Guerra na Ucrânia: invasão russa aumenta chancebonus aposta ganhaChina atacar Taiwan?:bonus aposta ganha
- Edison Veiga
- De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil

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Quais as chancesbonus aposta ganhaa China buscar conquistar Taiwanbonus aposta ganhavolta?
bonus aposta ganha Pelo cenário atual, analistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que não, que na verdade as peças movimentadas por Vladimir Putin nesse tabuleirobonus aposta ganhaxadrez global tornam mais distantes o velho sonho chinêsbonus aposta ganha"reanexar" ilha que se proclamou república independentebonus aposta ganha1911 e se estabeleceu como uma democracia.
A possibilidadebonus aposta ganhainvasão chinesa tem sido levantada nos últimos dias, principalmente pelo fatobonus aposta ganhaque a China é aliada históricabonus aposta ganhaPutin. Mas será que esse arroubo bélico da Rússia contra a Ucrânia pode servirbonus aposta ganhaexemplo para o governo chinês?
"O episódio da invasão da Ucrânia pela Rússia nos últimos dias suscita importantes reflexões acerca da possibilidadebonus aposta ganhaque a China faça o mesmo com Taiwan num futuro próximo. Um dos principais objetivos internacionais da República Popular da China é retomar o controle da ilhabonus aposta ganhaFormosa, Taiwan, que juntamente com Hong Kong e Macau, Pequim considera parte indissociável do seu território", comenta o jurista e cientista político Enrique Carlos Natalino, pesquisador da Universidade Federalbonus aposta ganhaMinas Gerais (UFMG) e professor da Pontifícia Universidade Católicabonus aposta ganhaMinas Gerais (PUC-MG).
Embonus aposta ganhaavaliação, o principal, porém, está nas relações internacionais.
"Embora a Rússia e China sejam potências mundiais, não estão isentasbonus aposta ganhaelevados custos políticos e econômicos embutidos na agressão a territórios vizinhos. Nesse sentido, creio que as reações globais contra a Rússia, especialmente no estabelecimentobonus aposta ganhasanções no campo econômico, demonstram que os custosbonus aposta ganhauma possível invasãobonus aposta ganhaTaiwan não seriam desprezíveis para a China e para o mundo", pondera Natalino.
Ele também ressalta que "a economiabonus aposta ganhaTaiwan é muito maior do que a da Ucrânia" — cercabonus aposta ganhacinco vezes maior, sendo Taiwan com PIB estimadobonus aposta ganhaUS$ 750 bilhões (metade do brasileiro) e a Ucrânia,bonus aposta ganhaUS$ 150 bilhões, segundo dados mais recentes do Banco Mundial e dos governos locais.
"O país possui ainda laços econômicos muito mais estreitos com o Ocidente, com a China e com o Japão. Embora a história do século 20 demonstre que os laços econômicos e o comércio internacional não sejam suficientes para evitar a ameaçabonus aposta ganhaguerras, Taiwan possui um importante elemento dissuasório que a Ucrânia não possui: o seu imenso parque industrial e abonus aposta ganhainserção internacional como grande fornecedorbonus aposta ganhasemicondutores, inclusive para a China", afirma ele.
Segundo Natalino, uma guerra entre China e Taiwan poderia levar à interrupção brusca desse comércio, com consequências inclusive para a economia chinesa, altamente dependente desses componentes para abonus aposta ganhaindústriabonus aposta ganhaalta tecnologia e para as suas exportações.
É o que jornalista Craig Addison chamabonus aposta ganha"escudobonus aposta ganhasilício"bonus aposta ganhaseu livro "Escudobonus aposta ganhaSilício: A Proteçãobonus aposta ganhaTaiwan contra Ataque Chinês". Para ele, o preço do impacto da guerra na produçãobonus aposta ganhachips semicondutores seria alto demais para a China a pontobonus aposta ganhainviabilizarbonus aposta ganhaintençãobonus aposta ganhainvadir Taiwan. Um elementobonus aposta ganhadissuasão que ele compara ao conceitobonus aposta ganhaMAD (destruição mútua assegurada) entre potências nucleares que teoricamente não se atacam porque se destruiriam.
