'Eu era um policial corrupto que vendia drogas':zebet klantenservice

'... um presozebet klantenserviceuma prisão federal'", finaliza o robô.

O ex-sargento do Departamentozebet klantenservicePolíciazebet klantenserviceBaltimore, Wayne Jenkins, atualmente preso sob o número 62928-037zebet klantenserviceuma prisão federalzebet klantenserviceKentucky, está na linha. Até este ponto, eu só tinha ouvido Jenkinszebet klantenservicegravações secretamente gravadas do FBI (polícia federal americana), ligações telefônicas grampeadas, imagenszebet klantenservicecâmeras corporais e na audiênciazebet klantenservicejunhozebet klantenservice2018, quando um juiz federal o sentenciou a 25 anoszebet klantenserviceprisão. Foi surreal ouvir a voz dele falando comigo".

"Há quase quatro anos, tenho feito reportagens sobre Jenkins e o esquadrãozebet klantenserviceelite da Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas que ele liderou. Ele e seis membros dessa unidade agora estão sentados na prisão federal por crimes incluindo conspiração, extorsão e roubo, todos cometidos sob o pretextozebet klantenserviceum trabalho policial legítimo.

Eles roubaram drogas e dinheiro. Também venderam drogas e armas apreendidas nas ruas, plantaram evidências nas pessoas e até mesmo cometeram invasões domiciliares".

Saiba mais

Em 2018, Jessica escreveu um artigo que detalhou o julgamento explosivozebet klantenserviceum tribunal federalzebet klantenserviceBaltimore que revelou os crimes da unidade.

Ela então transformou essa históriazebet klantenserviceuma nova sériezebet klantenservicepodcasts chamada Bad Cops, divididazebet klantenservicesete partes, que você pode ouvir na íntegra,zebet klantenserviceinglês, neste link.

Ao longo dos anos, escrevi várias vezes a todos esses ex-policiais na prisão, pedindo-lhes que me ajudassem a compreender seus crimeszebet klantenservicetirar o fôlego. Minha esperança - talvez ingênua - era azebet klantenserviceque ouvir um desses homens falar abertamente sobre como ele passou para o lado negro ajudasse o público a entender melhor a corrupção casual do dia a dia, que pode acontecer entre os profissionais dessa categoria. Eu esperava que isso pudesse estimular uma discussão mais honesta sobre o que é necessário para iniciar uma reforma, ou mesmo redefinir o que significa ser um policial nos Estados Unidos.

De todos os sete homens, a última pessoa que pensei que concordariazebet klantenservicedar uma entrevista seria Jenkins, o "meninozebet klantenserviceouro" do Departamentozebet klantenservicePolíciazebet klantenserviceBaltimore. Como líder da unidade, ele recebeu a mais longa sentençazebet klantenserviceprisão e as autoridades federais que processaram o esquadrão o consideraram o membro mais culpado. Ele nunca tinha dado uma entrevista pública desde que foi preso.

E, no entanto, aqui estamos nós, eu no meu "estúdio" do armário e ele na frentezebet klantenserviceuma filazebet klantenservice20 a 30 outros presos, todos esperandozebet klantenservicevezzebet klantenservicefalar ao telefone da prisão. Não tenho ideia do que ele quer dizer, ou por que, depoiszebet klantenservicequatro anos, ele está quebrando o silêncio.

"Tudo o que eu digo a você, vou passar no polígrafo", diz Jenkins perto do início do primeiro telefonema. "Estarei por 25 anos na prisão, não há razão para mentir".

No dia 1ºzebet klantenservicemarçozebet klantenservice2017, o sargento Wayne Jenkins e seiszebet klantenserviceseus oficiais subordinados da Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas entraram no prédiozebet klantenserviceAssuntos Internos do Departamentozebet klantenservicePolíciazebet klantenserviceBaltimore, acreditando que estavam lá para esclarecer uma pequena reclamação sobre um veículo danificado.

Antes disso, eles foram elogiados como alguns dos melhores policiais armados da cidade - apreendendo dezenaszebet klantenservicearmas ilegais todos os meses e demonstrando uma "éticazebet klantenservicetrabalho irrepreensível", nas palavraszebet klantenserviceum supervisor. Jenkins era uma estrelazebet klantenserviceascensão no departamento por causa da capacidade delezebet klantenservicefazer regularmente grandes apreensõeszebet klantenservicedrogas e armas.

