A operação da Rússia para recuperar suspeitobetnacional com aviatorespionagem que jurava ser brasileiro:betnacional com aviator

  • Leandro Prazeres (@PrazeresLeandro) & Gordon Corera
  • Da BBC News Brasilbetnacional com aviatorBrasília / Especialistabetnacional com aviatorSegurança da BBC News
Victor Muller

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Homem se apresentava como Victor Muller Ferreira e havia se candidatado a postobetnacional com aviatorestágio não remunerado no Tribunal Penal Internacional

betnacional com aviator No final da tarde do dia 2betnacional com aviatorabrilbetnacional com aviatorGuarulhos (SP), um grupobetnacional com aviatorpoliciais federais aguardava ansiosamente a chegada do passageiro sentado na poltrona 62K do voo KLM 0791, vindo diretamente da Holanda.

Horas antes, autoridades holandesas já haviam feito o alerta: um homem suspeitobetnacional com aviatorser espião russo usando identidade brasileira havia acabadobetnacional com aviatortentar, sem sucesso, entrar no país europeu, foi barradobetnacional com aviatorAmsterdã e estava sendo devolvido ao Brasil.

No desembarque, os agentes da PF se depararam com o homem que tentava convencê-los, apesar do forte sotaque estrangeiro,betnacional com aviatorque era brasileiro ebetnacional com aviatorque não sabia o motivobetnacional com aviatorsua prisão.

O homem preso pela PF dizia se chamar Victor Müller Ferreira. Autoridades holandesas, brasileiras e russas, no entanto, dizem que seu verdadeiro nome é Sergey Vladimirovich Cherkasov. Ele nega ser o espião apontado pelos holandeses. O governo russo se mantevebetnacional com aviatorsilêncio.

Cherkasov já mobilizou investigadores do Brasil, Holanda e Estados Unidos. As informações divulgadas até o momento apontam que Cherkasov é suspeitobetnacional com aviatorpertencer a um tipo especialbetnacional com aviatorespião conhecido como "ilegal". São homens e mulheres normalmente recrutados ainda jovens pelos órgãosbetnacional com aviatorinteligência russos que recebem identidades falsas e são enviados a diferentes países para espionar e coletar informaçõesbetnacional com aviatorinteresse do governobetnacional com aviatorMoscou. Eles são vistos como espiõesbetnacional com aviatorelite. Um tipobetnacional com aviatorversão russabetnacional com aviatorJames Bond.

Em junho, porém, ele foi condenado,betnacional com aviatorprimeira instância, a 15 anosbetnacional com aviatorprisão pela Justiça Federal por usobetnacional com aviatordocumentos brasileiros falsos. Está presobetnacional com aviatoruma cela da Superintendência da Polícia Federalbetnacional com aviatorSão Paulo.

Mas o que parecia ser o fim da linha para um suposto espião pegobetnacional com aviatormeio a uma missão pode acabar se transformandobetnacional com aviatoruma pequena pausa. Documentos obtidos com exclusividade pela BBC News Brasilbetnacional com aviatorprocessos que tramitam no Brasil contra Cherkasov mostram que o governo russo articula uma operação diplomática e jurídica para recuperar a custódia do homem que supostamente seria agentebetnacional com aviatorinteligência a serviçobetnacional com aviatorMoscou.

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O mais recente movimento aconteceubetnacional com aviatoragosto, quando a Embaixada da Rússia no Brasil pediu a extradiçãobetnacional com aviatorCherkasov ao Supremo Tribunal Federal (STF). A existência do pedido foi confirmada pelo Supremo à BBC News Brasil.

Pela legislação brasileira, o pedidobetnacional com aviatorextradição precisa ser julgado pelo STF. Como o caso está sob a relatoria do ministro Edson Fachin, o processo deverá ser apreciado pela Segunda Turma do Supremo, da qual ele faz parte.

Se o STF aprovar a extradição, caberá ao presidente da República autorizar ou não a liberação. Jair Bolsonaro (PL) ficará no cargo até o final deste ano. No dia 1ºbetnacional com aviatorjaneirobetnacional com aviator2023, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumirá a presidência. Se o STF negar o pedido, não caberá decisão do presidente sobre o caso.

Na quarta-feira (9/11), a operação russa para levar Cherkasovbetnacional com aviatorvolta ao seu país natal ganhou o apoio oficial dele próprio. Em uma audiência sobre o processobetnacional com aviatorextradição que tramita no STF, o homem suspeitobetnacional com aviatorser um espião a serviçobetnacional com aviatorMoscou declarou seu desejobetnacional com aviatorser extraditado para a Rússia "o mais rápido possível".

