Guerra na Ucrânia: a narrativa sobre o conflito que EUA e Europa não querem ouvir:betdiamond cadastro

Depois que a Rússia invadiu a Ucrâniabetdiamond cadastro24betdiamond cadastrofevereiro, a ONU realizou uma votaçãobetdiamond cadastroemergência — 141 nações dos 193 estados membros da ONU votaram uma semana depois para condenar a atitude. Mas vários países importantes optaram por se abster, incluindo China, Índia e África do Sul. Portanto, seria ilusório para os líderes dos EUA e Europa acreditarem que o mundo inteiro compartilha da visão da Otan —betdiamond cadastroque a Rússia é inteiramente culpada por esta guerra catastrófica — porque o resto do mundo não pensa assim.

Então, por que tantos países estão se abstendo sobre a invasão da Rússia?

Há muitas razões, desde simples interesses econômicos ou militares, até acusaçõesbetdiamond cadastrohipocrisia ao passado colonial da Europa. Não existe um motivo único. Cada país pode ter suas próprias razões particulares para não querer condenar publicamente a Rússia ou alienar o presidente Putin.

'Sem limites' para a cooperação

Vamos começar com a China, o país mais populoso do mundo, com maisbetdiamond cadastro1,4 bilhãobetdiamond cadastropessoas, a maioria das quais recebe notícias sobre a Ucrânia pela imprensa controlada pelo Estado, assim como acontece na Rússia.

A China recebeu um visitantebetdiamond cadastroalto nívelbetdiamond cadastroseus Jogos Olímpicosbetdiamond cadastroInverno, pouco antes do início da invasão da Ucrâniabetdiamond cadastro24betdiamond cadastrofevereiro: o presidente russo Vladimir Putin.

Um comunicado chinês emitido depois do encontro afirmou que "não há limite para a cooperação dos dois países". Isso significa que Putin avisou seu colega chinês, Xi Jinping,betdiamond cadastroque estava prestes a lançar uma invasãobetdiamond cadastrogrande escala da Ucrânia? Absolutamente não, diz a China. Mas é difícil imaginar que não tenha havido sequer uma pista do que estava por vir a um vizinho tão importante.

China e Rússia podem um dia acabar sendo rivais estratégicos, mas hoje são parceiros e compartilham um desdém comum, beirando a inimizade, pela Otan, os EUA, a Europa e seus valores democráticos. A China já entroubetdiamond cadastroconflito com os EUA sobre a expansão militar chinesa no Mar do Sul da China. Pequim também entroubetdiamond cadastroconflito com governos dos EUA e da Europa sobre o tratamento dado à população uigur, os ataques à democraciabetdiamond cadastroHong Kong ebetdiamond cadastropromessa frequentemente repetidabetdiamond cadastro"retomar Taiwan" — até mesmo por força, se necessário.

A China e a Rússia têm na Otan um inimigo comum. A visãobetdiamond cadastromundo desses governos é passada para as suas populações. Por isso, muitos chineses e russos não têm a mesma aversão dos EUA e da Europa à invasão da Rússia e aos supostos crimesbetdiamond cadastroguerra sendo cometidos.

A Índia e o Paquistão têm suas próprias razões para não querer antagonizar a Rússia. Tanto a Índia quanto o Paquistão se abstiveram na votação da ONU para condenar a invasão.

A Índia obtém grande partebetdiamond cadastrosuas armasbetdiamond cadastroMoscou e, após seu recente confronto com a China no Himalaia, a Índia acredita que um dia poderá precisar da Rússia como aliada e protetora.

O ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan, que foi recém destituído, tem sido um crítico feroz da Europa e especialmente dos EUA. O Paquistão também recebe armas da Rússia e precisa da bênçãobetdiamond cadastroMoscou para ajudar a proteger as rotas comerciais com o interior do norte da Ásia Central. Khan visitou Putinbetdiamond cadastro24betdiamond cadastrofevereiro, o mesmo diabetdiamond cadastroque a Rússia invadiu a Ucrânia.