Mas quando os policiais saíram dos elevadores no segundo andar do prédio, foram recebidos por uma equipe da SWAT do FBI. Os sete policiais foram imediatamente algemados.

Descobriu-se que agentes federais mantiveram a unidade sob vigilância por meses. Usando grampos telefônicos e dispositivoszebet klantenservicegravação ocultos, eles acumularam uma riquezazebet klantenserviceevidências que mostravam que os policiais estavam roubando cidadãos, preenchendo centenaszebet klantenservicehoras extras que nunca trabalharam, roubando drogas e até mesmo vendendo armas ilegais nas ruas.

Cinco dos ex-oficiais, incluindo Jenkins, se declararam culpados. Mas dois se disseram inocentes e foram a julgamento, que cobri para a BBC. Foi lá que toda a extensão da má conduta dos policiais se tornou pública.

Em janeirozebet klantenservice2018, uma longa listazebet klantenservicevítimas se manifestou - muitas tinham ligações com o tráficozebet klantenservicedrogas - e contaram histórias angustianteszebet klantenservicecomo foram roubadas pelos policiais durante abordagens aos carros delas e buscaszebet klantenservicesuas casas. Algumas tentaram reclamar, mas foram ignoradas. Shawn Whiting, um homem cuja casa foi roubadazebet klantenserviceUS$ 16 mil (R$ 87 mil) e um quilo e meiozebet klantenserviceheroína, testemunhou que sabia que, como traficantezebet klantenservicedrogas,zebet klantenservicepalavra contava muito menos do que a dos policiais.

"Eu não fiz uma denúncia pelo simples fatozebet klantenserviceque eu sabia que (o tribunal) iria acreditar neles e nãozebet klantenservicemim", disse ele ao júri.

Vários dos ex-oficiais também tomaram posição - agora vestindo macacões da prisãozebet klantenservicevezzebet klantenserviceuniformes - e detalharam as táticas incentivadas por seu líder, Jenkins. Eles testemunharam que Jenkins disse para carregarem armaszebet klantenservicear comprimido para plantarzebet klantenservicealguém, caso ferissem ou matassem uma pessoa desarmada. Contaram também que ele frequentemente retirava grandes quantidadeszebet klantenservicedrogaszebet klantenservicesuspeitos sem apresentá-las à salazebet klantenserviceapreensões da polícia. Dois policiais disseram que ele falou abertamente sobre fazer invasões domiciliares a traficanteszebet klantenservicedrogaszebet klantenservicealto escalão que ele chamouzebet klantenservice"monstros", por causa da quantidadezebet klantenservicedrogas e dinheiro que ele esperava que tivessem escondidozebet klantenservicesuas casas.

Uma das testemunhas mais surpreendentes foi um homem chamado Donald Stepp, um fiador, que revelou que estava repassando drogas que Jenkins vendeu para ele. Ele disse que, juntos, eles arrecadaram cercazebet klantenserviceUS$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões)zebet klantenservicenarcóticos.

"Era uma fachada para uma empresa criminosa", disse Stepp sobre a Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas. "Era óbvio para mim, quando estava pegando milhõeszebet klantenservicedólareszebet klantenservicedrogas do Departamentozebet klantenservicePolíciazebet klantenserviceBaltimore e vendendo-as, que... este não é um departamentozebet klantenservicepolícia normal."

Stepp testemunhou que o acordo era tão lucrativo que ele persistiu por anos anteszebet klantenserviceser presozebet klantenservicedezembrozebet klantenservice2017.

"Estou aqui por causa da ganância", disse ele. "É simples assim."

Jenkins não testemunhou no julgamento, maszebet klantenservicecerta forma foi a estrelazebet klantenservicetodo o processo.

Após três semanaszebet klantenservicedepoimentos surpreendentes, o júri considerou os dois policiais restantes culpados. Os sete agora estãozebet klantenserviceprisões federais espalhadas por todo o país. A sentença mais longa foi aplicada a Jenkins: 25 anos. Ele deve deixar a cadeia apenaszebet klantenservice2038.

Depois que ele foi enviado para a prisão federal, escrevi cartas a Jenkins, uma vez por ano - junto com muitos outros jornalistas, autoreszebet klantenservicelivros, produtores e documentaristas - solicitando uma entrevista. Nunca tive resposta, e ele também não parecia estar respondendo a mais ninguém.

Presumi que ele nunca aceitaria.

