Como o Facebook mudou a internet, o comércio e até a política:betsul palpites

Facebook

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Facebook e outras gigantes da tecnologia passaram a fazer parte da vidabetsul palpitesbilhõesbetsul palpitespessoas

betsul palpites O século 21 começou com o estourobetsul palpitesuma bolha. Em 2001, o primeiro ano do milênio, a nova economia digital americana, que na segunda metade dos anos 1990 havia enchidobetsul palpitesentusiasmo investidores, empreendedores e economistas, desmoronou.

Empresas criadasbetsul palpitestorno da internet, que se tornou acessível depois da criação e da popularização da World Wide Web, a partirbetsul palpites1995, receberam investimentos e atingiram valorizações astronômicas. Quando o crescimento econômico diminuiubetsul palpitespartes do mundo, incluindo os Estados Unidos, grande parte das empresas digitais faliu.

Nos anos seguintes, os esforçosbetsul palpitestorno desse mundo digital foram repensados. Nasceram as plataformasbetsul palpitesque pessoas podiam criarbetsul palpitespresença online e interagir com outros usuários. Uma delas, criadabetsul palpites2004, viria a se transformar numa das maiores empresas do mundo. O Facebook mudou o uso da internet, o comércio, a publicidade e até a política.

Junto com o Google, a rede social estabeleceu um novo modelo para a economia digital. Para o bem e para o mal,betsul palpitesgrande medida o Facebook definiu como seria a vida nas primeiras décadas do século 21.

Uma nova rede social

Em meados dos anos 1990, uma espéciebetsul palpitescorrida do ouro digital foi iniciada,betsul palpitesbuscabetsul palpitesum lugar ao sol na nova realidade da World Wide Web. O que simbolizava tal disputa era a procura por um bom domínio, ou seja, um bom "ponto com".

Essa primeira geração da internet contou com inúmeras novas empresas nos Estados Unidos - e muitas fracassarambetsul palpitesforma espetacular.

Um caso simbólico foi o da Pets.com, que foi criadabetsul palpites1998, atraiu maisbetsul palpitesUS$ 80 milhões embetsul palpitesaberturabetsul palpitescapital e, no fimbetsul palpites2000, foi à falência. Sem planobetsul palpitesnegócio ou estudobetsul palpitesmercado, a Pets.com foi um exemplo dos tempos irresponsáveis do início da internet.

Friendsterbetsul palpites2003

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

O site Friendster, lançadobetsul palpites2002, foi a primeira típica rede social da Web

Pule Podcast e continue lendo
BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

Episódios

Fim do Podcast

Muitas empresas fecharam na virada do milênio, devido a mudanças no cenário econômico e faltabetsul palpitesplanejamento. Outras foram compradas por valores estratosféricos por empresas maiores, como a Broadcast.com, vendida por US$ 5,7 bilhões ao Yahoobetsul palpites1999.

Três anos depois, o Yahoo fechou as operações da Broadcast.com, selando o que é considerado um dos piores negócios da história da internet.

Enquanto algumas empresas tornaram-se potências digitais - como Amazon ou Ebay -, o cenário geral foibetsul palpitesdecepção com o setor. Entre o primeiro semestrebetsul palpites2000 e o últimobetsul palpites2002, o índice Nasdaq da Bolsabetsul palpitesNova York,betsul palpitesempresasbetsul palpitestecnologia, sofreu uma quedabetsul palpites78%. Foi o estouro da chamada "bolha da ponto com".

A internet precisava urgentementebetsul palpitesnovos modelos - e uma nova injeçãobetsul palpitesânimo. O segredo veio na palavra "interatividade". Das cinzas da bolha anterior, começaram a surgir nos Estados Unidos as primeiras plataformas e empresas baseadas na participação do usuário.

O conceito ficou conhecido como Web 2.0,betsul palpitesoposição à primeira versão, a Web 1.0, termos usados pela primeira vez pela especialistabetsul palpitestecnologia digital Darcy DiNucci, num artigo publicadobetsul palpites1999.

"A Web que conhecemos agora, que é carregada numa janelabetsul palpitesnavegador essencialmentebetsul palpitestelas estáticas, é apenas um embrião da Web que está para vir. Os primeiros sinais da Web 2.0 estão começando a aparecer."

O que DiNucci já via desde 1999 começou a virar realidade no cenário pós-bolha. Na nova Web, os usuários já podiam provê-labetsul palpitesconteúdo e participar ativamente da criação dos negócios formados na internet. Com isso, proliferaram os weblogs - ou simplesmente blogs - e surgiu o conceitobetsul palpitesUGC - user generated content, ou conteúdo gerado por usuário.

Foi nessa realidade que apareceu a primeira rede social da Web 2.0. Em marçobetsul palpites2002, Jonathan Abrams fundou o Friendster, um site que mostrava conexões indiretas (amigosbetsul palpitesamigos), incentivando o estabelecimentobetsul palpitesnovas amizades.

