Dos Médici à Amazon: como pandemias ajudaram megacorporações a crescer ainda mais:bancas de apostas

O comérciobancas de apostasmercadorias no Mediterrâneo causou a rápida transmissão da peste, por meiobancas de apostasnavios mercantes que chegaram primeiro na Itália e logobancas de apostastoda a Europa.

A Peste Negra matou entre um terço e metade da população da Europa e do Oriente Médio.

Esse grande númerobancas de apostasmortes foi acompanhado por uma devastação econômica geral.

Dado que um terço da forçabancas de apostastrabalho morreu, colheitas não puderam ser colhidas e as consequências para as comunidades que viviam delas foram devastadoras.

Umabancas de apostascada dez cidades da Inglaterra (como muitas na Toscana e outras regiões da Itália) desapareceram e nunca foram refundadas. Casas viraram ruínas e ficaram cobertas por grama e sujeira. Somente as igrejas ficarambancas de apostaspé.

Portanto, se você se deparar com uma igreja ou capela solitária no meio do campo, é provável que esteja vendo os últimos remanescentesbancas de apostasuma das aldeias perdidas da Europa.

A experiência traumática da Peste Negra, que matou talvez 80% das pessoas infectadas, levou muitas pessoas a escrever para buscar sentido sobre o que tinham vivido.

Em Aberdeen, Johnbancas de apostasFordun, um cronista escocês, registrou que "A doença afetou a todos, mas principalmente as classes média e baixa, raramente os nobres. Isso gerou tanto horror que as crianças não se atreviam a visitar seus pais moribundos, nem os pais seus filhos, e fugiam por medobancas de apostascontágio como da lepra oubancas de apostasuma serpente".

Essas linhas quase poderiam ter sido escritas hoje.

Embora a taxabancas de apostasmortalidade da covid-19 seja muito menor que a da Peste Negra, as consequências econômicas foram severas devido à natureza altamente integrada e globalizada das economias modernas.

Com isso somado à mobilidade da população, a pandemia se espalhou pelo mundobancas de apostasquestãobancas de apostasmeses, não anos.

Mãobancas de apostasobra

Embora a Peste Negra tenha causado danos econômicos a curto prazo, as consequências a longo prazo foram menos óbvias.

Antesbancas de apostasa doença começar a se espalhar, o crescimento demográfico havia causado um excedentebancas de apostasmãobancas de apostasobra séculos atrás, que foi abruptamente substituído por uma escassezbancas de apostastrabalhadores quando muitos servos e camponeses livres morreram.

Os historiadores argumentam que essa escassezbancas de apostasmãobancas de apostasobra permitiu que os camponeses que sobreviveram à pandemia exigissem melhores salários ou procurassem empregobancas de apostasoutros lugares.

Apesar da resistência dos governos, a epidemia corroeu o sistema feudal.

Mas outra consequência da Peste Negra foi o surgimentobancas de apostasempresários ricos e o estreitamento dos laços entre governos e o mundo dos negócios.

Embora a doença tenha causado perdasbancas de apostascurto prazo para as maiores empresas da Europa, elas concentraram seus ativos no longo prazo e permaneceram com uma participação maior no mercado, enquanto aumentavambancas de apostasinfluência nos governos.

Isso tem fortes paralelos com a situação atualbancas de apostasmuitos países do mundo.

Embora as pequenas empresas dependam do apoio do governo para evitar o colapso, muitas outras, principalmente as maiores ou as que entregambancas de apostascasa, estão se beneficiando generosamente com as novas condições do mercado.

A economiabancas de apostasmeados do século 14 e a atual são muito diferentesbancas de apostastamanho, velocidade e interconexão para fazer comparações exatas.

Mas certamente podemos ver paralelos sobre o modo como a Peste Negra fortaleceu o poder do Estado e acelerou o domínio das megacorporações sobre os principais mercados.

O negócio da morte

A perda repentinabancas de apostaspelo menos um terço da população da Europa não conduziu a uma redistribuição uniforme da riqueza para todos os demais.

Em vez disso, as pessoas reagiram à devastação mantendo dinheiro dentro da família.