"Eu gostariabetnacional com aviatorreiterar que eu quero ser extraditado para a Rússia e eu concordo com as acusações que a Rússia fez e pretendo responder aos fatos e meus crimes que são alegados pela Rússia no meu Estado quanto mais rápido possível", disse Cherskasov às autoridades brasileiras.

A declaração estábetnacional com aviatorum vídeo obtido pela BBC News Brasil e que faz parte do processobetnacional com aviatorextradição.

A declaração chama atenção porque, na Rússia, as penas pelos crimesbetnacional com aviatortráficobetnacional com aviatordrogas e associação criminosa aos quais ele está sujeito são mais rigorosas que a pena que ele cumpre no Brasil. Na Rússia, ele pode ser condenado a até 20 anosbetnacional com aviatorcadeia. No Brasil, ele foi sentenciado a 15 anosbetnacional com aviatorprisão. Pela legislação brasileira, no entanto, Cherkasov poderia ir para o regime semi-abertobetnacional com aviatordois anos e meio.

A BBC News Brasil questionou os advogadosbetnacional com aviatorCherkasov sobrebetnacional com aviatordeclaração, mas não obteve resposta.

Do lado brasileiro, quem investiga o caso é a Polícia Federal. Ainda não se sabe se ele usava o Brasil apenas como uma fachada para manterbetnacional com aviatoridentidade falsa ou se ele também espionava o país. Apesar disso, a PF surpreendeu pessoas familiarizadas com o caso ao pedir à Justiça Federal para destruir documentos encontrados durante as investigações sobre o russo no Brasil - o pedido foi negado pela Justiça (leia mais abaixo).

A destruição dos documentos, segundo fontes ouvidas pela reportagem, poderia dificultar a elucidação das atividades desenvolvidas pelo suspeitobetnacional com aviatorterritório brasileiro.

Procurados, a Embaixada da Rússia, a defesabetnacional com aviatorCherkasov, a Polícia Federal, o Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os ministérios da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) não comentaram o caso.

Missão frustrada

A detençãobetnacional com aviatorCherkasov no Aeroporto Internacionalbetnacional com aviatorAmsterdã, antesbetnacional com aviatorser enviado ao Brasil, chamou a atenção da comunidade internacional. Segundo o serviçobetnacional com aviatorinteligência holandês, Cherkasov usava uma identidade brasileira como cobertura para atuar como agente da GRU, uma das agênciasbetnacional com aviatorinteligência do governo russo.

Ele foi impedidobetnacional com aviatorentrar na Holanda no momentobetnacional com aviatorque chegava ao país para atuar como estagiário no Tribunal Penal Internacional, organismo que julga crimesbetnacional com aviatorguerra e é baseado na cidadebetnacional com aviatorHaia. Sua ida ao tribunal aconteceu dois meses depoisbetnacional com aviatora Rússia invadir a Ucrâniabetnacional com aviatoruma ação militar condenada por diversos países.

A inteligência holandesa alegou também que, usando a identidade "brasileira"betnacional com aviatorVictor Müller Ferreira, Cherkasov morou e estudou nos Estados Unidos e na Irlanda.

Nos primeiros interrogatórios, ele manteve a versãobetnacional com aviatorque era brasileiro ebetnacional com aviatorque se chamava Victor. Ainda segundo essa versão, ele seria filhobetnacional com aviatoruma brasileira com um cidadão português nascidobetnacional com aviatorMoçambique. Ambos já teriam falecido.

O relato, no entanto, foi parcialmente refutado pela Polícia Federal depois que os investigadores entrarambetnacional com aviatorcontato com os familiares da mulher que Cherkasov dizia serbetnacional com aviatormãe.

Os parentes dela afirmaram que não tinham conhecimento sobre qualquer filho que ela pudesse ter tido.

Ao longo do processo, Cherkasov confessou que usou documentos brasileiros falsos e disse que o fez para fugir da Rússia por ter cometido crimes no país.

As investigações brasileiras apontaram indíciosbetnacional com aviatorque Cherkasov chegou "como russo" ao Brasilbetnacional com aviator2010 e, pelo menos desde 2012, passou a usar a identidade falsabetnacional com aviatorVictor Müller Ferreira.

Desde então, ele conseguiu obter documentos como carteirabetnacional com aviatorhabilitação, títulobetnacional com aviatoreleitor, certificadobetnacional com aviatorreservista e passaporte.

O suspeitobetnacional com aviatorpertencer a um elaborado esquemabetnacional com aviatorespionagem a serviçobetnacional com aviatorMoscou tinha até um cartão do Sistema Únicobetnacional com aviatorSaúde (SUS).