Um ano depois, usuários do Friendster que trabalhavam na empresa eUniverse resolveram fazer algo parecido. Nascia o MySpace, que, assim como a redebetsul palpitesAbrams, acumularia milhõesbetsul palpitesusuários.

Era clara a disposiçãobetsul palpitespessoas, especialmente os mais jovens,betsul palpitesusar a internet para contatos sociais.

Zuckerberg e Chris Hughes

Crédito, Rick Friedman/Getty Images

Legenda da foto,

Zuckerberg fundou o Facebook aos 19 anos, com alguns amigos da faculdade, entre eles Chris Hughes

Em 2004, o mercado ganhou novos competidores. Em janeiro, o engenheiro Orkut Buyukkokten, que trabalhava no Google, lançou uma rede social criada por ele como um projeto paralelo da empresa. A plataforma ganhou seu nome - Orkut.

Depois do grande sucesso inicial, especialmentebetsul palpitespaíses como os Estados Unidos e o Brasil, a Friendster acabaria fechada anos depois. O MySpace trocoubetsul palpitesmãosbetsul palpitesforma multimilionária, mas perdeu usuários e relevância. O Orkut não se modernizou e, ofuscado pela concorrência, acabou fechado pelo Google.

Em fevereirobetsul palpites2004, porém, surgia na Universidade Harvard, no Estadobetsul palpitesMassachusetts, uma versãobetsul palpitesredebetsul palpitesamizades online que teria muito mais sucesso. Ajudado por outros quatro colegas, o estudantebetsul palpitespsicologia e ciências da computação Mark Zuckerberg, talentoso programadorbetsul palpitesapenas 19 anos, colocou no ar o que chamoubetsul palpitesThe Facebook.

Era uma rede social inicialmente apenas para o públicobetsul palpitesHarvard. Em três semanas, 6 mil estudantes se cadastraram.

Um mês depois, o site começavabetsul palpitesexpansão para outras universidades, como Columbia e Yale, na costa leste, e Stanford, na Califórnia. No mesmo ano, Zuckerberg transferiu a empresa para a regiãobetsul palpitesSão Francisco, dando início ao que se tornaria um verdadeiro império digital.

Convergência na rede vencedora

Zuckerberg apresentava seu The Facebook como "um diretório online", como disse numa entrevista ao canal CNBC, aindabetsul palpites2004. "Você entra, faz um perfil sobre você mesmo respondendo a algumas perguntas, coloca algumas informações, como o que você estuda, númerosbetsul palpitestelefone, interesses,betsul palpitesque livros você gosta, filmes. E o mais importante: quem são os seus amigos."

Sem dúvida, essa era a informação vital para The Facebook.

Diferentementebetsul palpitesoutros ambientes sociais online, que ofereciam formasbetsul palpitescriar novos contatos, o Facebook - o "The" original não duraria muito - apostou na ideiabetsul palpitestrazer seus contatos da vida real para o mundo digital.

Em 2006, quando a plataforma já tinha cercabetsul palpites8 milhõesbetsul palpitesusuários, o então diretor e co-fundador Chris Hughes explicou a lógicabetsul palpitesuma entrevista.

"A ideia ébetsul palpitesque nós todos temos comunidades da vida realbetsul palpitesque vivemos, no dia a dia, e nós queremos construir um espaço para elas na internet, para as pessoas saberem mais sobre seus colegas. Você não está indo online para conhecer,betsul palpitesforma aleatória, alguém que vive a 8 mil milhasbetsul palpitesvocê. Você está entrando para ver informações sobre pessoas que já são importantes para você."

Usuária navega no Facebookbetsul palpites2007

Crédito, Chris Jackson/Getty Images

Legenda da foto,

Em 2007, o Facebook abriu para o públicobetsul palpitesgeral e se consolidava como a principal rede social da Web

O Facebook não foi a primeira rede social do mercado, nem era a mais badaladabetsul palpitesseu início, mas aumentoubetsul palpitesbasebetsul palpitesusuáriosbetsul palpitesforma consistente. Durante maisbetsul palpitesdois anos, foi um site fechado, que Zuckerberg ebetsul palpitesequipe ofereciam a universidades, escolasbetsul palpitessegundo grau e empresas. Estudantes dessas escolas ou funcionários dessas firmas entravam na rede e viam os perfisbetsul palpitesseus amigos e colegas.

O Facebook só foi aberto para qualquer usuário, a partirbetsul palpitesseus 13 anosbetsul palpitesidade,betsul palpitessetembrobetsul palpites2006. "Estamos expandindo para atender aos pedidosbetsul palpitesmilhõesbetsul palpitespessoas que querem fazer parte do Facebook, mas até hoje não podiam", disse Mark Zuckerbergbetsul palpitesum comunicado.