Ao mesmo tempo, o declínio do feudalismo e o surgimentobancas de apostasuma economia baseada nos salários, seguindo as demandas camponesas por melhores condiçõesbancas de apostastrabalho, beneficiaram as elites urbanas.

O pagamentobancas de apostasdinheiro, e nãobancas de apostasespécie (na concessãobancas de apostasprivilégios como o direitobancas de apostascoletar lenha), significava que os camponeses tinham mais dinheiro para gastar nas cidades.

Essa concentraçãobancas de apostasriqueza acelerou bastante uma tendência pré-existente: o surgimentobancas de apostasempresários mercantes que combinavam o comérciobancas de apostasbens combancas de apostasproduçãobancas de apostasuma escala disponível apenas para aqueles com quantias significativasbancas de apostascapital.

Por exemplo, a seda, uma vez importada da Ásia e do Bizâncio, agora era produzida na Europa.

Comerciantes italianos ricos começaram a abrir oficinasbancas de apostasseda e tecido.

Esses empresários estavambancas de apostasuma posição única para responder à repentina escassezbancas de apostasmãobancas de apostasobra causada pela Peste Negra.

Ao contrário dos tecelões independentes, que careciambancas de apostascapital, e diferentemente dos aristocratas, cuja riqueza vinha da terra, os empresários urbanos podiam usar seu capital líquido para investirbancas de apostasnovas tecnologias, compensando a perdabancas de apostastrabalhadores com máquinas.

No sul da Alemanha, que se tornou uma das áreas com mais comércios da Europa nos séculos 14 e 15, empresas como a Welser (que mais tarde administrou a Venezuela como uma colônia privada) combinaram cultivobancas de apostaslinho com a posse dos teares.

Nesses teares, o linho era trabalhado para produzir um tecido que a empresa vendia posteriormente.

Após a Peste Negra, nos séculos 16 e 15, a tendência erabancas de apostaspoucas empresas concentrarem todos os recursos: o capital, as habilidades e a infraestrutura.

A era da Amazon

Avançando para o presente, há algumas semelhanças claras. Certas grandes organizações aproveitaram as oportunidades oferecidas pela pandemia da covid-19.

Em muitos países, pequenos restaurantes, pubs e lojas fecharam repentinamente. O mercadobancas de apostasalimentos, o varejobancas de apostasgeral e o entretenimento tornaram-se digitais, e o dinheiro praticamente desapareceu.

Com os restaurantes fechados, grande parte desse suprimentobancas de apostasalimentos foi absorvido pelas redesbancas de apostassupermercados.

Elas têm muitas áreasbancas de apostasvendas e muitos funcionários, além da capacidadebancas de apostasacelerar a contratação no momentobancas de apostasque muitas pessoas ficam sem emprego.

Elas também têm armazéns, caminhões e uma capacidade logística complexa.

O outro grande vencedor foram os gigantes do varejo online, como a Amazon, que possui serviçosbancas de apostasvendabancas de apostasalimentos nos Estados Unidos, Índia ebancas de apostasmuitos países europeus.

As lojasbancas de apostasrua sofrem com a concorrênciabancas de apostaspreços e a conveniência da Internet há anos, tornando comuns as notíciasbancas de apostasfechamentos e falências.

Empresasbancas de apostasascensão

Agora, grande parte do espaço do comércio "não essencial" está fechado e nossos desejos só podem ser atendidos através da Amazon, eBay, Argos, Screwfix e outros.

Houve um claro aumento nas compras online, e os analistas se perguntam se essa é uma reviravolta definitiva no mundo virtual e demonstra maior domínio das grandes corporações.

A indústriabancas de apostasstreamingbancas de apostasentretenimento, um setorbancas de apostasmercado dominado por grandes corporações como Netflix, Amazon Prime (novamente), Disney e outras, nos mantém entretidos enquanto aguardamos nossos pacotesbancas de apostascasa.

Outros gigantes online como Google (dono do YouTube), Facebook (dono do Instagram) e Twitter fornecem as outras plataformas que dominam o tráfego da internet.

