Exploração espacial:bwin kenyaMarte a cometa, a humanidade dá novos saltos:bwin kenya

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bwin kenya No século 20, um tema acompanhava quase todo pensamento associado ao futuro depois dos anos 2000: o espaço. Os primeiros anos do século 21, no entanto, ficaram longe das expectativas mais fantásticas. O programa espacial americano precisou ser revisto, os esforços russos já não repetiam as glórias dos tempos da União Soviética, e alguns questionavam se era mesmo necessário investirbwin kenyaviagens rumo ao desconhecido.
Um sonho, porém, continuou vivo: a conquistabwin kenyaMarte — sonho que, aos poucos, foi se tornando realidade. Em passos históricos, a humanidade expandiubwin kenyaexploração do Planeta Vermelho, para onde enviou novas sondas e veículos e onde confirmou a existênciabwin kenyaágua.
Além disso, mirando outros pontos do universo vimos pela primeira vez a imagembwin kenyaum buraco negro, objetos construídos pelo ser humano saíram do Sistema Solar, e os primeiros turistas compraram passagens para um passeio na estratosfera.
No século 21, a exploração do espaço colocou a humanidade mais pertobwin kenyaoutros mundos.
Desastre no céu
No começo do novo milênio, o mundo já se acostumara com as idas e vindas ao espaço dos ônibus espaciais americanos. Columbia, Atlantis, Discovery, Endeavour e Challenger já haviam retornado do espaço aterrissando tranquilamente sobre uma pista um totalbwin kenya111 vezes. Uma trágica missão,bwin kenya1986, terminara na explosão da Challenger durante o lançamento, mas a aterrissagem era garantiabwin kenyaum espetáculo belo e seguro. Até o desastroso dia 1ºbwin kenyafevereirobwin kenya2003.

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O Columbia era o mais antigo ônibus espacial do programa iniciado pelos EUA no final da décadabwin kenya1970, tendo realizado até então 27 missões bem-sucedidas. Naquele diabwin kenyafevereiro, depoisbwin kenyapassar maisbwin kenya15 diasbwin kenyaórbitabwin kenyatorno da Terra numa missão científica, longe da Estação Espacial Internacional, a nave entrava na atmosfera a caminhobwin kenyaCabo Canaveral, no Estado da Flórida. A apenas 16 minutos da aterrissagem, o Columbia se despedaçou. Pouco depoisbwin kenyaperder contato com o centrobwin kenyacontrolebwin kenyaHouston, partes da nave riscaram o céu sobre o Estado do Texas.
"Perdemos o Columbia. Não há sobreviventes", disse o presidente George W. Bush, num sombrio pronunciamento à naçãobwin kenyaque confirmava a morte dos sete astronautas. O desastre, causado pelo descolamentobwin kenyaum pedaçobwin kenyaespuma do tanquebwin kenyacombustível que atingiu e danificou a asa esquerda da nave, durantebwin kenyadecolagem, levou à suspensão imediata dos voos dos ônibus espaciais.
Em 14bwin kenyajaneirobwin kenya2004, Bush anunciou a futura aposentadoria das naves e o fim do programa — que, entre suas inúmeras realizações colocarabwin kenyaórbita o telescópio Hubble,bwin kenya1990. Os EUA, disse o presidente, apenas cumpririam os compromissosbwin kenyaconclusão da Estação Espacial, previstos até 2010. As viagens com os ônibus seriam retomadasbwin kenya2005, com a volta do Discovery ao espaço, mas a missão do Atlantisbwin kenyamaiobwin kenya2011 seria a última do programa.
Os trabalhos e as estratégias da Nasa, a agência espacial americana, começavam a ser reinventados.

