Quem são os brasileiros que querem lutar contra a invasão da Ucrânia?:blaze com crash

Crédito, Arquivo pessoal
A invasão russa à Ucrânia começou na quinta-feira (24/02), logo depois que o presidente Vladimir Putin reconheceu a independênciablaze com crashduas regiões separatistas na região leste da Ucrânia. Desde então, as principais cidades do país têm sido alvoblaze com crashataques.
Analistas e organizações internacionais avaliam que a situação na Ucrânia é grave. Do lado russo, há usoblaze com crashmísseis, bombardeios, e artilharia pesada. Os ucranianos, porblaze com crashvez, se defendem usando lançadoresblaze com crashmísseis, baterias antiaéreas e ataques com drones.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), pelo menos 660 mil pessoas já fugiram do país.
Um relatório divulgado na terça-feira (1/03) pela Organização das Nações Unidas (ONU) indica que pelo menos 136 civis foram mortos desde o início da invasão. Desse total, 13 eram crianças. Outros 400 civis ficaram feridos.
O presidente Volodymyr Zelensky disse nesta quarta-feira (2/02) que aproximadamente 6.000 soldados russos foram mortos durante os combates. O número não pôde ser verificadoblaze com crashforma independente. O governo russo, porblaze com crashvez, não citou números.
O jornal The New York Times estimou, com baseblaze com crashinformações repassadas por congressistas americanos, que o númeroblaze com crashsoldados mortos nos primeiros cinco diasblaze com crashconflito éblaze com crashaproximadamente 3.000, sendo 1.500 para cada lado.
Para efeitoblaze com crashcomparação, ainda segundo o jornal, o númeroblaze com crashsoldados americanos mortos no Afeganistãoblaze com crash20 anos foiblaze com crashaproximadamente 2.500. Já do lado afegão, a estimativa éblaze com crashque cercablaze com crash50 mil civis foram mortos, enquanto outras "dezenasblaze com crashmilhares" morreram entre militares e insurgentes.
Interesse nas redes

Crédito, Reprodução
Apesarblaze com crashtodos os riscos, grupos no Facebook e no Telegram acompanhados pela BBC News Brasil nas últimas duas semanas mostram que a procurablaze com crashbrasileiros por informações sobre como participar do conflito existia dias antes da invasão russa.
A procura se intensificou após os primeiros ataques e depois que o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky anunciou, no domingo (27/02), a criação da Legião Internacionalblaze com crashDefesa Territorial da Ucrânia, uma unidade militar formada por estrangeiros que queiram combater os russos no país.
Pelo Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, convidou estrangeiros que queiram lutar contra o exército russo.
"Estrangeiros dispostos a defender a Ucrânia e a ordem mundial como parte da Legião Internacionalblaze com crashDefesa Territorial da Ucrânia, eu convido vocês a contatar as missões diplomáticas da Ucrâniablaze com crashseus respectivos países", disse Kuleba.
É esse o caminho que alguns brasileiros adotaram nos últimos dias para buscar informações sobre como participar dos combates.
Procurada pela BBC News, a Embaixada da Ucrâniablaze com crashBrasília confirmou que tem sido procurada por brasileiros sobre o assunto, mas disse que o procedimento tem sido feito diretamente na Ucrânia.
O assunto tem sido tratado pelo adido militar da representação no país. A embaixada disse não ter conhecimento sobre se brasileiros já conseguiram se alistar a essa legião internacional.
Não há expectativablaze com crashque a embaixada possa organizar o transporteblaze com crashbrasileiros que querem lutar na Ucrânia.
Fora dos canais oficiais, o caminho usado por brasileiros que buscam informações sobre como participar do conflito é quase sempre o mesmo.
Eles demonstram interesseblaze com crashgrupos no Facebook e logo são orientados por outros usuários a entraremblaze com crashgruposblaze com crashWhatsApp ou Telegram, onde passam a receber informações mais detalhadas sobre o assunto.
A maioria dos que buscam informações sobre como lutar contra os russos é composta por homens aparentemente jovens eblaze com crashestados distintos como o Maranhão, São Paulo e Paraná.
É no Paraná que se concentra a maior parte dos descendentesblaze com crashucranianos no Brasil, uma comunidade estimadablaze com crashaproximadamente 500 mil pessoas.
Nesses grupos, os brasileiros são informadosblaze com crashque, atualmente, a única formablaze com crashchegar à Ucrânia é por via terrestre, partindoblaze com crashalguns dos países que fazem fronteira com o país, no Leste Europeu.
Para quem está no Brasil, participar dessa luta implicariablaze com crashviajar à Europa, um trajeto que pode custar, apenas com bilhetesblaze com crashavião, maisblaze com crashR$ 7 mil.
