Como pandemia levou a uma corridabwin sportsmulheres para congelar óvulos:bwin sports

Fotografia colorida mostra mulher brancabwin sportscabelo castanho claro e liso, no ombro, sorrindo,bwin sportsuma rua arvorizada no fimbwin sportstarde

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Shara Seigel recorreu ao congelamentobwin sportsóvulos para poder ser mãe após a pandemia

Foi quando uma influenciadora que ela seguia no Instagram documentoubwin sportsexperiência como o congelamentobwin sportsóvulos. Enquanto Seigel rolava as postagens desmistificando o processo, o que antes parecia algo assustador e inatingível começou a parecer viável.

"Eu percebi que havia uma formabwin sportsganhar algum tempo e ter um plano B", afirma ela.

Um mês depois, Seigel já havia começado seu primeiro ciclobwin sportscongelamentobwin sportsóvulos. Ela repetiu o processobwin sportsdezembrobwin sports2020, para aumentar suas chancesbwin sportsretirar óvulos viáveis.

Seigel ainda precisa dar início ao processobwin sportsfertilização e implante, mas ela afirma que agora se sente mais tranquila sobre abwin sportsfertilidade: "tenho pazbwin sportsespírito".

Durante a pandemia, muitas clínicasbwin sportsfertilidade observaram um enorme salto no interessebwin sportsprocedimentosbwin sportscongelamentobwin sportsóvulos. Alguns dados indicam que, nos Estados Unidos, as coletasbwin sportsóvulos para congelamento aumentarambwin sports39% com relação aos níveis pré-pandemia, enquanto, no Reino Unido, as consultas crescerambwin sportsaté 50% no verãobwin sports2020,bwin sportscomparação com o ano anterior.

Para as mulheres que viram a pandemia interromper suas expectativasbwin sportscomeçar uma família ou para os casais que decidiram postergar a paternidadebwin sportsmeio às incertezas econômicas resultantes, a preservação da fertilidade provavelmente pareceu uma tábuabwin sportssalvação.

Mas o processo também tem suas peculiaridades. A gravidez com auxílio tecnológico tem suas dificuldades, sem nenhuma garantia. Ainda assim,bwin sportscrescente adoção representa uma mudança na formabwin sportsque algumas mulheres pensam sobrebwin sportsautonomia e planejam suas famílias.

Fotografia colorida mostra um recipiente com nitrogênio líquido; há fumaça saindo da entrada aberta do recipiente

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O congelamento envolve a coleta dos óvulos da mulher ebwin sportsarmazenagem para uso futuro

Posição muito privilegiada

Desenvolvida nos anos 1980, a criopreservaçãobwin sportsoócitos — mais conhecida como o congelamento dos óvulos — foi originalmente projetada para ajudar as mulheres com condições médicas sérias, cujo tratamento poderia prejudicarbwin sportsfertilidade, a aumentar suas chancesbwin sportster um bebê após o tratamento.

A sériebwin sportsprocedimentos envolve a coleta dos óvulos da mulher, seu congelamento e descongelamento posterior para uso no tratamentobwin sportsfertilidade.

Nos últimos anos, a preservação dos óvulos deixoubwin sportsser um procedimento médico necessário para ser um tratamento eletivo. Com isso, as mulheres agora podem decidir congelar seus óvulos para aumentar a possibilidadebwin sportsterem filhos posteriormente.

A endocrinologista reprodutiva Bat-Sheva Maslow já realizou maisbwin sports2 mil procedimentosbwin sportscongelamentobwin sportsóvulos e afirma que o congelamento favorece as mulheres que, no momento, não têm a possibilidadebwin sportster filhos, oferecendo a elas uma chancebwin sportsmaternidade no futuro, quandobwin sportsfertilidade natural já poderá estar diminuindo.

Solteira, com formação universitária, pouco maisbwin sports35 anosbwin sportsidade e empregada como trabalhadora do conhecimento (que usa principalmente seus conhecimentos, informações e inteligência para desenvolver seus trabalhos), Seigel é uma candidata típica para o procedimento, na maioria dos aspectos.

Uma pesquisabwin sports2021 indica que as mulheres que passam pelo congelamento eletivobwin sportsóvulos normalmente são solteiras, caucasianas, têm 36 a 40 anosbwin sportsidade e possuem educação superior e emprego fixo. E muitas dessas candidatas também estãobwin sportsposições privilegiadas.