Modelobetsul palpitesnegócio: personalização

Aberto ao públicobetsul palpitesgeral, o Facebook cresceubetsul palpitesforma ainda mais impressionante, ultrapassando os 100 milhõesbetsul palpitesusuáriosbetsul palpites2008. A plataforma também evoluiu rapidamente, deixandobetsul palpitesser o "diretório" descrito por Zuckerbergbetsul palpitesseu primeiro ano.

Em 2007, ela chegou ao telefone celular, apesarbetsul palpitesainda numa solução simples, baseada na navegação via Web. No mesmo ano, dias antesbetsul palpitespermitir a entradabetsul palpitesqualquer pessoa na rede,betsul palpitescaráter individual e sem ligação com alguma escola ou empresa, o site criou o chamado News Feed.

Apresentado como uma home page alternativa, o News Feed trazia o registrobetsul palpitestudo o que seus amigos faziam na plataforma - o conteúdo que postavam ou comentários que deixavam.

Facebook alemãobetsul palpites2008

Crédito, Ullstein Bild/Getty Images

Legenda da foto,

A partirbetsul palpites2007, o Facebook foi rapidamente adotadobetsul palpitesoutros países e tornou-se um fenômeno global

Comobetsul palpitesmuitas coisas que o Facebook faria ao longo dos anos, o News Feed causou polêmica inicial por expor seus usuáriosbetsul palpitesuma forma que eles não haviam autorizado. Zuckerberg desculpou-se, e níveisbetsul palpitesprivacidade foram criados com o tempo.

O News Feed, entretanto, ficou e tornou-se a essência da plataforma: a ferramenta oferecia um relatóriobetsul palpitestempo real das atividadesbetsul palpitesseus amigos, sem a necessidadebetsul palpiteso usuário visitar seus perfis.

Além disso, o News Feed era uma reuniãobetsul palpitesconteúdos exclusiva, já que ninguém tinha os mesmos amigos nem, portanto, os mesmos registros embetsul palpitestela. Essa experiência única seria a base para o futuro da monetização do Facebook.

Seu império seria construído a partir da criaçãobetsul palpitesuma experiência,betsul palpitesserviços ebetsul palpitesmensagens publicitárias específicos para cada pessoa.

Tal personalização foi possível a partir da maciça e ininterrupta coletabetsul palpitesinformações sobre cada usuário, o que permitia um ajuste constantebetsul palpitesseu algoritmo - o comando matemático que determina o comportamento da plataforma - para implantar a oferta individualbetsul palpitesforma cada vez mais eficiente.

A aposta na personalização exigia que o Facebook soubesse mais e mais sobre cada um que usasse a plataforma. Mais do que saber quem eram seus amigos ebetsul palpitesque música ou filmes gostavam, o Facebook passou a se esforçar para descobrir todo tipobetsul palpiteshábitobetsul palpitescada usuário. Isso envolvia avançar significativamente sobrebetsul palpitesprivacidade.

Quando esse avanço mostrava-se exagerado, o Facebook costumava pedir desculpas, recuava, mas logo depois achava outra formabetsul palpitesseguirbetsul palpitesfrente embetsul palpitesmissão.

Zuckerberg faz apresentaçãobetsul palpites2010

Crédito, Justin Sullivan/Getty Images

Legenda da foto,

Em poucos anos, o Facebook dominou o mercado, com seguidos anúnciosbetsul palpitesnovos produtos para a rede

Um grande exemplo foi o Beacon, uma ferramenta do Facebook lançadabetsul palpitesnovembrobetsul palpites2007, que conectava a plataforma com outras empresas. Quando o usuário fazia uma compra numa dessas empresas, essa informação era publicada, via Beacon, embetsul palpitesNews Feed, numa combinaçãobetsul palpitescompartilhamentobetsul palpitesatividade pessoal com publicidade.

Com um detalhe: os usuários não haviam autorizado tal publicação, cujo cancelamento exigia uma complicada açãobetsul palpites"opt-out" para que o usuário desligasse o Beaconbetsul palpitesseu perfil.

Em poucas semanas, o serviço tornou-se motivobetsul palpitesum processo contra a empresa, e o Facebook criou as opçõesbetsul palpitesdesligamento alémbetsul palpitestornar o serviço "opt-in" - ou seja, o Beacon só seria ativado se o usuário o solicitasse.

Em 2008, ao participarbetsul palpitesuma conferênciabetsul palpitestecnologia, Zuckerberg disse: "Você não perguntou, mas eu vou te dizer: o Beacon foi um grande erro para nós,betsul palpitesvárias maneiras".

Em setembrobetsul palpites2009, menosbetsul palpitesdois anos depoisbetsul palpitessua criação, a ferramenta foi encerrada, como parte do acordo feito na Justiça.