O último elo da cadeia são as próprias empresasbancas de apostasentrega: UPS, FedEx, Amazon Logistics (novamente), bem como a entregabancas de apostasalimentos Just Eat e Deliveroo.

Atravésbancas de apostasseus modelosbancas de apostasnegócios, suas plataformas agora dominam o transportebancas de apostasprodutosbancas de apostastodos os tipos.

A outra mudança para o domínio corporativo foi a queda no usobancas de apostasdinheiro, apoiada por governos que incentivam serviçosbancas de apostaspagamento sem contato.

Obviamente, isso ajuda as plataformas online, mas também significa que o dinheiro é movimentado pelas grandes corporações que cuidam dele.

Visa e Mastercard são os players mais importantes, mas Apple Pay, PayPal e Amazon Pay (novamente) viram aumentos no volumebancas de apostassuas transações, uma vez que o dinheiro permanece sem uso nos bolsos dos cidadãos.

E enquanto o dinheiro for considerado um vetorbancas de apostastransmissão para o covid-19, os varejistas não o receberão e os clientes não o usarão.

As pequenas empresas receberam um golpe realmente decisivobancas de apostasuma ampla gamabancas de apostassetores, já que o coronavírus, como a Peste Negra na época, fizeram com que as grandes corporações ganhassem participação no mercado.

Mesmo aqueles que trabalhambancas de apostascasa estão usando o Skype (de propriedade da Microsoft), Zoom e BlueJeans, alémbancas de apostaslaptops fabricados por um pequeno númerobancas de apostasorganizações globais.

Os bilionários ficam mais ricos enquanto as pessoas comuns perdem seus empregos.

A riquezabancas de apostasJeff Bezos, diretor-executivo da Amazon, aumentoubancas de apostasUS$ 25 bilhões (cercabancas de apostasR$ 133 bilhões) desde o início do ano.

Mas essa não é toda a história.

A outra grande tendência na resposta ao vírus tem sido o fortalecimento do poder do Estado.

Pandemias do governo

No nível estatal, a Peste Negra causou uma aceleração da centralização, um aumento dos impostos e dependência governamental pelas grandes empresas.

Na Inglaterra, o declínio no valor da terra e a consequente queda na renda levaram a Coroa, o maior proprietáriobancas de apostasterras do país, a tentar limitar os salários aos níveis anteriores à Peste Negra com o Estatuto dos Trabalhadoresbancas de apostas1351, e a impor impostos adicionais à população.

Anteriormente, os governos se financiavam e apenas estabeleciam impostos para despesas extraordinárias, como guerras.

Mas os impostos estabelecidos após a Peste Negra estabeleceram um precedente importante para a intervenção do governo na economia.

Esses esforços do governo resultarambancas de apostasum aumento significativo na participação da Coroa na vida cotidiana.

Nos surtosbancas de apostaspestes posteriores, que ocorreram a cada 20 anos ou mais, o movimento das populações se restringiu mediante toquesbancas de apostasrecolher, proibiçãobancas de apostasviajar e quarentenas.

Isso fez com que o Estado concentrasse ainda mais poder e substituísse a distribuição regionalbancas de apostasautoridade por uma burocracia centralizada.

Muitos dos homens que dirigiram o governo após a praga, como o poeta Geoffrey Chaucer, vierambancas de apostasfamílias mercantes inglesas, algumas das quais ganharam poder político.

O exemplo mais proeminente disso foi o da família De la Pole, quebancas de apostasduas gerações passoubancas de apostascomerciantebancas de apostaslã a ostentar o título do condadobancas de apostasSuffolk.

Com o colapso temporário do comércio e das finanças internacionais após a Peste Negra, Richardbancas de apostasla Pole tornou-se o maior prestamista da Coroa e amigo íntimobancas de apostasRichard 2.

Quando as megaempresas italianas reapareceram no final dos séculos 14 e 15, elas também se beneficiaram da crescente dependência da coroabancas de apostasempresas comerciais.

A família Medici, que acabou governando Florença, é o exemplo mais chamativo.

Os comerciantes também ganharam influência política através da comprabancas de apostasterras, cujo preço havia caído após a Peste Negra.