"Infelizmente, o congelamentobwin sportsóvulos não é barato", segundo Elizabeth King, coachbwin sportsfertilidade certificadabwin sportsLos Angeles, nos Estados Unidos. King ajuda a apoiar as mulheresbwin sportsquestões como infertilidade, abortos espontâneos e gravidez.

No Reino Unido, o congelamento dos óvulosbwin sportsclínicas particulares custa,bwin sportsmédia, 7 mil a 8 mil libras (cercabwin sportsR$ 42 mil a 48 mil). Nos Estados Unidos, o custo ébwin sportsUS$ 10 mil a 20 mil (cercabwin sportsR$ 52 mil a 104 mil). Por isso, este procedimento geralmente só é acessível para pessoas bem remuneradas ou que trabalhambwin sportssetoresbwin sportsmercado específicos.

Algumas dessas mulheres trabalhambwin sportsempresas que oferecem o congelamentobwin sportsóvulos como parte do seu planobwin sportssaúde, mas a grande maioria ébwin sportsprofissionais da administração, muitas vezes do setorbwin sportstecnologia.

"Existem muitas start-ups e empresasbwin sportstecnologia que oferecem o congelamento dos óvulos como benefício, para atrair a geração mais jovem e manter [as mulheres] trabalhando mais, sem a distraçãobwin sportsterem que sair para formar família", segundo King. "Isso significa que a maioria das mulheres que congelam seus óvulos geralmente vembwin sportsuma faixabwin sportsrenda mais alta."

Mas King afirma que o padrão das pessoas que procuram o congelamento dos óvulos está se ampliando. Com a crise mundial do aumento do custobwin sportsvida, o enorme aumento da quantidadebwin sportspessoas mudandobwin sportsemprego e receios sobre o impacto prolongado da pandemia, ela vem observando pessoasbwin sportsrelacionamentos duradouros postergando a gravidez.

No seu trabalho, ela também observa um aumento da buscabwin sportsorientação sobre o congelamento dos óvulos por mulheres perto dos 40 anos, alémbwin sportsum aumento das mulheres negras e latinas nos últimos anos.

E este interesse pelo congelamento dos óvulos surgebwin sportsmeio a uma tendência à maternidade com mais idade e à gravidez com o auxílio da tecnologia.

No Reino Unido, a idade média da primeira gravidez vem aumentando desde os anos 1970 e agora atingiu um picobwin sports30,7 anos. Nos Estados Unidos, o número atualbwin sportsmulheres que dão à luz com maisbwin sports40 anosbwin sportsidade também é o maior já registrado.

Os motivos deste fenômeno são complexos. O aumento da eficácia da contracepção, maior nível educacional e maior participação no mercadobwin sportstrabalho ofereceram mais opções e oportunidades às mulheres.

Por outro lado, políticas familiares deficientes, como a faltabwin sportscreches financiadas pelo Estado, custosbwin sportsmoradia cada vez mais altos e a crescente incerteza econômica fizeram com que muitas mulheres sentissem que não poderiam ter filhos, mesmo se estivessem prontas para a maternidade.

'Ganhar tempo'

Em meio a todas essas tendências, os especialistas apontam diversas razões para o pico no interesse pelo congelamentobwin sportsóvulos causado pela pandemia.

Em um estudo publicadobwin sportsabrilbwin sports2022 pelo think tank (centrobwin sportspesquisa e debates) norte-americano Pew Research Center, três quartos das pessoas que namoram nos Estados Unidos declararam que conhecer alguém era mais difícil do que nunca na era da pandemia - e muitos, como Seigel, demonstraram preocupação sobre como encontrariam um parceiro.

A flexibilidade do trabalho remoto também facilitou a logística do processobwin sportscongelamentobwin sportsóvulos para algumas mulheres. Seigel explica que a mudança fez com que ela conseguisse encaixar embwin sportsvida profissional — agora, mais flexível — as diversas consultas necessárias para a retirada dos óvulos. Com isso, a preservação da fertilidade tornou-se, pela primeira vez, uma possibilidade real.