Aindabetnacional com aviatoracordo com as autoridades brasileiras, todos os indícios apontam para a tesebetnacional com aviatorque Cherkasov atuava como um agentebetnacional com aviatorinteligência.

"Os elementos obtidos no curso das investigações trouxeram elementos aptos a confirmar que o agentebetnacional com aviatorinteligência russo Sergey Vladimirovich Cherkasov,betnacional com aviator2010, ingressou no Brasil, oportunidadebetnacional com aviatorque assumiu a identidade criadabetnacional com aviatorVictor Müller Ferreira", diz um trecho da denúncia feita pelo Ministério Público Federal obtida pela BBC News Brasil.

Em outro trecho, o MPF afirma que Cherkasov usa técnicasbetnacional com aviator"inteligênciabetnacional com aviatorEstado".

Entre elas estariam o recrutamentobetnacional com aviatorcolaboradores e usobetnacional com aviatordocumentos falsos.

"Victor Müller/Sergey Cherkasov utiliza-sebetnacional com aviatortécnicasbetnacional com aviatorinteligênciabetnacional com aviatorEstado, recrutamentobetnacional com aviatorcolaboradores [...] comunicação deletada, usobetnacional com aviatordocumentos falsos", diz o documento.

Apesarbetnacional com aviatorter sido condenado no Brasil apenas pelo usobetnacional com aviatordocumento falso, Cherkasov ainda é alvobetnacional com aviatorum inquérito que investiga suas supostas atividades como agentebetnacional com aviatorinteligência no Brasil.

O inquérito é conduzido pela Polícia Federal.

Abrigo

Os documentos obtidos pela BBC News Brasil mostram que o pedidobetnacional com aviatorextradição que tramita no STF não foi a primeira vez que o governo russo tentou reaver a custódiabetnacional com aviatorCherkasov depois que ele foi preso no Brasil. Uma outra tentativa foi feita antes mesmobetnacional com aviatorele ser condenado no país.

No dia 26betnacional com aviatormaio deste ano, o encarregadobetnacional com aviatornegócios do Consulado-Geral da Rússiabetnacional com aviatorSão Paulo, Pavel Kuptsov, assinou uma "carta garantia" entregue à Justiça Federal colocando a sede da representação à disposição para que o suposto agentebetnacional com aviatorinteligência ficasse custodiado sob os cuidados russos até o julgamento do caso.

No documento, o consulado afirma que Cherkasov estaria "dentro da áreabetnacional com aviatorinteresses" do governo russo por ter antecedentes criminais.

Carta-garantia

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Trechobetnacional com aviator'carta garantia'betnacional com aviatorque o consulado-geral da Rússia oferece suas instalações para receber o suspeitobetnacional com aviatorespionagem Sergey Vladimirovich Cherkasov

Uma fonte familiarizada com o caso disse à BBC News Brasil que a carta enviada pela diplomacia russa causou estranheza entre os investigadores porque nunca haviam visto o governo do país se oferecer para receberbetnacional com aviatorsuas instalações um compatriota que enfrenta problemas com a Justiça brasileira.

Documentos do processobetnacional com aviatorextradição formulado pelo governo russo obtidos pela BBC News Brasil mostram que Cherkasov é acusadobetnacional com aviatortráficobetnacional com aviatordrogas e associação criminosa.

Os documentos também apontam que, apesarbetnacional com aviatoros supostos crimes cometidos por Cherkasov na Rússia terem ocorridos até 2011, as autoridades russas só pediram ajuda da Interpol para prendê-lobetnacional com aviatorjunhobetnacional com aviator2022, dois meses apósbetnacional com aviatorprisão no Brasil.

Os processos aos quais a BBC News Brasil teve acesso também mostram que o governo russo deu duas posições às autoridades brasileiras sobre os supostos antecedentes criminaisbetnacional com aviatorCherkasov. Inicialmente, o governo russo teria dito que ele não teria cometido crimes no país. Em outro documento, no entanto, o governo mudoubetnacional com aviatorposição e passou a alegar que o russo tinha antecedentes criminaisbetnacional com aviatorseu país.

Procurada, a Embaixada da Rússia não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem.

PF pede para destruir provas do caso

Os documentos obtidos pela BBC News Brasil também mostram que apesarbetnacional com aviatora própria PF e o MPF terem encontrado elementos que apontam que Cherkasov era um agentebetnacional com aviatorinteligência que viveu no Brasil durante maisbetnacional com aviatoruma década, a PF pediu à Justiça Federal que destruísse provas colhidas ao longo das investigações.