A experiência, entretanto, foi valiosa para o Facebook, que aprendeu na prática até onde poderia ir antesbetsul palpitesincomodar - ou indignar - grande partebetsul palpitesseu público.

Em 2008, a rede social lançou a ferramentabetsul palpitesse "logar" com outros sites usandobetsul palpitesidentidade do Facebook - o chamado "Log in with Facebook" ou,betsul palpitesseu nome oficial, Facebook Connect.

No ano seguinte, foi a vez do lançamento do botãobetsul palpites"Like", que facilitou a expressãobetsul palpitessentimento positivobetsul palpitesrelação a qualquer tipobetsul palpitesconteúdo dentro da rede. Gostou do que viu ou leu? É só dar um "like", e o autor ficará sabendo - assim como outras pessoas.

Para o Facebook, o botão potencializou o conhecimento sobre os gostos e inclinaçõesbetsul palpitescada pessoa por meiobetsul palpitesuma coleta indireta. Em vezbetsul palpiteso usuário declarar abertamente seu gosto por algum tipobetsul palpitescomida, esporte ou música, o botãobetsul palpites"like" registrava aquele gosto na prática,betsul palpitesforma espontânea.

O Facebook começava a saber mais sobre seus usuários do que eles mesmos - um "like" poderia revelar um interesse que a própria pessoa ainda não tinha percebido ter.

Botãobetsul palpites"Like" do Facebook

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

O botãobetsul palpites"Like" do Facebook nasceu como um marca da rede e virou uma lucrativa ferramentabetsul palpitesnegócios

Em 2010, o "Like" ganhou asas. Em abril, embetsul palpitesconferência interna anual chamada F8, o Facebook anunciou a expansão do botãobetsul palpites"Like" para toda a Web.

Ao iniciarbetsul palpitesapresentação, Mark Zuckerberg disse no palco: "O que temos para mostrar a vocês hoje será a coisa mais transformadora que já fizemos para a Web". E era mesmo: o botãobetsul palpites"Like" passava a ficar disponível para qualquer site que quisesse implantá-lo, levando o Facebook para todos os cantos da Web.

A ideia, disse ele, era "fazer experiências instantaneamente sociais e personalizadasbetsul palpitestodo lugar que você vá" usando a internet. Para isso, ele contava com a quase onipresençabetsul palpitessua rede social, quebetsul palpites2010 já acumulava 400 milhõesbetsul palpitesusuários.

Zuckerberg falavabetsul palpitesexperiências "sociais e personalizadas", dando destaque ao "sociais", mas o que interessava mesmo era o "personalizadas".

Quanto mais o Facebook sabia sobre seus usuários e crescia, mais poderoso e lucrativo ele se tornava. Ao noticiar a novidade, a revista americana Time identificou o potencial comercial que o avanço da rede social sobre a redebetsul palpitescomputadores representava.

"A empresa já tem uma plataformabetsul palpitespublicidade altamente desenvolvida, permitindo que anunciantes visem consumidoresbetsul palpitesdemografias estreitamente definidas. (...) Se o Facebookbetsul palpitesrepente puder ter contato também com suas preferências, a plataforma poderá ser muito mais poderosa. A empresa manteve-se calada sobre qualquer planobetsul palpitesmonetização para o futuro (...), mas poderábetsul palpitesbreve ter a capacidadebetsul palpitesdirecionar anúnciosbetsul palpitesuma forma mais estreita do que qualquer outro."

Zuckerberg no festivalbetsul palpitespublicidadebetsul palpitesCannes,betsul palpites2010

Crédito, Francois G. Durand/Getty Images

Legenda da foto,

Com o impressionante crescimento do Facebook, Zuckerberg tornou-se celebridade internacional

Os números confirmaram tal previsão. Até 2008, o Facebook ainda acumulava prejuízo - cercabetsul palpitesUS$ 56 milhõesbetsul palpitesperdas naquele ano, para um faturamentobetsul palpitesUS$ 272 milhões. No ano seguinte, a empresa entrou no azul, com lucrobetsul palpitesUS$ 229 milhões. Foi, porém, a partirbetsul palpites2010 - ano do lançamento do botãobetsul palpites"Like" na Web - que tanto seu faturamento como seu lucro dispararam.

Em 2010, entraram US$ 1,97 bilhão na empresa, que registrou lucrobetsul palpitesUS$ 606 milhões. Em 2015, o faturamento foi nove meses maior que cinco anos antes - US$ 17,9 bilhões -, e o lucro o acompanhou: US$ 3,7 bilhões.

Esse desempenho refletiu-se no valor total da empresa. Em 2009, ela era avaliadabetsul palpitesUS$ 10 bilhões pelo mercado.

