações próprias para transportarem seus cidadãos para fora da China.

Todos foram submetidos a novas quarentenascbet komandaseus países, mas cada governo adotoucbet komandaprópria estratégia. O governo australiano, por exemplo, colocou centenascbet komandapessoas isoladas na pequena ilhacbet komandaChristmas, a quase 1.700 km da costa australiana usada como centrocbet komandadetenção para imigrantes.

Enquanto cidadãoscbet komandadiversas nacionalidades eram retiradoscbet komandaWuhan, o governo brasileiro rejeitava qualquer medida semelhante com diversos argumentos: faltacbet komandalegislação específica para quarentenas, risco à saúde coletiva no país e custo (estimadocbet komandaquase R$ 2 milhões). A decisão naquele momento do governo despertou críticas e apoio nas redes sociais, termômetro importante para decisões do Planalto.

A situação mudou quando um grupocbet komandabrasileiros residentescbet komandaWuhan chinesa produziu um vídeo, revelado pela BBC News Brasil no sábado (1º), no qual fazia um apelo ao presidente Jair Bolsonaro. Horas depois, o país decidiu retirar os cidadãoscbet komandalá.

Nesta quarta-feira, dois aviões da frota presidencial saem do Brasilcbet komandadireção à China. Com escalascbet komandaFortaleza, Las Palmas (Espanha), Varsóvia (Polônia) e Urumqi (China), devem chegar a Wuhan na sexta-feira (7).

A previsão é que as aeronaves com os brasileiros deixem a China no sábado, com mesmo trajeto. Ninguém até agora, segundo as informações disponíveis, apresentou qualquer sintoma.

Para voltarem, precisaram aceitar maiscbet komandadez condições feitas pelo governo brasileiro. A exemplo, todos serão submetidos a exames por uma equipe médica basileiracbet komandaWuhan e não poderão embarcar se apresentarem sintomas.

Nenhum caso suspeito da doença foi confirmado até agora no Brasil. Há, no momento, 13 casos sob análise.

O sonho chinês acabou?

Todos os brasileiros que vivemcbet komandaWuhan entrevistados pela BBC News Brasil afirmaram que voltarão à cidade assim que for possível — o governo brasileiro deixou claro que não vai bancar o retorno deles à China.

"Vou ficar muito feliz quando tudo estiver bem. A economia está paralisada e penso que vai ficar um trauma para todos, que espero superar junto com eles. O sonho chinês está só começando, e superar isso é provar o ponto", afirmou José Renato Peneluppi Jr., que atua com a atraçãocbet komandaprofessores estrangeiros para faculdades da provínciacbet komandaHubei, onde fica Wuhan.

Para um estudante brasileiro, que pediu para não ser identificado na reportagem, o "sonho chinês" ficou ainda maior. "Deu para ver que é um país organizado, que muito controle para lidar com isso do que muitos outros países. Os estudantes como eu que estão indo para o Brasil vão voltar depois, precisamos terminar nossos estudos."

"Tanto que algumas pessoas decidiram nem voltar para o Brasil, né", resumiu ele.