De Dante a Dan Brown: Dez curiosidades sobre o inferno:lampions bet

Chamas

lampions bet Dan Brown, o autorlampions betO Código Da Vinci lampions bet , lança nesta terça-feira nos Estados Unidos seu novo romance, Inferno, com previsãolampions betchegada ao Brasil no mêslampions betjunho, cujo nome e tema são emprestados da obra A Divina Comédia lampions bet , escrita no século 14 por Dante Alighieri (1265-1321).

O novo livro traz uma nova aventura do simbologistalampions betHarvard, Robert Langdon, que também aparecelampions betO Código Da Vinci e outros livros do autor.

Segundo detalhes revelados pela editora, a história começa com o professor Langdon acordandolampions betum hospital na Itália sem lembrar como foi parar ali. Seguido por um assassino, ele dá a início a uma jornada por diversas cidades italianas, começando por Florença, para tentar decifrar códigos que fazem referência a passagens da clássica obralampions betDante.

Em A Divina Comédia, o poeta italiano apresenta na formalampions betpoema uma descrição detalhada do Inferno, do Purgatório e do Paraíso. No Inferno, Dante, guiado pelo poeta Virgílio, percorre locais onde os pecadores enfrentam punições pelo que fizeramlampions betvida.

A pedido da BBC, o escritor e historiador Stephen Tomkin listou dez curiosidades sobre o inferno,lampions betacordo com o descrito por Dante e outros artistas.

1 – O inferno tem formatolampions betcone

De acordo com a descriçãolampions betDante, o inferno consistelampions betnove círculos concêntricos que se afunilam conforme ficam mais profundos, até chegarem ao centro da Terra. Para qual deles você é enviado depende do pecado cometido, com círculos destinados aos glutões, hereges e fraudadores. Sobre o ponto central superior, na superfície terrestre, está Jerusalém.

O rio Aqueronte corre por todo o inferno, separando-o do mundo exterior. Fora do inferno, mas também sofrendo punição, estão as pessoas que nunca fizeram nadalampions betbom nemlampions betmal. Elas são penalizadas pela neutralidade, vagando por toda a eternidade sendo picadas por vespas e tendo o sangue bebido por larvas.

2 – O inferno é diversificado

Dante Alighieri
Legenda da foto, Dante Alighieri, autorlampions bet'A Divina Comédia'

A imagem moderna do inferno, com chamas e labaredaslampions betfogo como punições universais para todos, é bastante moderada quanto comparada às versões medievais. A concepção atual é provavelmente um legado do poeta inglês John Milton (1608-1674), cujo poema épico Paraíso Perdido retratalampions betdetalhes um inferno da épocalampions betAdão e Eva, descrito como "uma grande fornalha" cujas chamas oferecem "nenhuma luz, mas sim escuridão visível".

Já o inferno medieval descrito por Dante na literatura e pelo holandês Hieronymus Bosch (1450-1516) na pintura não é um ambiente estático. As punições são variadas e se aplicam conforme os pecados cometidos. Para o poeta italiano, os semeadores da discórdia são cortadoslampions betpedaços, e os suicidas vivem como árvores pelo fim dos tempos. Aduladores nadamlampions betmareslampions betexcrementos e traidores são condenados a terem suas cabeças comidas por aqueles que traíram. O pintor holandês mostra pessoas sendo excretadas por monstros e homens sendo forçados a se casarem com porcos.

3 – O inferno fica abaixo da terra

Na Idade Média havia o senso comumlampions betque o inferno estava localizado no subterrâneo terrestre, e havia lendaslampions betpessoas que chegaram a verlampions betfumaça saindo atravéslampions betburacos no chão. Dante estavalampions betacordo e por issolampions betconcepção coloca Satã na parte mais profunda do inferno, o nono círculo. Na versãolampions betMilton, no entanto, o inferno é distante da Terra, vista como um lugar puro e perfeito, que não comportaria o centro da maldade.

4 – O inferno pode congelar

Na verdade, o inferno é descrito como escaldante, sobretudo na versãolampions betMilton, que descreve colinas, cavernas, praias e pântanoslampions betfogo. Dante mostra um riolampions betsangue fervente repletolampions betpessoas culpadas por carnificinas, piraslampions betfogo para os hereges e um deserto onde chove fagulhaslampions betfogo sobre pessoas que cometeram blasfêmias e homossexuais.

Entretanto, para Dante, o demônio está imersolampions betgelo até a cintura e sempre enfrenta frio, mesmo no calor do inferno. Apesarlampions bettodo o fogo, Milton também diz quelampions betalgumas regiões do inferno há gelo, neve, granizo e ventania.

