Afeganistão: família explica por que prefere o Talebã no poder:slot free download

Shamsullah apresentou a mãe dele, Goljuma. Ele disse que ela tinha 65 anos. A mulher estava envolta num longo xale que cobriaslot free downloadcabeça e corpo, até o joelho. Uma pequena abertura na altura dos olhos permitia que ela enxergasse.

Às vezes, eu conseguia ver,slot free downloadrelance, umslot free downloadseus olhos, ou uma parte do nariz. A vozslot free downloadGoljuma era forte, quando ela falavaslot free downloaduma vida cheiaslot free downloadtristezas e da guerra que destruiuslot free downloadvida e matou seus quatro filhos mais velhos. Shamsullah, o mais novo, foi o único que restou. Ele tem 24 anos, mas seu rosto é oslot free downloadalguém dez anos mais velho.

O primeiro filho que Goljuma perdeu, há 11 anos, foi Zia Ul Huq. Ele era um combatente pelo Talebã. "Meu filho se juntou ao Talebã porque acreditava que os americanos queriam destruir o Islã e o Afeganistão", disse.

Outros três filhos morreram num intervaloslot free downloadalguns mesesslot free download2014. Quadratallah foi morto num ataque aéreo. Hayatullah e Aminullah foram pesos pela polícia numa busca à casa da família. Shamsullah disse que seus irmãos foram forçados a se alistar e servir no exército, onde morreram.

Como único sobrevivente, Shamsullah disse que Deus decidiu que ele deveria assumir a responsabilidade pela família. "Você já tentou equilibrar cinco melões numa única mão? É assim que me sinto", contou. Suas obrigações incluem garantir o bem-estarslot free downloadZia, viúva do seu irmão mais velho que era combatente do Talebã.

"Eu sinto falta dos meus irmãos", disse Shamsullah. "A esposa do meu irmão mais velho se casou com meu segundo irmão mais velho quando ele morreu. Quando ele também foi morto, meu terceiro irmão se casou com ela. Quando morreu, meu quarto irmão se casou com ela. E eu me casei com ela quando esse meu último irmão foi morto."

Em 2010, Marjah foi escolhida como a cidade da primeira operaçãoslot free download"reforço" das tropas dos EUA no Afeganistão, ordenada pelo então presidente Barack Obama. A ideia era que o aumento dos efetivos militares promovesse ataquesslot free download"nocaute" que mudariam o curso da guerraslot free downloadmaneira decisivaslot free downloadfavor do governoslot free downloadCabul e das forças estrangeiras que o apoiavam.

"À medida que expulsamos o Taleban, não há nada alémslot free downloadum futuro brilhante pela frente: boas escolas, bons hospitais, um mercado livre", previu um comunicado militar dos EUA naquele ano. Os camposslot free downloadalgodão e produçãoslot free downloadópioslot free downloadMarjah se tornaram um pesadelo para as tropas estrangeiras que combatiam os insurgentes talebãs.

Três meses após a operação, o comandente-geral dos EUA Stanley McChrystal disse que Marjah era uma "úlcera sangrando".

'Destruíram o país'

Goljuma revela desprezo pelos líderes ocidentais que diziam estar tentando fazer do Afeganistão um lugar melhor para o povo. "Não sei nada sobre a missão deles. Eles destruíram o país", disse ela. Ela também demonstrou ceticismo quando perguntei sobre as oportunidades e direitos que as mulheres adquiriram e que agoram estavam arrasadasslot free downloadperder.

"Muitosslot free downloadnós sofremos quando eles estavam aqui. Eles mataram nossos maridos, irmãos, filhos", disse. "Eu gosto do Talebã porque eles respeitam o Islã. Mulheres como eu não são como as mulheresslot free downloadCabul." Ela afirmou que antesslot free downloado Talebã vencer todos tinham medo do grupo. Agora, estão aliviados com o fim da guerra, diz.

Uma dúvida, porém, é se Goljuma estava falando livremente e expressandoslot free downloadopinião. O escritórioslot free downloadimprensa do Talebã insistiu que a equipe da BBC viajasse com um segurança armado do grupo e um tradutor que eles aprovaram, como condição para permitir nossa presençaslot free downloadHelmand.

Se eles não estivessem lá, talvez ouvíssemos mais sobre o medo que o Talebã provocaslot free downloadvários afegãos. Mas eu não duvidei da sinceridadeslot free downloadGoljuma quando ela condenou a destruição da agricultura tradicionalslot free downloadHelmand pelos exércitos mais poderosos do mundo, e do sofrimento dela pela morteslot free downloadquatro filhos.

Em 2001, pouco tempo depois dos ataquesslot free download11slot free downloadsetembro nos Estados Unidos, tropas americanas, britânicas eslot free downloadoutros países aliados invadiram o Afeganistão com uma missão clara: destruir a al-Qaeda e punir o Talebã por dar cobertura ao grupo responsável pelos atentados terroristas.

O que ocorreu depois é que é mais difícilslot free downloadentender e justificar: uma guerra invencível que afetou tudo o que tentaram fazer para melhorar as vidas dos afegãos.

Desenvolvimento, como democracia, não pode vir do canoslot free downloaduma arma. O Ocidente obteve vitórias no caminho. De fato, uma geração urbanaslot free downloadhomens e mulheres recebeu educação e tiveram seus horizontes transformados. Mas esses benefícios não alcançaram os pobresslot free downloadmenor escolaridade no interior do país, como a famíliaslot free downloadGoljuma.

Ascensão do Talebãslot free download1996 e agora

Quando o Talebã alcançou o poderslot free download1996, eles usaram a violência para implementar suas crenças religiosas e culturais. Agora, a maioria dos afegãos é muito jovem para se lembrar dos anos anteriores ao 11slot free downloadsetembro e a invasãoslot free downloadtropas estrangeiras.

Em Lashkar Gah, jovens talebãs reagiram às câmeras da BBC retirando seus celulares, nos filmando e tirando selfies com os estrangeiros da equipe. Acesso a internet pelo celular é barato aqui. Nosso segurança talebã assistia ao serviço afegão da BBC por um smartphone. O mundo está aberto para elesslot free downloaduma maneira que não estava na décadaslot free download1990, quando o Talebã baniu acesso a televisão.

Os combatentes no grupo não são mais meninos que cresceram sem conhecimento do mundo exterior. O Talebã vai forçar seus próprios lutadores, quanto mais o resto da população, a desistir dos smartphones, da internet eslot free downloadum mundo que os atrai?

Desta vez, pode ser mais difícil isolar e quebrar o país.

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