Hipocrisia e padrões duplos

Além disso, existe a acusação, compartilhada por muitos, especialmentebetdiamond cadastropaísesbetdiamond cadastromaioria muçulmana,betdiamond cadastroque os EUA e a Europa são culpadosbetdiamond cadastrohipocrisia e padrão duplobetdiamond cadastrojulgamento. Em 2003, os EUA e o Reino Unido optaram por ignorar a ONU — e grande parte da opinião mundial — invadindo o Iraque por motivos espúrios, levando a anosbetdiamond cadastroviolência. Washington e Londres também foram acusadosbetdiamond cadastroajudar a prolongar a guerra civil no Iêmen, armando a Força Aérea Real Saudita, que realiza ataques aéreos frequentesbetdiamond cadastroapoio ao governo oficial do país.

Para muitos governos da África, há outras razões ainda mais históricasbetdiamond cadastrojogo.

Nos tempos soviéticos, Moscou inundou o continente com armas enquanto procurava enfrentar a influência americanabetdiamond cadastronorte a sul. Em alguns lugares, o legado da colonização da Europa Ocidental nos séculos 19 e 20 é fontebetdiamond cadastroressentimento que continua até hoje. A França, que enviou tropas para o Malibetdiamond cadastro2013 — para evitar que o país fosse tomado pela Al-Qaeda — não é um governo popular no país, que era colônia francesa. Agora que a maior parte das tropas francesas foi embora, o Mali passou a ser ocupado por mercenários russos do Grupo Wagner, apoiados pelo Kremlin.

E onde fica o Oriente Médio nisso tudo?

Não é surpresa que a Síria — junto com Coreia do Norte, Belarus e Eritreia — tenha apoiado a invasão da Rússia. O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, depende da Rússia parabetdiamond cadastrosobrevivência depois que seu país correu o riscobetdiamond cadastroser invadido por combatentes do Estado Islâmicobetdiamond cadastro2015.

Mas mesmo aliados antigos dos EUA e da Europa — como Arábia Saudita e Emirados Árabes — embora tenham apoiado a votação da ONU, foram relativamente comedidosbetdiamond cadastrosuas críticas a Moscou. O governantebetdiamond cadastrofato dos Emirados Árabes Unidos, o príncipe herdeiro Mohammed bin Zayed, tem um bom relacionamento com Vladimir Putin — seu embaixador anteriorbetdiamond cadastroMoscou estevebetdiamond cadastroviagensbetdiamond cadastrocaça com o russo.

Também vale lembrar que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, tem um relacionamento ruim com o presidente americano Joe Biden. Tal é a aversão mútua, que os dois se recusam a atender as ligações um do outro. Antes disso, quando os líderes mundiais se reunirambetdiamond cadastroBuenos Aires para a Cúpula do G20 — no finalbetdiamond cadastro2018, apenas algumas semanas depois que EUA e Europa acusaram o príncipe herdeiro sauditabetdiamond cadastroordenar o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi — a maioria dos líderes da Europa deu um tratamento distante ao príncipe saudita. Putin, por outro lado, deu uma saudação calorosa ao príncipe. O líder saudita não se esquece desse gesto.

Nada disso significa que todos os países mencionados apoiem ativamente essa invasão, exceto Belarus.

Apenas cinco governos votaram contra condenar a Rússia pela invasãobetdiamond cadastro2betdiamond cadastromarço na ONU, e um deles foi a própria Rússia. Mas o que isso significa é que, por várias razões, os EUA e a Europa não podem assumir que o resto do mundo compartilhabetdiamond cadastrovisãobetdiamond cadastroPutin, nem das sanções, nem dabetdiamond cadastrodisposiçãobetdiamond cadastroconfrontar abertamente a invasão da Rússia com suprimentosbetdiamond cadastroarmamento para Ucrânia.

betdiamond cadastro Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal betdiamond cadastro .

betdiamond cadastro Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube betdiamond cadastro ? Inscreva-se no nosso canal!