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As razões para o gradual fim do programa com os ônibus espaciais foram muitas, mas se resumiam a dois aspectos: segurança e, principalmente, custo. O então engenheiro da Nasa Mark Adler escreveubwin kenya2015, no sitebwin kenyaciência e tecnologia Gizmodo, que o programa era "caro demais".
"O ônibus nunca cumpriubwin kenyapromessabwin kenyaacessobwin kenyabaixo custo ao espaço graças à reutilização do sistema", disse Adler. "O ônibus e a Estação Espacial dominavam completamente o orçamento da Nasa para voos espaciais com seres humanos, a pontobwin kenyanão ser possível nenhum outro desenvolvimento significativo."
As consequências da progressiva aposentadoria dos ônibus espaciais foram significativas.
Primeiro, os EUA ficariam sem um veículo próprio para enviar astronautas ao espaço. Segundo, as limitações orçamentárias foram uma forte sinalização para a iniciativa privadabwin kenyaque, a partirbwin kenyaentão, o setor espacial estava aberto para visionários e ambiciosos empresários.
China, Europa e Marte
O mundo ainda se recuperava do chocante desparecimento do Columbia quando uma nova potência entrou na cena espacial.
Em 15bwin kenyaoutubrobwin kenya2003, a China colocoubwin kenyaórbita seu primeiro astronauta, Yang Liwei, um pilotobwin kenya38 anos da Força Aérea do país.
Depoisbwin kenyacontornar a Terra 14 vezes, durante 21 horas, embwin kenyanave Shenzhou, Yang pousou no norte da China e foi recebido como herói por cercabwin kenya600 pessoas da região. Com o feito, a China tornou-se apenas o terceiro país a colocar uma pessoa no espaço, depois da União Soviética e dos EUA, ambos nos anos 1960.

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"Os americanos estão muito preocupados", disse à BBC News na época o professor Phil Deans, especialistabwin kenyaChina da Universidadebwin kenyaLondres.
"Desde o fim da Guerra Fria, eles têm tido quase um completo monopóliobwin kenyair ao espaço. Agora tem muito mais concorrência."
A viagembwin kenyaYang ao espaço seria apenas o primeiro passo do ambicioso programa espacial chinês. Os objetivosbwin kenyaPequim incluíam a construçãobwin kenyauma estação espacial e a exploração da Lua.
Tambémbwin kenya2003,bwin kenyajunho, fora aberta a temporada marciana, impulsionada pelas movimentações no Sistema Solar.
Naquele período, Terra e Marte estariam mais pertos um do outro do que jamais haviam estado desde que se tinha registro, fazendo com que uma viagem durasse apenas sete meses.
No dia 2, a ESA (Agência Espacial Europeia) usou um foguete russo Soyuz, a partir do Cazaquistão, para lançarbwin kenyamissão Mars Express.
Após o bem-sucedido lançamento, a BBC News noticiava: "A Europa vai para Marte". Além do satélitebwin kenyamesmo nome, cujo objetivo era orbitar e investigar o planeta do alto, a missão incluía o módulo Beagle 2, que seria lançado sobre a superfície para coletar material e investigar a possibilidadebwin kenyavidabwin kenyaMarte.

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Aqueles fascinados pelo Planeta Vermelho mal tiveram tempobwin kenyase recuperar da euforia com o lançamento europeu. Uma semana depois, no dia 10, a Nasa usou um foguete Delta II para levar ao espaço o veículobwin kenyaexploração Spirit.
Continuando a tradição iniciadabwin kenya1997 com a missão Pathfinder, que incluiu o veículo Sojourner, o Spirit era um robô que passearia sobre o solo rochoso do planeta para aprender mais sobre ele.
"Temos muitos desafios pela frente, mas este lançamento correu tão bem, que estamos encantados", disse na época Pete Theisinger, gerentebwin kenyaprojetos das missões a Marte da Nasa.
Menosbwin kenyaum mês depois, um novo foguete Delta II partiu da Flórida levando um irmão gêmeo do Spirit, chamado Opportunity. Igual ao primeiro, o segundo robô enviado pela Nasabwin kenyamenosbwin kenyaum mês tinha como endereço um ponto diferentebwin kenyaMarte. Ambos investigariam a possibilidadebwin kenyater havido vida no planeta vizinho num passado distante.
Os lançamentos a Marte e o feito dos chineses servirambwin kenyaalíviobwin kenyaum ano que vinha marcado pela tragédia do Columbia. Como disse uma reportagem do site da rede americana NBCbwin kenya23bwin kenyadezembro, 2003 foi "o pior dos tempos e o melhor dos tempos" para a exploração espacial.
Haveria uma decepção extra, porém. No diabwin kenyaNatal, o módulo Beagle 2 deveria aterrissarbwin kenyaMarte e começar a enviar dadosbwin kenyavolta à Terra, seis dias depoisbwin kenyater se separado da sonda Mars Express, que orbitava o planeta.
Tudo parecia ir bem até que o Beagle 2 — um equipamento pequeno,bwin kenyamenosbwin kenya1 metrobwin kenyalargura — ficoubwin kenyasilêncio. Dois meses depois, ele seria dado como perdido, para a tristeza dos cientistas do programa europeu.
Missões inéditas
O sorriso voltaria logo aos rostos dos cientistas da agência europeia, mas por outro motivo. Em 2bwin kenyamarçobwin kenya2004, um foguete Ariane foi lançado na Guiana Francesa. Num projeto da ESA, o Ariane carregava a sonda Rosetta, cuja missão era das mais ousadas já imaginadas: alcançar, fotografar e estudar um cometa.
O plano, um projetobwin kenyacercabwin kenyaUS$ 1 bilhão, previa que a Rosetta viajasse 7 bilhõesbwin kenyaquilômetros na direção do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
Dez anos depois da partida, a sonda entrariabwin kenyaórbitabwin kenyatorno do 67P e lançaria um pequeno módulo embwin kenyasuperfície para estudarbwin kenyacomposição.
"A Rosetta é parte da nossa busca por conhecimento e nossos sonhos", afirmou o diretor-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain. O público, intrigado com a missão, ainda teriabwin kenyaesperar uma década para saber se o plano daria mesmo certo.
Em 19bwin kenyajaneirobwin kenya2006, foi a vezbwin kenyaa Nasa fazer algo que nunca fora feito antes. Após dois diasbwin kenyasuspense e adiamentos devido ao mau tempo, um foguete Atlas 5 partiubwin kenyaCabo Canaveral, na Flórida, carregando a sonda New Horizons.