Eles também ficam sabendo da extensa listablaze com crashdocumentos e certificados como comprovantesblaze com crashidoneidade que eram exigidos pelo Exército ucraniano para que estrangeiros fossem aceitos.
'Sedeblaze com crashaventura'
Foiblaze com crashum grupoblaze com crashbrasileiros na Ucrânia no Facebook que um homemblaze com crash29 anosblaze com crashidade do interior do Maranhão passou a procurar formas sobre como participar da luta contra os russos.
Bruno (nome fictício usado a pedido dele) diz que acompanha a situação da Ucrânia com atenção há alguns meses.
Nas últimas semanas, começou a buscar informações sobre como poderia se alistar.
Ele diz acreditar que seu treinamento com armas pode ser útil na Ucrânia, embora reconheça que a situação no país europeu requer mais condicionamento.
Segundo ele, os principais motivos que o levam a querer ir para a Ucrânia são a paixão que ele tem por assuntos militares e o que ele classificou como "sedeblaze com crashaventura".
"Eu sempre gostei do meio militar. No Brasil, infelizmente, eu não consegui servir ao Exército, mas agora, pretendo me alistar no exército da Ucrânia. É uma sedeblaze com crashaventura. Quero viver esse momento ao lado dos ucranianos", disse.
Bruno diz que, nos gruposblaze com crashWhatsApp e Telegram, entroublaze com crashcontato com ucranianos que repassam informações sobre a situação do conflito e como entrar no país. A comunicação é feita, quase sempre, por meioblaze com crashtradutores eletrônicosblaze com crashidiomas.
Segundo ele, o único empecilho para ablaze com crashida, neste momento, é o preço das passagens para a Polônia, país que faz fronteira com a Ucrânia e que tem sido o principal ponto logístico para a organização da legião autorizada por Zelensky.
"Não dá pra chegarblaze com crashavião na Ucrânia. Tem que ir até a Polônia e depois atravessar a fronteira. A única coisa que me parou até o momento é o preço das passagens. Mas assim que eu tiver, eu vou", afirmou.
Bruno diz que não tem medoblaze com crashmorrer.
"Todo mundo vai morrer um dia. Eu não tenho medoblaze com crashmorrer lá, no confronto. Tenho só medoblaze com crashquem vai ficar pra trás, a minha família", afirmou.
Grupo à esperablaze com crashentrar
Foiblaze com crashum grupoblaze com crashWhatsApp semelhante ao usado por Bruno que Alexey (nome fictício) passou a estarblaze com crashcontato com brasileirosblaze com crashbuscablaze com crashajuda para ingressar na Ucrânia e participar dos confrontos.

Crédito, Reprodução
Ele diz ser ucraniano e trabalhar com marketing. Ela afirma que, como fala diversos idiomas, inclusive português, tem ajudado estrangeirosblaze com crashdiferentes países que buscam entrar na Ucrânia por terra, uma vez que, desde a invasão, o espaço aéreo do país está fechado.
Por temer represálias russas, Alexey pediu queblaze com crashlocalização exata não fosse revelada. Ele diz se encontrarblaze com crashuma cidade a pouco maisblaze com crash20 quilômetros na fronteira entre a Ucrânia e a Polônia.
Segundo ele,blaze com crashajuda consisteblaze com crashtraduzir informações do ucraniano ou russo para os outros idiomas e auxiliar estrangeiros que querem aderir à luta contra os russos.
Alexey conta que, nos últimos dias, tomou conhecimentoblaze com crashum grupoblaze com crashpelo menos 14 pessoas entre brasileiros e portugueses, alguns deles na Polônia aguardando melhores condiçõesblaze com crashsegurança para ingressar no território ucraniano.
"Tenho conhecimentoblaze com crashum grupoblaze com crashpessoas, aproximadamente 14, que demonstraram esse interesse [...] tem algumas pessoas que chegaram na Europa por Portugal e pela Polônia e estão dependendoblaze com crashuma posição do governo sobre nossa legiãoblaze com crashestrangeiros", afirmou.
'Isso aqui não é videogame'
Alex Silva, 47, vive na Ucrânia desde 2015 e atua como instrutorblaze com crashtiro e treinamentos na áreablaze com crashsegurança.
Por telefone, ele disse à BBC News Brasil que está nos arredoresblaze com crashKiev lutando ao ladoblaze com crashvoluntários ucranianos contra a invasão russa.
Ele pediu para não revelarblaze com crashlocalização exata para não comprometer a segurançablaze com crashsua unidade.
Em 2020, ele se envolveublaze com crashum episódio controversoblaze com crashSão Paulo durante manifestações contra as medidasblaze com crashisolamento social.
