Africanos reclamamcasino nao abre bet365tratamento desigual na fronteira do Acre:casino nao abre bet365

Para chegar ao país, senegaleses passaram por Mauritânia, Marrocos, Espanha, Equador
Legenda da foto, Para chegar ao país, senegaleses passaram por Mauritânia, Marrocos, Espanha, Equador

casino nao abre bet365 No centro do abrigo lotadocasino nao abre bet365imigrantes haitianoscasino nao abre bet365Brasileia, no Acre, cercacasino nao abre bet36530 homens agrupados destoam da ruidosa multidão ao redor. Sentadoscasino nao abre bet365seus colchões, leemcasino nao abre bet365voz baixa o Corão, livro sagrado dos muçulmanos.

"Todo dia pedimos a Deus que nossa estadia aqui termine logo", diz à BBC Brasil o senegalês Ahmadou Thiao,casino nao abre bet36527 anos.

Como Thiao, há no abrigo outros 71 imigrantes do Senegal à esperacasino nao abre bet365um visto para viver no país. E o Islã, fé seguida pela maioria do grupo, não é o único fator a diferenciá-los dos cercacasino nao abre bet3651.200 haitianoscasino nao abre bet365Brasileia.

Enquanto os caribenhos recebem seus vistoscasino nao abre bet365poucas semanas e logo deixam a cidade rumo ao Sul e Sudeste, alguns africanos já aguardam há maiscasino nao abre bet365dois meses porcasino nao abre bet365regularização – e sem qualquer garantiacasino nao abre bet365que entrarão. A incerteza é compartilhada por oito dominicanos, dois nigerianos e um bengali.

"A situaçãocasino nao abre bet365onde venho está tão ruim quanto a do Haiti. Por que o governo brasileiro não nos trata da mesma maneira?", queixa-se o nigeriano Sunday,casino nao abre bet36541 anos.

Fluxo migratório

Parte da explicação está numa resoluçãocasino nao abre bet3652012 do Conselho Nacionalcasino nao abre bet365Imigração (CNIg), que criou um esquema especial para a concessãocasino nao abre bet365vistoscasino nao abre bet365trabalho a haitianos.

A medida, tomada após milharescasino nao abre bet365haitianos se arriscaremcasino nao abre bet365longas travessias para ingressar no Brasil por fronteiras no Norte, autorizou a emissãocasino nao abre bet3651.200 vistos mensais a imigrantes pela embaixada brasileira no Haiti.

Prevendo que não sairá do abrigo tão cedo, o dominicano Miguel passou a vender sanduíches para cobrir despesas
Legenda da foto, Prevendo que não sairá do abrigo tão cedo, o dominicano Miguel passou a vender sanduíches para cobrir despesas

Com isso, o governo esperava controlar o fluxo migratório e estimular a vindacasino nao abre bet365haitianos por avião. No entanto, o númerocasino nao abre bet365vistos mostrou-se muito inferior à demanda: nos últimos 15 dias, cruzaram a fronteira no Acre maiscasino nao abre bet3651.300 haitianos, número maior que a cota anualcasino nao abre bet365vistos dados na embaixada.

Imigrantescasino nao abre bet365Brasileia dizem ainda que, além da longa espera para agendar entrevistas para tirar o vistocasino nao abre bet365Porto Príncipe, a burocracia desencoraja o procedimento. Assim, embora mais caro, entrar pela Amazônia mostra-se mais atraente – ainda que exija atravessar outros países (Equador, Peru e,casino nao abre bet365alguns casos, também Bolívia) e sujeitar-se a atravessadores.

Fronteiras

Após a resolução do CNIg, a Polícia Federal chegou a fechar as fronteiras na Amazônia, bloqueando a entradacasino nao abre bet365haitianos sem vistos. No entanto, o governo acabou optando por reabri-las e por também emitir vistos na divisa, além da cota da embaixada.

A decisão, porém, só abarcou os haitianos. Na quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse a jornalistas que "o restante dos imigrantes terá tratamento baseado na política internacional brasileira conduzida pelo Ministério das Relações Exteriores."

Segundo o secretário da Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, o governo estadual fez um acordo com a Polícia Federal para que os haitianos sejam atendidos com prioridade, até que o númerocasino nao abre bet365pessoas no abrigo seja reduzido a 200,casino nao abre bet365ocupação ideal.

Só depois disso, diz ele, os outros imigrantes serão entrevistados pelos agentes.

Para a maioria dos oito dominicanos no abrigo, a espera já dura um mês. Prevendo que não sairácasino nao abre bet365lá tão cedo, um deles – o pedreiro Miguel Rosário – já arranjou uma ocupação para cobrir pequenas despesas: vende sanduíchescasino nao abre bet365queijo e presunto a outros imigrantes.

"Se não há outra opção, temos que esperar", diz ele à BBC Brasil.

Como o Haiti e a República Dominicana dividem a mesma ilha (Hispaniola), a notíciacasino nao abre bet365que havia no Brasil trabalho para estrangeiros rapidamente cruzou a fronteira.

Rosário conta que passou a considerar a possibilidadecasino nao abre bet365migrar após conversar com amigos do país vizinho. "Confirmei pela internet que as condições eram boas e fiz as malas." Ao longocasino nao abre bet365toda acasino nao abre bet365viagem para o Brasil, ele esteve acompanhado por haitianos.

Um visto e uma chance

Disposto a trabalharcasino nao abre bet365qualquer área, o senegalês Boubacar Drame busca um visto e uma chance
Legenda da foto, Disposto a trabalharcasino nao abre bet365qualquer área, o senegalês Boubacar Drame busca um visto e uma chance

Já os 72 senegaleses tiveram jornada ainda mais desgastante para chegar aqui.

De seu país natal, cruzaram a Mauritânia por terra até o Marrocos. De lá, viajaramcasino nao abre bet365avião para a Espanha e,casino nao abre bet365seguida, ao Equador, onde se incorporaram a gruposcasino nao abre bet365haitianos.

Alguns contam que foram encorajados a vir por amigos que já moram no país, principalmentecasino nao abre bet365São Paulo. Outros, que não tinham planoscasino nao abre bet365viver no Brasil, mas que a crise econômica tornou mais difícil migrar para a Europa e para os Estados Unidos.

Entre ficar no Senegal e tentar a sorte do outro lado do Atlântico, resolveram arriscar.

"Posso trabalhar na construção civil, como motorista ou comerciante", diz Boubacar Drame, 32 anos.

"Basta que me deem um visto e uma chance".