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O destino: Plutão, o último planeta do Sistema Solar, misterioso como o Deus grego que inspirou seu nome. Alan Stern, um dos chefes da missão New Horizons, dizia que provavelmente a viagem mudaria muito do que se sabia sobre o planeta. "Eu acho emocionante que todos os livros didáticos terãobwin kenyaser reescritos", afirmou Stern, segundo o site Space.com.
A verdade é que os livros tiveram mesmobwin kenyaser reescritos, mas muito antesbwin kenyaa New Horizons enviar qualquer novidade sobre Plutão. Em agostobwin kenya2006, apenas sete meses depois do lançamento da sonda, cercabwin kenya2.500 cientistas reunidosbwin kenyaPraga (República Tcheca), durante encontro da União Astronômica Internacional, tomaram uma decisão dramática. Determinaram que, a partirbwin kenyaentão, Plutão não seria mais um planeta.
Diante da descobertabwin kenyaoutros corpos celestes que também circundavam nosso Sol e eram maiores que Plutão, os cientistas estabeleceram três principais critérios para determinar o que era um planeta.
Primeiro, ele precisaria orbitar uma estrela;bwin kenyasegundo, precisaria ter massa e tamanho suficientes para obter um formato redondo; e,bwin kenyaterceiro, precisaria ter uma órbita só sua, tendo forçado outros objetos a afastar-sebwin kenyaseu caminho.
A órbitabwin kenyaPlutão não é exclusiva, já que ele invade a do muito maior Netuno, portanto ele não sobreviveu à terceira exigência. Com isso, os cientistas decidiram que o longínquo planeta ganharia uma nova definição: planeta anão.
Águabwin kenyaMarte
Marçobwin kenya2004 foi mesmo um mês importante para os europeus. No dia 30, a ESA comunicou que a Mars Express havia detectado metano na atmosferabwin kenyaMarte. Em pequena quantidade, é verdade, mas o suficiente para que os cientistas voltassem a associar o vizinho da Terra àquela palavrabwin kenyaquatro letras que tanto entusiasma astrônomos e leigos: vida.

