As crianças estão ganhando brinquedos demais?:bet3635

O psicólogo Oliver James, autor do livro sobre paternidade Love Bombing ("Bombardeiobet3635amor",bet3635tradução livre), acredita que as crianças não precisambet3635todo esse conjuntobet3635brinquedos.
"A maioria das crianças precisambet3635um primeiro objetobet3635transição", disse James. "Como o primeiro ursobet3635pelúcia que carregam para todo lugar. Mas todo o resto é uma necessidade gerada socialmente".
Assim, parece que somos nós que estamos dispostos a criar necessidades neles. Segundo a Associaçãobet3635Lojasbet3635Brinquedos da Grã-Bretanha, os britânicos gastam US$ 4,9 bilhões por anobet3635brinquedos.
Jogo predeterminado
No V&A Museum of Childhood,bet3635Londres, Catherine Howell supervisiona uma coleção que tem desde um cavalobet3635madeirabet3635400 anosbet3635idade até o boneco do personagem da Disney/Pixar Buzz Lightyear. Segundo ela, hoje as crianças têm muito mais brinquedos do quebet3635qualquer geração anterior.
Mas enquanto os produtos licenciados tiveram grande êxito desde o lançamentobet3635Guerra nas Estrelas na décadabet36351970, Howell afirma que os brinquedos tradicionais , como bonecas e blocosbet3635construção, mantiveram uma popularidade constante. "Uma criança sempre volta a um conjuntobet3635blocos, pois isso permite que ela use a imaginação".
Certamente, uma meninabet3635três anos desesperada por brincar com bonecosbet3635uma sériebet3635animação é o sonhobet3635todo vendedor. Contudo, após ganhar o presente no Natal, o entusiasmo da criança começa a minguar a partirbet363526bet3635dezembro.
Segundo James, os brinquedos que predeterminam a brincadeira – e isso é quase certobet3635relação aos objetos focobet3635promoção comercial – oferecem possibilidades limitadas para a diversão. Assim, enquanto o boneco do Buzz Lightyear só pode ser um patrulheiro espacial, uma boneca poderia ser um bebê faminto, uma convidada para a festa do chá e até uma astronauta –bet3635acordo com a imaginação da criança.
Os brinquedos que dificultam variações na brincadeira podem ser até prejudiciais, segundo James. "As crianças pequenas descobrembet3635identidade através das brincadeirasbet3635fantasia. Se os brinquedos oferecem um repertório limitado esse processo é prejudicado".
O "valor do brinquedo" é o mais importante, segundo Joshi Liat Hughes, autora do livro Raising Children: the Primary Years ("Criando crianças: os primeiros anos",bet3635tradução livre). "Há enormes benefícios nos brinquedos, eles trazem alegría, criatividade e aprendizagem."
Ela diz que há três fatores que fazem que um brinquedo seja excelente: "valor social, como obet3635uma casabet3635bonecas que permite que as crianças brinquem juntas; versatilidade, como a das peçasbet3635Lego que podem ser transformadasbet3635qualquer coisa e durabilidade, como abet3635trilhosbet3635trembet3635madeira, que serão utilizados por anos".
Oliver James lembra que as crianças costumam transformar utensílios da casabet3635brinquedos. Panelas podem virar instrumentos musicais e caixasbet3635organização arcas do tesouro.
Esse potencial criativo é muito explorado pelos fabricantesbet3635brinquedos. A diferença, segundo Thierry Bourret, criador da premiação "Slow Toy" para brinquedos, é que os brinquedos são projetados para essa finalidade e normalmente não oferecem riscos para as crianças.
Minimalismo x Materialismo
Aqueles que advogam pela diminuição do númerobet3635brinquedos não reclamam apenas da natureza dos produtos, mas contra a disponibilizaçãobet3635grandes quantidades deles para as crianças. Enquanto os pais acham que a existênciabet3635mais brinquedos poderia diminuir as brigas entre irmãos, os críticos dizem que a abundância reforçaria ainda mais o egoísmo nas crianças.

"As pessoas dividem mais e compartilha melhor quando os recursos são limitados e o mesmo acontece com as crianças", afirma o escritor americano Joshua Becker, paibet3635dois filhos.
Esse minimalismo se extende a toda família Becker. As crianças têm um espaço limitado para guardar seus brinquedos, o que os obriga a adotar uma políticabet3635"um entra e um sai".
Becker diz incentivar suas filhos a "preencher seu tempo com criatividade" – andandobet3635patinete no parque, jogando beisebol e futebol, convidando amigos para brincar com bonecos e criando projetosbet3635arte. Dessa forma, afirma, eles cuidam melhosbet3635suas posses e crescem com mais recursos.
O pai diz esperar que esses hábitos perdurem por toda a vida dos filhos.
Em seu livro Afluenza, James Oliver descreve como a população da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos sofrebet3635alto grau com o tipobet3635materialismo que Becker combate. Porém, para os europeus, a probabilidadebet3635sofrerbet3635depressão por causabet3635um desejo frustrado cai pela metade.
Por isso, pode não ser coincidência o fatobet3635que culturas educativas europeias promovam, com brinquedos e jogos, experiênciasbet3635aprendizagem na vida real. Um exemplo é o jogobet3635grupo na floresta – chamado "Waldspielgruppe" – praticado na Suíça, onde vivemos por sete anos.
A partir dos três anos, meus filhos brincavambet3635lenhador no jardim com martelos e serrasbet3635tamanho real. Eles faziam fogueiras, cozinhavam alimentos e recolhiam pinhas. Não havia nenhum brinquedo à vista. Só crianças contentes e uma grande quantidadebet3635enfeites feitos com pinhas.
Agora que as frentes frias da Suíça foram substituídas pelas monçõesbet3635Cingapura, fico feliz por não ter deixado todos os brinquedos para trás. Talvez as crianças não precisem, mas seus pais ocupados precisarão.
A mudança também nos obrigou a minimizar a quantidadebet3635coisas e com todas as caixas e embalagens vazias, esperando para serem transformadasbet3635brinquedos, não faltarão às crianças formasbet3635brincar mais com menos.