Possuir terras permitiu que eles se tornassem nobres e aristocratas, e casassem seus filhos com filhosbancas de apostassenhores com problemasbancas de apostasliquidez.

Com seu novo status e com a ajudabancas de apostassogros influentes, as elites urbanas ganharam representação política no Parlamento.

No final do século 14, o controle estatal por parte do governo e seus estreitos laços com empresas mercantis levaram muitos nobres a se voltarem contra Ricardo 2.

Eles transferirambancas de apostaslealdade ao primo, que se tornou Henrique 4, na (vã) esperançabancas de apostasque ele não seguisse as políticasbancas de apostasRicardo.

Isso e as subsequentes Guerras das Rosas foram impulsionadasbancas de apostasparte pela hostilidade da nobrezabancas de apostasrelação à centralização do poder do governo.

A derrotabancas de apostasEnrique para Ricardo 3bancas de apostas1485 não apenas terminou com a guerra, mas anulou qualquer tentativa da nobreza inglesabancas de apostasrecuperar a autoridade regional, abrindo caminho para o crescimento contínuo das empresas e do governo central.

bancas de apostas O bancas de apostas E bancas de apostas stado bancas de apostas atual

O poder do Estado é algo que assumimos amplamente no século 21.

Em todo o mundo, a ideiabancas de apostasnação soberana tem sido central na política e na economia imperiais dos últimos séculos.

Mas a partir da décadabancas de apostas1970, tornou-se comum os intelectuais sugerirem que o Estado era menos importante, seu monopólio sobre o controle do território começou a ser disputado pelas grandes corporações multinacionais.

Em 2016, das 100 maiores entidades econômicas, 31 eram países e 69 eram empresas.

O Walmart era maior que a economia da Espanha, e a Toyota, maior que a da Índia.

A capacidade dessas grandes empresasbancas de apostasinfluenciar políticos e reguladores tem sido evidente o suficiente: basta olhar para o papel das empresasbancas de apostaspetróleobancas de apostasnegar as mudanças climáticas.

E Margaret Thatcher, que foi primeira-ministra do Reino Unidobancas de apostas1979 a 1990, declarar que pretendia "fazer retroceder ao Estado" também trouxe mudanças.

Desde então, cada vez mais ativos que antes eram estatais começaram a ser operados como empresas ou como agentes privadosbancas de apostasum mercado regulamentado pelo Estado.

Aproximadamente 25% do Serviço Nacionalbancas de apostasSaúde do Reino Unido, por exemplo, possui contratos com o setor privado.

Em todo o mundo, transportes, serviços públicos, telecomunicações, dentistas, oftalmologistas, correios e muitos outros serviços costumavam ser monopólios estatais e agora são administrados por empresas.

É comum ouvir que as indústrias nacionalizadas ou estatais são lentas e precisambancas de apostasdisciplinabancas de apostasmercado para se tornarem mais modernas e eficientes.

Mas, graças ao coronavírus, o Estado voltou novamente como um tsunami. Seus gastos foram direcionados aos sistemas nacionaisbancas de apostassaúde, abordaram os problemas dos sem-teto, proporcionaram renda básica universal a milhõesbancas de apostaspessoas e ofereceram garantiasbancas de apostasempréstimos ou pagamentos diretos a um grande númerobancas de apostasempresas.

É a economia keynesianabancas de apostaslarga escala, na qual os títulos nacionais são usados ​​para emprestar dinheiro respaldado por futuros impostos dos contribuintes.

As ideias para equilibrar o orçamento parecem, por enquanto, história, dado o númerobancas de apostassetores que dependembancas de apostasresgates públicos.

Políticosbancas de apostastodo o mundo tornaram-se repentinamente intervencionistas, usando metáforas da guerra para justificar gastos gigantescos.

Também não se fala muito da restrição surpreendente das liberdades pessoais. A autonomia do indivíduo é fundamental para as ideias neoliberais.

Os "povos amantes da liberdade" contrastam com aqueles que vivem suas vidas sob o jugo da tirania,bancas de apostasEstados que exercem poderesbancas de apostasvigilância, como um Big Brother, sobre o comportamentobancas de apostasseus cidadãos.