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A primeira hipótese sobre a origem do gás metano na atmosfera marciana era abwin kenyaque seria resultadobwin kenya"atividade vulcânica ou termo-hídrica", como explicoubwin kenyanota a agência europeia. No mesmo anúncio, a ESA lembrou que "na Terra, o metano é subprodutobwin kenyaatividade biológica, como a fermentação". Tal relação permitia considerar uma possível associação a alguma formabwin kenyavida alienígena, disse o técnico da ESA Vittorio Formisano: "Se tivermosbwin kenyaexcluir a hipótese vulcânica, nós ainda podemos considerar a possibilidadebwin kenyavida".
Os robôs Spirit e Opportunity continuavam se movimentando na superfície do Planeta Vermelho, enviando dados e imagens impressionantes.
Previstos originalmente para operar por no máximo 90 dias, os dois ultrapassaram um anobwin kenyamissão e no iníciobwin kenya2006 chegaram ao segundo aniversáriobwin kenyasolo marciano. Na mesma época, a festa humanabwin kenyaMarte ficou ainda mais animada com a chegada à órbita marciana da sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter).
Lançada pela Nasabwin kenyaagostobwin kenya2005, a MRO era mais um parbwin kenyaolhos eletrônicos observando a superfície vermelha do alto — um céu cada vez mais movimentado.
No entanto, enquanto Spirit e Opportunity investigavam possíveis sinaisbwin kenyavidas passadas, a MRO tinha uma principal coisabwin kenyamente: água, especialmentebwin kenyaestado líquido.
Segundo a Nasa, seus instrumentos iriam "obter fotos da superfície marcianabwin kenyabembwin kenyaperto, analisar minérios, procurar água sob a superfície", entre outras tarefas necessárias para decifrar o histórico da presença do líquido. A Nasa parecia confiantebwin kenyaque havia chancebwin kenyahaver água no mundo desértico marciano — e tinha razão.
O trabalho da MRO seriabwin kenyacerta medida uma continuação do que fazia a sonda MGS (Mars Global Surveyor), lançadabwin kenya1996 e que ficoubwin kenyaórbita por incansáveis dez anos.
Antesbwin kenyase aposentarbwin kenyavez, a MGS produziu imagens da superfície que levaram cientistas da Nasa a uma grande descoberta. Em 2006, eles disseram que marcas na superfície marciana, algo como grandes escoadouros, haviam aparecido recentemente, depoisbwin kenya1999. Segundo eles, era grande a chancebwin kenyaque haviam sido feitos pela passagembwin kenyaágua saída do interior das montanhas.
A tese foi questionada por especialistas, para quem avalanches causadas por rochas eram a causa mais provável das marcas, mas retornou anos depois, com ainda mais força.

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Em setembrobwin kenya2015, veio a grande notícia. A Nasa informou que novos dados coletados pela sonda MRO indicavam que era mesmo água a responsável pelas marcas registradas superfíciebwin kenyaMarte, dependendo da época do ano e das condições.
"Marte não é o planeta seco, árido que pensávamos no passado", disse o cientista da Nasa James Green. "Sob certas circunstâncias, águabwin kenyaestado líquido foi encontradabwin kenyaMarte."
A descoberta da MRO foi possível graças a umbwin kenyaseus equipamentos, chamado Crism, que conseguia determinar a composição químicabwin kenyamateriais na superfície do planeta. O Crism conseguiu estabelecer que os caminhos deixados no relevo marciano eram cobertos por sais — percloratobwin kenyamagnésio, clorato e cloreto —, que porbwin kenyavez criavam condições para que a água se mantivesse líquida por tempo suficiente para percorrer um trecho da superfície. Mais champanhe na Nasa.
Três anos depois, mais águabwin kenyaMarte, agora subterrânea. Dessa vez a sonda europeia Mars Express, que como a MRO orbitava o planeta, foi a responsável pelas boas novas.
O radar da nave identificou um grande lago subterrâneo,bwin kenyacercabwin kenya20 quilômetrosbwin kenyaextensão, no polo sulbwin kenyaMarte, a 1,5 quilômetrobwin kenyaprofundidade. Foi a primeira vez que um foco permanentebwin kenyaágua líquida existente no planeta foi encontrado — e não ficaria apenas nisso.
Em 2020, a ESA anunciou que outros três lagos subterrâneos na mesma região haviam sido identificados.
Na superfície, os avanços no conhecimento sobre a atmosfera, o solo e o subsolobwin kenyaMarte ganharam impulso e emoção com chegadabwin kenyaum módulo ainda mais moderno a Marte: o Curiosity.
Enviado ao planeta pela Nasabwin kenya2011, o Curiosity era maior, mais completo e mais robusto que qualquer umbwin kenyaseus antecessores. Com três metrosbwin kenyacomprimento e quase trêsbwin kenyalargura, o novo robô chegou com a autoridadebwin kenyaum carro feito para circular pela superfície árida dourada.
Aterrissoubwin kenyaagostobwin kenya2012 e gerou renovado interesse no mundo todo pelas aventuras marcianas da humanidade, ocupando a capa da influente revista americana Timebwin kenyaagostobwin kenya2012. "O que podemos aprender com um robô distante 154 milhõesbwin kenyamilhas", dizia a publicação.
Como se esperava, aprendeu-se muito. Em primeiro lugar, as imagens que o Curiosity passou a enviar para a Terra eram impressionantes.