Ele levou ao protesto uma bandeira histórica da Ucrânia que, nos últimos anos, passou a ser associada a movimentosblaze com crashextrema-direita.
Silva afirma não ser militanteblaze com crashgrupos extremistas. Na ocasião, a Embaixada da Ucrânia no Brasil negou que a bandeira pertencesse a grupos radicais.
Ele mantém um canal no Telegram com maisblaze com crash18 mil inscritos. Nele, o instrutor faz críticas a políticos, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, à obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Nos últimos dias, o repertório do grupo mudou à medidablaze com crashque a invasão russa avançou.
Na segunda-feira (28/02), seu canal passou a ser procurado por pessoas querendo lutar contra os russos. Isso aconteceu depois que um vídeo gravado por ele circuloublaze com crashgrupos no Facebook.
No vídeo, Silva aparece empunhando um fuzil, mascarado, oferecendo ajuda a brasileiros que queiram deixar a Ucrânia. Segundo ele,blaze com crashunidade teria condiçõesblaze com crashajudar na evacuaçãoblaze com crashquem queira deixar a área próxima a Kiev.
"Eu não escolhi participar dessa guerra. Eu vivia com minha família, aqui, tranquilamente. Eu, minha mulher e meus cachorros. Mas com essa invasão, não tem como ficar quieto assistindo tudo. Por isso me juntei aos voluntários", disse Silva à BBC News Brasil.
Ele afirma que tem sido procurado por brasileiros querendo saber como participar dos combates.
"Eu recebi, sim, várias mensagensblaze com crashgente querendo vir pra cá. Mas eu não estou aliciando ninguém. Tem gente empolgada, que claramente não aguentaria cinco minutos na linhablaze com crashfrente. Mas também tem muitos ex-militares que já têm experiência com armas e treinamento e que querem ajudar", explicou.
Aparentando cansaço, Silva alertou os interessadosblaze com crashparticipar dos combates que a situação é grave e as condições são perigosas.
"Isso aqui não é videogame, não. A gente nunca sabe quando vai cair um míssil e matar todo mundo. Quem quiser ajudar, não precisa fazer isso só vindo aqui. As pessoas podem fazer doaçõesblaze com crashroupas, alimentos, dinheiro", explicou.
O perfilblaze com crashbrasileiros que dizem querer lutar contra os russos, descrito por Silva, é semelhante ao visto por Jonas (nome fictício).
Ele mantém um perfil no Facebook e, há algumas semanas, fornece informações a brasileiros que querem combater ao lado dos ucranianos.
Jonas diz morar na Bélgica há quase 10 anos, mas afirma ter carinho pelo povo ucraniano. Por isso, ele redireciona usuáriosblaze com crashbuscablaze com crashinformações sobre o combate para outros perfis ou grupos que tratam especificamente do assunto.
"Nos últimos meses, a procura aumentou. Tem genteblaze com crashtodo perfil. A maioria é homem que tem afinidade com assuntos militares. Alguns estãoblaze com crashbuscablaze com crashuma aventura, outros estão buscando dinheiro ou a possibilidadeblaze com crashcontinuar na Europa após tudo isso acabar", disse.
Esta, no entanto, não é a primeira vez que as batalhas entre ucranianos e forças pró-Rússia atraem brasileiros. Em 2018, Rafael Marques Lusvarghi foi preso na capital Kiev sob a acusaçãoblaze com crashterrorismo.
Entre 2014 e 2015, ele lutou ao ladoblaze com crashseparatistas pró-Rússia. Lusvarghi deu várias entrevistas defendendo os separatistas na época.
Em 2019, ele foi liberado pelas autoridades ucranianas durante uma trocablaze com crashprisioneiros com forças separatistas. À época, ele teria decidido permanecer na Rússia, para onde ele foi enviado.
De volta ao Brasil, Lusvarghi foi preso por suspeitablaze com crashtráficoblaze com crashdrogasblaze com crashPresidente Prudente, no interiorblaze com crashSão Paulo.

blaze com crash Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal blaze com crash .
blaze com crash Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube blaze com crash ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosblaze com crashautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticablaze com crashusoblaze com crashcookies e os termosblaze com crashprivacidade do Google YouTube antesblaze com crashconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueblaze com crash"aceitar e continuar".
Finalblaze com crashYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosblaze com crashautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticablaze com crashusoblaze com crashcookies e os termosblaze com crashprivacidade do Google YouTube antesblaze com crashconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueblaze com crash"aceitar e continuar".
Finalblaze com crashYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosblaze com crashautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticablaze com crashusoblaze com crashcookies e os termosblaze com crashprivacidade do Google YouTube antesblaze com crashconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueblaze com crash"aceitar e continuar".
Finalblaze com crashYouTube post, 3








