Coronavírus: quem são os superdisseminadores da doença e por que eles são tão importantes?:roleta como funciona
- James Gallagher
- Repórterroleta como funcionasaúde e ciência da BBC News

Crédito, Getty Images
roleta como funciona A chamada superdisseminação — que é quando pacientes transmitem infecções para um grande númeroroleta como funcionapessoas — ocorreroleta como funcionaquase todos os surtos.
Na maioria das vezes não é culpa deles, mas eles acabam tendo um impacto significativo na disseminação das doenças.
Não poderia ser diferente com o atual surtoroleta como funcionaum novo coronavírus (batizadoroleta como funcionacovid-19), que começouroleta como funcionadezembro na cidade chinesaroleta como funcionaWuhan e matou até agora maisroleta como funcionamil pessoas e infectou outras 40 mil.
Um dos superdisseminadores foi identificado como sendo o britânico Steve Walsh, que esteveroleta como funcionaCingapura a trabalho e depois foi associado à infecçãoroleta como funcionaquatro pessoas no Reino Unido, cinco na França e uma na Espanha.
O que é um superdisseminador?
O termo é um tanto quanto vago, e não tem uma definição científica consolidada.
Mas trata-se do casoroleta como funcionaum paciente que infecta significativamente mais pessoas do que o normal.
Em média, cada pessoa infectada com o novo coronavírus o transmite para duas e até três pessoas.
Mas isso é apenas uma média: algumas pessoas não passarão o vírus para ninguém, e outras, para maisroleta como funcionauma dezena, por exemplo.
Quão grande pode ser um episódioroleta como funcionasuperdisseminação?
Gigantesco. E eles podem ter um efeito enormeroleta como funcionaum surto.

Crédito, EPA
Em 2015, um episódioroleta como funcionasuperdisseminação à infecçãoroleta como funciona82 pessoas a partirroleta como funcionaum único paciente hospitalar com a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), um outro tiporoleta como funcionavírus da famíliaroleta como funcionacoronavírus.
Na epidemiaroleta como funcionaebola na África Ocidental, a maioria dos casos (61%) partiramroleta como funcionapoucos paciente (3%).
"Surgiram maisroleta como funciona100 cadeiasroleta como funcionatransmissão a partirroleta como funcionaum único funeralroleta como funcionajunhoroleta como funciona2014", relata Nathalie MacDermott, do King's Collegeroleta como funcionaLondres.
Por que algumas pessoas espalham mais doenças que outras?
Parte se dá apenas pelo contato com mais pessoas — por causa da natureza do tabalho ou das característicasroleta como funcionaonde vivem, por exemplo —, mesmo que não apresentem sintomas. No surto atual, o vírus pode ser transmitido durante o períodoroleta como funcionaincubação, que vairoleta como funciona1 a 14 dias.
"Crianças são boas nisso, e é por isso que fechar escolas pode ser uma medida eficiente", explicou John Edmunds, da Escolaroleta como funcionaHigiene e Medicina Tropicalroleta como funcionaLondres.
Outras pessoas são consideradas "superarmazenadoras", ou seja, soltam uma quantidade incomumroleta como funcionavírus (ou outros organismos)roleta como funcionaseus corpos, ampliando a possibilidaderoleta como funcionainfectar muitas pessoas.
Hospitais que atuaram contra a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), ligada a um outro tiporoleta como funcionacoronavírus, se tornaram centrosroleta como funcionasuperdisseminação porque os pacientes mais doentes eram também os mais infecciosos e entraramroleta como funcionacontato com muitos profissionaisroleta como funcionasaúde.
Como eles podem transformar um surto?
"Os superdisseminadores desempenham um gande papel no inícioroleta como funcionaqualquer surto, momentoroleta como funcionaque o vírus está tentando se estabelecer", afirmou Edmunds à BBC News.
Quase todas as novas infecçõesroleta como funcionahumanos, incluindo o novo coronavírus, vêmroleta como funcionaanimais.
Quando um vírus faz o pulo para o primeiro paciente humano, esse agente infeccioso sofre antesroleta como funcionase tornar uma grande epidemia.
Mas se o vírus encontrar seu caminho até um superdisseminador, aí o surto ganha um impulso. As mesmas regras se aplicam quando casosroleta como funcionauma doença são "importados"roleta como funcionaoutros países.
"Se há muitos superdisseminadores próximos, será muito difícil conter o surto", disse MacDermott, do King's Collegeroleta como funcionaLondres.
Como é possível conter uma superdisseminação?
A superdisseminação do novo coronavírus não seria uma surpresa, e não mudaria significativamente a estratégiaroleta como funcionacontenção do surto.
Até agora, busca-se identificar rapidamente quem está doente e todos aqueles com quem essa pessoa teve contato.
Segundo a Comissão Nacionalroleta como funcionaSaúde da China, 451.462 pessoas foram identificadas como indivíduos que tiveram contato próximo com pacientes infectados, e 185.037 estão atualmente sob observação médica.
"Toda essa situação torna esse tiporoleta como funcionaestratégia muito mais importante. Você não pode errar, você não pode perderroleta como funcionavista superdisseminadores", explicou Mark Woolhouse, da Universidaderoleta como funcionaEdimburgo.
Os superdisseminadores têm culpa?
Historicamente, há uma tendênciaroleta como funcionademonizar um superdisseminador.

Apelidadaroleta como funciona"Mary Tifoide", a cozinheira irlandesa Mary Mallon (1869-1938) transmitiu a febre tifoide quando ainda não tinha desenvolvido qualquer sintoma, e acabou passando décadas no exílio eroleta como funcionaquarentena forçada.
Mas, na realidade, isso não foi culpa dela.
"Precisamos ser cuidadosos com as palavras que usamos", defendeu MacDermott, do King's Collegeroleta como funcionaLondres.
"Eles não fizeram nadaroleta como funcionaerrado. É uma infecção contraída sem qualquer responsabilidade da pessoa. Eles provavelmente estão com medo, e precisamroleta como funcionaamor e atenção."
Para Michael Ryan, da Organização Mundial da Saúde, é lamentável e contraproducente culpar pessoas durante a disseminação do novo coronavírus. "As pessoas não são culpadas. Elas nunca têm culpa nesse tiporoleta como funcionasituação. Então, vamos ser extremamente cuidadosos aqui, é muito, muito importante que não estimagtizemos ninguém."

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