Desvalorizada no Brasil, saúde básica é chave do sucessobet364 5sistema britânico :bet364 5
A BBC Brasil mostrou nesta segunda-feira que existem apenas 4 mil médicosbet364 5família no país e que essa formação é estigmatizada dentro da categoria médica.
<link type="page"><caption> Leia também na BBC Brasil: Médicabet364 5família 'dirige Chevette e namora Creisom'bet364 5apostila para concurso</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://roberthost1.accountsupport.com/noticias/2014/09/140920_salasocial_eleicoes2014_saude_abre_medicos_cc" platform="highweb"/></link>
Crédito, Arquivo Pessoal
"É preciso valorizar a atenção básicabet364 5saúde no Brasil. No sistema britânico, é o oposto: há uma supervalorização do GP", afirma o professor da USP Oswaldo Tanaka, que já morou no Reino Unido e estudou o NHS.
Atendimento
No sistema britânico, o paciente não marca atendimento com médicos especializadosbet364 5acordo com seu problema, por exemplo cardiologista, endocrinologista, dermatologista, etc. Ele primeiro passa pelo GP, que decide então se o paciente deve ou não ser encaminhado para um especialista.
Mesmo no casobet364 5a pessoa ter um segurobet364 5saúde, ela deve passar primeiro por um GP que atue no sistema privado, que posteriormente encaminha o paciente para um especialista."Não é como no Brasil, que você abre seu livrinho do planobet364 5saúde, escolhe o médico especialista e vai lá direto", explica a médica ginecologista Vânia Martins, que trabalhou quinze anos no setor público no Brasil antesbet364 5se mudar para Londres, onde atendebet364 5uma clínica privada e no NHS.
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A formabet364 5remuneração dos médicos e gestão dos recursos também é muito diferente da do SUS. Tanaka explica que o GP é como se fosse um prestadorbet364 5serviço ao NHS, mais do que um funcionário assalariado. Ele é remuneradobet364 5acordo com os atendimentos que faz. Os residentes do Reino Unido devem se registrarbet364 5um GP na regiãobet364 5que moram, mas têm a opçãobet364 5trocarbet364 5médico oubet364 5clínica se assim desejarem, desde que na mesma região. Dessa forma, ébet364 5interesse do GP ter mais pacientes, pois assim ele receberá mais recursos.
Não há dados estatísticos sobre qual o tempo médio necessário para marcar uma consulta com um GP. Médicos e usuários ouvidos pela BBC Brasil disseram que é fácil conseguir um horáriobet364 5poucos dias ou na mesma data, mas as consultas costumam ser breves, durambet364 5dez a quinze minutos e,bet364 5geral, se resumem a uma conversa.
Comparação
O GP é quem vai encaminhar o paciente a um médico especialista ou para fazer um exame ou tratamento, por exemplo, e os recursos que pagam por esses serviços saem do orçamento público administrado porbet364 5clínica, explica Tanaka. Dessa forma, o GP tende a só fazer o encaminhamento se tiver certezabet364 5que é necessário. Por isso, muitas vezes as pessoas deixambet364 5marcar a consulta se o caso não é grave.
"Esse modelo foi criado com as reformas implementadas pelo governo da Margaret Thatcher nos anos 1980. O GP precisa ser produtivo e atender metas, por isso as consultas são rápidas", diz Tanaka.
Apesar das limitações, profissionais brasileiros que trabalham no NHS falaram à BBC Brasil sobre a importância desse modelo centrado no atendimento básico para garantir acesso à saúde para toda a população.
"Se você comparar os dois sistemas, ainda é melhor que o brasileiro. Aqui, você levantou passando mal, consegue uma consultabet364 5emergênciabet364 5dez minutos", diz Vânia Martins.
Para ela, a pequena coberturabet364 5saúde da família no Brasil acaba sobrecarregando as emergências.
Crédito, Arquivo Pessoal
"Se você tem um problema pequeno, o que você vai fazer numa emergência? Quando você não tem um sistema que absorve isso, essas bobeirinhas, digamos assim, que você pode tratar passando uma prescrição, uma injeção e mandar para casa, você sobrecarrega o sistema".
"O que eu via no Brasil era gente que ia fazer uma tomografia na emergência, mas não era emergência. É que não conseguia fazer no outro lugar que deveria fazer do SUS", afirma.
A enfermeira Ana De Stefano, que já atuou no sistema público brasileiro e hoje trabalha na maternidade do St. Peter's Hospital (Chertsey), observa que, assim como os médicosbet364 5família, profissionais como ela também têm um papel mais relevante no Reino Unido do que no Brasil.
"Aumentar a qualificação e a responsabilidade dos enfermeiros também diminuiria a pressão sobre os médicos no Brasil", acredita.
No Reino Unido, por exemplo, enfermeiros realizam o teste ginecológico papanicolau e examesbet364 5ultrassom, procedimentos que costumam ser executados por médicos no Brasil. Vânia Martins, que já trabalhou na Secretaria Estadualbet364 5Saúde do Rio e chefiou o Programabet364 5Saúde do Adolescente do municípiobet364 5Belford Roxo (RJ), diz que procurou ampliar o papel dos enfermeiros nabet364 5gestão, mas que há resistência dos médicos, que temem perder mercado.
A enfermeira Ana De Stefano destaca ainda o papel da parteira. Após estudar a prática por três anos, são elas que fazem os partos normais no Reino Unido, enquanto os médicos realizam as cesarianas, procedimento raro no sistema britânico.
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NHS x SUS
O NHS emprega maisbet364 51,7 milhãobet364 5pessoas e quase metade ébet364 5profissionaisbet364 5saúde, sendo cercabet364 540 mil GPs e 370 mil enfermeiros. O sistema é aberto a toda a opulação residente no Reino Unido, que soma 63,2 milhõesbet364 5pessoas.
De acordo com o Ministério da Saúde, o SUS conta com maisbet364 52 milhõesbet364 5profissionais, dos quais maisbet364 5184 mil são enfermeiros e 440 mil são médicosbet364 5diversas especialidades. Dentre eles, cercabet364 5113 mil são clínicos gerais. A população total do Brasil ébet364 5203,1 milhõesbet364 5habitantes.
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De acordo com dados do Banco Mundial, o gasto públicobet364 5saúde no Reino Unido é bastante superior ao brasileiro. As tendências, porém, são opostas. Enquanto os recursos destinados ao setor britânico têm recuadobet364 5proporção ao PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos anos, no Brasil eles têm crescido.
Segundo a instituição, o total destinado por todas as esferasbet364 5governo à saúde passoubet364 53,8% do PIB brasileirobet364 52009 para 4,3%bet364 52012, dado mais recente. No mesmo período, essa taxa passoubet364 58,2% para 7,8% no Reino Unido.
A crescente demanda por serviços devido ao envelhecimento da população e a redução dos gastos por causa do aperto fiscal do governo têm se refletido na piora da qualidadebet364 5alguns serviços na Grã-Bretanha.
Em abril deste ano, por exemplo, a quantidadebet364 5pessoas esperando por maisbet364 518 semanas por uma operação – prazo limite previsto no NHS – atingiu 3 milhões, maior númerobet364 5seis anos.