No verão passado, quando eu estava terminando o trabalhozebet klantenservice"Bad Cops", um e-mail estranho apareceu na minha caixazebet klantenserviceentrada. A mensagem dizia: "Saudações. Sou Agente e Representante do Sr. Jenkins. Entrezebet klantenservicecontato comigo."

Um estranho ir e vir com um homem que costumava ser companheirozebet klantenservicecelazebet klantenserviceJenkins terminou comigo no meu armário, esperando por aquela ligação.

Na escuridão, vejo o número da centralzebet klantenserviceprisões iluminar a tela do meu celular.

"Oi, senhora", diz Jenkins quando atendo. "Aqui é o Wayne."

Na prisão federal, os presidiários só podem falar ao telefone durante 15 minutos antes que a linha seja cortada automaticamente. Tenho tantas perguntas a fazer e não tenho certeza se esta será minha única oportunidadezebet klantenservicefalar com ele.

"Especialmente porque estamos com pouco tempo, há alguma coisa que você queira dizer logozebet klantenservicecara?" Eu pergunto.

"De cara, não vivíamos luxuosamente. Eu viviazebet klantenservicemaneira modesta, não enriquecemos", ele responde. "Eu nunca tive (reclamaçõeszebet klantenserviceroubo) porque nunca tirei dinheirozebet klantenserviceindivíduos. Eu dei drogas para Donny (apelidozebet klantenserviceDonald) nos últimos dois anos quando fui policial, mas não peguei o dinheiro das pessoas. Eu meio que tinha um código mental, talvez um código moral confuso. "

Imediatamente, eu descobri que Jenkins fala incrivelmente rápido. Tenho que tentar desvendar suas respostas enquanto ele passazebet klantenserviceum assunto para outro, às vezes tão rápido que não consigo acompanhar. Os primeiros 15 minutos acabamzebet klantenserviceum piscarzebet klantenserviceolhos. A linha fica muda e eu sinto que mal cheguei a lugar nenhum. Mas então, cercazebet klantenserviceuma hora depois, o telefone toca novamente. Jenkins me disse que trocou algumas salsichas com outros presos por um lugar à frente na fila.

Ao longozebet klantenservicequatro ligações telefônicas (cortesiazebet klantenservicealguns sacos trocadoszebet klantenservicebatatas fritas), Jenkins pinta um quadro do Departamentozebet klantenservicePolíciazebet klantenserviceBaltimore como um lugar onde a doutrinação para a corrupção começa quase imediatamente. Ele me disse que a primeira vez que roubou dinheiro, era apenas um novato. Aconteceu enquanto Jenkins e outros policiais estavam revistando um apartamento.

No quarto, Jenkins diz que ele e um supervisor veterano encontraram uma mala cheiazebet klantenservicedezenaszebet klantenservicemilhareszebet klantenservicedólareszebet klantenserviceespécie. Jenkins diz que o veterano o incitou a aceitar dinheiro.

"Ele fez um tipo, 'Não estou dizendo para você fazer nada, só estou dizendo que seria bom se tivéssemos US$ 10 mil (R$ 54 mil), cada um, para ir a Atlantic City'", lembra Jenkins. "E eu me lembrozebet klantenservicepegar os US$ 10.000."

Muito do que ele me disse foi muito mais sistemático. Ele afirma que, logo no início, foi instruído a mentirzebet klantenservicerelatórios policiais e pedidoszebet klantenservicemandado para fazer as prisões soarem como justa causa provável, ou seja, uma razão legal para deter alguém. Na verdade, conta, eles estavam fazendo prisõeszebet klantenservicetodas as maneiras possíveis.

"Este é um ditado que falamos: 'Não deixe que uma causa provável atrapalhe uma boa prisão'", diz Jenkins. "Se você tem que mentir sobre o que viu, ouviu ou testemunhou, contanto que o preso seja sujo, se ele foi pego com drogas e armas, e se cometeu o crime - apenas prenda-o."

Ele me disse que, frequentemente, quando ele ou seus colegas policiais não tinham vontadezebet klantenserviceentregar as drogas que apreenderam ouzebet klantenservicecumprir a papelada da prisão, eles simplesmente confiscavam os estoqueszebet klantenservicedrogas das pessoas e os liberaram. Mais tarde, afirma, jogavam as drogas pela janela ou pelo esgoto

"Comprimidoszebet klantenserviceheroína, sacoszebet klantenservicemaconha", diz ele. "Já vi isso ser feito, honestamente, por Deus, 500 vezes."