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Chamavam a atençãobwin kenyamuitos seus auto-retratos — ou "selfies" —, produzidos com seu eficiente braço mecânico — o equivalente a um "paubwin kenyaselfie".
Como para concluir cada auto-retrato o robô da Nasa precisava produzir 86 imagens, já que as fotos registravam apenas uma área pequena do módulo, a foto final não exibia o braço mecânico, dando a impressãobwin kenyaque alguém mais teria produzido a fotografia. No que realmente importava,bwin kenyamissão, o Curiosity também não decepcionou.
O robô-carro fora a Marte para investigar a possibilidadebwin kenyao planeta já ter abrigado alguma formabwin kenyavida, ebwin kenya2018 fez seu maior avanço.
Em junho daquele ano, a Nasa anunciou que o Curiosity havia descoberto "antigo material orgânico",bwin kenyarochasbwin kenya3 bilhõesbwin kenyaanos na superfície, e "misterioso metano" na atmosfera, reforçando a descoberta anterior dos europeus.
"Embora comumente associadas com a vida, moléculas orgânicas também podem ser criadas por processos não-biológicos e não são necessariamente indicadoresbwin kenyavida", explicou a Nasa.
Não eram garantiabwin kenyavida. Tampouco as várias sondas e robôs enviados ao Planeta Vermelho fotografaram alienígenas verdes embwin kenyasuperfície. As missões da MRO, da Mars Express, do Curiosity e outras, porém, foram sem dúvida alguns dos maiores sucessos espaciais,bwin kenyapúblico e crítica, do início do século.
Fronteira final
A exploração espacial também aproximou mais a humanidade do espaço longínquo — a chamada fronteira final. Em setembrobwin kenya2013, uma equipe da Nasa anunciou que a sonda Voyager-1, lançada ao espaçobwin kenya1977, já estava numa região interestelar - entre diferentes estrelas. Ou seja, ela havia saído do nosso sistema solar.
Apesarbwin kenyaconfirmada apenas naquela data, a passagem ocorrerabwin kenyaagostobwin kenya2012, a primeira vez na história que um objeto fabricado pelo ser humano saía da área dominada pelo nosso Sol.
Na época, o professorbwin kenyaciência e mídia da Universidadebwin kenyaLincoln Chris Riley disse à BBC News: "Um feito como esse pode ser a maior coisa que nós, seres humanos, jamais consigamos realizar, um monumento à nossa existência que pode durar mais que a própria civilização".

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Seis anos depois,bwin kenyanovembrobwin kenya2018, foi a vez da Voyager-2,bwin kenyasonda gêmea. Lançada tambémbwin kenya1977, duas semanas antes da Voyager-1, a sonda fez um caminho mais longo até se lançar rumo à fronteira final, na direçãobwin kenyaoutras estrelas e sistemas.
A Voyager-2 encontrava-se então a 18 bilhõesbwin kenyaquilômetros da Terra, viajando a 54 mil km/h, enquantobwin kenyasonda irmã já estava a 22 bilhõesbwin kenyaquilômetrosbwin kenyanosso planeta, viajando a 61 mil km/h.
Desde então, ambas desbravam uma área completamente nova, numa viagem para qual nem haviam sido preparadas — suas missões envolviam os estudos dos planetas mais distantes do sistema solar.
Com as duas Voyagers no espaço interestelar, outro acontecimento lembrou a todos na Terra dos mistériosbwin kenyapontos distantes do universo.
Em 2016, cientistas anunciaram ter identificado ondas gravitacionais geradas pela colisão entre dois buracos negros — o que causou uma dobra do chamado "espaço-tempo", central na teoria da relatividade do alemão Albert Einstein (1879-1955).
A descoberta, feita pela equipe do projeto americano Ligo Scientific Collaboration, foi vista como uma comprovação da teoriabwin kenyaEinstein, cem anos depoisbwin kenyasua publicação final,bwin kenya1916.
"É a primeira vez que o universo falou conosco por intermédiobwin kenyaondas gravitacionais. Até agora, nós estávamos surdos", disse David Reitze, diretor-executivo do Ligo, criado para estudar esse tema e explorar os fundamentos físicos da gravidade.
Como diria Spock, fascinante! No entanto, talvez o que muitos quisessem mesmo era ver um buraco negro, saber como ele é. Pois isso foi possível três anos depois.

