'Enquanto me dava choques, Ustra me batia com cipó e gritava', diz torturado aos 19 anos:zebet prediction

"Bolsonaro não tem o direitozebet predictionreverenciar a memóriazebet predictionUstra. Ustra era um assassino, um monstro, que torturou a mim e a muitos outros", afirmou Natalini à BBC Brasil.

Natalini conta ter sido vítimazebet predictiontortura por cercazebet predictiondois meses na sede do DOI-Codizebet predictionSão Paulo.

"Tiraram a minha roupa e me obrigaram a subirzebet predictionduas latas. Conectaram fios ao meu corpo e me jogaram água com sal. Enquanto me dava choques, Ustra me batia com um cipó e gritava me pedindo informações", relembra.

"A tortura comprometeu minha audição. Mas as marcas que ela deixou não são só físicas, mas também psicológicas."

Natalini nega ter participado da luta armada contra a ditadura militar. Ele confirma ter feito oposição ao regime, mas diz que "sem violência".

"Sempre fui a favor da mobilização das consciências contra qualquer tirania. Nunca fui a favorzebet predictionações violentas. Acolhíamos perseguidos políticos, prestando atendimento médico quando necessário", diz ele,zebet predictionalusão à Escola Paulistazebet predictionMedicina (EPM), onde estudava.

"Mas todo mundo que se opunha ao governo militar era visto como terrorista", ressalva.

PT

Para Natalini, que foi preso "outras 16 vezes" pelo regime militar, Bolsonaro "não pode, como agente político, pregar o retorno da ditadura".

"E se ele o fizer, temos todo o direitozebet predictioncontestá-lo e colocá-lozebet predictionseu devido lugar. Bolsonaro não vai conseguir impingir ao Brasilzebet predictionideologia doente, ultrapassada e fascista. O caso dele é com a Justiça", afirma ele.

Na visãozebet predictionNatalini, a projeção nacional do deputado está ligada à desmoralização das esquerdas, devido "aos escândaloszebet predictioncorrupção protagonizados pelo PT".

"Os erros do PT permitiram que se criasse uma correntezebet predictionopinião contra à verdadeira esquerda, que nunca existiu no Brasil. A extrema direita, que estava adormecida, aproveitou-se desse vácuo. Bolsonaro é fruto dessa roubalheira", opina.

"Se nossa democracia tem defeitos, precisamos corrigi-la. Muito piores são os regimes militares,zebet predictionesquerda ouzebet predictiondireita", acrescenta.

Apesarzebet predictioncriticar Bolsonaro, Natalini defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, não há "golpe".

"A Constituição brasileira prevê que o presidente pode sofrer impeachment se tiver cometido crimeszebet predictionresponsabilidade. Foi o que aconteceu com as chamadas pedaladas fiscais", diz.

Ustra

Um dos mais temidos militares nos anoszebet predictionchumbo, Ustra chefiou o DOI-Codi, órgãozebet predictionrepressão do 2º Exércitozebet predictionSão Paulo. Ele foi apontado por dezenaszebet predictionperseguidos políticos e familiares das vítimas como responsável por perseguição, tortura e mortezebet predictionopositores.

Conhecido pelo apelidozebet prediction"Doutor Tibiriçá", ele foi acusado pelo desaparecimento e mortezebet predictionpelo menos 60 pessoas. Durantezebet predictiongestão, pelo menos 500 casoszebet predictiontortura teriam sido cometidos nas dependências do DOI-Codi.

Único militar brasileiro declarado torturador pela Justiça, Ustra foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) pela morte do militante comunista Carlos Nicolau Daniellizebet predictiondezembrozebet prediction1972. Mas não houve tempo parazebet predictioncondenação. Ustra morreuzebet predictionsetembro do ano passadozebet predictionBrasília. Ele sofriazebet predictioncâncerzebet predictionpróstata.