Em 2012, após anosbetsul palpitesespeculação, o Facebook fezbetsul palpitesestreia na Bolsabetsul palpitesNova York. A US$ 38 cada ação, a empresa,betsul palpitesapenas oito anosbetsul palpitesexistência, abriu seu capital avaliadabetsul palpitesUS$ 104 bilhões.

Aprendendo com o Google

O períodobetsul palpites2007 a 2010 foi decisivo para o Facebook, particularmente o anobetsul palpites2008. Em março, chegou à empresa para assumir a posiçãobetsul palpitesCOO (Chief Operating Officer, ou diretorabetsul palpitesOperações) a executiva Sheryl Sandberg.

Economista, Sandberg vinha do Google, onde era responsável pela áreabetsul palpitespublicidade. Em linhas gerais, ela fazia o Google ganhar muito dinheiro com anúncios publicitários - e chegava ao Facebook para repetir o feito.

Com suas ferramentas e algoritmos, o Facebook havia criado a personalização socialbetsul palpitesgrande escala, mas o lucrobetsul palpitesgrande escala com a personalização era obra do Google.

Sheryl Sandberg

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Sheryl Sandberg levou do Google para o Facebook muito conhecimento sobre publicidade digital

Fundadobetsul palpitessetembrobetsul palpites1998 pelos engenheiros americanos Larry Page e Sergey Brin, estudantesbetsul palpitesdoutorado na Universidade Stanford, na Califórnia, o Google revolucionou o mundo digitalbetsul palpitesvários aspectos.

Primeiro, com seu algoritmo PageRank, que classificava a relevânciabetsul palpitespáginas da Web com basebetsul palpitessuas conexões com outros sites - páginas que apareciambetsul palpitesmais linksbetsul palpitesterceiros eram mais relevantes. Depois, com seu Google Ads, criadobetsul palpites2000 como uma plataformabetsul palpitesanúncios publicitários que usa leilõesbetsul palpitestempo real para definir preço e visibilidade.

É possível que a maior revolução do Google, no entanto, tenha sidobetsul palpitesterceira inovação. A empresa percebeu que, no processobetsul palpitesnavegação pelo Google, com suas pesquisas e perguntas, todo usuário deixava uma trilhabetsul palpitespegadas. Um enorme amontoadobetsul palpitesdados revelando interessesbetsul palpitesuma pessoa era produzido e recebido pelo Google.

A empresa, então, decidiu fazer algo com isso. Passou a considerar essas informações na horabetsul palpitesoferecer os resultadosbetsul palpitessuas buscas a um indivíduo. Mais: passou a considerar esses interesses pessoais na horabetsul palpitesexibir anúncios para cada pessoa.

Estava criada a publicidade direcionada - que,betsul palpitespossebetsul palpitescada vez mais detalhes sobre cada usuário, se torna uma publicidade microdirecionada.

Larry Page e Sergey Brin

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Larry Page e Sergey Brin, criadores do Google, perceberam que seus usuários deixavam rastros sobre seus interesses

A pesquisadora e escritora americana Shoshana Zuboff identificou na invenção do Google o nascimento do que ela considera um novo - e perverso - sistema econômico.

"A invenção do Googlebetsul palpitesanúncios direcionados abriu o caminho para seu sucesso financeiro, mas também estabeleceu o pilarbetsul palpitesum acontecimentobetsul palpitesalcance ainda maior: a descoberta e a elaboração do capitalismobetsul palpitesvigilância", escreveu Zuboffbetsul palpitesseu livro A Era do Capitalismobetsul palpitesVigilância (Editora Intrínseca).

Baseado no constante monitoramento dos comportamentos dos consumidores - a partir do que eles pesquisam na internet, o que compram, aonde vão, o que leem e muito mais -, esse novo capitalismo tem, segundo a autora, o poderbetsul palpitesse antecipar aos desejos das pessoas.

Além disso, diz Zuboff, depoisbetsul palpitesse antecipar a esse desejo e oferecer-lhe exatamente aquilo que uma pessoa buscava, esse novo sistema adquiriu a capacidadebetsul palpitesinfluenciar o comportamento dos consumidores. Criou assim um círculo virtuoso para os lucrosbetsul palpitesempresas, mas vicioso para a privacidade e autonomia dos cidadãos.

Sheryl Sandberg entrou no Googlebetsul palpites2001 e foi peça fundamental na criaçãobetsul palpitestal modelo extremamente lucrativo para a empresabetsul palpitesPage e Brin, como vice-presidente para vendas globais.

O faturamento do Google,betsul palpitesUS$ 400 milhõesbetsul palpites2002, atingiu US$ 16,6 bilhõesbetsul palpites2007. Shoshana Zuboff chamoubetsul palpites"superávit comportamental" a matéria-prima usada pelo "capitalismobetsul palpitesvigilância", e para ela Sandberg sabia muito bem do potencial do Facebook para monetizar tal material.