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Em 2019, pela primeira vez na história foi captada a imagem desse que é um dos elementos mais enigmáticos do universo. "Um buraco negro é um objeto extremamente denso do qual nenhuma luz consegue escapar", dissebwin kenyaforma didática o comunicado da agência americana que anunciou a imagem,bwin kenyaabrilbwin kenya2019, para depois mergulhar no que soa como ficção científica.
"Qualquer coisa que chegue ao 'horizontebwin kenyaeventos' do buraco negro, seu ponto sem volta, será consumido, para nunca mais voltar, por causa da gravidade inimaginavelmente forte do buraco negro."
A incrível fotografia desse assustador devoradorbwin kenyamatéria mostrava um buraco negro no centro da galáxia Messier 87, ou M87, localizada a 55 milhõesbwin kenyaanos-luz da Terra — ou seja, viajando à velocidade da luz, seriam necessários 55 milhõesbwin kenyaanos para chegar a ela.
A imagem rodou o mundo, revelando seu centro escuro, cercado por um anel laranja e avermelhado, ardente como fogo. Na base do círculo, um trecho mais intenso parecia compor um sorriso. O tamanho do buraco negro era tão impressionante quanto a distância: 6,5 bilhõesbwin kenyavezes a massa do nosso Sol.
Para conseguir obter uma imagem desse tipo, antes se acreditava que seria necessário construir um gigantesco telescópio apenas para esse objetivo.
Mas a missão foi cumpridabwin kenyaforma mais criativa: com o projeto Event Horizon Telescope, ou EHT, que reuniu oito telescópios baseadosbwin kenyadiferentes regiões da Terra.
Combinados, eles atuaram como um telescópio do tamanho do nosso planeta. "É um sonho realizado", disse à BBC News o chefe do EHT, Heino Falcke. "Você pensa nisso por 20 anos, e aí você finalmente vê, e se parece como nos seus sonhos."
Cometa e Plutão
A segunda década do século 21 trouxe recompensas por esforços feitos na primeira.
Dez anos apósbwin kenyapartida num foguete Ariane, a sonda Rosetta, da agência espacial europeia, alcançava seu mais importante objetivo: orbitar um cometa.
"Depoisbwin kenyauma jornadabwin kenyauma década buscando seu alvo, a Rosetta, da ESA, tornou-se hoje a primeira nave espacial a se encontrar com um cometa, abrindo um novo capítulo na exploração do Sistema Solar", disse o orgulhoso comunicado da ESA,bwin kenya6bwin kenyaagostobwin kenya2014.
" O cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko e a Rosetta estão agora a 405 milhõesbwin kenyaquilômetros da Terra, no meio do caminho entre as órbitasbwin kenyaJúpiter e Marte, correndo na direção do Sistema Solar interior a quase 55 mil km/h."
Viajando a uma distânciabwin kenyaapenas 100 quilômetros do cometa — a órbita chegaria a 50 quilômetros —, a Rosetta começava a enviar imagens surpreendentesbwin kenyaseu relevo.
Uma das pontas do 67P/Churyumov-Gerasimenko logo ficou conhecida como "bicobwin kenyapato", devido a seu formato. O momento mais esperado da missão, porém, viriabwin kenyanovembro do mesmo ano.