Jenkins cita dois locais onde diz que as drogas são atiradas: numa ponte ferroviária perto da delegacia do Distrito Leste e numa rampa que dá acesso a uma rodovia arborizada, no caminho para a delegacia do Distrito Norte. Semanas depois, eu mesma visito esses locais para ver se consigo encontrar alguma coisa.

Na rampazebet klantenservicesaída, encontro quatro sacolas vazias espalhadas ao longozebet klantenserviceum trecho da calçada sem tráfegozebet klantenservicepedestres. Mas apenas isso.

Jenkins também me disse que sempre que a conduta imprópriazebet klantenserviceum policial era identificada pela Corregedoria ou por uma agência externazebet klantenserviceaplicação da lei, era rotina os policiais envolvidos se encontrarem para combinar suas histórias, para evitar punição.

"Imediatamente, nos reunimos e você repassazebet klantenservicehistória. 'Você diz isso, você diz aquilo, certo?' Você é ensinado queno segundo que alguém tem problemas, nós nos encontramos e conversamos cara a cara ", diz ele.

Enquanto Jenkins está me dizendo isso, ele está citando nomes. Ele nomeia o veterano que diz que o treinou para roubar pela primeira vez. Ele também cita dois ex-supervisores, a quem ele diz ter reclamado sobre seus ex-oficiais subordinados, Momodu Gondo e Jemell Rayam, dizendo que eles tinham uma má reputação por roubar dinheiro. Ele diz que foi informadozebet klantenserviceque, como esses policiais eram tão bem-sucedidoszebet klantenserviceapreender armas, não havia nada a ser feito.

A BBC não cita esses três ex-supervisores, já que nenhum deles foi acusadozebet klantenserviceum crime relacionado a este caso. Mas telefonei para eles e para o Departamentozebet klantenservicePolíciazebet klantenserviceBaltimore para ver se alguém responderia a essa listazebet klantenserviceacusações.

Um ex-supervisor nunca respondeu. O segundo não quis comentar. A esposa do terceiro deixou uma mensagem dizendo que eu poderia pegar o que Jenkins me disse e "enfiar...".

Nunca tive respostas do Departamentozebet klantenservicePolíciazebet klantenserviceBaltimore.

A conversa com Jenkins fica mais complicada quando nos voltamos especificamente para os crimes da Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas.

Jenkins assinou um acordozebet klantenserviceconfissãozebet klantenservice2017 que detalhava sete roubos dos quais ele participou junto com outros membros da unidade, bem comozebet klantenserviceparceriazebet klantenservicetráficozebet klantenservicedrogas com Donald Stepp, o ex-fiador e traficantezebet klantenservicecocaína que testemunhou no julgamento. Jenkins admitiu ter roubado drogas do trabalho e as entregou a Stepp, que as vendeu. A dupla também roubou objetoszebet klantenservicevalor, como relógioszebet klantenservicepulsozebet klantenserviceúltima geração, durante invasões.

Mas Jenkins queria discutir os detalheszebet klantenserviceseu acordozebet klantenserviceconfissão, dizendo que muitos deles não eram verdadeiros. Um acordozebet klantenserviceconfissão é um documento que lista atos criminosos específicos dos quais o réu está concordandozebet klantenservicese declarar culpado. Jenkins teve que afirmar sob juramento, perante um juiz federal, que o que o documento dizia era verdade. Era difícil para mim, entender e analisar todas as negaçõeszebet klantenserviceJenkins, agora.

Por exemplo, perguntei a ele sobre o roubozebet klantenserviceum homem que viviazebet klantenserviceuma grande mansão nos subúrbioszebet klantenserviceBaltimore - um roubo do qual ele se declarou culpadozebet klantenserviceseu acordozebet klantenserviceconfissão.

"Havia câmeraszebet klantenservicetodos os lugares, então eu jamais teria levado um dólar", ele me diz. "Mais tarde, naquela noite, Gondo me deu dinheiro. Horas mais tarde. Estou falando que depoiszebet klantenservicehoras ele me deu dinheiro."

"E você aceitou dinheiro, afinal?", eu pergunto, um pouco confusa.

"Sim, sim. Sim, eu aceitei", diz ele. Ele também reconheceu ter roubado o relógiozebet klantenserviceUS$ 4.000 (R$ 21,7 mil) do homem, que ele deu para Stepp vender.