"Sandberg compreendeu que, por meiobetsul palpitesuma manipulação habilidosa da culturabetsul palpitesintimidade e compartilhamento do Facebook, seria possível usar o superávit comportamental não apenas para satisfazer uma demanda, mas também para criar demanda", escreveu Zuboff.

Prédio do Google

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

O Google criou um novo sistema comercial baseado no monitoramento do que o usuário faz na internet

Não demorou para que alguns percebessem que o mesmo modelo que permitia a criaçãobetsul palpitesdesejos por produtos ou serviços permitia também o incentivo a ações políticas e sociais.

O mesmo Facebook dos anúncios microdirecionadosbetsul palpitescosméticos, segurosbetsul palpitesveículos ou pacotes turísticos se tornaria uma arma da política.

Aquisições, Cambridge Analytica e abusos

A partirbetsul palpites2010, com seu crescente poderbetsul palpitesmaximizar seus resultados baseados no microdirecionamentobetsul palpitesanúncios publicitários, o Facebook continuou aumentandobetsul palpitestamanho, tanto a plataforma como a empresa.

Os 400 milhõesbetsul palpitesusuáriosbetsul palpites2010 viraram 1,6 bilhão no finalbetsul palpites2015, anobetsul palpitesque seu faturamento atingiu US$ 17,9 bilhões - e lucrobetsul palpitesUS$ 3,7 bilhões.

O impériobetsul palpitesZuckerberg não apenas seguiu atraindo mais e mais usuários e clientes como intensificou outra estratégiabetsul palpitesdominação do mercado: a aquisiçãobetsul palpitesconcorrentes.

Em abrilbetsul palpites2012, o Facebook pagou US$ 1 bilhão pelo aplicativobetsul palpitesfotos Instagram, que fora lançado menosbetsul palpitesdois anos antes e contava na época com 30 milhõesbetsul palpitesusuários.

Dois anos depois, uma compra ainda mais impressionante: o WhatsApp, que contava com 400 milhõesbetsul palpitesusuários, foi adquirido por US$ 19 bilhões.

O Facebook, segundo informações do mercado, ainda tentou comprar, sem sucesso, outro novo aplicativobetsul palpitescrescimento, o Snapchat, lançadobetsul palpites2011. A oferta, que teria sido feitabetsul palpites2013, teria supostamente chegado a US$ 3 bilhões. Sem conseguir concretizar a aquisição, Zuckerberg resolveu incorporar ao Instagram funcionalidades que faziam do Snapchat uma ferramenta peculiar e abriu concorrência direta entre as plataformas.

WhatsApp

Crédito, INDRANIL MUKHERJEE

Legenda da foto,

Em 2014, o Facebook pagou US$ 19 bilhões pelo aplicativobetsul palpitesmensagens WhatsApp

O Facebook cresceu, mas o modelo que permitiu seu avanço sofreu um golpebetsul palpitesimagem significativobetsul palpites2018, quando vieram à tona revelações sobre o papel da plataforma - e da empresa -betsul palpitesacontecimentosbetsul palpites2016.

O escândalo, revelado pelo jornal britânico The Observer - a versão dominicalbetsul palpitesseu parceiro The Guardian -, denunciava o uso dos dadosbetsul palpitesmilhõesbetsul palpitesusuários do Facebook como ferramenta para propaganda políticabetsul palpitesfavor do candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump.

A mesma estratégia também teria sido usada por interessados na vitória do Brexit no referendo britânico sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.

Como resumiu a reportagem do Observer de 18betsul palpitesmarçobetsul palpites2018, logo embetsul palpitesabertura: "A empresabetsul palpitesanálisebetsul palpitesdados que trabalhou com a equipe eleitoralbetsul palpitesDonald Trump e a vencedora equipebetsul palpitescampanha do Brexit colheu milhõesbetsul palpitesperfis do Facebookbetsul palpiteseleitores americanos,betsul palpitesuma dos maiores violaçõesbetsul palpitesdados do gigante da tecnologia, e os usou para construir um poderoso programa para prever e influenciar escolhas nas urnas".

Facebook e Cambridge Analytica

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

O escândalo da Cambridge Analytica expôs a natureza do modelo comercial do Facebook e seus riscos

A reportagem foi baseada nas revelaçõesbetsul palpitesum denunciante, Christopher Wylie, que havia trabalhado com um acadêmico da Universidadebetsul palpitesCambridge na obtenção do material.

O acadêmico, Aleksandr Kogan, colheu os dados num trabalho sem ligação com a universidade: um aplicativo por meio do qualbetsul palpitesempresa GSR (Global Science Research) e a britânica Cambridge Analytica tomaram dadosbetsul palpitescentenasbetsul palpitesmilharesbetsul palpitesusuários do Facebook - que receberam por isso.