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Em novembrobwin kenya2014, a Rosetta lançou sobre o 67P o módulo Philae, a primeira vez na história que um objeto artificial pousou num cometa.
O pouso não foi dos mais suaves, e o Philae acabou caindo sobre o relevo e se instalando num ponto relativamente encoberto.
Comunicou-se e enviou informações por três dias, incluindo algo que entusiasmou os cientistas: o módulo identificara a presençabwin kenya"moléculas orgânicas" na fina atmosfera do 67P, incluindo compostos ricosbwin kenyacarbono e nitrogênio.
A descoberta reforçou a tesebwin kenyamuitosbwin kenyaque cometas podem ter tido um papel essencial no desenvolvimentobwin kenyavida na Terra, ao espalhar componentes orgânicos necessários para seu surgimento.
"Cometas poderiam entregar esses requerimentos necessários para vida pelo Sistema Solar. Como você 'cozinha' o sistemabwin kenyauma forma que nós finalmente emergimos, vivendo num planeta como a Terra, é uma outra questão", disse à BBC News o professor David Southwood, que trabalhou no projeto da sonda Rosetta.
"Mas os cometas ou estão carregando o que é às vezes chamadobwin kenya'panspermia', entregando vida, ou o material estava lá ebwin kenyaalguma forma acabou chegando ao nosso planeta."
Sem energia devido abwin kenyaposição, que dificultava a entradabwin kenyaluz do Sol para alimentar seus painéis solares, após três dias o Philae ficoubwin kenyasilêncio,bwin kenyaestadobwin kenyahibernação.
O cometa seguia na direção do Sol, e sete meses depois o módulo despertou, com baterias recarregadas. Ficou ativo por cercabwin kenyaum mês, entre junho e julhobwin kenya2015, quando voltou a ficarbwin kenyasilêncio, desta vez para sempre.

Crédito, ESA
Um ano depois, o Philae foi oficialmente desligado, o que gerou mensagens carinhosasbwin kenyaadeus nas redes sociais.
No iníciobwin kenyasetembrobwin kenya2016, a Rosetta, semanas antesbwin kenyaconcluirbwin kenyamissão, enviou uma imagem que solucionou o mistério sobre o destino do módulo. "O Philae foi encontrado!", dizia o título do comunicado da europeia ESA.
A foto mostrava, num canto da imagem, a pequena estrutura metálica,bwin kenyaapenas 1 metrobwin kenyalargura e extensão, num ponto relativamente escuro da superfície, no que parecia a entradabwin kenyauma gruta.
No fim daquele mês, a missão e a própria Rosetta chegariam ao fim. A sonda lançou-se contra o 67P/Churyumov-Gerasimenko, não num pouso leve, mas num choque, planejado para colocá-la forabwin kenyaoperação.
A agência americana Nasa também colheu os frutosbwin kenyauma ousada e longa missão iniciada na década anterior. O rebaixamentobwin kenyaPlutão à categoriabwin kenyaplaneta anão não reduziu a empolgação com a viagembwin kenyanove anos da sonda New Horizons ao limite do Sistema Solar, pelo contrário.
Os cientistas da Nasa sabiam que a sonda revelaria imagens e dados incríveis sobre esse pequeno corpo celeste, localizado a maisbwin kenya6 bilhõesbwin kenyaquilômetros da Terra e sobre o qual pouco se sabia. Ninguém imaginava, porém, encontrar um coração.