O pedido foi feitobetnacional com aviatorjulho deste ano pelo então chefe do serviçobetnacional com aviatorinvestigaçõesbetnacional com aviatorcontrainteligência da Polícia Federal Elias Milhomensbetnacional com aviatorAraújo.

O serviçobetnacional com aviatorcontrainteligência da PF é o responsável, entre outras coisas, por investigar eventuais crimes cometidos por agentesbetnacional com aviatorinteligência estrangeiros no país.

O serviço passou a liderar as investigações sobre o caso depois que começaram a surgir os os primeiros indíciosbetnacional com aviatorque Cherkasov seria um agentebetnacional com aviatorinteligência russo no Brasil.

Com Cherkasov, a PF apreendeu documentos e dispositivos eletrônicos como pen-drives, discos rígidos, carteiras eletrônicas para guardabetnacional com aviatorcriptomoedas, alémbetnacional com aviatorfotos e documentos físicos e digitais.

Em alguns desses documentos, segundo os laudos elaborados pela PF, há relatórios apócrifos (sem assinatura) sobre as supostas atividadesbetnacional com aviatorCherkasov.

Relatórios também afirmam que foram encontrados dispositivos e documentosbetnacional com aviatorlocais secretos selecionados onde, acredita-se, havia a entregabetnacional com aviatorinformações.

Apesar do farto material apreendido, a PF pediu que a Justiça Federal determinasse que todos os dispositivos eletrônicos encontrados e que estivessem relacionados a "Victor Müller Ferreira" (a personalidade falsa adotada por Cherkasov) fossem destinados à PF e que todos os documentos fossem destruídos.

O argumento ébetnacional com aviatorque eles pertenceriam a "pessoa inexistente", uma vez que Victor Müller Ferreira seria apenas um nome falso, e que, por isso, os documentos deveriam ser inutilizados.

No finalbetnacional com aviatorsetembro, o MPF se posicionou contra a solicitação da PF. Segundo um parecer do órgão, o pedido foi considerado "prematuro" uma vez que ainda há investigaçõesbetnacional com aviatorcurso sobre os atosbetnacional com aviatorespionagem supostamente praticados por Cherkasov.

O receio ébetnacional com aviatorque a destruição prematura desses documentos poderia afetar as investigações que ainda estãobetnacional com aviatorandamento sobre as supostas atividadesbetnacional com aviatorespionagembetnacional com aviatorCherkasov no Brasil. Os investigadores querem saber, por exemplo, se o russo praticou atosbetnacional com aviatorespionagem no Brasil e se tinha algum tipobetnacional com aviatorapoio logístico no país.

O juiz federal responsável pelo caso indeferiu o pedido feito pela PF.

Questionada sobre o pedidobetnacional com aviatordestruição, a PF enviou uma nota dizendo que "a Polícia Federal não se manifesta sobre eventuais investigaçõesbetnacional com aviatorandamento".

Aproximação diplomática

Outra fonte entrevistada sob a condiçãobetnacional com aviatoranonimato afirmou que a orientação dentro do atual governo brasileiro tem sidobetnacional com aviatorevitar dar publicidade sobre o caso para não prejudicar as relações diplomáticas entre o Brasil e a Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) negou acesso a comunicações diplomáticas sobre Cherkasov solicitadas pela BBC News Brasil por meio da Leibetnacional com aviatorAcesso à Informação (LAI).

Segundo o órgão, os documentos foram classificados como "reservados" por serem considerados "imprescindíveis" à segurança da sociedade e do Estado por envolverem investigações ou açõesbetnacional com aviatorinteligência aindabetnacional com aviatorcurso.

Bolsonaro e Putin

Crédito, Palácio do Planalto

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Bolsonaro encontrou-se com Putin no Kremlinbetnacional com aviatorfevereirobetnacional com aviator2022

A orientação sobre evitar publicidadebetnacional com aviatortorno do caso levariabetnacional com aviatorconsideração um outro elemento: o eventual interesse do governo americanobetnacional com aviatorCherkasov.

As investigações afirmam que ele viveu nos Estados Unidos entre 2017 e 2020 e que morou na cidadebetnacional com aviatorArlington, no Estado da Virgínia, próximo à capital Washington.

Lá, ele estudou na Universidade Johns Hopkins. Para isso, usoubetnacional com aviatoridentidade brasileira para obter vistobetnacional com aviatorestudante e outros documentos americanos.