As empresas, porém, também tiveram acesso a dados pessoais das conexões dessas pessoas na rede social, o que elevou a basebetsul palpitesdados a cercabetsul palpites50 milhõesbetsul palpitesusuários. A Cambridge Analytica, na época da operação, tinha entre seus executivos Steve Bannon, então assessor políticobetsul palpitesDonald Trump.

Em poucos dias, Mark Zuckerberg divulgou uma declaraçãobetsul palpitesque admitiu quebetsul palpitesempresa havia cometido "erros".

"Nós temos uma responsabilidadebetsul palpitesproteger seus dados, e se nós não podemos, então nós não merecemos servir vocês."

Em entrevista à rede CNN, ele também pediu desculpas ao público.

Zuckerberg depõe no Congressobetsul palpites2018

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Mark Zuckerberg tevebetsul palpitesdepor no Congresso americano sobre escândalo da Cambridge Analytica

O escândalo, que provocou o fechamento da Cambridge Analytica e levou Wylie a depor no Congresso americano, foi tratado pela empresa e pela maior parte da mídia como uma falhabetsul palpitessegurança e invasãobetsul palpitesprivacidade no ambiente do Facebook.

O problema, no olharbetsul palpitesautoridades e muitos especialistas, era o fatobetsul palpitesos dadosbetsul palpitesmilhõesbetsul palpitesusuários terem caído nas mãosbetsul palpitesterceiros sem seu consentimento. Entretanto, no cenário mais amplo da nova realidade econômica e social criada por Facebook e Google, mais importante ainda era o que foi feito com esses dados.

Os usuários cujos dados foram roubados acabaram alvosbetsul palpitesanúncios políticos direcionados especificamente para eles, numa adoção do modelo já usado na vendabetsul palpitesprodutos para a propaganda - e desinformação - política.

O Facebook, assim como aconteceria com outras plataformas digitais, passou a ser uma ferramenta na propagação das chamadas "fake news" - informações mentirosas divulgadasbetsul palpitesforma deliberada para criar falsas narrativas e distorcer a realidade.

A possibilidadebetsul palpitesenviar mensagens a grupos específicos na plataforma também foi usada na organizaçãobetsul palpitescrimes. Em 2016 e 2017, a minoria muçulmana Rohingya,betsul palpitesMyanmar, foi alvobetsul palpitesuma campanhabetsul palpiteslimpeza étnica que, segundo autoridades internacionais, foi promovida pelas Forças Armadas do país.

O Facebook, cujo aplicativo era o mais popularbetsul palpitesMyanmar, sendo usado por maisbetsul palpitesum terço da população, foi amplamente utilizado para a difusãobetsul palpitesmensagensbetsul palpitesódio contra os Rohingya.

Citada pela BBC, uma representante da ONU (Organização das Nações Unidas) para direitos humanos, Yanghee Lee, dissebetsul palpitesmarçobetsul palpites2018 que "o Facebook tornou-se um monstro, não aquilo que originalmente tinha a intençãobetsul palpitesser".

Protesto na Indonésia contra Myanmar

Crédito, NurPhoto

Legenda da foto,

O Facebook foi acusadobetsul palpitesservirbetsul palpitesplataforma para ataques contra a minoria Rohingya,betsul palpitesMyanmar

Uma outra plataforma da empresa, o aplicativo WhatsApp, também transformou-sebetsul palpiteseficiente ferramentabetsul palpitespropaganda política, masbetsul palpitesuma maneira diferente. Sem o amplo uso publicitário visto no Facebook, o WhatsApp trazia outro atrativo: conexões entre pessoas próximas e grupos num ambiente fechado,betsul palpitesdifícil monitoramento por entidades externas.

Em vezbetsul palpitesanúncios, no WhatsApp a propaganda política ou ideológica passou a ser feita pelos chamados "disparos" - mensagens enviadas e repassadas a um número grandebetsul palpitespessoas.

Uma reportagem da BBC News Brasil,betsul palpitesoutubrobetsul palpites2018, mostrou como eleitores brasileiros eram colocadosbetsul palpitesgruposbetsul palpitesWhatsApp sem seu consentimento depois que seus telefones eram coletadosbetsul palpitesalguma maneira -betsul palpiteslistas comerciais oubetsul palpitesdentro do Facebook.

Uma donabetsul palpitescasabetsul palpitesSão Paulo disse à BBC: "Não sei onde encontraram meu telefone. Os administradores e algumas pessoas tinham números estrangeiros. Eu fiquei com medo. Saíbetsul palpitestodos e denunciei todos os grupos para o WhatsApp."

O Facebook e o WhatsApp prometeram,betsul palpitesvárias oportunidades, eliminar as brechasbetsul palpitesseus sistemas que permitiam a invasãobetsul palpitesprivacidade indevida e o abuso por grupos políticos. Medidas específicas foram tomadas nos Estados Unidos,betsul palpitesMyanmar e no Brasil, enquanto mudanças nas plataformas - como um limite menorbetsul palpitespessoas para quem uma mensagem poderia ser repassada no WhatsApp - foram implementadas.