Na casazebet klantenserviceoutro homem, a força-tarefa arrombou um cofre e roubou centenaszebet klantenservicemilhareszebet klantenservicedólares. Em nossa conversa, Jenkins disse que isso não é verdade - membros da equipe roubaram dinheiro naquele dia, maszebet klantenservicealgum outro lugar da casa.

Quando aponto que ele já se declarou culpado por todos esses incidentes, Jenkins me diz que só assinou o acordo porque temia que, se fosse a julgamento, poderia ter acabado atrás das grades pelo resto da vida. Ele diz que não podia arriscar tanto sendo um pai com uma família jovem.

"Prisão perpétua com três filhos pequenos. Agora eu pegozebet klantenservice10 a 15 anos... Vendi drogas como policial corrupto", diz. "Peguei 25 anos. Recebi acusaçõeszebet klantenservicegangster,zebet klantenserviceextorsão. Coisas que eles costumavam dar à máfia que ocultava corposzebet klantenservicecimento."

Também indico a ele que é uma prática bastante comum os promotores apresentarem acusações tão graves que o réu sente que não tem escolha, a não ser se confessar culpado. Na verdade, é altamente provável - senão certo - que muitas das pessoas que Jenkins colocou na prisão tiveram essas táticas usadas pelos promotores.

"Obviamente estou aqui agora, então vejo os dois lados. Se eu pudesse voltar tudo na minha vida, eu teria sido um promotor", diz ele. "Eu preferiria ter sido um promotor. Você nunca sabe até chegar neste lado, incluindo eu, o que você faz com as famílias."

Um dos incidentes mais chocantes do acordozebet klantenserviceconfissão é uma ocorrência que Jenkins agora nega. Na primaverazebet klantenservice2015, a cidadezebet klantenserviceBaltimore foi abalada por protestos após a morte, sob custódia,zebet klantenserviceFreddie Gray,zebet klantenservice25 anos. Dezenaszebet klantenservicefarmácias foram saqueadas e milhõeszebet klantenservicedólareszebet klantenservicemedicamentos desapareceram. No depoimentozebet klantenserviceJenkins, ele diz que, "em abrilzebet klantenservice2015, depois dos tumultos após a mortezebet klantenserviceFreddie Gray, Jenkins trouxe remédios roubadoszebet klantenservicealguém que saqueou uma farmácia, prescritos para DS, para que ele pudesse vender os medicamentos".

"DS" significa Donald Stepp.

"Nunca peguei nada. Fui um herói", diz Jenkins sobrezebet klantenserviceatividade durante os protestos. "Eu nunca tirei nadazebet klantenserviceum saqueador, então me ajude Deus. Donny inventou cada peça disso."

Donald Stepp foi libertado da prisão federalzebet klantenservicejaneirozebet klantenservice2021. Ele cumpriu 20 meseszebet klantenserviceuma sentençazebet klantenservice5 anos,zebet klantenserviceconexão com o caso da Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas, anteszebet klantenserviceser libertado por compaixão.

Stepp ficouzebet klantenserviceprisão domiciliar por seis meses com uma tornozeleira eletrônica até este verão. Hoje, ele é um homem livre, vivendo sem restrições comzebet klantenserviceesposa e filha na parte oriental do condadozebet klantenserviceBaltimore. Ele está, como ele gostazebet klantenservicedizer, "bastante inchado".

Mas quando eu digo a ele que entrevistei Wayne Jenkins, seu ex-parceirozebet klantenservicedrogas, Stepp fica descontente, para dizer o mínimo. Não há amor perdido entre esses dois ex-amigos.

"Ele nunca foi um amigo verdadeiro", diz Stepp. "Eu não tenho nenhum respeito por ele."

A históriazebet klantenserviceStepp e Jenkins é profunda. Eles conheciam as famílias uns dos outros na infância. Quando adultos, eles se encontraram novamentezebet klantenserviceum jogozebet klantenservicecartas underground, frequentado por policiaiszebet klantenserviceBaltimore. Foi durante esses jogos que Stepp ouviu Jenkins se gabando dos grandes estoqueszebet klantenservicedrogas que ele frequentemente encontrava durante seu trabalho como policial à paisana.

Na época, Stepp administravazebet klantenserviceprópria empresazebet klantenservicefiança, a Double D Bail Bonds. Mas ele diz que também lutava contra o vício do jogo e usava grandes quantidadeszebet klantenservicecocaína. Por voltazebet klantenservice2011, Jenkins abordou Stepp e sugeriu que eles abrissem negócios juntos.