Para Luís Fernando Baracho, professor direito internacional ebonus aposta ganharelações internacionais da Universidade São Judas Tadeu e um dos editores do blog Fora da Cadência — sobre política internacional — a crise bélica atual escancara duas situações que precisam ser consideradas na análise da situação chinesa.
"Primeiro, a relaçãobonus aposta ganhamédio e longo prazo da parceria sino-russa. Outra questão é o retorno do compartilhamentobonus aposta ganhainteresses, principalmente por partebonus aposta ganhaWashington, Londres e Bruxelas, com relação à Otan", aponta ele, citando como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia novamente estão alinhados no fortalecimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

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A China é aliada históricabonus aposta ganhaVladimir Putin
No caso da parceria entre Rússia e China, Baracho ressalta que ela é calcadabonus aposta ganha"interesses desiguais", uma vez que enquanto a China "é maior e tem tecnologia para entregar", a Rússia "é um país com queda constante na população,bonus aposta ganhaum território enorme" e "altamente dependentebonus aposta ganhacommodities que desde 2013 estábonus aposta ganhaprocessobonus aposta ganhadeterioração econômica".
E avançar sobre Taiwan teria um custo político muito grande para Pequim, avalia Baracho.
"Desde 1991, Pequim tem a seguinte posição: concordamosbonus aposta ganhadiscordar sobre o status da China ao todo como um país", comenta ele. "Mas Taiwan não é Macau, não é Hong Kong."
Ele ressalta que a ilha carrega uma importância econômica única por ser "um grande centrobonus aposta ganhaproduçãobonus aposta ganhasemicondutores", com "maisbonus aposta ganha50% da produção do mundo".
"Isso é um insumo estratégico para cadeias globaisbonus aposta ganhavárias áreas", frisa. "Um ativobonus aposta ganhatermosbonus aposta ganhaglobalização econômica que interessa a todo o mundo."
E se as sanções impostas à Rússia já são enormes, a China pode esperar que algo ainda maior seria imposto a ela, avalia Baracho.
Otan fortalecida
Além disso, Baracho pontua que a atual guerra reavivou o papel da Otan, que nas últimas duas décadas estavabonus aposta ganhasegundo plano na lógica política internacional.
Um ataque à Taiwan "elevaria o papel da Otan na região do Pacífico", o que "não interessaria para a China".

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Avançar sobre Taiwan teria um custo político muito grande para Pequim, segundo especialista
"Japão, Austrália, talvez Nova Zelândia, alémbonus aposta ganhaMongólia, Coreia do Sul e outros mais alinhados à Otan tomariam posições enfáticas com relação a Pequim", acredita.
Um cenário assim deixaria a China, hoje "altamente inserida na economia internacional",bonus aposta ganhauma "posiçãobonus aposta ganhamuita debilidade", segundo o analista.
"A China hoje ganha muito participando do sistema econômico internacional. Ela teria muito a perder se buscasse um exercício exageradobonus aposta ganhasoberania nacional", diz Baracho.
"Acredito que a China teria a ganhar muito pouco diante do que poderia perder", resume ele.
Coordenador da pós-graduaçãobonus aposta ganharelações institucionais e governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília e ex-diretor da Agência Brasileirabonus aposta ganhaPromoçãobonus aposta ganhaExportações e Investimentos (ApexBrasil), o cientista político Márcio Coimbra acredita que, apesarbonus aposta ganhatodas as dificuldades inerentes a um processo desses, a China acompanha os desdobramentos da guerra russa pensando embonus aposta ganhasituação com Taiwan.
"As forças internacionais podem estar focadas na questão da Ucrânia e a China aproveitar esse corredorbonus aposta ganhaoportunidade", avalia ele.