No entanto, nos últimos meses, Estados ao redor do mundo restringiram o movimento para a grande maioria das pessoas e estão usando a polícia e as forças armadas para evitar aglomeraçõesbancas de apostasespaços públicos e privados.

Teatros, bares e restaurantes estão fechados.

Além disso, os parques e até mesmo os bancos podem levar uma multa, a mesma caso se exercite muito pertobancas de apostasalguém.

Um rei medieval ficaria impressionado com esse nívelbancas de apostasautoritarismo.

O poder do Estado está agora sendo exercidobancas de apostasmaneiras que não eram vistas desde a Segunda Guerra Mundial, e tem havido amplo apoio público a ele.

Resistência popular

Para retornar à Peste Negra, o crescimento da riqueza e a influênciabancas de apostascomerciantes e grandes empresas agravaram seriamente o sentimento anticomércio que já existia.

O pensamento medieval, tanto intelectual como popular, sustentava que o comércio era moralmente suspeito e que os comerciantes, especialmente os ricos, eram propensos à ganância.

A Peste Negra foi amplamente interpretada como uma puniçãobancas de apostasDeus pelo pecado da Europa, e muitos escritores pós-epidêmicos culparam a Igreja, os governos e as empresas ricas pela deterioração moral da cristandade.

O famoso poemabancas de apostasprotestobancas de apostasWilliam Langland, Piers Plowman ("Pedro, o labrador"), era fortemente antimercantilista.

Outras obras, como o poemabancas de apostasmeados do século 15, a Libellebancas de apostasEnglysche Polycye, toleravam o comércio, mas o desejavam nas mãos dos comerciantes ingleses e fora do controle dos italianos, que, segundo o autor, empobreciam o país.

Com o avanço dos séculos 14 e 15, e as empresas ganhando mais participação no mercado, a hostilidade popular e intelectual aumentou. A longo prazo, isso teria resultados incendiários.

Já no século 16, a concentração do comércio e das finanças nas mãos das empresas havia se tornado um monopólio próximo dos bancos reais e papais.

Essas empresas também tinham o monopólio ou quase as principais matérias-primas da Europa, como prata, cobre e mercúrio, e importações da Ásia e das Américas, principalmente especiarias.

Martinho Lutero (o teólogo que promoveu a reforma religiosa na Alemanha) ficou indignado com essa concentração e principalmente com o monopólio da Igreja Católica.

Em 1524, ele publicou um tratado argumentando que o comércio deveria ser conduzidobancas de apostasnome do bem comum (alemão) e que os comerciantes não deveriam cobrar preços altos por seus produtos.

Junto com outros escritores protestantes, como Philip Melancthon e Ulrich von Hutten, Lutero apontou o sentimento antimercado existente para criticar a influência das empresas sobre o governo, acrescentando injustiça financeira ao seu chamado pela reforma religiosa.

O famoso sociólogo Max Weber associou o protestantismo ao surgimento do capitalismo e do pensamento econômico moderno.

Mas os primeiros escritores protestantes se opuseram às corporações multinacionais e à comercializaçãobancas de apostassuprimentos básicos, apontando para o sentimento anticomercial que teve suas raízes na Peste Negra.

Essa oposição popular e religiosa acabou levando à ruptura com Roma e à transformação da Europa.

O pequeno é sempre bom?

No século 21, nos acostumamos à ideiabancas de apostasque as empresas capitalistas produzem concentraçõesbancas de apostasriqueza.

Sejam industrialistas vitorianas, aristocracia, desonestos americanos ou bilionários ponto com, as desigualdades geradas pelas empresas e a capacidadebancas de apostascorromper governos têm moldado o debate comercial desde a revolução industrial.

Para os críticos, as grandes empresas costumam ser caracterizadas como cruéis.

Um gigante que esmaga as pessoas comuns sob as rodasbancas de apostassuas máquinas ou extrai vampiricamente os lucros do trabalho das classes trabalhadoras.

Como vimos, o debate entre pequenas empresas locais e aquelas que favorecem as corporações e o poder do Estado se remontabancas de apostasmuitos séculos atrás.

