200 dias para os Jogos: A Olimpíada é um bom ou um mau negócio para o Brasil?:poker 123

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O especialistapoker 123Gestão, Marketing e Direito no Esporte da FGV Pedro Trengrouse, que foi consultor da ONU para a Copa, afirma que os Jogos Olímpicos "são um bom negócio para o COI (Comitê Olímpico Internacional), mas nem tanto para o país-sede."

"É preciso desmistificar essa ideiapoker 123que Jogos Olímpicos têm o poderpoker 123transformar a realidadepoker 123uma cidade. Sem o sacrifício do povo, é impossível fazer isso. Por isso, quando se faz plebiscito sobre sediar a Olimpíada, o povo diz que não, como aconteceupoker 123Hamburgo, Munique, Oslo. Ninguém quer pagar essa conta."

Sem o "lucro" imediato com o evento, a melhor estratégia, segundo Jensen, é fazer das duas semanaspoker 123Jogos uma "bela festa" para que isso contribua para a imagem do Riopoker 123Janeiro como destino turístico - algo que pode gerar ganhos econômicos à cidade e ao país no futuro.

"Para um país como o Brasil, que tem carência socialpoker 123muitas áreas, não parece ser racional usar o nosso dinheiro pra sediar uma Olimpíada. Mas já que a gente já se comprometeu e já gastou, tem que fazer a melhor festa possível."

"O turismo pode ter um efeito positivo líquido. Isso foi comprovado depois da Copa. E o turista que veio e gostou pode voltar outras vezes. Se for um evento bem feito, poderemos colher esses frutos depois."

O prefeito do Riopoker 123Janeiro, Eduardo Paes, manifesta otimismo, apesar da crise econômica e política do país - e do caos do sistemapoker 123saúde enfrentado pelo Estado do Estado do Riopoker 123Janeiro. Os custos, pelo menos, não terão impacto discernível.

"Somado tudo que a prefeitura gastoupoker 123saúde e educação,poker 1232009 até agora, incluindo 2016, são R$ 65 bilhões. Em estádios, a prefeitura do Rio gastou R$ 650 milhões nestes oito anos. Um por cento do que a gente gastoupoker 123saúde e educação. Não há esse dilema", afirmou Paes.

Custos x benefícios

Um dos grandes críticos do argumentopoker 123que sediar grandes eventos esportivos traz benefícios para um país, o jornalista britânico Simon Kuper - coautor do livro Soccernomics - diz que são contestáveis até mesmo os ganhos no setorpoker 123turismo que os Jogos Olímpicos ou a Copa do Mundo podem trazer.

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"Isso sempre é dito. Na Inglaterra, antespoker 123sediarmos a Eurocopapoker 1231996, diziam que lugares como Sheffield iriam se apresentar ao mundo e se tornar um destino turístico. Mas isso não aconteceu", afirmou.

"O fatopoker 123que houve algumas partidaspoker 123futebolpoker 123Manaus durante a Copa, por exemplo... Isso não parece ter tido um impacto duradouro na visão das pessoas sobre aquela cidade."

Kuper reconheceu que o fatopoker 123sediar próxima Olimpíada colocou o Riopoker 123Janeiro sob holofotes internacionais, mas que isso também pode ter um impacto negativo.

"É verdade, o país consegue mais publicidade, mas pode ser publicidade negativa também. Boa parte do que se fala sobre o Rio hoje são coisas ruins, sobre a faltapoker 123segurança, transporte ruim, trânsito caótico. Então assim como pode ser positivo para o turismo, pode ser negativo também."

Concluindo, o britânico afirmou que, do pontopoker 123vista econômico, os Jogos Olímpicos trazem sempre mais perdas do que ganhos.

"Acho que a Olimpíada nunca é um bom negócio para praticamente nenhum país. Custa muito dinheiro e você acaba ficando com todas essas instalações esportivaspoker 123que você não precisa. O Brasil já teve essa experiência com a Copa, quando construiu um montepoker 123estádios que não são usados, como Manaus e Natal."

"Vocês viram isso na Copa. Muitos dos turistas eram argentinos, chilenos ou outros sul-americanos que foram ao Brasilpoker 123carro, só por alguns dias, e depois foram embora. Então o aspecto econômico dos Jogos é muito fraco. O COI não dá dinheiro nenhum para o país, mas leva tudo embora depois."

Perspectiva

Apesar dos gastos enormes para criar uma infraestrutura para os Jogos, alguns analistas acreditam que seu grande benefício pode estar no que fica para a cidade-sede.

O exemplo positivo sempre utilizado como "modelo" para o Rio foram os Jogospoker 123Barcelonapoker 1231992. À época, o evento teve um orçamento bastante alto para os padrões, mas o legado deixado para a cidade – que hoje é um dos principais destinos turísticos do mundo – é citado até hoje.

O diretor do Centropoker 123Estudos Olímpicos e do Esporte da Universidade Autônomapoker 123Barcelona, Emilio Fernández Peña, argumenta que a Olimpíada pode ser um excelente negócio para um país se for vista como uma "oportunidadepoker 123investimento".

Peña calculou que o custopoker 123organizar o eventopoker 123si – estádios, cerimôniapoker 123abertura e encerramento, segurança, etc – fica,poker 123média,poker 12315% ou 20% do orçamento. "Os outros 80%, pela perspectiva europeia, são investidospoker 123criar infraestrutura para a cidade, metrô, mobilidade urbana. E isso vai ficar depois dos Jogos", reforçou.

O orçamento olímpico atual estápoker 123R$ 38,6 bilhões – maispoker 123R$ 10 bilhões acima do que foi planejado na candidatura que levou o Riopoker 123Janeiro a sediar os Jogos (à época, falava-sepoker 123um orçamentopoker 123R$ 25,9 bilhões).

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Cercapoker 12364% desse valor, segundo a organização, é destinado às obraspoker 123legado – são maispoker 123R$ 24 bilhões gastospoker 123obras como apoker 123metrô que ligará a zona Sul à zona Oeste (onde fica o Parque Olímpico), a do BRT, entre outras.

O estudiosopoker 123Barcelona, porém, ressalta que é preciso não criar expectativas superestimadas para o legado olímpico no Rio. "Os Jogos Olímpicos não produzem milagres. Isso é uma coisa que precisa ficar clara. Eles contribuem para melhorar o país, melhorar a imagem do país, podem ser usados para melhorar infraestrutura esportiva. Mas não podem mudar tudo."