"Mas é preciso estar ciente que a 'proteção' que os Estados Unidos dá a Taiwan torna essa possibilidade muito difícil, muito mais do que para a Rússia penetrar a Ucrânia."
Proteção internacional
Natalino também ressalta como primordial essa redebonus aposta ganhaproteção.
"Ao contrário da Ucrânia, que não possui laços formais militares com os países ocidentais, Taiwan é historicamente assistida pelos Estados Unidos na defesa do seu território. Embora Washington deixadobonus aposta ganhareconhecer diplomaticamente o governobonus aposta ganhaTaiwan, mantém relações econômicas intensas com o país", lembra ele.
O professor cita o Atobonus aposta ganhaRelações com Taiwan, uma leibonus aposta ganha1979, que estabeleceu o compromisso dos Estados Unidosbonus aposta ganhafornecimentobonus aposta ganhaarmamentos ao país, como aviões, navios, mísseis, baterias antiaéreas e tanques.
"Acredito que a China observa com atenção os acontecimentos na Ucrânia e a reação dos países ocidentais à Rússia diante do conflito", prossegue Natalino. 5
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Finalbonus aposta ganhaYouTube post, 1
"Tanto a Rússia quanto a China são hoje governadas por regimes autocráticos que buscam rever o papelbonus aposta ganhaseus respectivos países na ordem internacional no século 21."
"Essa atitude se desdobrabonus aposta ganhauma política externa revisionista que desafia o apoio militar das potências ocidentais a países do Leste Europeu e do Leste Asiático. Os dois países se mostram cada vez mais dispostos a afirmarbonus aposta ganhahegemonia nas suas respetivas áreasbonus aposta ganhainfluência geopolítica", acrescenta ele.
"Enquanto Vladimir Putin tentar retomar a influência que a Rússia exercia sobre as ex-repúblicas soviéticas do Leste Europeu e do Cáucaso, Xi Jinping almeja consolidar a hegemonia chinesa na região da Ásia-Pacífico, com crescentes investimentos militares no Mar do Sul da China e uma retórica cada vez mais agressiva contra Taiwan."
Além disso, se Putin vem experimentando mais dificuldades do que vislumbrava, o governo chinês pode entender que, no mundo globalizado do século 21, travar uma guerra que pretende conquistar um território é mais complicado na prática.
"Se os russos tivessem vencido essa guerrabonus aposta ganhadois dias, certamente a China estaria pensando mais seriamente", diz Coimbra.
"Certa vez, na China, eles me disseram que enquanto nós ocidentais não conseguimos planejar os próximos 7 anos, eles têm os próximos 70 anos planejados. Isso significa que eles têm, sim, os planosbonus aposta ganhainvasão a Taiwan muito bem desenhados,bonus aposta ganhavários cenários, e vão esperar a melhor oportunidade para fazer esse movimento", acredita o cientista político.
Há uma parceria entre os dois países, mas tal amizade, contudo, parece um pouco distante no atual conflito.
"O que se observa nesta crise da invasão da Ucrânia é que a China tem sido muito cautelosabonus aposta ganhademonstrar o seu apoio à Rússia. Ao contrário da Rússia, que se mostra uma potência decadente e altamente vulnerável do pontobonus aposta ganhavista econômico, a China vem galgando patamares muito mais elevados na cena internacional nas últimas décadas", explica Natalino.
Ele também reforça que "os custosbonus aposta ganhauma guerra que oponha" a China aos Estados Unidos, à Europa e ao Japão "podem ser muito maiores do que aqueles envolvidos na Ucrânia".
E isso poderia "mergulhar o mundo numa guerrabonus aposta ganhadimensões econômicas catastróficas".
"Enfim, as perdas econômicas russas na Guerra da Ucrânia, o desgaste político-diplomático, as baixas militares, as críticas aos ataques a alvos civis e enorme crise humanitária causada na Europa podem sinalizar para Pequim que uma invasãobonus aposta ganhaTaiwan para a anexação à República Popular da China não seria um simples passeiobonus aposta ganhabarco", vaticina Natalino.