Jenkins parariazebet klantenservicetrazer aquelas grandes apreensõeszebet klantenservicedrogas para a salazebet klantenserviceevidências e,zebet klantenservicevez disso, as entregaria para Stepp vender.

"Eu me senti confortável com isso porque todos os policiais que conheci, muitos durante os jogoszebet klantenservicecartas, na minha opinião, eram os donos da cidade", disse Stepp mais tarde ao júri no julgamento da força-tarefa. "Eu pensei que eu era um vencedor."

Stepp diz que Jenkins começou a trazer remessaszebet klantenservicedrogas quase diariamente, colocando-aszebet klantenserviceum galpão trancado atrás da casazebet klantenserviceStepp. Os carregamentos incluíam maconha, cocaína e MDMA, todos os quais Stepp fez o seu melhor para vender.

Jenkins começou a chamar Stepp para participar das ocorrênciaszebet klantenserviceprisões, o encorajando a tentar entrar nos esconderijos dos traficantes para roubar qualquer dinheiro ou drogas que pudessem encontrar. Eles rastrearam outros traficantes e invadiram suas casas quando não havia ninguém. Essa parceria durou cinco anos.

Em dezembrozebet klantenservice2017, oito meses depoiszebet klantenserviceJenkins ser preso, os oficiais do FBI e do condadozebet klantenserviceBaltimore arrombaram a portazebet klantenserviceStepp e o prenderam dentro da cozinha. Não demorou muito para que Stepp começasse a suspeitar que Jenkins o delatou.

Mas Stepp tinha um ás na manga - por meses, ele documentou os crimeszebet klantenserviceseu telefone celular. Ele tirou fotoszebet klantenservicesi mesmo ezebet klantenserviceJenkins juntos no departamentozebet klantenservicepolícia, onde Stepp às vezes pegava drogas. Quando Jenkins o chamou para ir a uma casa que a força-tarefa estava investigando, Stepp tirou fotos dos policiais entrando e saindo do local. Mais tarde, Jenkins saiu carregando 2 kgzebet klantenservicecocaína, que jogou no carrozebet klantenserviceStepp.

Stepp entregou tudo aos promotores americanos. Em parte, devido àzebet klantenservicecooperação no caso, ele recebeu uma sentença muito mais curta do que a dos oficiais da força-tarefa.

"Ele derrubou o primeiro sangue", diz Stepp sobre Jenkins. "Agora vamos queimá-lo. E foi o que eu fiz."

Pouco depoiszebet klantenserviceStepp denunciar seu ex-amigo, Jenkins se declarou culpado.

Em minha conversa com Jenkins, ele passou muito tempo contestando o relatozebet klantenserviceStepp sobrezebet klantenserviceparceria. Ele afirma que foi ideiazebet klantenserviceStepp começar a vender drogas juntos, e não o contrário. Ele diz que Stepp o pressionou. Ele também diz que ganhou cercazebet klantenserviceUS$ 75 mil (cercazebet klantenserviceR$ 400 mil) com as vendaszebet klantenservicedrogas, ao contrário dos números apresentados por Stepp. Ele chama Steppzebet klantenservice"o maior exagerador que já conheci na minha vida".

Quando digo isso a Stepp, ele fica com raiva. Ele afirma categoricamente que Jenkins está mentindo para mim. Ele aponta para o acordozebet klantenserviceconfissãozebet klantenserviceculpa, no qual Jenkins concordou que a parte dele nas vendaszebet klantenservicedrogas chegaria a cercazebet klantenserviceUS$ 250 mil R$ 1,36 milhão). Ele me lembra que o escritório do procurador-geral dos EUA o considerou mais confiável do que Jenkins.

"Ele é um mentiroso patológico", diz Stepp. "Eu não temo nada que ele saiba ou coisa do tipo. Porque, acreditezebet klantenservicemim, eu vou me levantarzebet klantenserviceum segundo."

Stepp está seguindozebet klantenservicefrente com a vida dele -zebet klantenservicecerto sentido. Em março, a HBO anunciou uma nova minissériezebet klantenserviceDavid Simon, o criador da clássica sériezebet klantenservicecrimeszebet klantenserviceBaltimore, 'The Wire'. O novo projetozebet klantenserviceSimon contará uma versão fictícia da Gun Trace Task Force, e começou a filmar nas ruaszebet klantenserviceBaltimore durante o verão. Wayne Jenkins será interpretado por Jon Bernthal, o mesmo ator que interpretou "O Justiceiro".