Fundamentalmente, a psiquiatra Anisha Patel-Dunn, médica-chefe da empresabwin sportsassistência médica comportamental LifeStance Health, com sede nos Estados Unidos, indica que a pandemia trouxe uma épocabwin sportsreflexão, com muitas pessoas reconsiderando seriamente suas escolhasbwin sportsvida.

"A pandemia trouxe uma crise existencial para muitas pessoas, levantando questões como 'qual é a importância da minha vida? Meu trabalho tem significado? Meu parceiro ou parceira é mesmo a melhor pessoa para mim?'", afirma ela.

"Seja para atingir um objetivobwin sportsvida oubwin sportscarreira ou para reconsiderar seu relacionamento amoroso, toda essa introspecção que estamos vendo pode contribuir para que as pessoas não se sintam prontas para ter filhos no momento", segundo Patel-Dunn.

King concorda que a incerteza e a instabilidade da pandemia foram um fator importante no picobwin sportsinteresse sobre o congelamentobwin sportsóvulos. "As pessoas tiveram muito tempobwin sportsisolamento para pensar no futuro", explica ela.

"As mulheres solteiras perceberam que o congelamento dos óvulos era uma boa oportunidade para 'ganhar tempo', caso elas não encontrassem um parceiro. Houve também casais que congelaram embriões com a intençãobwin sportsconstruir uma família quando o mundo estiver mais estável, ou quandobwin sportssituação financeira melhorar", afirma King.

Vários destes fatores foram muito importantes para Laura Pommer quando ela decidiu congelar seus óvulos.

Residentes no Texas, nos Estados Unidos, Pommer e seu ex-marido decidiram divorciar-se um mês antes do início da pandemia. Morar sozinha pela primeira vez,bwin sportsum períodobwin sportsisolamentobwin sportsmassa, deu a Pommer a possibilidadebwin sportsexaminar o que ela queria dabwin sportsnova vidabwin sportssolteira. Ela tinha então 37 anosbwin sportsidade.

"Tive muito tempo para pensar no que é importante na vida", afirma Pommer, que contou com seus pais para ajudar a cobrir os custos do processo.

"Usei esse tempo para realmente analisar o que é a experiência da vida, como eu queria vivê-la e conseguir o futuro que eu desejava. Foi quando decidi que eu realmente queria ter filhos, preferencialmentebwin sportsforma biológica, e que eu iria congelar meus óvulos", ela conta.

Fotografia colorida mostra mulher branca sentadabwin sportscabelo castenho no ombro; seu rosto estábwin sportsperfil e ela está sorrindo

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Laura Pommer afirma que congelar seus óvulos reduziubwin sportspressão para encontrar um novo parceiro

A difícil realidade

O aumento da procura pelo congelamentobwin sportsóvulos tem claramente um lado positivo. Mas existem complexidades no procedimento que as candidatas precisam terbwin sportsmente.

Pommer e Seigel perceberam como o processo inicialbwin sportscongelamento dos óvulos pode ser física e emocionalmente doloroso.

Seigel descreve como são estressantes as semanas anteriores ao procedimento, quando as pacientes precisam injetarbwin sportssi próprias um conjuntobwin sportsmedicamentos. Ela destaca quebwin sportssaúde física e mental foi prejudicada, por não ter podido exercitar-se naquele período.

Já Pommer conta que enfrentou um mêsbwin sportsconsultas e injeçõesbwin sportshormônios e relembra como foi desgastante a última injeção, que precisou ser aplicada à meia-noite, dois dias antes da extração dos folículos.

"Alguns dias depois, tive os óvulos coletados", ela conta. "O procedimento foi tranquilo, mas depois fiquei desconfortável por alguns dias e os hormônios com certeza me afetaram."

E, o mais importante, o processo não é garantido. Especialistas receiam que algumas clínicas possam estar exagerando as possibilidadesbwin sportsgravidez bem sucedida com óvulos congelados e advertem que as mulheres não devem considerar a preservação da fertilidade como um seguro à provabwin sportsfalhas.

No Reino Unido, por exemplo, pesquisas baseadasbwin sportsdadosbwin sports2016, fornecidos pela Autoridadebwin sportsEmbriologia e Fertilização Humana — um organismo governamental — concluíram que, dos óvulos preservados que foram descongelados, 15% foram fertilizados e transferidos. Destes, 13% resultarambwin sportsgravidez — um totalbwin sports22 mulheres grávidasbwin sports1.204 óvulos descongelados.

