Coronavírus: O que a covid-19 faz com o seu corpo:anderson manchester united

"O coronavírus é principalmente um vírus respiratório", explica William Schaffner, professoranderson manchester unitedmedicina preventiva e doenças infecciosas no Centro Médico da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos.

Por esse motivo, começa infectando a garganta.

Quando o vírus entra no nosso corpo — por meio dos olhos, boca ou nariz — "ele se liga às células da mucosa do fundo do nariz e da garganta", diz o especialista.

Para se replicar, o coronavírus precisa 'sequestrar' uma célula.

Graças às proteínasanderson manchester unitedformaanderson manchester unitedlança que se projetamanderson manchester unitedsua superfície, o coronavírus pode penetrar na membrana dessas células.

"E uma vez dentro da célula, como os outros vírus, ele começa a dar ordem para produzir mais vírus".

É assim que o vírus deve se replicar, pois, sendo um agente infeccioso microscópico acelular, só pode se multiplicar dentro das célulasanderson manchester unitedoutros organismos.

Quando as cópias estão prontas, elas deixam a célula onde se originaram, a destroem e começam a infectar outras células.

Cada vírus pode criar entre 10 mil e 100 mil cópias.

"Quando isso ocorre, o corpo percebe que o vírus está lá e produz uma resposta inflamatória para tentar combatê-lo", explica Schaffner.

"É por isso que começamos a sentir um poucoanderson manchester uniteddoranderson manchester unitedgarganta e podemos ter um nariz entupido".

Percurso

"O vírus então entra nos tubos brônquicos (as vias aéreas que vão para os pulmões) e ali produz inflamação na mucosa desses tubos".

"Isso causa irritação e, portanto, começamos a tossir" , diz Schaffner.

Quando isso ocorre, "a resposta inflamatória aumenta porque o corpo está combatendo o vírus e, consequentemente, a febre aparece".

Nesse ponto, começamos a nos sentir mal e a perder o apetite.

De acordo com uma análise da OMS baseada no estudoanderson manchester united56 mil pacientes, 80% dos infectados desenvolvem sintomas leves (febre, tosse e,anderson manchester unitedalguns casos, pneumonia), 14% sintomas severos (dificuldadeanderson manchester unitedrespirar e faltaanderson manchester unitedar) e 6% doença grave (insuficiência pulmonar, choque séptico, falênciaanderson manchester unitedórgãos e riscoanderson manchester unitedmorte).

A situação pode piorar se o vírus "sair do canal brônquico e atingir os pulmões, onde causa inflamação (pneumonia)".

"Se uma porção suficienteanderson manchester unitedtecido pulmonar for afetada, será mais difícil para o paciente respirar, porque ele não pode respirar o 'ar ruim' e inalar o 'bom'".

Quando o corpo não recebe oxigênio suficiente, o paciente deve ser hospitalizado e pode precisar estar conectado a um respirador.

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O problema não é apenas a infecção, mas a maneira como nosso corpo responde para combatê-la, explica Kalpana Sabapathy, médico clínico e epidemiologista da equipeanderson manchester unitedsaúde global da Escolaanderson manchester unitedHigiene e Medicina Tropicalanderson manchester unitedLondres, Reino Unido, à BBC News Mundo, o serviçoanderson manchester unitednotíciasanderson manchester unitedespanhol da BBC.

"Para evitar que a infecção sequestre nossas células, nosso corpo produz substâncias químicas bastante agressivas".

No caso da pneumonia, "(o vírus) cria congestão nos pequenos sacosanderson manchester unitedar na base dos nossos pulmões (alvéolos)".

Essas pequenas estruturas são aquelas que normalmente se enchemanderson manchester unitedar e, atravésanderson manchester unitedsuas paredes, ocorre a troca pela qual o oxigênio chega ao sangue e daí para o resto do corpo.

"Mas se essas bolsas estão cheiasanderson manchester unitedinfecção, combinadas com a resposta do nosso corpo a essa infecção, elas têm menos capacidadeanderson manchester unitedar", diz Sabapathy.

"E se o corpo não recebe oxigênio suficiente, isso leva à insuficiência respiratória e o coração, sem oxigênio suficiente pela corrente sanguínea, não pode funcionar".

Schaffner compara a resposta inflamatória com um conflito bélico.

"Imagine que é uma guerra. Existem dois exércitos que lutam entre si, mas às vezes as bombas machucam civis. Ou podem cair no hospital ou no museu, mas não no inimigo", diz ele.

Em outras palavras, a resposta pode ser tão poderosa que acaba danificando o tecido onde o vírus é encontrado.

"Chamamos issoanderson manchester uniteddano colateral. É o que pode acontecer quando a resposta inflamatória é tão forte que aumenta o problema da pneumonia", acrescenta.

Isso significa que a infecção não precisa passar para outra parte do corpo para que uma pessoa infectada fiqueanderson manchester unitedestágio crítico.

Mas o coronavírus também pode se espalhar para outra parte do corpo?

Por todo o corpo

Como Amy Compton-Phillips, diretora clínica do Sistemaanderson manchester unitedSaúde Providence nos Estados Unidos, explicou ao jornal americano New York Times, a infecção pode se espalhar do nariz para o reto.

Embora inconclusivo, um estudo publicadoanderson manchester unitedmarço na prestigiada revista científica The Lancet sugere que o covid-19 "não é apenas capazanderson manchester unitedcausar pneumonia, mas também pode causar danos a outros órgãos, como coração, fígado e rins, assim comoanderson manchester unitedsistemas corporais como o sangue ou o sistema imunológico".

Com baseanderson manchester unitedestudos realizados sobre a SARS (síndrome respiratória aguda grave), "prima" da covid-19, "achamos que ela pode ir para outras partes do corpo", diz Schaffner.

Isso pode explicaranderson manchester unitedparte por que alguns pacientes infectados sofreram diarreia e dor abdominal, problemas que não estão diretamente ligados a uma infecção respiratória.

Essas doenças, diz Schaffner, referindo-se a SARS e MERS (coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio) "parecem muito semelhantes nos estágios mais graves".

Mas para chegar a essa conclusão, será necessário "conhecer os resultados das autópsias, e essas informações estão apenas começando a ser reveladas", diz ele.

Quanto aos danos a longo prazo, tanto nos pulmões quantoanderson manchester unitedoutros órgãos, o especialista diz que a grande maioria dos pacientes tem uma recuperação completa.

Embora também "haja alguns relatosanderson manchester unitedpacientes que, como consequência da inflamação, possam ter algumas cicatrizes nos pulmões e uma função pulmonar reduzida".

"Levará tempo para determinar isso com mais precisão, e agora a atenção está focada nos casos agudos da doença".

"Ainda não tivemos tempo para pensar no longo prazo", conclui o especialista.

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