Poderio militar chinês é muito superior aobonus aposta ganhaTaiwan
Seja pelas dificuldades maiores, seja porque uma reação internacional não seria conveniente para os interesses chineses, os discursos até agora procuram tirar qualquer indíciobonus aposta ganhaque a China estaria considerando "resolver" a questão taiwanesa.
Principal parceiro comercial da Rússia, a China vem, por meiobonus aposta ganhaporta-vozes, repetindo nos últimos dias que não interfere e nem incentiva qualquer interferênciabonus aposta ganhaquestõesbonus aposta ganhaoutras nações. A China inclusive absteve-se do voto do Conselhobonus aposta ganhaSegurança da ONU que condenaria, na semana passada, a invasão russa da Ucrânia — contrariando as previsõesbonus aposta ganhaalguns analistas, que imaginavam que Pequim se posicionariabonus aposta ganhamodo favorável a Moscou.
Outra pista veio do diplomata chinês Liu Xiamong, voz considerada forte dentro da cúpula do governo chinês. Ele postou embonus aposta ganhaconta no Twitter que a China "nunca invadiu outros países", sinalizando que o compromissobonus aposta ganhasua nação visa a um caminhobonus aposta ganhapaz (masbonus aposta ganhareunificação com Taiwan). Afinal, Taiwan é considerada pela China como uma província rebelde, que será totalmente reintegrada um dia à China, sob a perspectivabonus aposta ganhaUma China.
Mas as dificuldades militares também seriam maiores,bonus aposta ganhaum cenário hipotéticobonus aposta ganhaguerra. De acordo com dados da organização Stockholm International Peace Research Institute, enquanto a capacidade militarbonus aposta ganhaTaiwan é próxima da capacidade militar da Ucrânia, o orçamento destinado às forças militares chinesas é maior do que o da Rússia.
A diferença do orçamento entre China e Taiwan ébonus aposta ganha20 vezes, enquanto a distância entre Rússia e Ucrânia ébonus aposta ganhaaproximadamente 10 vezes. A China só fica atrás dos EUAbonus aposta ganhagastos militares.
Em áudio: O importante papel do 'escudobonus aposta ganhasilício' que protege Taiwan da China
Segundo levantamento do Instituto Internacionalbonus aposta ganhaEstudos Estratégicos (IISS, na siglabonus aposta ganhainglês), a China tem um contingentebonus aposta ganha965 mil combatentes do Exército e Taiwan, 163 mil. No caso da Força Aérea, a China conta com 395 mil homens e Taiwan, com 35 mil.
Na hipótesebonus aposta ganhaum conflito aberto, uma análise do professor e pesquisador Michael Hunzeker, da George Mason University e do Centrobonus aposta ganhaEstudosbonus aposta ganhaPolíticasbonus aposta ganhaSegurança, aponta que Taiwan conseguiria no máximo retardar um ataque chinês, tentando prevenir um desembarquebonus aposta ganhaforças anfíbias embonus aposta ganhacosta e contra-atacando com guerrilhas enquanto aguarda uma eventual ajuda estrangeira (dos EUA, basicamente). A ilhabonus aposta ganhaquase 24 milhõesbonus aposta ganhahabitantes fica localizada a cercabonus aposta ganha160 km do litoral chinês.
Mas pesa a favorbonus aposta ganhaTaiwan a questão internacional. "Há um cordãobonus aposta ganhadefesa marítimo, com aviação embarcada, com basesbonus aposta ganhaSingapura, Filipinas, Japão, Austrália, Guam, entre outras", explica o analisa Baracho.
Desta forma, ao contrário do caso ucranianobonus aposta ganhaque a comunidade internacional no começo buscou sanções verbais e financeiras para só agora começar a enviar ajuda bélica,bonus aposta ganhaum casobonus aposta ganhaguerra sino-taiwanesa ébonus aposta ganhase esperar uma ação imediata.

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