Crédito, NASA
Até julhobwin kenya2015, quando a sonda enviou suas primeiras fotos feitas durantebwin kenyapassagem pelo ex-planeta, a melhor imagembwin kenyaPlutão disponível fora feita pelo telescópio Hubblebwin kenya2003.
Ela mostrava uma esfera sem definição ou relevo, e o mundo que a New Horizons revelou era muito mais definido e interessante.
Exibidobwin kenyadetalhes pela primeira vez, Plutão continha montanhas com maisbwin kenya3 mil metrosbwin kenyaaltura, largas planícies e uma região no formatobwin kenyaum enorme coração.
Imediatamente identificada como o traço mais marcante da superfície, o coração recebeu o nomebwin kenyaTombaugh Regio,bwin kenyahomenagem a Clyde Tombaugh, o astrônomo quebwin kenya1930 descobriu Plutão.
Com a exploraçãobwin kenyaum cometa ebwin kenyaPlutão, a humanidade esclarecia dois mistérios ainda não desvendados do Sistema Solar, agora mais explorado do que nunca.
China e espaço privatizado
O sucesso da exploração do Sistema Solar por meiobwin kenyasondas e módulos não eliminou a fascinação exercida pelo enviobwin kenyapessoas para fora da Terra.
As temporadasbwin kenyaastronautas na Estação Espacial Internacional continuaram, com o usobwin kenyanaves russas Soyuz, produzindo fotos e vídeos impressionantes do cotidiano humano na órbita terrestre.
Desdebwin kenyainauguração,bwin kenyadezembrobwin kenya1998, até o fimbwin kenya2020, a estação recebeu 101 missões tripuladas, 94 delas no século 21. Alémbwin kenyaamericanos e russos, estiveram na instalação astronautasbwin kenyapaíses como Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão, numa verdadeira experiência internacional.
A conquista espacial, porém, avançavabwin kenyaritmo acelerado num projeto paralelo. Provavelmente ainda na décadabwin kenya2020, a Estação Espacial Internacional deveria deixarbwin kenyaser a única residência humana fora da Terra, com a construção da estação chinesa.
O feito seria o resultadobwin kenyaduas décadasbwin kenyaconquistas espaciais da China. Desde o enviobwin kenyaseu primeiro cidadão ao espaço,bwin kenya2003, Pequim continuou colocando mais pessoasbwin kenyaórbita, inclusive a primeira mulher chinesa, Liu Yang,bwin kenya2012.
No ano seguinte, o país enviou uma nave à Lua, onde deixou um módulo lunar e para onde enviou novas missões não tripuladas,bwin kenya2019 e 2020. Esta última, com Chang'e-5,bwin kenyadezembrobwin kenya2020, trouxebwin kenyavolta amostras do solo lunar e plantou a bandeira da República Popular da China na superfície do satélite natural da Terra - apenas o segundo país a deixarbwin kenyaflâmula, após os Estados Unidos,bwin kenya1969.
Enquanto o Estado chinês abraçavabwin kenyaexploração do espaço, o abandono dos ônibus espaciais pelos Estados Unidos criou novas oportunidades para o setor privado.
Desde 2011, por nove anos os americanos dependera das naves russas para visitar a estação espacial, e o futuro novo veículo americano para viagens espaciais não viria da Nasa. Seria um empreendimento privado.
Em 30bwin kenyamaiobwin kenya2020, num primeiro voo com tripulação reduzida, o foguete Falcon 9 levou a cápsula Crew Dragon para a estação espacial, com dois astronautas a bordo.
Foi o primeiro voo espacial tripulado a partirbwin kenyasolo americano, com nave do próprio país,bwin kenyanove anos. A missão foi concluídabwin kenyaagosto, quando a nave voltou à Terra. Numa nova viagem, a dupla Falcon e Crew Dragon, projetada e construída pela empresa americana Space X, transportaria uma tripulaçãobwin kenyaquatro pessoas à estaçãobwin kenyanovembrobwin kenya2020.

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Fundadabwin kenya2002 pelo empreendedor Elon Musk, dono da fabricantebwin kenyaveículos elétricos Tesla, a Space X desenvolveu vários avanços tecnológicos. Entre eles, a capacidade do foguete Falcon 9bwin kenyaretornar ao solo, pousando verticalmente minutos após o lançamento e liberação da nave, permitindo seu reaproveitamento.
A Space X também está no centro do projetobwin kenyaMuskbwin kenyaenviar os primeiros humanos a Marte, missão que,bwin kenya2020, ele considerava ser possível realizar talvez jábwin kenya2026. "Se tivermos sorte, talvez daqui a quatro anos", disse Musk - ou seja, 2024.
Menos ousado, mas não menos fascinante, era o projetobwin kenyaoutra empresa privada que encontrou no setor espacial, a Virgin, do empresário britânico Richard Branson.
A Virgin Galactic, empresa do grupo dedicada aos projetos fora da Terra, desenvolveu uma nave dedicada ao turismo espacial, a VSS Unity. Aindabwin kenyafasebwin kenyatestes no finalbwin kenya2020, a Unity deverá levar turistas para a mesosfera - a camada da atmosfera terrestre acima da estratosfera. De lá, os passageiros terão uma vista do planeta e do espaço, sem gravidade - muitos já compraram a passagem.
Enquanto isso, outras partes do mundo lançavam-se para fora do planeta, entre eles a Índia, com seu programabwin kenyaexploração da Lua, e os Emirados Árabes Unidos, quebwin kenya2020 enviaram uma sonda rumo a Marte.
Da tragédia com o Columbia à movimentada ocupaçãobwin kenyaMarte, a visita a um cometa e a entrada no espaço interestelar, o início do século 21 foi do drama a conquistas históricas.
Lançou a humanidade mais rapidamente para o futuro, enquanto aumentou nosso conhecimento sobre as origens do Sistema Solar e do próprio universo. Comprovou, caso ainda houvesse dúvidas, que a aventura humana além da Terra estava só começando.
Este artigo é parte da série "21 Histórias que Marcaram o Século 21", da BBC News Brasil.

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