5 – O inferno é outras pessoas (e elas são reais)

O poeta inglês John Milton
Legenda da foto, Inferno da obralampions betMilton tinha apenas demônios

O infernolampions betMilton, nos temposlampions betAdão e Eva, ainda não tem nenhum habitante, apenas demônios. Mas Dante vê muitos papas no inferno, incluindo Anastácio 2º (que viveu no século 5º), por heresia, e Nicolau 3º (do século 13) pelo pecadolampions betcompralampions betcargos na hierarquia na igreja.

O teólogo Erasmolampions betRoterdã (1466-1536) escreveu um diálogo chamado Júlio Excluído, onde o papa Júlio 2º (1443-1513) temlampions betentrada no paraíso rudemente recusada. Michelangelo (1475-1564),lampions betseu afresco O Juízo Final, na Capela Sistina, mostra pessoas reais sendo puxadas para o inferno, entre elas um assessor papal, Biagiolampions betCesena, que se opôs à intenção do artistalampions betincluir nudezlampions betseus trabalhos e é mostrado tendo os genitais comidos por uma serpente. Dante também coloca no inferno uma sérielampions betpessoas que realmente existiram, entre elas alguns amigos, e os famosos traidores Cássio, Brutus e Judas.

6 – O inferno abriga criaturas fictícias

O inferno está cheiolampions betcriaturas dos mitos pagãos. Dante vê centauros, o minotauro e o cachorrolampions bettrês cabeças, Cérbero. Michelangelo inclui Caronte, o barqueiro dos rios Estige e Aqueronte que leva as almas dos pecadores para o inferno. Milton vê a medusa e hidras nas profundezas.

7 – O inferno é um pandemônio

O pandemônio ("todos os demônios"), embora tenha recebido ao longo do tempo a definiçãolampions betum caos barulhento, é uma palavra inventada por Milton para a capital do inferno, onde Satã e seus seguidores se reúnemlampions betseu Parlamento infernal.

8 – O inferno tem portões

O portão do infernolampions betDante tem a famosa inscrição "abandone toda esperança aquele que por aqui entrar". Menos famosas são as outras oito linhas do texto, que incluem a alegaçãolampions betque o interior foi criado pela "mais alta sabedoria e amor primordial". Para Milton, há nove portões: trêslampions betbronze, trêslampions betferro e trêslampions betrocha, guardados pelo pecado, pela morte e pelos cães do inferno.

9 – O inferno não tem tanto interesse por sexo

Muitos associam o Cristianismo a pecados sexuais, mas o sexo não é citado como uma das causas proeminentes para o castigo no inferno.

Na Divina Comédia, o professorlampions betDante Brunetto Latini é punido no sétimo círculo por sexo "não natural", mas o pecadolampions betluxúria é punido no segundo círculo (o primeiro sendo o limbo, lugar que costuma abrigar bebês não batizados e aqueles que não cometeram pecados, mas não são cristãos). Dessa forma, Dante considera a luxúria coloca a luxúria como um pecado menos grave do que outros, punidoslampions betcírculos mais profundos.

10 – O inferno não é tão bíblico

Muito poucas dessas ideias provêm da Bíblia. O Livro Sagrado não faz referência ao inferno e às chamas – muitos dos detalheslampions betDante foram inspirados pelos mitos gregos e romanos, e a vasta maioria das concepções mais recentes são fruto do imaginário medieval ocidental.

Artistas cristãos orientais nunca tiveram o mesmo nívellampions betinteresse pelo assunto, e mesmo no Ocidente isso foi algo tardio – a doutrina do tormento perpétuo foi introduzidalampions bet1215, no Quarto Concíliolampions betLatrão, apenas um século anteslampions betDante.

Estima-se que há mais menções ao paraíso do que ao inferno na Bíblia (na Nova Versão Internacional, uma tradução do Livro Sagrado): seriam 622 versículos citando o paraíso, e apenas 15 ligados ao inferno.

Francisco Orofino, professorlampions betteologia da faculdade EST,lampions betSão Leopoldo (RS), no entanto, diz que é "arbitrário" fazer qualquer contagemlampions betpalavras contidas na Bíblialampions betlínguas que não o hebraico ou o grego, devido às diferentes traduções e interpretaçõeslampions betcada idioma – o que pode produzir resultados diferentes.

"Devo dizer que todo o problema está nas palavras conceituais 'paraíso' e 'inferno'. Se por 'paraíso' fizeram um levantamentolampions betinglês da palavra 'heaven' incluíram neste levantamento palavras hebraicas e gregas que não significamlampions betsi 'paraíso' já que termos como 'céu' e 'céus' entram na conta. Portanto o número para 'paraíso' é totalmente falho. Nem sempre o conceitolampions bet'céu' equivale a 'paraíso'. No caso do 'inferno', a palavra hebraica para o termo é sheôl, que geralmente é traduzida para o português como 'abismo, tumba, ou sepultura', e aí o número subiria muito", explica.