A HBO pediu a Stepp que ele fosse um consultor do projeto, o que ele concordou com entusiasmo. Seu cachê será doado às vítimas da Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas. Enquanto isso, a conta dele no Twitter está cheiazebet klantenservicefotos dele no setzebet klantenservicefilmagem, conversando com Bernthal e alguns dos outros atores.

Ele está abrindo um serviçozebet klantenserviceconsultoria chamado Stepp Right Consultants, para dar orientação e mentoria a homens e mulheres que estão prestes a entrar no sistema penal federal. Ele também está trabalhandozebet klantenserviceum livrozebet klantenservicememórias, que, segundo ele, revelará o conteúdozebet klantenservicevídeos e fotos que tirouzebet klantenserviceJenkins e que nunca foram divulgados publicamente. Ele pretende até mesmo lançar uma linhazebet klantenserviceroupas inspiradazebet klantenserviceseu extinto negóciozebet klantenservicefiança, a Double D Bail Bonds.

Embora ele possa não estar pronto para abandonar seus sentimentoszebet klantenservicerelação a Jenkins, a estranha jornadazebet klantenserviceStepp parece - pelo menos por agora - estar caminhando para um final feliz.

"É uma história surreal. Mas é o grande homem lázebet klantenservicecima", diz ele. "Estou grato, muito grato."

Perguntei várias vezes a Wayne Jenkins por que ele quis dar a entrevista para mim. Ele me deu alguns motivos.

O primeiro foi que ele sentiu que tinha sido atropelado pelos promotores americanoszebet klantenserviceseu acordozebet klantenserviceconfissão (o Ministério Públicozebet klantenserviceMaryland se recusou a comentar). Outra foi falar sobre como é fútil a vida dentro do sistema penal.

"Eu juro, eu gostariazebet klantenserviceter sabido anteszebet klantenserviceter colocado alguém aqui... Eu gostariazebet klantenserviceter conhecido o outro lado", diz ele a certa altura. "Não é nada que eu já tenha imaginado. Não ézebet klantenserviceadmirar que as pessoas saiam mais intolerantes do que quando entram."

E, claro, Jenkins também espera algum tipozebet klantenserviceredução da sentença.

Mas acho que ele também falou comigo porque não gosta da imagemzebet klantenservicesi mesmo que tem sido veiculada na imprensa - como um sociopata, como alguém quase desumanamente mau.

Anteszebet klantenservicenossa entrevista, o representantezebet klantenserviceJenkins queria que eu falasse com algunszebet klantenserviceseus antigos amigos do ensino médio. Eles queriam me dizer que Jenkins era um pai dedicado, um bom treinadorzebet klantenservicefutebol. Um amigo leal. Eles me disseram que estavam perturbados por ele estar sendo retratado como um "monstro".

Não foi a primeira vez que ouvi essa palavra para descrever Jenkins. Embora ninguém deva esquecer por um instante que Jenkins e seus oficiais causaram danos incalculáveis ​​aos cidadãoszebet klantenserviceBaltimore, não acho útil tentar classificá-lo como um "monstro". A ideiazebet klantenserviceque a Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas se tornou desonesta simplesmente porque seu sargento era excepcionalmente mau ignora todas as formas sistêmicas pelas quais ele foi encorajado a operar da maneira que agiu. Além da cultura policial mais ampla que o apoiou (também deve ser observado que vários dos membros do esquadrão começaram a roubar dinheiro muito anteszebet klantenserviceentrarem para a força-tarefa).

Identificá-lo como um indivíduo imperfeitozebet klantenserviceum sistema que,zebet klantenserviceoutra forma, funcionava perfeitamente é uma formazebet klantenserviceevitar mudanças no departamentozebet klantenservicepolícia,zebet klantenservicefugir da responsabilidadezebet klantenservicerealmente impedir que isso aconteça novamente. Vai ser necessário um tipozebet klantenserviceesforço quase inimaginável para desenterrar as raízes da corrupção no departamento, e é muito mais fácil apenas prender os policiais que forem pegos e continuar com os negócios normalmente.

Ainda outro amigozebet klantenserviceJenkins disse algo que eu não esperava. Ele reconheceu que poderia dizer que algo estava errado com Jenkins na época da ondazebet klantenservicecrimes da força-tarefa.

"Não somos estúpidos. Sabíamos que ele não era o policial honesto ezebet klantenserviceboa conduta que todos os policiais deveriam ser", disse ele. "Ele sempre teve grandes somaszebet klantenservicedinheiro no bolso. Costumava me dizer que ganhava jogando pôquer."