Documentos mostram que agentes do FBI (a polícia federal americana) interrogaram Cherkasov logo após abetnacional com aviatorprisão no Brasil. Em seu depoimento, o russo não disse qualbetnacional com aviatorverdadeira identidade.

De acordo com o processo que corre no Brasil, os americanos teriam informado as autoridades brasileiras que Cherkasov é investigado por fraude financeira nos Estados Unidos.

Procurado, o Departamentobetnacional com aviatorEstado americano informou que não comentaria o caso.

Programa dos 'ilegais'

Cherkasov é suspeitobetnacional com aviatorser um exemplo clássicobetnacional com aviator'ilegal' - um tipobetnacional com aviatorespião disfarçado no qual a Rússia (e antigamente a União Soviética) se especializou há algum tempo. Esses indivíduos não apenas mudambetnacional com aviatornome, masbetnacional com aviatornacionalidade e passam anos construindo essa identidade falsa.

Essa estratégia permite que eles conheçam pessoas ou trabalhembetnacional com aviatoruma instituição específica que poderia ser inacessível para um russo. O termo "ilegal" é usado para diferenciá-losbetnacional com aviatorum espião "legal" operando sob o pretextobetnacional com aviatorser um diplomata.

A diferença crucial é que, se um diplomata for pego espionando, ele tem imunidade e pode, no máximo, ser expulso do país. Por outro lado, se um "ilegal" for pego, ele pode ser processado criminalmente.

Nos últimos anos, oficiaisbetnacional com aviatorinteligência acreditam que a GRU se tornou mais ativa - e agressiva. A GRU é suspeitabetnacional com aviatorter enviado uma equipebetnacional com aviatoragentes sob identidade falsa para matar Sergei Skripalbetnacional com aviator2018,betnacional com aviatorSalisbury, no Reino Unido. A Rússia, no entanto, nega seu envolvimento neste caso.

O principal trabalho dos "ilegais", no entanto, é coletar informações e realizar atividadesbetnacional com aviatorapoio às Forças Armadas da Rússia.

Alexander Petrov e Ruslan Boshirov
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Alexander Petrov e Ruslan Boshirov teriam usado o agente nervoso Novichok para envenenar ex-espião e a filha

Normalmente, quando são pegos, o governo russo trabalha para levá-losbetnacional com aviatorvolta à Rússia por meiobetnacional com aviatoralgum tipobetnacional com aviatoracordo - geralmente uma trocabetnacional com aviatorespiões.

Foi o que aconteceu com um grupobetnacional com aviator"ilegais" russos presos nos EUAbetnacional com aviator2010, que foram trocados por agentes detidosbetnacional com aviatorprisões russas por espionagem.

O uso da extradição é um método mais incomum. A vantagem é que não dependebetnacional com aviatorreconhecer que essa pessoa ébetnacional com aviatorfato um espião. A esperança pode ser que isso possa ser feito sob o radar com menos publicidade - e menos constrangimento - mas ainda assim garantir seu retorno à Rússia.

Silêncio e sigilo

Sobre o caso, a BBC News Brasil procurou: o Ministério da Justiça, o Ministério das Relações Exteriores, a PF, a PGR, o STF, a Embaixada da Rússia no Brasil, o Departamentobetnacional com aviatorEstado dos Estados Unidos e a defesabetnacional com aviatorCherkasov.

Por telefone, os advogadosbetnacional com aviatorCherkasov disseram que receberam uma orientação do cliente para não fazerem comentários sobre o assunto.

Em nota, o Ministério da Justiça disse que o órgão "não se manifestabetnacional com aviatorrelação a eventuais pedidosbetnacional com aviatorextradiçãobetnacional com aviatorandamento".

O Ministério da Justiça enviou nota informando que o trâmitebetnacional com aviatorpedidosbetnacional com aviatorextradição é atribuição do ministério.

Questionada sobre o pedido para destruir provas do caso envolvendo Cherkasov, a PF disse que "não se manifesta sobre eventuais investigaçõesbetnacional com aviatorandamento".

A PGR informou que o caso é sigiloso e que não poderia fornecer dados sobre ele.

Consultado no dia 19betnacional com aviatoroutubro sobre o caso, o STF informou, por meiobetnacional com aviatornota, que o processo era sigiloso. No mesmo dia, porém, Fachin retirou o sigilo do caso.

A Embaixada da Rússia não respondeu às perguntas enviadas por e-mail e por mensagensbetnacional com aviatortexto.

O Departamentobetnacional com aviatorEstado americano disse que não comentaria o caso.

- Este texto foi publicado originalmentebetnacional com aviatorhttp://roberthost1.accountsupport.com/internacional-63352777