Mark Zuckerberg e outros CEOsbetsul palpitesempresasbetsul palpitesmídias sociais e tecnologia, como Google e Twitter, foram sucessivamente convocados a depor no Congresso americano devido a problemas no setorbetsul palpitestecnologia, incluindo invasão indevidabetsul palpitesprivacidade e uso político dissimulado.

Monopólio questionado

Em agostobetsul palpites2019, usuários do Instagram e do WhatsApp podem ter notado uma pequena mudança nos aplicativos. Ao lado da marca, aparecia uma referência a seu dono: "From Facebook" (Do Facebook).

Segundo a empresa, a medida dava mais transparência à relação com o usuário, que passaria a ser informado mais claramente que os aplicativos eram do Facebook.

Três meses depois, um novo logotipo para a empresa Facebook, com a palavrabetsul palpitesletras maiúsculas, foi adotado para diferenciá-la da rede social.

Tal transparência também atendia a um outro objetivo do grupo: dificultar qualquer tentativa das autoridades americanasbetsul palpitesforçar uma divisão da empresa, um dos focosbetsul palpitesinvestigações do Congresso sobre monopólios no setorbetsul palpitestecnologia.

Em outubrobetsul palpites2020, o relatóriobetsul palpitesuma comissão da Câmara dos Representantes disse que Facebook, Google, Amazon e Apple exerciam o papelbetsul palpitesmonopólios no setor.

"Essas quatro corporações servem cada vez mais como controladores do comércio e das comunicações na era digital, e esse poderbetsul palpitescontrolador lhes dá uma capacidade enormebetsul palpitesabusar desse poder", disse um representante da comissão, citado pela rede americana NPR.

As conclusões da comissão tinham caráter consultivo e não implicavam nenhuma medida do Congresso contra as empresas, mas a possibilidadebetsul palpitesque alguma norma viesse a forçar a divisão dessas grandes corporações não estava descartada.

Abertura do Twiiter na bolsa da Nova York,betsul palpites2013

Crédito, Andrew Burton/Getty Images

Legenda da foto,

O Twitter manteve-se independente, como concorrente do Facebook, e abriu seu capital na bolsabetsul palpitesNova York

Enquanto seguia intacto, o Facebook crescia. Em meadosbetsul palpites2020, a rede social registrava um totalbetsul palpites2,7 bilhõesbetsul palpitesusuários ativos.

Segundo estimativas do mercado, o WhatsApp contava com 1,5 bilhãobetsul palpitesusuários - 120 milhões apenas no Brasil -, e o Instagram acumulava outros 1 bilhão.

O faturamento da empresabetsul palpites2019 atingiu US$ 70,7 bilhões, com US$ 18,5 bilhõesbetsul palpiteslucro.

Os impressionantes números acumulados desde que o ainda adolescente Mark Zuckerberg programou a primeira versão do Facebook,betsul palpitesfevereirobetsul palpites2004, fazem da mais famosa rede social do planeta uma das histórias mais memoráveis do início do século 21.

Outras redes sociais independentes da empresabetsul palpitesZuckerberg, como Twitter, YouTube, Snapchat e as chinesas TikTok e WeChat, também tiveram grande impacto na forma como as pessoas interagem entre si.

O Facebook, porém, concluiu as duas primeiras décadas do milênio sem dar sinaisbetsul palpitesque perderia público, influência ou poder tão cedo.

Em 2020, com apenas 36 anosbetsul palpitesidade e uma fortunabetsul palpitesmaisbetsul palpitesUS$ 100 bilhões, Mark Zuckerberg parecia disposto a continuar fazendo história.

Este artigo é parte da série "21 Histórias que Marcaram o Século 21", da BBC News Brasil.

Línea

betsul palpites Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal betsul palpites .

betsul palpites Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube betsul palpites ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetsul palpitesautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetsul palpitesusobetsul palpitescookies e os termosbetsul palpitesprivacidade do Google YouTube antesbetsul palpitesconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetsul palpites"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobetsul palpitesterceiros pode conter publicidade

Finalbetsul palpitesYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetsul palpitesautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetsul palpitesusobetsul palpitescookies e os termosbetsul palpitesprivacidade do Google YouTube antesbetsul palpitesconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetsul palpites"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobetsul palpitesterceiros pode conter publicidade

Finalbetsul palpitesYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetsul palpitesautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetsul palpitesusobetsul palpitescookies e os termosbetsul palpitesprivacidade do Google YouTube antesbetsul palpitesconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetsul palpites"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobetsul palpitesterceiros pode conter publicidade

Finalbetsul palpitesYouTube post, 3