Eu pergunto a este amigo por que ele não disse nada a ninguém. Ele responde algo que nunca ouvi ninguém admitirzebet klantenservicevoz alta.

"Dissemos: 'Sabe, ele está roubando' os pedaçoszebet klantenservicemerdazebet klantenserviceBaltimore que são a razãozebet klantenserviceeu e meus filhos não podermos andar na rua e nos sentir seguros", diz ele.

Esse tipozebet klantenservicementalidade pressupõe que as vítimas da Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas - muitas delas negras e pobres - mereciam o que aconteceu com elas. É deprimente que este seja um pontozebet klantenservicevista provavelmente compartilhado por muitoszebet klantenserviceBaltimore, e é uma parte da razão pela qual a força-tarefa se safou pelo que fez por tanto tempo.

A força-tarefa não detinha o monopólio do dano, é claro. Baltimore pode ser um lugar complicado e perigoso. E os homens e mulheres que os policiais perseguiram e cometeram abusos podem ter causado danos e abusos a si próprios. Algumas das conversas mais perturbadoras que tive foram com pessoas que se sentiram vítimas duas vezes - tanto pelos policiais quanto pelos criminosos. A diferença importante, entretanto, é que os traficantes nunca fizeram um juramento para servir e proteger. Eles não estavam sendo pagos pelos contribuintes para manter a cidade segura e não estavam operando com todo o poder e proteção que a polícia possui.

Não pude ajudar a pensar sobre as muitas vítimas do esquadrão que conheci ao longo dos três anoszebet klantenserviceque estou trabalhando nesta história. Meus pensamentos voltam para Kenneth Bumgardner, um pai trabalhador que foi perseguido pela força-tarefa quando suspeitaram que ele tinha maconha. Ele acordouzebet klantenserviceuma rua gelada da cidade com a mandíbula quebrada e não conseguiu comer alimentos sólidos por meses.

"Estou finalmente tentando colocar minha vidazebet klantenservicevolta nos trilhos", ele me disse. "Ainda é difícil, porque eu tenho muita dor na boca à noite... Estou perdendo muitos dentes, sabe. Eles costumavam ser bem cuidados e bonitos."

Pensozebet klantenserviceShawn Whiting, um ex-traficantezebet klantenserviceheroína que passou anos na prisão depois que os policiais o roubaram. Ele não conseguiu que ninguém acreditasse nele na época e, até hoje, ele teme a aplicação da lei.

"Você tem pesadelos com policiais assediando você, batendozebet klantenservicevocê, apenas algemando você, é apenas um pesadelo que eu tenho e basicamente não foi embora ainda", disse ele.

"Eu passo por isso diariamente, com medo da polícia, me perguntando quando eles vão me parar, tentando plantar drogas ou algo assim. Te machucar ou até mesmo te matar."

Vítimas como Bumgardner e Whiting tiveram a coragemzebet klantenservicefalar. Não há como dizer quantas outras pessoas foram afetadas, mas tiveram muito medozebet klantenservicese manifestar.

Uma vez, alguém me disse que levará uma geração para que o impacto direto da Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas comece a desaparecer, e será impossível medir como o trauma das vítimas se manifestará na vidazebet klantenserviceseus filhos, familiares e amigos. As consequências dos crimes do esquadrão ainda estão se espalhando pela cidade e, sem dúvida, fizeramzebet klantenserviceBaltimore um lugar menos seguro para todos que moram lá.

Continuei trabalhando nessa história, na esperançazebet klantenserviceque quanto mais o público soubesse sobre a corrupção no departamentozebet klantenservicepolícia, maior a chancezebet klantenservicehaver algum tipozebet klantenservicereforma sistêmica.

Mas Whiting não é tão otimista. Quatro anos depois que os oficiais da Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas foram presos, ele diz que não vê diferença nas ruaszebet klantenserviceBaltimore.

"A forma como a polícia agezebet klantenservicerelação às pessoas não mudou", disse-me recentemente. "Vejo alguns policiais assediando as pessoas, usando as mesmas pequenas táticas que a Força-Tarefazebet klantenserviceRastreamentozebet klantenserviceArmas usava."

Perguntei se ele acha que outro escândalo é inevitável.

"Absolutamente. Vai acontecerzebet klantenservicenovo", disse ele. "Não acabou. Isso foi apenas o começo."

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