A idadebwin sportsque as mulheres congelam seus óvulos influencia seu sucesso. Mulheres com menosbwin sports35 anosbwin sportsidade têm 18%bwin sportspossibilidadebwin sportster um bebê quando cinco óvulos são congelados, mas este percentual cai para 7% se a mulher tiver maisbwin sports35 anos no momento do congelamento.

Os resultados são influenciados pela quantidadebwin sportsóvulos congelados pelas pacientes. Para que haja uma possibilidade real, os médicos geralmente recomendam passar por diversos ciclosbwin sportscongelamentobwin sportsóvulos (o númerobwin sportsóvulos retiradosbwin sportscada ciclo varia muito entre as pacientes;bwin sportsmédia pode variarbwin sports15 para mulheres com menosbwin sports35 anosbwin sportsidade até 6 para mulheres com maisbwin sports42 anos). Mas isso aumenta muito os custos e pode ser proibitivo para muitas pessoas.

O alto custo do congelamento dos óvulos, aliado à taxabwin sportssucesso relativamente baixa, faz com que algumas mulheres possam estar pagando valores significativos por uma suposta garantia que aumenta muito poucobwin sportspossibilidadebwin sportster um bebê.

Existem receiosbwin sportsque algumas clínicas possam estar se aproveitandobwin sportsmulheres ansiosas sobrebwin sportsfertilidade, sem explicar adequadamente as reais possibilidadesbwin sportsconseguir uma gravidez bem sucedida após o congelamento dos óvulos.

"Acho que existe uma falsa sensaçãobwin sportssegurançabwin sportsque as mulheres com óvulos congelados conseguirão um embrião saudável ou nascimento vivo", afirma King. "Acredito que as clínicas deveriam fazer um trabalho melhor para explicar a realidade da jornada, não apenas do pontobwin sportsvista físico, mas também emocional."

'Posso deixar que a vida venha até mim'

As tendências atuais e relatos isolados indicam que o interesse pelo procedimento segue sendo é alto, mesmo com o declínio da pandemia. E esse interesse pode mudar a formabwin sportsque algumas pessoas planejam e ampliam suas famílias no futuro.

"Se e quando temos filhos, quantos e com quem tem consequências significativas para quase todos os aspectos das nossas vidas adultas — onde moramos, onde trabalhamos, como gastamos e economizamos nosso dinheiro e nosso bem-estar físico e emocional", afirma Bat-Sheva Maslow, da clínica Reproductive Medicine Associatesbwin sportsNova Jersey, nos Estados Unidos. "O planejamento reprodutivo é parte do nosso planejamentobwin sportsvida."

Maslow afirma que provavelmente veremos um aumentobwin sportsmulheres sendo mães com cercabwin sports40 anos. E Elizabeth King acrescenta que algumas mulheres viverão uma sensação crescentebwin sportsliberdade no trabalho e no planejamento do seu futuro, à medida que elas perceberem cada vez mais que têm um tipobwin sportscontrole sobre a fertilidade que as gerações anteriores não tinham àbwin sportsdisposição.

Mas ela adverte que essa sensaçãobwin sportscontrole pode restringir-se,bwin sportsgrande parte, às mulheres da classe média alta, que têm mais possibilidadesbwin sportsconseguir pagar pelo procedimento. Outra advertência é que, naturalmente, nem todas as mulheres que decidirem congelar seus óvulos terão sucesso para que seu plano se desenvolva conforme o esperado.

No casobwin sportsLaura Pommer, o procedimento fez com que ela se sentisse menos pressionada a encontrar um novo parceiro ou conduzirbwin sportscarreirabwin sportsuma direção específica. Agora, ela pode concentrar-se no crescimento do seu negócio, mantendo o objetivobwin sportslongo prazo,bwin sportster um filho quando as coisas "se acalmarem" um pouco.

"Posso ter flexibilidade sobre a vida que levo agora e deixar que a vida venha até mim,bwin sportsvezbwin sportstentar controlar um resultado desejado", afirma Pommer.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) na seção Family Tree do site BBC Worklife.

- Este texto foi publicadobwin sportshttp://roberthost1.accountsupport.com/revista-62883987

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