Os poetas românticos e radicais lamentaram a forma como os "moinhos satânicos obscuros" estavam destruindo o campo e produzindo pessoas que nada mais eram do que apêndices das máquinas.

A ideiabancas de apostasque o artesão honesto estava sendo substituído pelo empregado alienado, um escravo assalariado, é comum tanto aos críticos nostálgicos quanto aos progressistas do capitalismo primitivo.

Na décadabancas de apostas1960, a fé nos negócios locais, combinada com suspeitas sobre empresas e o Estado, gerou movimentos verdes como o Occupy ou o Extinction Rebellion.

Consumir alimentos locais, usar dinheiro local e tentar aumentar o poderbancas de apostascompra das "instituições âncoras", como hospitais e universidades,bancas de apostasdireção a pequenas empresas sociais tornou-se o sentidobancas de apostasmuitos ativistas econômicos contemporâneos.

Mas a crise da covid-19 questiona esse pontobancas de apostasque "o pequeno é bom e o grande é ruim"bancas de apostasalgumas maneiras muito fundamentais.

Parece ser necessária uma organizaçãobancas de apostaslarga escala para lidar com a grande variedadebancas de apostasproblemas que o vírus gerou, e os Estados que parecem ter tido mais sucesso são aqueles que adotaram as formas mais intervencionistasbancas de apostasvigilância e controle.

Até o mais ardente pós-capitalista teria que reconhecer a incapacidade das pequenas empresas sociaisbancas de apostasequipar um hospital gigantescobancas de apostaspoucas semanas.

E, embora existam muitos exemplosbancas de apostasempresas locais envolvidas na entregabancas de apostasalimentos e uma quantidade louvávelbancas de apostasajuda ao cidadão, a população dos países ocidentais está sendo amplamente alimentada por redesbancas de apostassupermercados com operações logísticas complexas.

Depois do coronavírus

O resultado a longo prazo da Peste Negra foi o fortalecimento do poder das grandes empresas e do Estado. Os mesmos processos estão ocorrendo durante as quarentenasbancas de apostascoronavírus ebancas de apostasmaneira muito mais rápida.

Mas devemos ser cautelosos com as fáceis lições históricas.

A história nunca se repete realmente.

As circunstânciasbancas de apostascada época são únicas e simplesmente não é aconselhável assumir as "lições" da história como experimentos que testam certas leis gerais.

O coronavírus não matará um terçobancas de apostasnenhuma população, portanto, embora seus efeitos sejam profundos, ele não causará a mesma escassezbancas de apostastrabalhadores. Na verdade, reforçou o poder dos empregadores.

A diferença mais profunda é que a provocada pelo vírus coincide com outra crise, a das mudanças climáticas.

Existe um risco realbancas de apostasque as políticasbancas de apostasrecuperação econômica simplesmente substituam a necessidadebancas de apostasreduzir as emissõesbancas de apostascarbono.

Este é o cenáriobancas de apostaspesadelobancas de apostasque a covid-19 é apenas uma prequelabancas de apostasalgo muito pior.

Mas as enormes mobilizaçõesbancas de apostaspessoas e dinheiro que governos e empresas têm implementado também mostram que as grandes organizações podem se reformar e ao mundo extraordinariamente rápido, se desejarem.

Isso fornece um motivo realbancas de apostasotimismobancas de apostasrelação à nossa capacidade coletivabancas de apostasredesenhar a produçãobancas de apostasenergia, transporte, sistemas alimentares e muito mais — o novo acordo ecológico que muitos legisladores vêm patrocinando.

A Peste Negra e a covid-19 parecem ter causado a concentração e a centralização dos negócios e o poder do Estado.

É interessante saber isso.

Mas a pergunta mais importante é se essas forças podem ajudar a combater a crise que se aproxima.

* Eleanor Russell é doutorabancas de apostashistória na Universidadebancas de apostasCambridge e Martin Parker é professor na Universidadebancas de apostasBristol, ambas no Reino Unido.

** Este artigo foi publicado originalmente na The Conversation. Clique aqui para ler a versão original do texto.